« Alarde Misto | Poemas recitados 16 de Maio » |
Mais um poema recitado no 16 de Maio por Belém Grandal.
A ROSALIA
Levo teu rosto sereno no meu peito de mulher
nas maos pensamentos de folhas brancas e azuis
nos beiços teus versos com brilhante carmim
com os que recebo cada dia quando alvorecer.
Rosalia, mulher culta, orgulhosa e valente
decidiste converter as palavras em punhais
para cravarem nos gélidos e inanes coraçons
como afiadas estacas que destruiram semente.
A podrémia semente da Coroa de Castela
que deu filhos espúrios nos terreos ermos
guerreiros atroces de insaciáveis conquistas
que arrincaram sem piedade nossa arela.
Foram tempos obscuros para a nossa naçom
as miradas na procura de horizontes distantes
lugares remotos onde a esperança medrava
ficando nossa pátria sob alheia dominaçom.
Homens que nosso género tornastes invisível
malia serem farturentas na dureza dos trabalhos
falaste da ausência por aqueles que emigravam
da soidade da mulher e da sua força visível.
Denunciaste as humilhaçoms da nossa gente
as penúrias e misérias que andavam a padecer
foste por isso, escritora ocultada e silenciada
desprezada na corte da ?Espanha? indecente.
No jardim das palavras plantaste pensamentos
e foram da primavera ao inverno florescendo
em versos que exalavam irredentas fragráncias
que ainda impregnam nosso ser nestes momentos.
E foste murchando, esmorecendo devagarinho
no tempo da quentura ficou teu corpo bem frio
eternos som teus versos que vam sempre comigo
candeias que alumeiam meus passos neste caminho.
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