A barbárie da ocupação americana na província de Nínive

07-01-2006

  21:31:30, por Corral   , 1462 palavras  
Categorias: Novas

A barbárie da ocupação americana na província de Nínive

por Conselho de Notáveis, Xeques e Ulemás da Província de Nínive

Em nome de Deus, o Compassivo e Misericordioso

Memorando dos Dignatários, Xeques e Ulemás da Província de Nínive ao:
-Secretário Geral das Nações Unidas
-Secretário Geral da Liga dos Países Árabes
-Secretário Geral da Organização dos Estados Islâmicos
-Reis e Presidentes dos Estados Árabes e Islâmicos
-Todas as Organizações Humanitárias e de Direitos Humanos

À luz das difíceis circunstâncias que o nosso país e o nosso povo em geral e o da Província de Nínive em particular estão a enfrentar, dignitários e chefes tribais da Província de Nínive encontraram-se para discutir a trágica condição do povo da Província ameaçado pela omissão e ausência das autoridades legislativas e executivas e na sua segurança pois as autoridades militares tornaram-se instrumentos destinados a aumentar a opressão do povo da Província e a sua miséria.

Após discussões, foi decidido apresentar o seguinte memorando na esperança de encontrar alguma resposta a fim de proteger esta cidade árabe islâmica e assistir o nosso povo na Província de Nínive.

Pedimos um Comité Internacional de Inquérito, além de um comité iraquiano formado por representantes de Ulemás, Xeques e Notáveis vindos do Iraque central e do sul a fim de investigar os crimes cometidos pelas forças de ocupação americanas assistidas por membro das Forças Especiais do Interior e da Guarda Nacional. Denunciamos especialmente os crimes sectários e a violação de mulheres iraquianas, o que representa um grave precedente no Iraque. O governo iraquiano é conivente com todos estes crimes ausentes dos media e em particular pela morte e sequestro de jornalistas por mercenários da ocupação depois de aterrorizarem e excluírem estações satélites e os media árabes e internacionais, impedindo a cobertura e permitindo a carnificina do povo iraquiano sem a presença de testemunhas.

Alertámos antes a opinião pública e as organizações internacionais de direitos humanos sobre a verdade do que está a acontecer em Tel Afar ? a utilização de força extrema e de armas proibidas internacionalmente como gases venenosos, bombas de fragmentação (cluster), de microondas e de napalm. Exigimos agora que sejam executadas autópsias nos cadáveres dos nossos filhos caídos na bárbara agressão por corpos médicos internacionais a fim de verificar as práticas desumanas adoptadas pelas forças americanas de ocupação e desmascarar as milícias canalhas (stooges) que participaram no massacre de Tel Afar.

Advertimos, como pessoas responsáveis, dos perigos de iniciar limpezas étnicas em Tel Afar e na orla esquerda da cidade de Mosul e das aldeias vizinhas, executadas pelas milícias Beshmarga dos partidos curdos e pela Brigada Badir "a qual está a actuar como força regular da Guarda Nacional" amparada pelo silêncio do governo, quando os lares dos sunitas na cidade de Tel Afar são destruídos depois de os homens serem presos e as mulheres e crianças serem despejadas à força sob a ameaça da morte e da violação.

Exigimos um fim à campanha organizada de prisões contra os sunitas. Cerca de 50 a 100 filhos, xeques e professores da Província são presos só para serem libertados uns dias depois após o pagamento de subornos, o que mostra quão baixo caíram os perpetradores destes actos e o seu objectivo de quebrar a moral do povo da Província.

Exigimos o julgamento dos ministros da Defesa e do Interior por aquilo que provocaram ao nosso povo em Tel Afar e Mosul em resultado de crimes rejeitados pela consciência humana. Também consideramos o governo responsável pelos extermínios e carnificinas sangrentas que tiveram lugar na cidade de Tel Afar e pela extrema crueldade aplicada aos sunitas civis tanto por árabes como turcomanos.

Também exigimos a remoção do governador de Nínive, Duraid Kashmoola, que foi demasiado fraco para fazer o que quer que fosse para assistir o povo do Província e por manter-se silencioso acerca dos assassínios e prisões executados pelos gangs curdos e pelas Forças de Badir contra os filhos e notáveis da Província. Também mencionamos o seu silêncio e fracasso e por um travão à expansão curda, a qual cercou todas as aldeias da Província. Os gangs curdos aboliram o direito ao controle de todas as cidades e aldeias em torno de Mosul onde tratam todos os não árabes, mesmo aqueles que não são curdos, tais como os yezidis, assírios e shabaks, como curdos à força. Eles também indicaram funcionários do partido para estas aldeias, arriaram as bandeiras iraquianas e astearam as bandeiras curdas em seu lugar.

As milícias curdas ocuparam de facto a orla esquerda da própria cidade de Mosul e baixaram as bandeiras iraquianas substituindo-as por bandeiras curdas. O governador não se mexeu porque a Província é liderada pelo deputado curdo governador Khisro Kolani. Ele é o responsável absoluto por todas estas operações de extermínio e assassínio contra os ulemás, os filhos da Província, seus xeques e professores. Toda a gente de Mosul sabe que ele é o responsável pelo assassínio do anterior governador Dr. Osama Yousif Kashmoola por este ter tomado posição contra a maré curda.

Enquanto advertimos para a gravidade da situação de segurança na Província em geral e em Tel Afar em particular, colocamos a responsabilidade pelas mais recente escalada sectária sobre as milícias partidárias que trabalham como forças regulares, tais como a Guarda Nacional representadas pela brigadas lobo e trovão. Além de prisões arbitrárias, tratamento desumano, violação de direitos de residentes e do roubo dos seus haveres elas berram ao entrarem nas cidades da Província: "O exército de AlHusain está aqui para quebrar os narizes dos sunitas". Isto é uma simples amostra do sectarismo e do ódio de tais grupos, o qual não era familiar aos iraquianos sunitas ou xiitas e constitui uma nova indicação clara da traição dos partidos que penetraram as fronteiras do povo iraquiano.

Exigimos a retirada de todas as milícias e o fim de todas as manifestações armadas da cidade de Mosul, onde estas milícias estabeleceram pontos de controle (check points) e distribuem armas para jovens milicianos num esforço para aterrorizar os residentes de Mosul. Elas cortaram estradas arbitrariamente enquanto o governador nada faz; ele é de facto o último a saber. Elas arvoraram bandeiras curdas nos edifícios a fim de estabelecer um Estado de facto como se vivêssemos num país que não é o Iraque. Toda a gente sabe que Mosul (apesar da nossa crença de que todas as cidades iraquianas são para todos os iraquianos) é uma cidade árabe desde longa data, ao passo que os residentes curdos na orla esquerda são aqueles que migraram nos últimos poucos anos sob a pressão das difíceis circunstâncias com que se depararam nas suas áreas. O povo de Mosul abriu os braços aos seus irmãos e abraçou-o não para tornar curda a sua cidade e sim porque acreditavam na unidade do seu país. Isto está em agudo contraste com o banimento dos árabes iraquianos dos pertences, edifícios ou investimentos nas áreas do norte. Além disso, há uma campanha de importunação dos viajantes não curdos para o norte do Iraque.

Protestamos contra o blackout de notícias e contra o silêncio adoptado pelas organizações internacionais e de direitos humanos em relação ao que está a acontecer em Tel Afar e Mosul.

Protestamos contra o blackout de notícias e o silêncio total adoptado pelas estações árabes por satélite em relação ao que aconteceu e está a acontecer em Tel Afar e Mosul.

Protestamos contra o silêncio árabe, islâmico e internacional em relação à utilização de armas de destruição em massa contra o nosso povo em Tel Afar e exigimos uma Comissão Internacional de Inquérito semelhante àquela que investigou a morte de Al-Hariri ou será que o sangue do povo do Iraque em Tel Afar não justifica uma investigação?

Com a Paz de Deus e Bênçãos
O Conselho de Notáveis, Xeques e Ulemás da Província de Nínive
Mosul, 22/Dezembro/2005

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