Nom chores, nada val umha só bágua
do teu coraçom,
acolhe-te na cálida preguiça
do vinho
deixa-te arrastar por ele,
apartará a angústia da tua alma.
Fomos abandonados
no mesmo intre do nosso nascimento,
geárom o nosso coraçom
com mentiras e patranhas.
Nom chores, nom merece umha só bágua
do teu coraçom,
o que somente som
frios espelhos
quebrados pola geada.
Chimpa de ti,
a tua própria imagem,
toda a sabedoria nom poderá
librar-te
de ser um sonho roto
nos alcantilados da noite.
Nom chores, nada vale umha só bágua
do teu coraçom,
afoga o teu pranto com o doce
murmúrio
em que te mergulha
um corpo de mulher,
ela é o fundo cálix
onde bebemos os momentos dos deuses.
Depois
embriaga-te e cala.