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Todo povo que aspira à liberdade coletiva plena precisa de muitos recursos de todo o tipo postos ao serviço do horizonte comum de liberdade. Dentre todos eles, um nada desprezível é a existência palpável de um coletivo intelectual fiel à causa, que pense e trabalhe por ela nos mais diversos campos das artes e das ciências.
A Galiza acaba de perder um representante desse intelectual coletivo que aposta no País num ámbito tam importante como é a cultura, especialmente a língua e a literatura e, dentro dela, a dirigida às galegas e galegos mais novos.
Poderíamos lembrar a sua ampla obra literária, premiada e traduzida a numerosas línguas, assim como a sua de trajetória de serviço incondicional à língua e ao País, expressado na sua participaçom em numerosas iniciativas cívicas nascidas do seio deste povo.
Porém, queremos destacar neste dia a dignidade com que rejeitou o "Prémio Cultura Galega das Letras", atribuído pola Junta do PP no ano 2010. Todo um exemplo de firmeza na defesa coerente de uns valores frente ao poder, situando a defesa da língua e da cultura por cima de qualquer veleidade narcisista que implicasse o reconhecimento de um poder explicitamente inimigo do País.
Quando vemos tanta intelectualidade ao serviço direto ou indireto desse mesmo poder oposto à construçom da Galiza, da sua cultura e da sua língua, é o momento de reivindicar com o orgulho o exemplo do intelectual que se situa incondicionalmente ao serviço do seu povo.
A homenagem e reconhecimento de todas e todos os que formamos a Fundaçom Artábria é hoje para Agustín Fernández Paz.
Ferrol, Galiza, 12 de julho de 2016