| « Neste ano começam as aulas de Português na Escola Oficial de Idiomas de Ferrol | Teatro: The Interrup-tour » |
Fim de semana de música, teatro, cinema e debate
16-09-2007
Categorias: Concertos, Local Social, Teatro e conta-contos, Palestras e debates
Fim de semana de música, teatro, cinema e debate
Neste fim de semana, o centro social da Artábria acolheu actividades, todas gratuitas, diversas e de grande interesse, que conseguírom manter umha boa média de participaçom e avançárom o que será um Outono de muito movimento. Se nom tiveste ocasiom de vir, resumimos-chas e convidamos-te a participar nas próximas...
Na sexta-feira, X. Bocixa apresentou-nos o seu documentário "A céu aberto", umha emocionante obra dedicada a lembrar a luita da vizinhança das Encrobas contra as expropriaçons para favorecer os interesses de Fenosa, durante os anos setenta. Umha boa mostra de que sim existe um verdadeiro audiovisual galego, comprometido com a nossa identidade e de fundo conteúdo social.
A projecçom foi seguida de um debate sobre os pormenores da produçom e realizaçom, em que o realizador explicou como foi possível a criaçom de "A céu aberto". Finalmente, uns petiscos pugérom termo a umha velada que se prolongou até passada a umha da manhá.
No dia seguinte, sábado, às 19 horas, a associaçom "A Gaiola" apresentou-nos umha nova jeira da sua publicaçom "Gaiola Aberta", elaborada por um colectivo de profissionais e internos de centros psiquiátricos da Galiza. O que fora secretário geral das Mocidades Galeguistas no exílio, Antom Moreda, foi o primeiro a intervir, seguido do psiquiatra Ramom Muntxaraz e a interna Maria Ameneiro. A situaçom da sanidade nos centros de saúde mental galegos e toda a sua problemática foi criticamente analisada, seguindo-se um debate com participaçom do público.
Finalmente, passadas as 22 horas, começou a representaçom do grupo teatral basco Interruptus, que combinou a música de intervençom com versons de Silvio Rodríguez, Kortatu, La Polla ou Negu Gorriak, com monólogos da consciência de um único personagem interpretado a duas vozes através da narraçom vital de um jovem basco.
Se quigeres adquirir o documentário "A céu aberto" em dvd, é só passares polo centro social. Temos alguns exemplares à vossa disposiçom por 8 euros cada.
1 comentário
Um pé na virtude, outro pé no pecado
Andei do lado escuro das luas para ter o prazer de negar a supremacia da luz. Os melhores espíritos estavam no limite, com um pé na virtude e outro pé no pecado. O Sol é tão claro que não nos permite ver-mos outras belezas. Os espelhos confundem por mostrar demais. O que é claro é enfadonho; o que é escuro é misterioso e fascina. À noite posso ver a lua com mais poesia e menos ciência e toda beleza que eu extraio das estrelas necessita o seu quinhão de trevas.
Não quero parecer-me um poetóide contemplativo soltando loas ao ?sorriso das estrelas e a beleza prateada da lua?. Vôo mais além. Busco a beleza plástica e por vezes já andei corrigindo o cenário. Eu vejo defeito no pedacinho de Universo que me é permitido enxergar. Vez por outra transfiro estrelas de um lugar para outro, imagino a lua com outras cores e corrijo o excesso de nuvens em algum lugar da pintura. Longe de mim dizer que Deus é um mau criador (embora eu tenha restrições em relação ao gambá e ao sapo), mas não é justo Ele nos apresentar o mesmo belo e enfadonho espetáculo milhões de vezes, enquanto Ele pode viajar para alfa do centauro e contemplar outras paragens. Já me cansei de ouvir o trovão depois de contemplar o relâmpago. O Universo e suas leis repetem a mesma ladainha de sempre, os mesmos compassos, a mesma cantilena, e o refrão só atesta a sábia observação do profeta: ?Debaixo do Sol não há nada novo.?
Wandecy Medeiros em seu livro ?E os Vermes Tinham Razões…?
