« Despedida para o John, um amigo e camarada | Atividades de junho na Fundaçom Artábria » |
Quando umha entidade fai anos, ela vai inevitavelmente perdendo companheiros e companheiras por diversas causas, incluído o incontornável fim da nossa existência como pessoas individuais.
A ausência de alguns deles, que dedicárom boa parte do melhor das suas vidas a todo aquilo que nos une, magoa-nos especialmente. Esse é o caso do Joám Paz: o nosso John.
Membro fundador da Associaçom Reintegracionista Artábria, a inícios dos anos 90, e da Fundaçom Artábria, a finais dessa década, ocupou postos de responsabilidade durante anos, até se ver forçado à emigraçom em Espanha. Nunca abandonou a sua participaçom na Artábria, reincorporando-se nos últimos anos, já de regresso ao nosso país.
Reintegracionista convencido desde a juventude, foi também sócio da AGAL e da AEG até o seu derradeiro dia de vida.
Politicamente, era comunista, ateu e independentista. Como tal, foi militante de NÓS-Unidade Popular durante os anos de existência dessa organizaçom da esquerda independentista galega.
Amante da cultura e da Galiza, o John foi um ativista permenente em defesa da língua e dos direitos nacionais do nosso país. Era também um firme defensor da ciência desmercantilizada e ao serviço da humanidade, inimigo de toda forma de pensamento mágico.
A Fundaçom Artábria quer, nestes momentos de profunda tristeza, render pública homenagem ao nosso companheiro de tantos anos de luita, de entrega militante e de alegria de viver polo bem coletivo do povo galego, com umha posiçom inequivocamente de classe.
Para além do dito, o John era umha boa pessoa, um ser humano excecional. Um de tantos que trabalham sem mais interesse que servir ao seu povo, sem que a maioria dele chegue nem sequer a saber que existírom. Por isso achamos tam necessário este reconhecimento público.
Nom exageramos ao afirmarmos que a de hoje foi umha grande perda nom só para a Fundaçom Artábria, mas também para a Galiza.
O amigo, o companheiro John fica para sempre na nossa lembrança e despedimo-lo com umha sentença de António Gramsci de que ele tanto gostava e que tam bem difine a sua trajetória vital: "O pessimismo da razom, o otimismo da vontade".
Ferrol, Galiza, 23 de junho de 2017