O Supremo Tribunal dos Estados Unidos acaba de dar um golpe na liberdade de imprensa. A sua decisão de não rever o caso de dois jornalistas que se recusaram a revelar as suas fontes significa que os mesmos irão para o cárcere. Trata-se de Judith Miller, do jornal The New York Times, e Mathew Cooper, da revista Time. Ambos negaram-se a revelar quem foram as suas fontes numha notícia em que veio à luz o nome de Valerie Plame, oficial da CIA e esposa do ex embaixador Joe Wilson. Nos EUA é um delito federal revelar o nome de um funcionário da CIA.
O juiz do tribunal de primeira instância ordenou-lhes que revelassem as suas fontes, sob pena de irem para a prisão durante 18 meses por desacato, ao que eles se recusaram. O caso chega agora à última instância, o Tribunal Supremo que, com a sua decisão, ratificou de facto a decisão da primeira.
Sem a garantia legal de protecção às fontes não teria sido possível revelar os famosos 'Documentos do Pentágono' de 1971 acerca da guerra do Vietnam, nem tão pouco o caso 'Garganta funda' que levou à renúncia do presidente Nixon. O jornalismo investigativo nos EUA fica assim amordaçado. "O encarceramento de repórteres por perseguirem a verdade soa particularmente medieval nesta era da informação", concluia o The New York Times em editorial