A Esmorga / MDL / PGL - O secessionismo lingüístico valenciano foi um movimento perfeitamente planificado a partir de Madrid para dividir o povo valenciano num momento histórico decisivo na sua recuperaçom nacional, os anos 70 e 80 do século passado. Ainda que hoje pareça enterrado na gaveta dos tabus, o conflito é atiçado cada vez que a sociedade civil valenciana está a piques de alcançar algum avanço para a sua língua.
Na sequência das I Jornadas de Língua em Ourense, hoje, 9 de Abril, às 21h00, o valenciano Francesc Esteve i Beneito estará no CS A Esmorga na palestra subordinada a um título bem esclarecedor: «O catalám galeguizado: secessonismo linguístico no País Valenciano».
A palestra abordará a questom de umha perspectiva histórica, desde as origens até o momento presente, à vez que tentará descobrir coincidências e paralelismos com o caso galego. Antes disso, respondeu umhas perguntas que lhe lançamos...
Na Galiza olhamos com curiosidade e simpatia a luta linguística em Valência a favor do catalám. Quais os pontos em comum com a luta linguística travada na Galiza?
Os pontos básicos comuns (e que, ao mesmo tempo, mais diferenciam o País Valenciano do resto dos Países Cataláns) som: divórcio entre aldeia e cidade, interrupçom da transmissom intergeracional da língua e secessionismo lingüístico. Estas som a três piores feridas e também por isso mesmo som os principais frentes de luita social do catalám no País Valenciano e do galego na Galiza.
Quais os pontos que divergem? Talvez a catalofobia? Talvez a inexistência de umha ortografia castelhana mesmo nos colectivos mais isolacionistas?
A sociedade valenciana é industrial e de imigraçom, enquanto que a Galiza é um país de emigraçom e muito mais rural. Outra diferença: a todos os efeitos legais a língua oficial emprega a mesma normativa que o resto do território catalám. E é certo que existe umha forte catalanofobia, mas na realidade esta nom é mais do que umha das muitas caras do auto-ódio.
Mas o ponto essencial é que no País Valenciano o secessionismo se mistura com o espanholismo, é dizer, nom há um sector da sociedade, ou polo menos nom a termos em consideraçom, que luite pola libertaçom nacional e ao mesmo tempo pense que o valenciano seja umha língua diferente do catalám.
Até que ponto têm chegado as políticas de estrangeirizaçom do catalám
em Valência?A um triste paradoxo: ainda que á normativa oficial seja a mesma que no resto dos Países Cataláns, continua a existir umha distinçom, a nível popular espontáneo, entre "valencià" e "català", que continua a ser percebido como umha língua diferente. Por nom falar da marginaçom de todos os agentes sociais e culturais (literatura, música, política, professorado, etc.) que luitam pola plena normalizaçom lingüística.
Como se olha o presente e como o futuro?
Ainda que semelhe que o conflito secessionista está amortecido, na realidade está guardado na gaveta dos tabus. É dizer, nom existe umha vontade de o solucionar para sempre. Cada vez que a sociedade valenciana está a um triz de conseguer um passo adiante na normalizaçom do catalám, os dirigentes políticos nom duvidam em tirá-lo dessa gaveta para confundir a povoaçom civil e, em último termo, desactivar o movimento de recuperaçom nacional. E, entretanto, a situaçom sociolingüística piora.