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A Fundaçom Artábria perante o Encontro Nacional sobre a Língua organizado pola Mesa pola Normalizaçom Lingüística

15-03-2002

  21:25:47, por artabria   , 1220 palavras  
Categorias: Comissom de Língua, Documentos, Língua

A Fundaçom Artábria perante o Encontro Nacional sobre a Língua organizado pola Mesa pola Normalizaçom Lingüística

Em Maio de 2002, decorreu um encontro de entidades normalizadoras convocado pola Mesa pola Normalizaçom Lingüística, em que a Fundaçom Artábria tomou parte apresentando um série de propostas. A seguir, apresentamos o documento aprovado pola nossa entidade perante esse encontro que, infelizmente, nom teria continuidade, apesar de ser positivamente avaliado polas entidades participantes, incluída a convocante.

A Fundaçom Artábria perante o Encontro Nacional sobre a Língua organizado pola Mesa pola Normalizaçom Lingüística

A Fundaçom Artábria enviou em 15 de Março umha carta à entidade convocante deste Encontro para dar-lhe os nossos parabéns e confirmar o nosso interesse em tomar parte nos debates do dia 25 de Maio.

Nessa mesma carta, confirmávamos a nossa substancial coincidência com a análise proposta no texto base que a Mesa apresentou para a discussom de, segundo anunciou, mais de 450 colectivos de todo o tipo.

É por isso que da Fundaçom Artábria decidimos nom emendar o texto base e sim apresentar às entidades e pessoas participantes no encontro de hoje a nossa reflexom sobre a utilidade que a iniciativa da Mesa pode ter para o avanço do movimento normalizador da nossa língua.

Começamos por lembrar que a nossa entidade conta com umha década de trajectória normalizadora (1992-2002), sendo esta a primeira oportunidade que temos de tomar parte num encontro destas características, em que compartilhamos experiências e discutimos abertamente com colectivos como a própria Mesa pola Normalizaçom Lingüística. Este só facto pom em evidência as carências de um movimento normalizador como o galego, fragmentado e dividido por causas como a orientaçom pró ou anti-reintegracionista ou a falta de autonomia a respeito de organizaçons ou projectos políticos concretos.

A conseqüência desta divisom tem sido nestes anos o enfraquecimento das forças normalizadoras, o que resulta grave se levarmos em conta que a situaçom da comunidade lingüística galega é cada vez mais precária, até o ponto de estar em perigo a sua própria viabilidade futura.

Em funçom desta análise, por parte da Fundaçom Artábria avaliamos positivamente este Encontro.

Umha vez que assumimos o conteúdo do texto proposto pola Mesa, da Fundaçom Artábria consideramos que este Encontro Nacional sobre a Língua deve servir para romper a negativa dinámica de divisom entre os diversos sectores normalizadores, a que acabamos de fazer referência, e da qual todos somos responsáveis em algumha medida. Para conseguirmos isso, é preciso modificar algumhas dinámicas que nestes anos alimentárom a fragmentaçom das forças normalizadoras, e que a seguir relatamos:

- É necessário que o protagonismo na acçom normalizadora nom institucional recaia sobre os colectivos directamente implicados nesse trabalho. Outro tipo de organizaçons, nomeadamente as partidárias, devem ceder o protagonismo às entidades normalizadoras. Esta nova dinámica terá duas virtualidades fundamentais:

1º.- Evitará a identificaçom social da defesa da língua com qualquer projecto político concreto, o que nos permitirá situar a língua por cima das siglas partidárias e fazer da normalizaçom lingüística um objectivo comum a todos os galegos e galegas à margem do seu compromisso político.

2º.- Facilitará a confluência dos diversos sectores hoje implicados na luita normalizadora desde parámetros político-ideológicos diversos, e que até hoje vinhérom fazendo a guerra polo seu lado.

Como exemplo concreto do que afirmamos podemos pôr a manifestaçom anual do 17 de Maio. Tal e como já manifestamos em diversas ocasions à Mesa, devem ser as entidades normalizadoras quem convoquem esse tipo de mobilizaçons, sem exclusons, limitando-se as organizaçons políticas a apoiá-las em lugar de converterem-se em protagonistas da convocatória. Desse jeito evitaremos a identificaçom entre a defesa dos direitos lingüísticos dos galegos e galegas e qualquer opçom partidária concreta.

- Em lugar de continuarmos de costas viradas, as entidades normalizadoras aqui representadas devemos comprometer-nos a dar passos na colaboraçom conjunta ao longo do ano. O festival de Vila Franca no dia 19 de Maio foi um primeiro ensaio do que deve marcar o futuro do nosso trabalho normalizador, melhorando os erros ali cometidos. Som muitas as ocasions em que poderíamos trabalhar conjuntamente por todo o que nos une. Em vez disso, até hoje pugemos por diante o pouco que nos separa. Por parte da Fundaçom Artábria, propomos um compromisso por parte das entidades normalizadoras aqui representadas para mantermos umha relaçom fluida e organizar conjuntamente campanhas e mobilizaçons ao longo do ano. Isto nom significa que cada entidade nom poda ter a sua própria dinámica diferenciada, senom que, ao contrário do que veu acontecendo até hoje, também haja lugar para o trabalho conjunto. Também será de utilidade organizarmos encontros nacionais periódicos como o que hoje nos reúne, para avaliar o trabalho feito e coordenar o trabalho futuro.

Um outro exemplo de umha campanha que poderia fazer-nos trabalhar conjuntamente, pode ser a reclamaçom da recepçom das televisons portuguesas ou campanhas como as de galeguizaçom dos nossos nomes e apelidos.

- Dentro da dinámica descrita, devemos apostar conjuntamente por retomar a mobilizaçom na rua. Cumpre fazer dos nossos direitos lingüísticos umha bandeira constante ao longo do ano, com campanhas conjuntas de denúncia em cada ámbito em que esses direitos som agredidos. Nom chega com umha mobilizaçom ritual cada 17 de Maio, nem tem esta por quê ser sempre em Compostela. Devemos mobilizar-nos ao longo do ano e nos lugares em que a luita normalizadora estiver de actualidade por qualquer motivo. Podemos pôr como exemplo actual a antigalega política municipal no Concelho da Corunha, ou o apoio à galeguizaçom de centros de ensino em determinada comarca, etc.

- Em vez de fazer da opçom ortográfica umha escusa para a divisom, os diversos sectores normalizadores, nomeadamente os que apostamos por umha orientaçom reintegracionistas e os que mantenhem umha prática contrária a essa orientaçom, devemos partir do respeito mútuo e nom fazer das nossas diferenças um impedimento para o trabalho conjunto. Desde o reconhecimento de cada quem, reintegracionistas e nom-reintegracionistas devemos ceder algo para que o trabalho conjunto seja possível.

Para a Fundaçom Artábria, o Encontro Nacional sobre a Língua só terá algumha utilidade se servir para modificar as tendências actualmente instaladas nos sectores favoráveis à normalizaçom do galego. Pola nossa parte, apontamos alguns aspectos que devem ser corrigidos para permitir a progressiva unificaçom de esforços por parte do movimento normalizador galego, suficientemente fraco como para nom permitir-se o luxo de dividir as suas forças. A situaçom social do nosso idioma exige-nos nom adiarmos por mais tempo a posta em comum do trabalho normalizador que cada umha das nossas entidades leva a cabo ao longo do ano.

Nom duvidamos de que cada colectivo poderá fazer o seu contributo na configuraçom de um novo cenário que permita o necessário trabalho conjunto entre todos e todas. Pola nossa parte, esperamos que o nosso contributo sirva a esse mesmo objectivo.

Grupo de Língua da Fundaçom Artábria.
Ferrol, 25 de Maio de 2002.

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A Associaçom Reintegracionista Artábria, nascida em 1992 em Narom, transformou-se em abril de 1998 em Fundaçom, inaugurando em setembro desse mesmo ano o seu Centro Social.

A Fundaçom Artábria está declarada de Interesse Galego e classificada de interesse cultural, com o número de inscriçom 54 e CIF:G15645518.


Para saberes mais, lê a definiçom da Artábria na wikipédia + info

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