Os nazonalistas galegos éramos, fai catro ou cinco anos, autonomistas. Coidábamos de boa fe que á Galiza abondáballe coa Autonomía. Os nazonalistas galegos de hoxe xa non somos autonomistas. Coidamos de boa fe que á Galiza non lle abonda coa Autonomía. ¿Que queremos, pois, os nazonalistas galegos? Queremos a independenza de Galiza; a sua compreta e absoluta libertade. [?] A nosa Libertade non vai nin quere ir en contra de Libertade algunha. Pro a nosa Libertade é unha cousa tan nosa, que ninguén teria dreito á asoballala. E si o feito de querela e de pedila fose tomada como unha decraración de guerra pol-o Estado, pensariamos que a nosa Libertade e o Estado son cousas incompatibles.
Este texto, com um nítido caráter independentista e públicado no Dia da Pátria de 1922 no Boletín Mensual da Irmandade Nazonalista Galega. Del. do Ferrol corresponde ao Doutor Jaime Quintanilha.
Car@s companheiras, Car@s amigas
Foi no ano 1942 e em Buenos Aires, quando a Irmandade Galega, que substitui o Partido Galeguista, declarou o 17 de agosto Dia das Mártires Galegas. Decidírom esta data porque, tal dia como o de hoje de 1936 Alexandre Bóveda, foi passado polas armas no Monte da Caeira em Poio, mas bem podia ter sido polo assassinato do Doutor Quintanilha, já que simboliza e representa todas as pessoas mortas ou represaliadas pola violência fascista desatada a partir do dia 20 de julho de 36. Podemos debater se umha data tam trágica deve, ou nom, ser motivo de celebraçom, mas o que temos claro da nossa entidade é que um dia e um ano como este, em que se completam 80 anos do holocausto galego, é para nós motivo para a reivindicaçom e homenagem àquelas mulheres e homens que defendêrom a liberdade e a democracia.
Nom devemos esquecer que a II República Hespanhola foi um período mui fecundo, no qual se conseguem importantes, inda que insuficientes, vitórias democráticas (sufrágio universal, direito ao aborto, divórcio, igualdade legal entre mulheres e homens, direito à greve, legalizaçom de organizaçons políticas e sindicais...).
Jaime Quintanilha, embora nom nascesse em Ferrol, foi umha pessoa fundamental na vida política e social ferrolana. Cirurgiám comprometido com a causa operária e nacional, antifascista, defensor da nossa língua, pessoa vital na fundaçom da Irmandade da Fala Local, criador da Editorial Céltiga, autor teatral como também de multidom de artigos jornalísticos ou a sua teima com a criaçom dum sindicato nacionalista... som, para nós, motivos mais do que suficientes para ser merecedor da nossa admiraçom e reconhecimento.
Mas hoje nom comemoramos apenas a morte violenta dum patriota. Hoje comemoramos todas as vítimas do holocausto galego e em particular as vítimas do fascismo na nossa comarca. Fosse qual fosse o ideário que professassem. De Mario Rico a Moncho Reboiras, passando por Garcia Niebla, Amada Garcia, Manuel Morgado, Alfonso de Cal, Maria Vasques Soares, Pancho, Manuel e Jesús Dias Rascado ou Lopes Bouça. Sem querer esquecer, injustamente, os centos de pessoas presas e fusiladas no Campo de Concentraçom de Cedeira ou no Castelo de Sam Filipe como também nos cemitérios de Serantes ou das paróquias da zona rural. É por este motivo, que da nossa entidade reservamos um bocado de tempo no dia de hoje, para reivindicar e homenagear estas pessoas, como também contribuirmos para manter acesa a chama da sua memória para alimentar a nossa liberdade e a nossa identidade.
Denantes mortas que escravas!
Fascismo nunca mais!