CANTA O MERLO: Um comandante da CIA para os rebeldes líbios

02-06-2011

  18:34:03, por Corral   , 898 palavras  
Categorias: Ensaio

CANTA O MERLO: Um comandante da CIA para os rebeldes líbios

Revoltas da CIA

Por Patrick Martin - World Socialist Web Site

O Conselho Nacional líbio, o grupo com sede em Bengasi que fala em nome das forças rebeldes que combatem ao Estado líbio, nomeou na direcçom das suas operaçons militares a um antigo colaborador da CIA: o ex coronel do Exército líbio Hifter Jalifa.

A eleiçom de Hifter Jalifa, ex coronel do exército líbio, deu-a a conhecer McClatchy Newspapers na passada quinta-feira; o novo chefe militar foi entrevistado por um correspondente de ABC News na noite do domingo.

A chegada de Hifter a Bengasi foi recolhida pola primeira vez pola Al-Yazira o 14 de Março; seguidamente, o virulento e belicista tablóide britânico Daily Mail, fixo-lhe um retrato afagador o 19 de Março.. O Daily Mail descrevia a Hifter como umha das "duas estrelas militares da revoluçom", que "regressou recentemente do exílio em Estados Unidos para prestar às forças rebeldes certa coerência táctica". O jornal nom se referia às suas conexons com a CIA.

McClatchy no Newspapers publicou um perfil de Hifter no domingo. Intitulado "O novo líder rebelde passou a maior parte dos últimos 20 anos nos subúrbios de Virgínia", o artigo assinala que foi comandante do regime de Kadafi até "umha desastrosa aventura militar em Chad a finais de 1980".

Hifter passou-se entom à oposiçom anti-Kadafi e com o tempo emigrou a Estados Unidos onde vivia até há duas semanas, quando regressou a Líbia para tomar o mando em Bengasi.

O perfil de McClatchy concluía: "Desde que chegou a Estados Unidos na década de 1990, Hifter vivia nos subúrbios de Virginia, nos arredor de Washington, DC". Citava a um amigo que afirmava nom saber que fazia Hifter para se manter e que se ocupava em ajudar à sua numerosa família".

Para os que saibam ler entre linhas, este perfil é umha indicaçom quase nom dissimulada do papel de Hifter como agente da CIA. Como, se nom, um alto ex comandante militar líbio entraria em Estados Unidos na década de 1990, poucos anos depois do atentado de Lockerbie, para instalar-se depois perto da capital de Estados Unidos, se nom fora com a permissom e a ajuda activa dos organismos de inteligência estadounidenses" De facto, Hifter viveu em Vienna, Virgínia, a cinco milhas da sede da CIA em Langley, durante duas décadas.

A agência estava muito familiarizada com o trabalho político e militar de Hifter. Um relatório do Washington Post de 26 de Março de 1996, descreve umha rebeliom armada contra Kadafi em Líbia e utiliza umha variante ortográfica do seu nome. O artigo cita testemunhas da rebeliom que informam que "o seu líder é o coronel Haftar Jalifa, de um grupo ao estilo da contra baseado em Estados Unidos denominado Exército Nacional líbio".

A comparaçom refere às forças terroristas da contra financiadas e armadas polo governo de Estados Unidos na década de 1980 contra o governo Sandinista na Nicarágua. O escândalo Irám-Contra, que sacudiu à administraçom Reagan em 1986-87, consistiu na exposiçom pública da venda ilegal de armas de Estados Unidos a Irám com cujos os ingressos se financiou à contra desafiando umha proibiçom do Congresso. Os democratas do Congresso cobriram o escândalo e rejeitaram o pedido de um julgamento político a Reagan por patrocinar actividades flagrantemente ilegais de umha camarilha de ex agentes de inteligência e assistentes da Casa Branca.

Um livro de 2001, ?Manipulations africaines?, publicado por Le Monde Diplomatique, remonta mais atrás mesmo a conexom da CIA, a 1987, informando que Hifter, entom coronel do exército de líbio, foi capturado quando combatia no Chad numha rebeliom apoiada por Líbia contra o governo de Hissène Haverei, apoiado por Estados Unidos. Ele desertou à frente de Salvaçom Nacional líbio (LNSF, nas suas siglas em inglês), o principal grupo de oposiçom a Kadafi, que contava com o respaldo da CIA estadounidense. Organizou a sua própria milícia que operava no Chad até que Haverei foi derrocado por um rival apoiado por França, Idriss Déby, em 1990.

Segundo este livro, "a força de Haftar, criada e financiada pola CIA no Chad, desvaneceu no ar pouco depois de que o governo fosse derrocado por Idriss Déby". O livro também cita um relatório do Serviço de Investigaçom do Congresso de 19 de Dezembro de 1996 segundo o qual o governo de Estados Unidos prestava ajuda financeira e militar à LNSF e um número de membros LNSF fôrom transferidos a Estados Unidos.

Esta informaçom está disponível para qualquer que faga umha procura, mesmo superficial, na Internet; contodo, nom foi mencionada polos médios de comunicaçom controlados polas corporaçons de Estados Unidos, excepto no envio de McClatchy que evita qualquer referência à CIA. Nengumha das cadeias de televisom ocupadas em louvar aos "luitadores pola liberdade" do lês-te de Líbia, incomodou-se em informar de que estas forças estám agora ao mando de um antigo colaborador dos serviços de inteligência de Estados Unidos.

Também nem os liberais nem a "esquerda" entusiasta da intervençom de Estados Unidos e Europa assinalaram-no. Estám demasiado ocupados aclamando à administraçom Obama pola seu multilateralismo e pola sua posiçom "consultiva" sobre a guerra, supostamente tam diferente do enfoque unilateral e "vaqueiro" da administraçom Bush no Iraque. Que o resultado seja o mesmo "morte e destruiçom chovendo sobre a populaçom, a soberania e a independência de um país ex colonial pisadas" nom significa nada para esses apologistas do imperialismo.

O papel de Hifter, ajeitadamente descrito há 15 anos como o líder de um "grupo ao estilo da contra", demonstra as verdadeiras forças de classe que estám a operar na tragédia líbia.

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