Como cada ano desde inícios da década de noventa, a Artábria estivo neste 25 de março às portas do prédio em ruínas onde, em 1910, nasceu Ricardo Carvalho Calero.

Poesia, música e as palavras de Vituco em representaçom da Junta Diretiva da Fundaçom servírom de modesta homenagem e reivindicaçom da figura de Carvalho, ferrolano e galego universal.

A poesia ficou desta vez a cargo da poeta ferrolana Aurora Varela, que recitou versos de Carvalho Calero. Agulhó e Miguel interpretárom à gaita o Marcha do Antigo Reino da Galiza e o Hino Nacional, com o qual concluiu o ato de homenagem.

Eis o vídeo de um dos poemas recitados pola companheira Aurora:

E a seguir reproduzimos a intervençom do companheiro Vituco:

Acho mui dificil escrever algo original e novo referente à figura de Carvalho, nom só pola minha falta de experiência, como também pola grande valia intelectual das companheiras e companheiros que tenhem passado por este projecto de língua e que contribuírom com o seu trabalho para seguir mantendo-o vivo.

Hoje cumpre-se o vigésimo primeiro aniversário do passamento do professor Ricardo Carvalho Calero, intelectual integral. Um dos principais representantes do reintegracionismo lingüístico, além de prolífico autor literário, poeta, científico e representante do nacionalismo histórico galego.

Com este motivo, e mais um ano, na Fundaçom Artábria aproveitamos para homenagear a sua figura, para valorizar a dedicaçom de muitos anos de trabalho para a construçom da nossa história. Dedicaçom silenciada em muitas ocasions polos sectários e as administraçons; por se manter coerente com às suas convicçons, incómodas em muitos casos para as instituiçons dominantes.

No ano passado, ano do centenário do seu nascimento e vigésimo do seu passamento, ficamos envergonhados, mais umha vez, pola passividade e abandono da Junta e do Concelho, incapazes de pôr em marcha qualquer medida para popularizar a vida e obra de Carvalho e dar-lhe o valor que merece pola sua entrega à dignificaçom do País e da nossa Língua. Tam só algumha pequena cousa: tarde, mal e arrasto.
Este prédio, desde há bem pouco de titularidade municipal, pode servir como representaçom do desleixo das autoridades políticas e culturais do País pola figura de Carvalho Calero.

Artábria nasce, em grande parte, para continuar com o legado deixado por Carvalho, para continuar com esse afám de normalizaçom, de compromisso com a língua e cultura nacional, para reivindicar a unidade lingüística galego-portuguesa, umha Galiza em Galego e, como nom, o reconhecimento pleno da figura do ilustre professor ferrolano, galego e universal.

É por todo isto, que da nossa entidade, continuaremos dedicando especiais esforços na divulgaçom da sua obra e ideias e na reclamaçom dum Dia das Letras para Ricardo. Nessa direçom, podo anunciar-vos que nos próximos meses esperamos poder concluir um trabalho ambicioso que permitirá a divulgaçom da sua mais monumental obra científica: a História da Literatura Galega Contemporánea, que mais de duas décadas depois da morte do autor poderá ser lida tal como ele queria que estivesse escrita: no padrom lingüístico reintegracionista. Trata-se de um trabalho que conta com o apoio da família de Carvalho, que reconheceu o trabalho da nossa entidade e apoiou que nos ocupemos desse grande projeto.