O escritor português e Prêmio Nobel de Literatura, José Saramago, afirmou esta semana na Aula Magna, da Universidade de Havana, que o poder econômico transnacional seqüestrou a democracia.
Abel Prieto, ministro da Cultura, Armando Hart, diretor do Programa Nacional Martiano, e Mario Luis Rodríguez, vice-reitor da Universidade de Havana, além de membros do corpo diplomático em Cuba, estavam na solenidade.
O intelectual precisou que os chamados governos democráticos são apenas os intermediários entre o poder econômico e os cidadãos, que não influem nas instituições que regem o mundo como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
Considera que George W. Bush é um títere que tem por trás o poder econômico das multinacionais e das grandes instituições financeiras, que se encontram fora do alcance dos cidadãos.
Saramago pôs o exemplo da diretiva de privatização dos serviços da União Européia, através da qual há empresas nas quais não funcionam as legislações nacionais, reforçando-se a extraterritorialidade do poder econômico.
Em Cuba acontece o contrário, a extraterritorialidade é totalmente oposta, e colocou o exemplo da Escola Latino-americana de Medicina.
Saramago referiu-se ao seu romance Ensaio Sobre a Lucidez, obra muito polêmica em Portugal, pois conta a história de umas eleições nas quais 83% das pessoas votam em branco, única possibilidade que dá a democracia para a maioria diga o que não quer.
*Agência Cubana de Notícias