« Festejamos as Letras Galegas | Apresentaçom do livro 'Herdeiros pola forza' com Xurxo Ayán e Manuel Gago » |
No passado dia 28 de abril diversas entidades que trabalhamos pola defesa da nossa língua decidiamos numha junta aberta, e convocada em regime de autoconvocatória, que o reintegracionismo de base tinha que visibilizar-se na manifestaçom nacional que decorrerá no dia 17 de maio, Dia das Letras, nas ruas de Compostela.
A maneira que achamos para fazer mais efetiva essa visibilizaçom é participar no Bloco Laranja que sairá da Estátua das Marias, na Alameda.
Pola nossa parte, da Fundaçom Artábria, chamamos a base social reintegracionista a participar no Bloco Laranja, utilizando maciçamente essa cor nesse dia, e animamos outras entidades a se somarem a esta convocatória e difundirem o manifesto da mesma.
A língua por bandeira: Na Galiza, só em galego!
Pola Oficialidade Única do GalegoA defesa do galego por parte de todos e todas as habitantes do nosso país é a melhor e a mais efetiva maneira de afirmarmos o direito coletivo a sermos o que sempre fomos: galegos e galegas.
A perseguiçom do direito fundamental a vivermos na nossa língua, protagonizada por todas e cada umha das instáncias oficiais da institucionalidade espanhola, é a melhor prova de até que ponto existe umha planificaçom por parte do Estado espanhol para a desapariçom da Galiza como realidade diferenciada e com direito à existência.
O anterior é certo e visível no dia a dia de todos e todas nós. Os mecanismos de poder lingüístico mantenhem-se em maos do espanholismo de maneira inegociável para eles. A açom desgaleguizadora nom se reduz às etapas de governos do PP, por mais que essa força política represente a expressom mais crua da barbárie espanhola.
Esses mesmos mecanismos lingüicidas estám presentes nas instituiçons governadas por todas as forças do espanholismo, ?duro? e ?brando?, e atuam de maneira decidida, favorecendo e favorecendo-se, em simultáneo, da desarticulaçom da comunidade lingüística galega.
Concelhos, deputaçons, governo autónomo, organismos de justiça, ensino público e privado, meios de comunicaçom, poderes económicos... todos eles som expressons dos interesses oligarquia espanhola dominante e contam com a vergonhosa colaboraçom da classe dirigente galega, vendida e renegada.
Hoje é bem visível o resultado da cooficialidade ?outorgada? pola Constituiçom espanhola de 1978, que só marcou umha nova fase do histórico processo de assimilaçom. Desta vez em nome do bilingüismo, preparou o terreno para a liquidaçom definitiva do galego, que hoje está mais próxima do que nunca estivo.
A resistência que no plano lingüístico sempre nos caraterizou, e que nos permitiu mantermos esse património milenar que é a língua, corre hoje mais risco que nunca de ser varrido polos poderosos meios de propaganda e restantes ferramentas com que conta o projeto nacional espanhol para conseguir o seu objetivo final: deixar a Galiza sem fala, convertê-la em mais umha regiom espanhola rendida e desarmada.
A resposta tem que estar à altura da agressom. Devemos promover e articular a unidade de todos os setores conscientes e defensores da nossa identidade lingüística; devemos praticar e exercer dia a dia, em cada cidade e em cada vila, o direito a viver e organizar-nos em galego; mobilizar-nos e denunciar cada nova agressom, mantendo sempre em alto a bandeira que melhor representa o que ainda somos: galegos e galegas.
- Querem converter o galego em língua marginal e estrangeira na própria pátria: defendamos a sua centralidade em toda atividade social, sem concessons.
- Querem que o galego seja umha fala regional, ?autonómica? e dependente do todo-poderoso espanhol: afirmemos e pratiquemos a unidade lingüística galego-luso-brasileira, pois o galego fai parte de um amplo espaço lingüístico internacional e nom podemos desperdiçar o que isso supom.
- Querem converter o conflito lingüístico num assunto institucional, decidido polas maiorias e minorias parlamentares: levemos o conflito às ruas e situemos o galego por cima de qualquer fracionalismo partidista e eleitoreiro. O galego é o primeiro!
- Querem que assumamos o bilingüismo oficial e desequilibrado como inevitável, sabendo que o tempo joga a favor do espanhol: exerçamos a nossa soberania lingüística, reivindicando a Oficialidade Única do galego numha Galiza soberana.
- Querem que assumamos o espanhol e, através dele, que assumamos Espanha. Respondamos promovendo e galeguizando todo o tipo de projetos sociais, públicos e comunitários: escolas, centros sociais, produçom cultural, música, luita social, política e sindical... todo ao serviço do nosso principal sinal de identidade coletiva, todo ao serviço de umha Galiza livre e em galego.
Galiza, 17 de maio de 2012