A Esmorga Blogue.- Entre 7 e 10 de Novembro de 2005, dava a andamento um projecto que visava combinar poesia, música e divertimento de uma forma moderna e atractiva. O sucesso foi tal que em apenas dois anos o festival «Cafés da Palavra» já se tornou num dos clássicos eventos anuais na cidade das Burgas. Agora, graças mais uma vez ao arquivo salvado pelo velho blogue Altera Galiza, disponibilizamos as 4 gravações correspondentes à essa exitosa primeira edição apresentadas por uma emotiva crónica, ligeiramente adaptada para a ocasião, sob a assinatura de António Carvalho Nespereira.
Apenas cinco dias antes de estarem agendados é que me enteirei da organização dos «Cafés da Palavra», um evento que reuniu em Ourense, dos dias 7 a 10 de Novembro deste 2005, uma pequena «selecção galega», esta sim, de pessoas relacionadas com o mundo da poesia, da literatura, enfim, da palavra.
Confesso que num primeiro momento não chamou muito a minha atenção. Poesia, mais um recital de poesia!! Eu nunca consegui aguentar completo um recital com poemas melancólicos e «cheios de saudade»!! Pessoal, não é que seja pela poesia, pelas poetisas, pelos poetas, não, é simplesmente por mim, que sou imperfeito. Estava errado, claro.
São as 19h00, chego pontual por uma vez, pois já me tinham dito que o dos recitais ia correr com muita pontualidade. E foi... relativamente. Só 15 minutos depois duas dúzias de pessoas ambientavam a Livraria Torga acompanhando os amigos «poetas» no seu caminho de intimidade e criação.
O fogo foi aberto, com uma interessante apresentação, polo Carlos Rafael, um habitual neste tipo de eventos a decorrerem na cidade das Burgas. A seguir vieram os poemas e pessoal, gostei mesmo. Reparei que começo a saber ser um bom «voyeur». Bem entendido, desfrutar do áudio e do visual acalmadamente, com atenção, com reflexão, e com o ambiente justo, é mesmo fantástico.
Xerardo Méndez, Afonso Rodriguez, Manoel Fontemoura e, porfim, Carlos Figueiras (lástima, o meu gravador disse então, paragem, bateria fraca...!!, a meu pesar) e, não esqueço, «As Mouras» a porem os «minutos musicais». Foi um bom começo de festa, e espero que a «nudo-poesia» do Carlos possa vir mais uma vez até Ourense para eu, então com as pilhas adequadas, gravar na íntegra. Dá para ouvir um algo, no entanto, são, foram, 48 minutos para a história.
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[Duração 48 min. 48 seg. | Tamanho 14.30 Mb]
No segundo dia fiz-me acompanhar polo amigo Miguel R. Penas. E lá estivemos num dos locais que se têm caracterizado polo seu apoio a todo este tipo de actividades nos últimos anos.
Desta volta a sala do andar superior do «Faíscas» ficou muito pequena, talvez 50 pessoas «superlotamos» o local para desfrutar da «língua crítica», que não da «língua lírica», ora amena, do Camilo Franco; da poesia compromissa, e alaricana, do Xián Bobillo e da música, embora «melancólica», da gente da «Gomes Mouro».
Valeu a pena pessoal. Lástima que não pudesse lá estar o Igor Lugris. Ouvi e valorai, 1 h. 27 min. para isso mesmo.
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[Duração 1 h. 27 min. 32 seg. | Tamanho 24.77 Mb]
Tá!! Mais uma vez o local esteve a ferver. Tive o prazer de conhecer o Sechu Sende, o Vítor Soares, e voltar a compartilhar uns minutinhos com o Artur Alonso, esse poeta «só da saudade». E começou o espectáculo. O Joám de Vila-Joám fez de «animador», e contou-nos uma «história íntima» (não conto mais, descubri vós próprios); o Sechu Sende recitou com energia uma poesia reivindicativa, de autêntica luta; o Artur fez lembrar a clássica «saudade e morrinha» galego-portuguesa; e, porfim, o Vítor Soares trouxe-nos os seus sarcásticos «sonetilgas».
A não perder, mesmo polo fantástico acompanhamento musical dos «António e Samuelito». 1 h. 05 min. de diversidade poético-musical.
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[Duração 1 h. 06 min. 40 seg.| Tamanho 19.54 Mb]
Tamos no Café Cultural Auriense. Este local apanhou a vez da histórica «Auriense», para os parabéns e para as críticas. O local tinha, e tem, as condições de som, de espaço mesmo (embora se vai fazendo pequeno) muito apropriadas para evento deste tipo. E, porfim, houve presença feminina. Não é que eu tenha uma obsessão com isso, mas já se me fazia estranho esse facto.
Asum Arias, Luz Fandinho e Ugia Pedreira, puseram o ponto e parágrafo a quatro dias que me fizeram olhar de uma outra maneira a palavra, a poesia e a música. Desta volta, na Auriense o acompanhamento musical correu da mão da Toca do Grilo e Amigos. 1h 18min. a não perder.
A organização promete voltar para o ano. Oxalá a ideia se espalhe. Recitais há muitos, mas estes «Cafés da Palavra» foram um algo especiais, neles «deram-se esses cinco» a poesia, a retranca, a saudade, a música, a melancolia, os sorrisos, a reflexão e mais as palmas.
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[Duração 1h. 18 min. 52 seg. | Tamanho 23.10 Mb]
Nota 1: Agradecidos ao David Paz do Café Cultural Auriense polo fornecimento do DVD correspondente à sessão que decorreu nesse local.
Nota 2: Todas as gravações foram enviadas em seu dia para emissão por radioGaliza.net e Rádio Alhariz no programa «Tempo de Conferência».
Escrito ?s 11:55:17 nas castegorias: Velha Esmorga, Gravaçons
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Vitor, obrigado por colgar esta gravação tão especial para mim. Cada vez que a escuto, os recordos que me vêem a cabeça som muito bons. Também sigo agradecendo-lhe a todas as pessoas que, bem no primeiro ano ou bem na sua segunda edição, me ajudaram a levar adiante um evento tão importante para mim pessoalmente, sobre todo, ao Xabier Paz.
Obrigado a tod@s.
Obrigado Vitor.