Na crise: Estudo e acçom

23-12-2008

  22:03:20, por Corral   , 788 palavras  
Categorias: Ensaio

Na crise: Estudo e acçom

Carlos Lanz Rodríguez
A crise orgânica do Capital

I.- A mistificaçom do Capital e a necessidade de a crítica epistemológica.

Um dos principais rasgos do processo de mistificaçom do capital acha-se no facto de que o trabalho vivo (a força de trabalho do operário, sua energia física e psíquica) se apresenta como força própria do capital. O trabalho morto ou trabalho pretérito (cristalizado nos meios de produçom e no dinheiro, mas que foi precedido por umha "acumulaçom originaria" de capital fundada no pilhagem, a extorsom, a usura, a guerra, etc.) em mans do burguês enfrenta-se ao trabalho vivo como capital, apesar de que na sua génesis está o trabalho nom pago. Em tal sentido, o capital como relaçom social (nom como "cousa") nom é mais que trabalho objectivado, mas no entanto, aparece como se ele portasse uma qualidade "ontológica" que lhe permite criar por se só a riqueza, autovalorizarse.

Ao respeito diz Marx nos Grundrisse:

"O capital está realizado agora nom só como valor que se
reproduz a se mesmo e por tanto se auto perpétua, senom como valor
que pom valor. Através da absorçom em se mesmo do tempo de trabalho
vivo, por um lado, e do movimento da circulaçom que lhe é
próprio (no qual o movimento do intercâmbio resulta posto
como o seu próprio, como processo imediato do trabalho
objectivado) se comporta consigo mesmo como o que pom novo
valor.
O capital comporta-se ante a mais-valia como se fosse ele seu
fundamento, como se o tivesse criado,(...)"( ²)[.. .] o processo de produçom
imediato toma a forma do poder productivo do
capital, que já nom pode se reconhecer como o poder productivo do
trabalho

Para Marx este processo onde o capital aparece como o "valor que pom valor" está assinado por um Investimento: o pregado aparece como sujeito, isto é, o capital sendo um produto da mais-valia, (resultado do processo de valorizaçom onde o operário restitui o valor do salário e produz trabalho excedente) aparece como o factor gerador do processo.

De ali que Marx também assinale no CAPITAL o seguinte:

"(...) Deste modo a extorsom de trabalho sobrante perde seu
carácter especifico; sua relaçom especifica com a mais-valia escurece-se, e a facilitar este resultado contribui, como se pôs de manifesto
no Livro I, IV, o facto de que o valor da força de trabalho
se exponha baixo a forma de salário. A relaçom do capital se
mistifica ao apresentar a todas suas partes por igual como valor
remanente (ganho).
O modo como a mais-valia se converte na forma de ganho
mediante a transiçom através _ da quota de ganho, nom é senom
a prolongaçom do investimento sujeito e objecto operada já durante o
processo de produçom. De ali víamos como todas as forças
productivas do trabalho se apresentavam como forças productivas do
capital (...) E esta relaçom investida faz surgir necessariamente, já
no plano das simples relações de produçom: uma ideia
investida congruente, uma consciência transposta, que as mudanças e
modificações do verdadeiro processo de circulaçom se encarregam de desenvolver",
(3).

Nestas linhas Marx assinala em primeiro lugar, como a extorsom do trabalho fica escurecida na relaçom salarial. A especificidade da exploraçom desaparece e encobre-se a relaçom capitalista através do investimento sujeito-objecto. Esta relaçom investida no processo de circulaçom, faz surgir também uma ideia e uma consciência investida, isto é, para o "sentido comum" que aparece na superfície é que todo ganho é um valor remanente que surge no intercâmbio, ficçom esta que o processo de circulaçom se encarrega de desenvolver.

Abundando nesta última questom, Marx diz:

"(...)Mas como a participaçom, e por tanto, na consciência de seus
agentes, todo se apresenta investido, também aparece investida
esta lei, isto é, esta conexom intima e necessária entre duas coisas
que aparentemente se contradizem(...) Tudo isto responde a um
desconhecimento do que é a quota geral de ganho e à
ideia grosseira de que os preços se determinam em realidade polo
aumento de umha quota mais ou menos arbitrária de ganho sobre o
valor das mercadorias. Mas estas ideias, apesar do grosseiras que
som, brotam necessariamente do investimento que as leis imanentes
da produçom capitalistas sofrem dentro do mundo da
participaçom. "(4)

As ideias toscas que surgem no mercado, na compra-venda de mercadorias, fazem ver que o ganho é um aumento que se lhe faz ao valor dos bens, de tal forma que nom há "pegadas" de sua verdadeira origem. Ideia falaz

Sem comentários ainda

Dezembro 2024
Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom
 << <   > >>
            1
2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29
30 31          

Busca

  Feeds XML

Ferramentas de administração

free blog