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Mais vale tarde que nunca! Reproduzimos intervençom do companheiro Vitor Santalha, em representaçom da Diretiva da Fundaçom Artábria, na homenagem a Carvalho Calero no XXVI Aniversário do seu passamento.
Boa tarde a todas e todos, da Fundaçom Artábria, obrigadas por estardes aqui.
Ontem completarom-se vinte e seis anos do passamento de Ricardo Carvalho Calero e mais umha vez, da nossa entidade, reservamos um bocado de tempo para estar aqui rendindo homenagem a este ferrolano ilustre e vulto da nossa cultura.
Acho que pouco mais se pode dizer e quase nem é necessário defender o velho professor no tocante à sua criaçom, a sua obra e legado tenhem umha fácil defesa em si própias.
Apesar de que ninguém pode negar o valor do seu trabalho científico e literário, a sua atividade continua mesmo desconhecida para o grande público.
O estado do bairro em geral e esta vivenda em particular pode servir como prova do desleixo das autoridades de todo tipo e cor polo nosso património e pola figura de Carvalho Calero.
Homenageamos também o seu compromisso e a sua vocaçom de serviço desinteressado à construçom nacional. Dedicaçom de muitos anos de trabalho silenciada polas instituiçons dominantes. Para as quais, os postulados do professor Carvalho representavam umha presença incómoda. As suas premissas nom eram, nem serám, compatíveis com o estreito e regulado marco previsto para a nossa língua.
Mentar Carvalho é mesmo um ato transgressor.
Ano após ano, e mais de trinta depois da aprovaçom da Lei de Normalizaçom Lingüística, a nossa língua vai sumindo na Galiza e mais em concreto na nossa cidade onde a situaçom é particularmente dramática, as pessoas que empregamos o galego como língua habitual nom chegamos ao 7% da populaçom, segundo um inquérito de 2013, a percentagem mais baixa das 7 cidades do País.
Este é um outro motivo para reafirmamo-nos dizendo que o caminho marcado por Carvalho, cremos, era e é o correto. O caminho da unidade lingüística galego-portuguesa, a imersom linguística, que nom implica, em palavras de Carvalho "...a expulsom insensata do castelhano nem de ningumha outra língua do nosso País" como outras pretendem fazer crer.
'O bilingüísmo é um enriquecimento pessoal, umha realidade cultural hoje imprescindível; mas, que um povo seja bilíngue é umha situaçom de desorde, anti-higiénica e anti-económica'. A realidade é que, como bem dizia Carvalho: 'O bilinguismo acaba sempre na monarquia daquela das duas línguas com maior potência social'. Portanto o uso igualitário é umha utopia.
Da nossa entidade, a qual nasce em grande parte para continuar com o legado deixado por Carvalho, continuaremos trabalhando na direçom marcada polo velho professor, dedicando especiais esforços na divulgaçom da sua obra e teses com ou sem Dia das Letras já que nom seremos nós as que lhe demos legitimidade ao stablishment cultural para impor o que tem de ser lembrado e o que pode ser esquecido.
Na Galiza em galego!