As chaves do conflito na Síria:
Alberto J. Miranda
Trás os últimos acontecimentos vividos na Síria, nom me vou a centrar na grande mentira mundial que supom o uso de armas químicas por parte do governo de Al-Assad, que lembra de maneira obscena às famosas armas de destruiçom maciça. Prefiro centrar-me em qual é o motivo oculto da guerra contra Síria, o papel dos EEUU e os seus aliados, e as mudanças globais que está a implicar a ameaça de imperialista em Oriente Meio.
O único aliado ocidental com o que nestes momentos conta EEUU para atacar a Síria é o governo francês. O parlamento britânico rejeitou a proposta de Cameron de intervir militarmente na Síria, nom porque a democracia burguesa funcione, é mais que provável que a inteligência britânica haja estudado as possibilidades de ataque e concluísse que de intervir em Oriente Meio nas actuais condiçons seriam maiores as perdas que os benefícios.
Há que ter em conta vários feitos determinantes, por umha banda nom há que esquecer que os principais aliados de Al-Assad, a organizaçom islamita libanesa Hezbollah, que conta com um poderosíssimo braço armado, ameaçou com reduzir Israel a cinzas em caso de ataque a Síria. No mesmo sentido expressou-se Irám, que conta com um do dez exércitos mais poderosos do mundo.
Por outra parte, o chamado "Exército sírio livre" e a frente "Al-Nusra" vinculado a Al-Qaeda, estám a se matar entre sim e ao mesmo tempo estám a ser reduzidos de maneira letal polo exército sírio, que a diferença dos terroristas, mantem a unidade, organizaçom e disciplina necessários para vencer a guerra.
Mas a linha vermelha "por usar o fala-barato ao gosto de Obama" marcaram-na internacionalmente Rússia e China, e esta é a chave do conflito na Síria, este é o motivo polo que a NATO nom intervém, polo que Inglaterra deu um calculado passo atrás, polo que Alemanha e Itália rejeitárom intervir e polo que Israel e Turquia pressionam sem descanso a EEUU para que intervenha de maneira iminente.
Mais umha vez, para perceber como funciona o mundo, é case suficiente com ler a Lenine, quem ajeitadamente dixo sobre o imperialismo no seu livro "O imperialismo, fase superior do capitalismo" que "este sistema económico obriga a qualquer potência a deslocar ou submeter a outros países (ou a outras potências) se pretende obter mais matérias primas ou alargar o seu mercado. E se nom o fai as que sim o fagam acabaram-se fazendo mais poderosas".
Este é exactamente o motivo polo que se desenvolve o conflito na Síria, o controlo de matérias primas, em este caso controlo energético, mas nom de petróleo, desta vez falamos de gás natural. Quem controle o mercado energético do gás, é dizer, a extracçom e o transporte, será a potência que exercerá a hegemonia mundial no século XXI. Tentemos resumir o conflito do gás da mao do professor Imad Fawzi Shueibi[x], Presidente do Centro de Estudos Estratégicos e Documentaçom de Damasco, que é quem sob o meu ponto de vista em diferentes artigos de investigaçom achega as chaves deste conflito:
As principais potências mundiais mantenhem umha peleja desapiedada polo controlo energético, luita esta que está a assassinar por centos de milhares de pessoas inocentes desde há anos já que o imperialismo norte-americano nom sabe estender a sua hegemonia se nom é a base de reduzir países a cinzas. Aqui é onde entra em jogo o conhecido projecto Nabucco de Estados Unidos[xi]. É um projecto para o transporte do gás, principal fonte energética do século XXI, polo que se está construindo um gasoduto que recolhe o gás do Mar Morto, passa por Turquia "onde se armazenaria", e percorre sete países da Uniom Europeia até chegar a Itália. Este é o projecto que fai
Turquia seja cada dia um país mais dependente das decisons de Estados Unidos, pois o emprazamento no seu território das instalaçons para o armazenamento fariam de Turquia a principal potência energética e económica de Oriente Meio. Por outra parte, deste projecto também dependeu a satanizaçom de Mahmud Ahmadineyad e o seu suposto programa atómico. O projecto Nabucco pretendia conectar o gasoduto com Irám, e deste modo unir ao país árabe ao festim energético e às ingentes quantidades de benefícios que suporia extrair o seu gás e uni-lo a Nabucco, contodo, o governo iraniano optou por assinar um protocolo com Iraque e Síria convertendo-se automaticamente em terrorista inimigo do mundo ocidental. Este facto, somado à crescente influência da Rússia em Oriente Meio graças à "inadequadas" actuaçons de EEUU na zona "por chamar de algumha maneira" que descrevemos, condenaram o projecto Nabucco, que estava previsto concluir-se para 2014, mas já se atrasou até 2017, se é que chegasse a terminar-se.[xii]
Por outra parte estám os projectos russos conhecidos como Nord Stream e South Stream, que conta com a participaçom económica e o apoio da Alemanha, "lembrar que o capitalismo alemám tem umha importante participaçom em Gazprom".[xiii] O projecto Nord Stream, já concluído, conecta a Alemanha e Rússia através do Mar Báltico e constitui a principal fonte de subministraçons energéticas para Europa, vendendo a empresa russa Gazprom 41% do consumo de gás europeu. A principal fonte de gás natural para o gasoduto Nord Stream é o Campo de Yuzhno-Russkoye, na Rússia.[xiv]
E por outra parte está o projecto South Stream[xv], bem mais conflituoso se cabe já que compete directamente com o projecto Nabucco e tem a grandes linhas o mesmo percurso. Este gasoduto parte de novo da Rússia, se ramifica em Bulgária, para o sul passa por Grécia e Itália e para o norte passa por Sérvia, Hungria Áustria e Eslovénia. Com este segundo projecto Moscovo pretendeu deixar em ridículo ao projecto Nabucco e conseguiu-o, assegurando-se o abastecimento energético da Europa por enzima do projecto norte-americano graças a uns melhores preços e a umhas melhores alianças em Oriente Meio, e conseguiu acordar a venda de gás a países tam importantes como Inglaterra, Bélgica, Grécia e mesmo Turquia e França, ainda que estes últimos com evidentes reticências já que apostárom por Nabucco, e por isso é polo que sejam os principais aliados de EEUU na guerra contra Síria.
Nom podemos obviar que China tem acordos económicos com Rússia na participaçom da ampliaçom do South Stream para o imenso mercado chinês, e por suposto nom tem interesse algum em conectar-se ao inconcluso Nabucco, já que energéticamente passaria a depender de Estados Unidos, ideia que gosta pouco ao gigante asiático.
Nom podemos passar por alto também no que segundo fontes do governo norte-americano, Síria e o Líbano possuem nos seus territórios as maiores jazidas de gás do mundo, descobriu-se há poucos anos um poço de gás em Qara, perto de Homs, que contaria com as maiores reservas sírias, por isso é polo que os principais combates dos terroristas desenvolvam nesta cidade e que os principais analistas assegurem que os intuitos de EEUU na zona nom é derrocar Al-Assad se nom dividir o país.
Mas umha vez assinado um convénio Irám, Iraque, Síria, Líbano para o transporte do gás, existem duas opçons, e estas duas opçons som a chave da actual guerra e a que determinou o posicionamento de todos os actores no cenário bélico mundial:
Que o gás da contorna de Zagros no Irám, Iraque, Síria e o Líbano alimente o South Stream russo, ou que alimente o Nabucco norte-americano. Daí o interesse de Washington, Israel e Turquia de invadir Síria, e a defesa sem concessons da mesma da Rússia, China, Irám e Hezbolla no Líbano. Portanto e resumindo os cenários som os seguintes:
1) Se Irám une um futuro gasoduto ao South Stream através do mar Cáspio com Rússia e para o oeste passando por Iraque, Síria e o Líbano, recolhendo o gás destes, e através do Mediterrâneo une-se na Grécia de novo ao South Stream, Rússia se converteria como principal potência energética em gás natural do mundo, Gazprom provavelmente transformaria na empresa mais grande do planeta, e os países polos que passa o seu gasoduto veriam-se enormemente beneficiados economicamente.
2) Contodo, se Estados Unidos conseguisse invadir a Síria e combinar gás, logo o Líbano seria também invadido, e o gás de ambos os países conectaria-se em Turquia com Nabucco, sendo o Irám o derradeiro passo para conectar com as jazidas do Mar Cáspio, por isso é polo que todos falem de que se invade Síria para logo invadir o Irám. Por suposto Israel teria a subministraçom assegurada graças à sua conexom com Nabucco e os benefícios económicos para os sionistas graças à venda do seu gás a Europa seriam ingentes.
Conclusons:
Como vimos, Estados Unidos quer manter-se custe o que custe como primeira potência mundial, e para isso, como bem descrevesse Lenine, nom tem nengum reparo em invadir países e utilizar o seu exército como chave do controlo de matérias primas no mundo. Contodo, as actuaçons de Estados Unidos nos últimos anos no Iraque, Afeganistám, Líbia ou Egipto alastrárom enormemente a capacidade de influência de USA em Oriente Meio, zona fundamental graças às grandes jazidas de gás.
Pola sua parte, o imperialismo russo está a actuar de maneira mais inteligente que o norte-americano, e está a ser capaz de traçar alianças ali onde Estados Unidos só sabe impor pola força, o caso do Iraque é o exemplo mais acabado disto. Graças a isso, Vladimir Putin foi capaz de dobregar os interesses de Washington na guerra polo controlo energético mundial, e o conflito na Síria nom é mais que a prova mais evidente de que nos penetramos pouco a pouco no século no que o imperialismo anglo-saxom cederá o seu posto a outras grandes potências, e provavelmente quando esteja contra as cordas, gerará a terceira guerra mundial como último recurso ante a iminente queda. A dúvida é, deu EEUU por perdida a hegemonia energética do gás" chegou o momento de iniciar essa terceira guerra mundial" no feito de que se desenvolver ou nom o ataque a Síria está a chave.