Sionismo, o novo nazismo

22-01-2009

  00:47:26, por Corral   , 952 palavras  
Categorias: Outros, Dezires

Sionismo, o novo nazismo

Eles som os terroristas. Israel deve recordar sua origem "terrorista"

JOHANN HARI
Dramaturgo e jornalista galardoado britânico

Os pais de Tzipi Livni, ministra do Exterior israelense, e do Primeiro ministro, Ehud Olmert pertenceram a um grupo terrorista chamado Irgún que operou nas décadas dos 30 e 40
Enquanto as forças israelenses davam morte a mais de 300 civis e expulsavam de seu lar a meio milhão de pessoas em aras de erradicar o "terrorismo", uma pequena e amarga ironia histórica passava inadvertida na semana passada em Israel.
Os veteranos de outra organização "terrorista" reuniram-se em frente aos narizes das forças israelenses, para celebrar a matança de 91 pessoas, entre elas 28 britânicos, num hotel de Jerusalém. Recordarom com carinho nos dias em que plantavam bombas que voaram em pedaços a civis em ónibus, mercados e cafés, introduzindo essas tácticas no tango de Meio Oriente. Evocaram quando rodearam a todos os moradores e uma aldeia -251 homens, mulheres e meninos- e os mataram a balaços. Inclusive celebraram a captura de soldados do bando inimigo aos que mantiveram em cativeiro durante semanas até que finalmente os aforcam.
E esta organização terrorista, foi castigada com um bombardeio da força aérea israelense? Para nada.
O grupo chamava-se o Irgún, e estava formado por nacionalistas judeus cujos filhos agora fazem parte da elite dirigente israelense. Durante as décadas de 1930 e 1940 plantou bombas por toda Palestina, tomando como alvos tanto a soldados britânicos como a civis palestinos. Tinha dois objectivos: expulsar aos imperialistas britânicos e abeirar mediante o terror à população palestina a aceitar incondicionalmente a criação de Israel.
É duvidoso que Ehmud Olmert, o primeiro ministro israelense que declarou a "guerra ao terror", chegasse a condenar ao Irgún. Passou três anos de sua vida em seus campos de adestramento, enquanto seus pais contrabandeavam armas para a organização. Tzipi Living, a ministra do Exterior a quem muitos consideram a próxima primeira ministra, é filha do director de operações militares do Irgún e organizador de matanças de civis.
Enquanto a guerra em Líbano passava ao primeiro plano de atenção na semana passada, os combatentes do Irgún sobreviventes descubrírom uma placa que marca o 60 aniversário de sua decisão de voar o hotel Rei David. Se Olmert, Livni e o público israelense pudessem recordar sua própria história familiar de "terrorismo", seriam capazes de ver o inúteis que são suas actuais campanhas militares contra os "terroristas" em Gaza e Líbano.
Quando o povo israelense carecia de um Estado, uma secção de sua população tomou as armas e lutou pelo ter... com freqüência com tácticas terríveis. Alguns inclusive tiveram sonhos dementes de limpeza étnica. O povo palestino está exactamente na mesma situação hoje, alimentada e financiada por Hamas e Hezbolhah.
Faz três verãos conheci, num frio e austero departamento de Gaza, a um grupo de jovens que se adestravam para ser atacantes suicidas. Enquanto falava com esses jovens cheios de raiva, estremecia-me o conhecidas que me soavam suas palavras. Nesse tempo lia A revolta, as memórias de Menajem Begin, o comandante do Irgún que chegou a ser Primeiro ministro de Israel pelo partido Likud. "O sangue deu vida a nossa revolta", escreveu. "Só quando estás preparado a te enfrentar ao mesmo Zeus para levar o fogo à humanidade poderás atingir a revolução do fogo." Os supostos assassinos suicidas diziam: "Criaremos Palestina a sangue e fogo. Os judeus só entendem o sangue e o fogo".
Olmert e Livni precisam perguntar-se como teriam respondido seus pais, decididos combatentes terroristas, ao bombardeio aéreo que Israel inflige nesta semana. Os membros do Irgún não deixaram de voar civis árabes em pedaços porque os aplanaram barcos de guerra britânicos e helicópteros Apache: detiveram-se porque o mundo deu-lhes um anaco do que queriam. Não tudo: eles queriam toda a terra que se estende entre o rio Jordám e o Mediterráneo, mas transigírom para ter um Estado próprio dentro de fronteiras mais limitadas.
Hamas e Hezbolhah não podem ser silenciados por meios militares. Pode que neste ano lhes destruam seu arsenal de foguetes, mas a renovada ferocidade de seu ódio garantirá que o reconstruam no ano próximo. Não ficarão observando como seus filhos são reduzidos a níveis de desnutriçom próximos aos de África, como ocorreu em Gaza, ou enquanto a taxa de morte é de 10 a um em sua contra, como em Líbano.
A única forma de silenciá-los alguma vez será dar-lhes algo do que querem, não tudo. Os dois lembraram que se dá uma solução real de dois estados ao longo da fronteira de 1967, não voltarão a lançar um disparo para Israel. Querem toda a terra, limpada etnicamente de seus inimigos, tal como os pais de Olmert e Livni queriam faz 60 anos... mas conformar-se-ão com menos.
No entanto a governação israelense não elegeu esta rota de decrescer o conflito e negociar com o fim de ter dois estados para dois povos no estreito cacho de terra que estão condenados a compartilhar. Elegeu a guerra.
E por isso, de aqui a 60 anos, combatentes libaneses e palestinos reunir-se-ão com orgulho na cidade de Gaza e em Beirut para descobrir placas em honra dos "terroristas" que mataram e morreram combatendo a Israel nesta semana. A este ritmo, enquanto Meio Oriente afasta-se ainda mais da única solução sensata, a ironia histórica voltar-se-á a perder.

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