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Calhos da senhora Joana

03-11-2002

  14:00:24, por artabria   , 319 palavras  
Categorias: Gastronomia

Calhos da senhora Joana

Os calhos som umha comida de grande tradiçom na nossa comarca e, em general , em toda a Galiza. A base do prato consiste em diferentes partes do estômago da vaca, a pata, e gravanços ou grao-de-bico. É muito possível que a mesma palavra calhos proceda do nome de umha das quatro partes do estómago da vitela, chamada qualhar.

Som as diferentes partes as que se utilizam também para as "tripas à moda do Porto", cuja diferença fundamental é serem acompanhadas de feijom e que a tradiçom situa o seu nascimento por volta do século XIV. Na Galiza constituía umha comida de ocasions especiais para a gente humilde: santos padroeiros, casamentos, baptizados... há que ter em conta que nom se matava o vacum normalmente, e estas partes da vitela eram as mais baratas. Existem em partes da Galiza receitas elaboradas com tripas e recho de porco, que mantenhem a mesma denominaçom.

Os gravanços ou grao-de-bico som originários da Índia e do leste do Mediterráneo. Tenhem-se polo menos nutritivo dos legumes. O seu nome científico é cicer arietinum; de cicer vem a nossa palabra chícharo e o de arietium é pola forma que lembra a cabeça de um carneiro (aries), também da forma procede o nome mais comum em português, grao-de-bico.

Umha das espécias que se lhes acrescentam som os cominhos, originários do Próximo Oriente, cumprindo aqui o mesmo papel que o do anis das castanhas, evitar a aerofágia ou meteorismo ou...

Como nom podia ser menos, os calhos contam com a sua correspondente festa gastronómica no nosso país, em Salzeda de Caselas ao primeiro domingo de Setembro.

A receita que ofereceremos é a que nos elaborou a senhora Joana de Sam Matu de Trasancos, com a experiência dos seus setenta e seis anos.

Pim Patinho e Joám López

1 comentário

Comentário de: guilherme [Visitante]
guilherme

Patinho e López
Quanta alegria ler, pela primeiraq vez em meus 59, um texto em galego… é realmente um dialeto portugues, com frases inteiras iguaizinhas à nossa lingua. No Porto de Vigo, a um motorista que nos levou a Bayona, pedi que falasse galego, em vez do Castelhano que conheço bem, e percebi, então, um pouco, a grande semelhança. Mas, no seu texto, tudo ficou maiis claro…

02-04-2013 @ 10:25
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