O bornal do guerrilheiro

26-11-2009

  22:22:03, por Corral   , 244 palavras  
Categorias: Dezires

O bornal do guerrilheiro

Por: Farruco Sesto Novás (Ministro venezuelano de origem galega)
Data de publicaçom: 26/11/09

O homem que, na montanhosa selva, tem que se deslocar continuamente assediado polo exército contra o qual combate, sabe como ninguém quanto pesa a carga que deve levar. Calcula-a grama a grama. Todo peso inútil o elimina. Nom há lugar para o luxo ou os objectos inecessários. E no entanto o guerrilheiro leva no seu bornal vários livros de poesia. E nom só isso senom que nas noites, quando pode ou lhe vem em vontade, vai copiando num caderno verde alguns poemas de seus autores mais próximos: Neruda, Guillén, Vallejo, León Felipe. Som tesouros para a alma do que briga. Mas nom cópia no seu caderno unicamente poemas políticos, tal como pudesse se pensar, Polo contrário, a maioria nom o é. Há ali por sua vez umha valoraçom absolutamente pura e legítima da poesia. A poesia por si. A poesia como um rio de estranhas águas ou verdades que vai atravessando a vida. Nosso guerrilheiro tem um nome. Chama-se Ernesto Guevara. Dizem-lhe Che. Agora, quarenta e tantos anos depois, num País em Revoluçom, alguns servidores públicos culturais criticam, com sorriso zombador, a ?excessiva ediçom de poesia?. Dizem que isso há que o revisar. Pretendem ser mais radicais que os demais. Na sua ignorância e no seu esquerdismo fantoche esquecem-se de muitas cousas. E entre elas, esquecem-se de Florentino e o Diabo (texto e canto popular venezuelano). Pobres tontos burocratas. Nom entendem nada.

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