A Esmorga Blogue - Na próxima segunda-feira, 11 de Março, contaremos com a presença no nosso Centro Social de Nilda Eloi, destacada militante argentina dos direitos humanos e que foi detida-desaparecida no seu país, durante a ditadura argentina. Nilda forma parte da Associaçom ex-Detidos Desaparecidos da Argentina e na actualidade é a principal testemunha protegida do juizo contra vários repressores que se desenvolve na cidade da Prata.
Nilda estará, ademais de em Ourense, em Compostela, em Ponte Areias e em Ferrol. O motivo da sua tourné pola Galiza é informar sobre a situaçom dos julgamentos que estám a ser desenvolvidos na Argentina, as queixas-crimes apresentadas pol@s galeg@s desaparecid@s e as actividades pola memória histórica que se estám a desenvolver.
Perante as ameaças e intimidaçons, Nilda Eloi vive as 24 horas do dia sob protecçom policial, inclusive com a recomendaçom de empregar colete antibalas. A outra testemunha, Julio López, logo de testemunhar, foi seqüestrado há mais de um ano, achando-se actualmente desaparecido.
A entidade que ela representa, integrante do colectivo "Justiça Já", jogou um papel muito importante na apresentaçom das denúncias apresentadas pola Federaçom de Associaçons Galegas polos desaparecidos galegos na Argentina.
A palestra é organizada conjuntamente pola Fundaçom Artábria, Assembleia Aberta da Baiuca Vermelha, Centro Social A Esmorga e Assembleia Aberta do Centro Social Henriqueta Outeiro.
Quem é Nilda Eloi?
Nilda Eloi, durante o seu cativeiro, passou por distintos campos de concentraçom. Foi detida e seqüestrada na Prata durante o operativo denominado "A noite dos Lápis", quando fôrom seqüestrad@s e assasinad@s vári@s estudantes secundários que reclamavam a criaçom do "Boleto estudantil".
Nascida a 22 de Fevereiro de 1957 na Prata, Argentina, é integrante da Associaçom de ex- Detidos Desaparecidos.
Foi seqüestrada no primeiro de Outubro de 1976, permanecendo durante 11 meses em 6 centros clandestinos de detençom (La Cacha, Pozo de Quilmes, Pozo de Arana, Vesubio, El Infierno e Comisaria Valentín Alsina). Desde 22 de Agosto de 1977 até princípio de 1979 estivo detida no Cárcere de Vila Devoto, a disposiçom do Poder Executivo Nacional, quer dizer, sem causa judicial nengumha.
É denunciante por queixa-crime nos julgados da sua cidade na mega causa "Camps" e nas causas emanadas da mesma. Nas causas que se abrírom polo Centro Clandestino de Detençom como as de: "La Cacha", "Brigada de Investigaçons", "Comisaría 5ta", "Posto Vasco", etc..
Noutros julgados, é denunciante na mega causa "1º corpo do Exército" e nas causas que dela se derivam.
Como integrante da Associaçom de Ex-Detidos Desaparecidos, é denunciante destas causas, na mega causa "Esma" e as suas derivadas, na mega causa "Campo de Maio", assim como em diferentes causas no interior do país.
Assim mesmo, como representante da Associaçom de ex-Detidos Desaparecidos, participa no "Julgamento pola Verdade", que desde 1998 leva avante a Cámara Federal da Prata.
Entre os labores que desenvolve no AEDD, está a confecçom de Trabalhos de Compilaçom de Dados (TRD, no seu acrónimo em espanhol) que servírom para abrir diversas causas e dada a riqueza documental dos mesmos, fôron aceites como prova tanto nas causas en primeira instáncia como nos julgamentos orais.
Trabalha na Comissom Provincial pola Memória, organismo que tem ao seu cargo a gestom do ex-Arquivo da Direcçom de Inteligência da Polícia da Província.