Fundació S'Oliveiral
Rebeliom
O Império ocidental cujo centro de gravidade está em Estados Unidos, avançam no seu inexorável projecto: o controlo da África e a exploraçom a um custo irrisório das suas extraordinárias e abundantes matérias primas antes de que China e outras potências emergentes se adiantem. Casualmente o Congo, Líbia e Costa do Marfim partilham umha mesma característica: os seus recursos naturais som excepcionais.
Na África há grandes reservas de petróleo e outra multidom de matérias estratégicas e valiosas. E Estados Unidos está a intervir desde há tempo nesse prometedor continente. Está a intervir com umha inusitada energia no África Central desde 1990, servindo-se primeiro de Uganda e mais tarde de Ruanda para controlar o Zaire/Congo e impedir que chegue a ser umha naçom forte e dona dos seus recursos.
Trás umha ?magistral? campanha internacional de propaganda e de outra militar muito ?eficaz? (que provocou, isso sim, as maiores mortalidades havidas trás a Segunda Guerra Mundial), França foi varrida de maneira ?brilhante? de Ruanda primeiro e do Zaire/Congo depois. Agora, Estados Unidos nem tam só deve dar a cara nestas ?intervençons humanitárias?: o seu lacaio Nicolas Sarkozy está feliz de jogar a herói. Desempenha agora em Líbia e Costa do Marfim o papel que o astuto Toni Blair desempenhou no Iraque. De passagem, em Costa do Marfim, que é o objecto deste artigo, seguramente restituirá na sua privilegiada posiçom a muitas empresas francesas que nunca perdoárom deriva-a nacionalista de Laurent Gbagbo, trás as eleiçons livres e democráticas do 2000.
Sobre o ?escândalo geológico? do Congo já se dixo case todo: coltám, cobalto, diamantes, ouro... Líbia, por sua parte, tem gigantescas reservas de gás e as maiores de petróleo de toda a África. Já se levantam as vozes que explicam que os até agora desconhecidos rebelde líbios foram preparados no Egipto e financiados por Estados Unidos e Europa. No que di respeito a Costa do Marfim é a locomotora económica do África do Oeste; que foi o terceiro produtor mundial de café até que a guerra foi lhe imposta; que produz 40% do cacau mundial; que ocupa igualmente umha ponteira posiçom mundial no que di respeito a produçom de noz de cola, de cana de açúcar, de ananá e de plátano; que compete com o enorme Brasil em exportaçom de madeira; que recentemente se descobriram no seu território importantes jazidas de petróleo e de outros minerais estratégicos... Por esta razom as potências ocidentais querem um homem de palha à frente do país.
Alassane Ouattara, aquele que ?a comunidade internacional? (é dizer, o Império ocidental) apresenta unanimemente (com a mesma unanimidade com a que se enganou ao mundo sobre os acontecimentos de Ruanda) como o nobre vencedor das eleiçons (ainda que o Conselho Constitucional proclamou a Laurent Gbagbo vencedor com 51,45%), é um homem das potências ocidentais (foi director para a África do Fundo Monetário Internacional); é um homem que em 2002 começou a acossar e debilitar ao Governo legítimo financiando umha rebeliom que atacou o país desde o norte; é um homem, em definitiva, de turbo historial. De facto, a ex congressista estadunidense Cynthia Ann McKinney confessava-nos estes dias que quando estava no Congresso recebeu um telefonema telefónico de Alassane Ouattara desde o iate de Henry Kissinger. Um telefonema parecido a muitas outras que recebeu durante os seus anos como congressista e que pretendiam comprar a sua consciência, um telefonema com o objectivo de solicitar-lhe ajuda para chegar como fosse à presidência de Costa do Marfim.