CANTA O MERLO: A CIA electrónica: Síria e a estratégia detrás das "revoluçons árabes"

23-06-2011

  21:26:10, por Corral   , 2029 palavras  
Categorias: Ensaio

CANTA O MERLO: A CIA electrónica: Síria e a estratégia detrás das "revoluçons árabes"

Como operam as redes da "rebeliom" imperial

(IAR Notícias) 22-Junho-2011

Finalmente (e por enquanto) Washington decidiu nom atacar o Irám e optou por umha operaçom de desestabilizaçom e divisom do mundo árabe islâmico na África e Meio Oriente, como parte da sua estratégia de apoderamento de Euroásia e das rotas craves do petróleo e a energia. Síria, pola sua relaçom estratégica com Irám e polo rol crave que joga como sustém de Hamás e Hezbolá no conflito com Israel, conforma umha peça crave desse tabuleiro. Chamado graciosamente "revoluçons árabes".

Por Manuel Freytas (*)
manuelfreytas@iarnoticias.com

Estancados no bombardeio a Líbia, com Kadafi ainda vivito e coleando os cruzados do eixo USA UE-Israel decidiram ir por Síria. Um "peso pesado" do "eixo do mal", cuja imbricaçom com Irám, Gaza e Líbano, pode converter à nova "revolta popular" da CIA na grande mecha do paiol de Meio Oriente.
Junto com Líbia, Síria é o prémio maior no tabuleiro das "revoltas populares" armadas e organizadas pola CIA, o Mossad e os serviços "aliados" na África e Meio Oriente.
As "revoluçons árabes" fam parte indivisível da estratégia de divisom e confronto entre "islâmicos fundamentalistas" e "islâmicos democráticos", "Árabes fundamentalistas" (Kadafi e Saddam Hussein) e "árabes moderados" (Os Estados do Golfo).
Esta estratégia o Mossad israeliano e a CIA já a puseram em prática com a divisom de prosirios e antisirios em Líbano, e com a divisom de Al Fatah e Hamás em Gaza.
Ou no Iraque, com a divisom de sunies e xiitas que lhe permitiu à CIA implementar a "guerra civil" como estratégia de divisom e controlo do Iraque. De maneira tal, que utilizam a questom religiosa e confessional como parte central da sua estratégia.
Com esta estratégia nom só dividem e debilitam o mundo árabe islâmico, senom que também traçam um circulo de isolamento sobre Irám e os seus aliados. Paralelamente infiltram a "revoluçom árabe" na Síria, aliado estratégico chave do Irám no meio Oriente.
Síria já ingressou de cheio nas "revoltas populares" organizadas para desestabilizar ao governo com grupos instigadores treinados e financiados desde o exterior. Como sucedeu em Líbia, os protestos vam virando lentamente para a "rebeliom armada" enquanto a imprensa internacional acentua o "rosto repressivo e antidemocrático" da administraçom síria conduzida por Bashar al-Assad.

Desde o seu instrumentaçom case orgânica no meio Oriente e na África com as "revoltas populares" promovidas pola CIA e os serviços aliados, a internet e os celulares foram a chave destas mobilizaçons cujos conteúdos e objectivos só os conhecem os seus instigadores ocultos.
Ou seja os beneficiários encobertos (serviços de inteligência e grupos do poder) que os induzem através de operaçons de acçom psicológica principalmente nas "redes sociais". E que logo se convertem em maciços através da difusom a escala global (em vivo e em directo) polas grandes correntes mediáticas internacionais.Tanto em Líbia como na Síria utilizaram-se os mesmos patrons operativos.
Primeiro a "revolta popular" contagiada em massa por Internet e os celulares, e retrô-alimentada polas campanhas da imprensa internacional, cuja única "fonte" som os porta-vozes dos movimentos sediciosos infiltrados nas organizaçons de direitos humanos" financiadas polas diferentes caras empresariais da CIA.
Segundo (e em forma convergente) grupos operativos da "revoluçom democrática" infiltrados que disparam nas manifestaçons para obrigar às forças de segurança a reprimir sangrentamente os protestos. O que alimenta simultaneamente as campanhas mediáticas internacionais com o "assassinato de civis" endossados aos governos submetidos à operaçom de conquista. E que servem como argumento justificativo de umha intervençom militar imperial sobre o país eleito como branco e objectivo.
Num terceiro passo (e como já está a suceder em Líbia), já legitimada umha acçom de intervençom militar pola ONU, mediante a convergência operativa de um "bombardeio humanitário" polo ar, e umha rebeliom armada por terra procede-se ao derrocamento do "ditador" sem ocupaçom militar, e a desfrutar do petróleo e do novo posicionamento geopolítico e militar estratégico no controlo regional.
EEUU, através da CIA e o Departamento de Estado, financiou em segredo com milhons de dólares a grupos opositores sírios e projectos antigubernamentales, incluindo um canal de televisom por satélite, segundo um cabo de Wikileaks citado polo jornal The Washington Post.
O diário estadounidense The Washington Post, citando os gabinetes diplomáticos publicados por Wikileaks, informou que EEUU financiou a grupos de opositores e a umha televisom crítica com o regime sírio. O canal por satélite Barada TV, com sede em Londres -segundo o Post- , começou as suas emissons em Abril de 2009, e duplicou as suas operaçons mediáticas para tentar cobrir os protestos contra o presidente sírio, Bashar al Assad, sustém, junto com Irám, de Hamás e Hezbolá na regiom. Na Síria, tanto como em Líbia, a objectivo chave é o petróleo e o derrocamento de regimes nom adscritos à estratégia geopolítica centralizadora do eixo USA UE-Israel em Africa e no meio Oriente.

Bush designou-o como o combate contra as "ditaduras" do "eixo do mal", e Obama, mais "progre", chama-o projecto de "democratizaçom". O transfondo é a "guerra contra-terrorista".

Nas chamadas revoltas do mundo árabe" os patrons operativos, os objectivos e os interesses estratégicos em jogo nom som os mesmos. A grande dinâmica movilizadora das invasons militares, as guerras e conflitos regionais, e os golpes internos da CIA contra líderes e presidentes desgastados que já nom "fecham" com o controlo estratégico hegemónico da primeira potência imperial do sistema capitalista, é o saqueio dos mercados e das fontes naturais do "ouro preto".Um recurso crave (e em extinçom) para a sobrevivência futura das potências centrais.

Segundo o relatório de The Washington Post, o fluxo de dinheiro para os grupos antigovernamental que hoje protagonizam o centro das revoltas antigovernamentais no meio Oriente começou durante a presidência de George W. Bush depois de que congelasse oficialmente as relaçons com Damasco em 2005. Este financiamento seguiu com o presidente Barack Obama, apesar de que se tentou formalmente restabelecer as relaçons com o regime sírio. Em Janeiro, a Casa Branca nomeou ao primeiro embaixador em Damasco em seis anos.

Os cabos revelados recolhem as preocupaçons do pessoal da Embaixada estadounidense depois de que a Inteligência síria começasse a investigar os programas norte-americanos no país. As autoridades sírias negam que exista no país "umha revolta pacífica popular" senom mais bem trata-se "da irrupçom de grupos de corte jihadista, terrorista, muito próximos à Al-Qaeda, mesmo financiados por Arábia Saudita ou elementos da cena política libanesa". Os analistas em geral falam da existência de umha amálgama de grupos "opositores" que inclui a tendências muito diversas, como socialistas, activistas de direitos humanos", islamitas moderados e nacionalistas do mesmo modo que blogueros e os chamados ciber-disidentes. Este mosaico, infiltrado polas redes operativas da CIA e do resto das agências estadounidenses e "aliadas" serve como polia de transmissom das "revoltas populares" (que logo se convertem em rebelions armadas") que a imprensa internacional apresenta como "revoluçons populares" contra tiranias e regimes autoritários.

O que emerge da Síria, no meio da ausência de jornalistas estrangeiros que podam verificar a situaçom, é todo um exército de dissidentes que se serve de internet para convocar aos opositores ou dar a conhecer ao mundo exterior o que está a suceder no país, afirma a corrente BBC. Agrupados muitos deles no sítio electrónico cyberdissidents.org, componhem o que definem como umha organizaçom "dedicada a defender a liberdade ao promover as vozes dissidentes. A nossa plataforma destaca os textos e as actividades de blogueros dissidentes com o propósito de reforçar a sua voz e defender a liberdade de expressom", acrescenta a corrente. Entre os ciberdissidentes opera um "exército electrónico sírio", segundo di o programa de rádio The World, coproduzido pola BBC, Ronald Diebert, da Escola Munk de Assuntos Globais na Universidade de Toronto, Canadá, quem monitorea a situaçom síria. De acordo com ele, trata-se de gente que opera com um grau de anonimato" e actuou como hacker em "por volta de 50 sítios electrónicos, com mensagens e envio de spam". Num recente comunicado a Casa Branca reconheceu a existência e admitiu o financiamento destas "redes fantasmas" da CIA e da espionagem estadounidense que actuam como centros de irradiaçom e contágio dos protestos antigovernamentais na África e Meio Oriente.

Louai Safi, professor da Universidade de Georgetown, em Estados Unidos e presidente do Conselho Sírio Americano, explicou-lhe The World, que o "activismo de direitos humanos" (espelhos operativos da CIA) começou a cobrar ímpeto em 2000 com a morte do Hafez al-Assad, o pai do actual presidente, Bachar al-Assad, no que se conhece como "a Primavera de Damasco". Os activistas dos "direitos humanos" som os que habitualmente servem como "única fonte" da informaçom que difundem sobre Síria as grandes correntes mediáticas internacionais que jogam um rol crave na legitimaçom dos golpes de Estado e as invasons armadas que levam as "revoltas populares" dirigidas e monitoreadas polo exército electrónico da CIA e a espionagem USA UE. Desde a Secretaria de Estado norte-americano afirma-se que Washington "nom finança a partidos políticos ou movimentos", ainda que em muitos casos brinda ajudas a programas que defendem os valores democráticos, que em realidade som programas de formaçom política antigovernamental. Um passo prévio, ao financiamento de grupos operativos armados como os que estám a actuar em Líbia e nos diversos cenários da "revoluçom árabe islâmica" contra governos nom docís às imposiçoms de Washington e a Uniom Europeia.

Na Síria, a diferença do que está a passar em Líbia, a CIA está a operar a desestabilizaçom do regime montada num confronto inter-religioso cuja evoluçom e objectivo apontam a umha guerra civil como a que utilizaram para dividir e controlar o Iraque. Há um cenário diferencial para ler os processos de mobilizaçom na rua e de repressom militar que se estám desenvolvido na África e no meio Oriente, e que a imprensa internacional e os centros do poder imperialista mundial manipulam e definem interessadamente como "revoltas populares no mundo árabe".
O intuito, como sempre, é misturar os interesses e os objectivos em jogo diametralmente opostos, que dinamizam essas mobilizaçons maciças contra os regimes de governo vigentes. A ideia da Casa Branca, hoje controlada polo lobby sionista "liberal" com Obama como gerente, é plasmar na órbita dos seus satélites árabes o "projecto democracia" renovando a cara da velha "ordem armada" e terminando com a figura gastada dos ditadores ao estilo Mubarak que geram ódio e resistência popular. Desde o ponto de vista estratégico, as revoltas de rua como as desatadas em Tunes, ou contra Mubarak no Egipto alimentaram ingenuamente a hipótese de umha "revoluçom muçulmana" ou de um "levantamento popular". O objectivo nesse caso, foi derrocar ao fantoche, e preservar a continuidade do titiriteiro. A "saída democrática" no Egipto nom foi umha opçom islâmica como pregoam o "progressismo" e a esquerda, senom umha opçom concertada entre a Casa Branca de Obama, falcons do Complexo Militar Industrial e a lógia bancária de Wall Street.

A diferença do resto dos processos de protesto popular no mundo árabe islâmico" infiltrados pola CIA e as inteligências "aliadas" na África, Líbia e Síria inscrevem-se nos patrons operativos das "revoluçons laranja" no espaço soviético, ou nos "golpes budistas" do Tibete ou Birmânia, ou na rebeliom "reformista" para derrocar aos aiatolas em Irám, enquadrados na nova "guerra fria" por áreas de influência (militar e comercial) que mantém o eixo capitalista Rússia-China com o eixo capitalista USA UE-Israel.

Desde a Secretaria de Estado norte-americano afirma-se que Washington "nom finança a partidos políticos ou movimentos", ainda que em muitos casos brinda ajudas a programas que defendem os valores democráticos, que em realidade som programas de formaçom política antigovernamental.
Um passo prévio, ao financiamento de grupos operativos armados como os que estám a actuar em Líbia e nos diversos cenários da "revoluçom árabe islâmica" contra governos nom docís às imposiçons de Washington e a Uniom Europeia.
Na Síria, a diferença do que está a passar em Líbia, a CIA está a operar a desestabilizaçom do regime montada num confronto inter-religioso cuja evoluçom e objectivo apontam a umha guerra civil como a que utilizaram para dividir e controlar o Iraque.
Neste cenário diferencial, há que ler esses processos que a imprensa internacional (interessada em deformar e misturar os acontecimentos) define em massa como "revoltas populares no mundo árabe".

(*) Manuel Freytas é jornalista, investigador, analista de estruturas do poder, especialista em inteligência e comunicaçom estratégica. É um dos autores mais difundidos e referenciados na Web.

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