Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
agarima-te aos quentes sonhos do vinho,
deixa-te levar por ele,
arrastará longe de ti todas as mágoas;
fumos abandonados
no mesmo instante do nosso nascimento,
geárom o nosso coraçom
com mentiras e fábulas.
Nom chores, nom merece umha soa bágua
do teu coraçom,
o que somentes som frios espelhos
quebrados pola geada,
bota de ti, a tua própria imagem;
toda a sabedoria
nom te poderá livrar
de ser um sonho roto nos cantis da noite.
Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
afoga o teu pranto com o doce
murmúrio
no que te alaga um corpo de mulher,
ela é o profundo cálix
donde bebemos os momentos dos deuses
depois
embriaga-te e cala.
Nada vale o que vale umha boa queca,
mete-o na cabeça, irmão,
nada.
Nem presidente, nem banqueiro, nem doutor,
vale o que vale umha boa queca,
nom demandes ao céu, nada vira de ai,
enrestia-te com um ardente corpo de mulher
acharás o bing bang do universo
Escuita e nom esqueças,
nom goldraches a tua vida
em que os demais te considerem respeitável,
bebe-a em grolos de beijos e vinhos com a tua amante
Nada vale o que vale umha boa queca,
mete-o na cabeça, irmão,
nada.