A Esmorga / MDL / PGL - «Preencher um espaço que o ensino e as redes culturais oficiais deixárom vazio», eis um dos principais reptos que o professor Maurício Castro, a professora Beatriz Peres Bieites, e o professor Eduardo S. Maragoto, tinham marcados quando começárom a trabalhar no bem sucedido Manual Galego de Língua e Estilo, dado à estampa graças a uma coediçom em que participaram inúmeros Centros Sociais e entidades nom lucrativas de todo o Páis, viradas para a promoçom e divulgaçom da língua.
No próximo sábado, dia 29, o Manual será apresentado publicamente na cidade de Ourense, no contexto das I Jornadas de Língua que, co-organizadas pola Esmorga, a AGAL, e o MDL, estám a decorrer desde passado dia 26. Duas das pessoas autoras comentarám-nos como foi a elaboraçom do manual, que critérios seguírom e como está a ser recebido.
Na verdade, para qualquer pessoa que aspire na verdade a falar umha língua, este manual é precioso e preciso. Nele fai-se um levantamento de todas aquelas interferências do espanhol que a maioria de nós transportamos, na maioria das vezes sem dar por elas.
Para fazermos boca do que será o evento deste próximo sábado, quisemos antes dar a conhecer algumas das impressons das pessoas responsáveis pola autoria do manual. Atendeu-nos, em nome do trio responsável, o professor Eduardo S. Maragoto.
? O Manual galego de língua e estilo foi elaborado por três professores. Como nasce a ideia de juntar-vos para este projecto?
E. S. M. Nos últimos anos 90 e princípios deste século cresceu muito o número de colectivos que usam o galego reintegrado. Mas, em geral, entre uns e outros existia muita dispersom gráfica. Cada pessoa ou corrector tinha umhas escolhas particulares dentro das múltiplas possibilidades que permitia a norma da AGAL.
Isto, claro, restava eficácia ao código, e portanto à comunicaçom com a sociedade destes colectivos, para além de dificultar a autoaprendizagem de novas pessoas que se aproximavam do galego reintegrado. Nós, que éramos professores de português e ao mesmo tempo responsáveis pola correcçom lingüística de algumha destas publicaçons, decidimos realizar determinadas escolhas, tendo em conta os usos maioritários do reintegracionismo e a facilidade de socializar.
? Serve este manual para aquelas pessoas que, embora nom utilizem a ortografia reintegracionista, sintam a necessidade de purificar o seu galego de castelhanismos e melhorar o seu estilo?
E. S. M. Pensamos que sim, e muito. Como ficou dito, a elaboraçom do livro começou para dar resposta a umha necessidade: reduzir a dispersom gráfica dos textos reintegrados. Porém, logo ampliamos o seu cometido e decidimos que também podíamos, através da nossa experiência no ámbito da correcçom de textos galegos, dar indicaçons preciosas para as pessoas evitarem castelhanismos mui assentes entre nós, nomeadamente em textos divulgativos e jornalísticos, a base o nosso trabalho.
?O livro é completíssimo, léxico, falsos amigos, linguagem nom discriminatória, toponímia... Dentro da importância que tenhem todas elas, que parte destacarias tu?
E. S. M. Todas podem ser importantes, depende da pessoa que o utilize. Ora bem, globalmente, talvez os contributos mais importantes do livro se encontram naquelas partes que tenhem a ver com as questons de estilo, isto é, aqueles aspectos da língua que nom costumam figurar em gramáticas ou dicionários.
Porém, tampouco existia por enquanto bibliografia reintegrada que tratasse determinados usos gramaticais, já que até agora, logicamente, o reintegracionismo tinha-se esforçado mais em divulgar a ortografia.
?Chegárom pedidos de Oviedo, Holanda,... A tiragem inicial foi de 500 exemplares. Já se pensa na possibilidade de umha segunda ediçom?
E. S. M. Claro, para o Verao esperamos ter a segunda ediçom na rua.
? O livro inclui um processador de textos e um corrector ortográfico. É umha ferramenta fundamental para as pessoas que escrevam em norma agal?
É, tem sido umha das cousas mais solicitadas do livro.