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Reproduzimos intervençom do companheiro Vitor Santalha, em representaçom da Diretiva da Fundaçom Artábria, na homenagem a Carvalho Calero.
Boa tarde a todas de todos e em nome da Fundaçom Artábria, obrigadas por estardes esta tarde aqui.
Este ano completam-se vinte e cinco anos do passamento de Ricardo Carvalho Calero e mais um ano, da nossa entidade reservamos um bocado de tempo para estar aqui mais umha vez rendindo homenagem a este ferrolano ilustre e vulto da nossa cultura.
Acho que pouco mais se pode dizer e quase nem é necessário defender o velho professor no tocante à sua criaçom, porque a sua obra e legado têm umha fácil defesa em si própias.
Apesar de que ninguém pode negar o valor do seu trabalho científico e literário, a sua atividade continua mesmo desconhecida para o grande público; devido sem dúvida à atitude de membros das instituiçons culturais e linguísticas, esforçadas em enterrar de vez as suas ideias.
Após mais de trinta anos da aprovaçom da Lei de Normalizaçom Lingüística, vendo a situaçom na que a nossa língua se atopa na Galiza e em concreto na nossa comarca, da nossa entidade reafirmamo-nos dizendo que o caminho marcado por Carvalho era e é o correto. O caminho da unidade lingüística galego-portuguesa, o caminho da inversom linguística, que nom implica, ?...a expulsom do castelhano nem de ningumha outra língua do nosso País? como outros pretendem fazer crer.
O bilinguismo é um enriquecimento pessoal, umha realidade cultural hoje imprescindível; mas, que um povo seja bilíngue é umha situaçom de desorde, anti-higiénica e anti-económica. A realidade que temos, é a dumha situaçom de diglossia, na que há umha língua com maior potência social, polo tanto o uso igualitário é umha utopia.
Decerto que do movimento reintegracionista temos e devemos fazer autocrítica, mas chegou o momento de que o movimento normalizador maioritário tome umha outra estratégia para a nossa língua senom queremos que esmoreça diluída no castelhano.
Há mais de umha década que a Fundaçom Artábria vinha denunciando que a casa natal de um dos mais importantes nomes da cultura galega nascidos em Ferrol foi apodrecendo e caindo aos pedaços. Ano após ano desde inícios da década de 90, a nossa entidade homenageou Carvalho Calero aqui, pedindo de maneira reiterada que os sucessivos governos municipais, de todas as cores, assumissem a restauraçom deste prédio.
Queremos fazer extensiva a nossa denúncia ao estado geral do bairro, o de Ferrol Velho, germolo desta cidade e que sofre umha decadência intolerável, ilustrativa do desleixo pola figura de Carvalho Calero e o desprezo que demostram cara o nosso património nacional, deixando-o cair abaixo enquanto desviam milheiros de euros para a promoçom dumha cultura alheia à nossa.
Da nossa entidade, a qual em grande parte nasce para continuar com o património deixado por Carvalho, prosseguiremos dedicando especiais esforços na divulgaçom da sua obra e ideais com ou sem Dia das Letras Galegas já que nom seremos nós as que lhe demos legitimidade ao stablishment cultural para impor o que tem de ser lembrado e o que pode ser esquecido.
Ricardo Carvalho Calero
Bom e Generoso
Na Galiza, em Galego!