07-08-2006

  23:22:58, por Corral   , 1470 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

Seguem com o programa de exterminio

Os neoconservadores e a política do «caos construtor»

por Thierry Meyssan

Washington e Tel Aviv regozijam-se pelas operações militares em marcha no Meio Oriente. Segundo declarações de Condoleezza Encrespe, a dor do Líbano é causado pelas «contracções do nascimento de um novo Meio Oriente». Os teóricos do «caos construtor» estimam que tem que correr o sangue para conseguir impor um novo ordem numa região rica em hidrocarburos. Planificada desde faz muito, a ofensiva do exército israelense contra o Líbano está a ser supervisionada desde o Departamento de Defesa de Estados Unidos.

O termo de «Grande Meio Oriente» é uma frase que foi utilizada por George W. Bush para designar um controle geopolítico de um vasto território horizontal, que vai desde Marrocos até Afeganistão.

Durante seu encontro do 21 de julho de 2006 com a imprensa no Departamento de Estado, Condoleezza Encrespe foi interrogada sobre as iniciativas que esperava impulsionar para restabelecer a paz no Líbano. Esta foi sua resposta: «Não vejo o interesse em recorrer à diplomacia se é para voltar ao status quo anterior entre Israel e o Líbano. Penso que seria um erro. O que estamos a ver é, de certa maneira, o começo das contracções do nascimento de um novo Meio Oriente e temos que estar seguros de que tudo o que façamos vá no sentido do novo Meio Oriente, não para o regresso ao anterior» .

Visto desde Washington, o que sucede actualmente no Líbano não tem nada que ver com o resgate dos soldados capturados por Hezbollah. Em realidade trata-se da aplicação da teoria, elaborada durante longo tempo, do «caos construtor». Segundo os adeptos do filósofo Leio Strauss, cujo ramo mediático é conhecida sob a denominaçom de «neoconservadores», o verdadeiro poder não se exerce numa situação de imobilidade senão, pelo contrário, mediante a destruição de toda forma de resistência. Só arrojando as massas ao caos podem aspirar as elites à estabilidade de sua própria posição

Os adeptos de Leio Strauss estimam também que unicamente no meio desta violência os interesses imperiais de Estados Unidos se confundem com os do Estado judeu. A vontade israelense de desmantelar o Líbano, de criar ali um mini-Estado cristão e de anexar-se uma parte do território libanês não é nova. Já foi enunciada, em 1957, por David Ben Gurion numa célebre carta publicada como documento anexo a suas memórias. O mais importante é que foi inserida num amplo projecto de colonização do Meio Oriente redigido em 1996 sob o seguinte título: Uma ruptura limpa: nova estratégia para garantir a segurança do reino [de Israel] . O documento estipulava:
a anulação dos acordos de paz de Oslo
a eliminação de Yaser Arafat
a anexom dos territórios palestinos
o derrubamento de Saddam Husein em Iraque para desestabilizar em corrente a Síria e o Líbano
o desmembramento de Iraque e a criação de um Estado palestino em território iraquiano
a utilização de Israel como base complementar do programa estadunidense de guerra das galáxias.

Este documento serviu de inspiração ao discurso pronunciado ao dia seguinte por Benjamim Netanyahu ante o Congresso estadunidense . Nele encontrámos todos os ingredientes da situação actual: ameaças contra Irão, Síria e o Hezbollah e, para arrematar, o reclamo de anexom do este de Jerusalém. Esse ponto de vista é similar ao da administração estadunidense. O controle das zonas ricas em hidrocarburos que Zbignew Brzezinki e Bernard Lewis chamavam «o arco crítico», ou seja o arco que vai do Golfo de Guiné ao Mar Cáspio passando pelo Golfo Pérsico, supõe uma redefiniçom de fronteiras, de Estados e de regimes políticos, em outras palavras: uma «remodelaçom do Grande Meio Oriente», segundo a fórmula empregada por George W. Bush.

Esse é o novo Meio Oriente do que Condoleezza Encrespe pretende ser a parteira o olhando nascer no meio da dor.

A ideia é singela: substituir os Estados herdados do derrube do Império Otomano por entidades mais pequenas de carácter monoétnico e neutralizar esses mini-Estados lançando-os constantemente uns com outros. Dito de outra forma, trata-se de voltar aos acordos aos que chegaram em segredo, em 1916, o império francês e o britânico (os chamados Acordos Sykes-Picot e de consagrar o domínio total dos anglo-sajones sobre a região. Mas, para estabelecer novos Estados o primeiro é destruir os que já existem. E isso é o que a administração Bush e seus aliados estão a fazer desde faz cinco anos com entusiasmo digno de um aprendiz de mago. Se não estão convencidos, vejamos os resultados:

À Palestina ocupada se lhe amputo o 7% de seu território; a faixa de Gaza e Cisjordânia estão separadas fisicamente pela construção de um muro; a Autoridade Nacional Palestina foi reduzida a ruínas e seus ministros e deputados foram sequestrados e encarcerados.
A ONU conminó ao Líbano a desarmar-se expulsando às forças sírias e dissolvendo o Hezbollah; o antigo premiêr Rafic Hariri foi assassinado e com ele desapareceu a influência de França; a infra-estrutura económica do país foi devastada; mais de 500 000 novos refugiados vagam pela região.
Em Iraque, a ditadura de Saddam Husein foi substituída por um regime ainda mais cruel que deixa mais de 3 000 morridos ao mês; sumido na anarquia, o país está pronto para seu desmembramento em três entidades separadas.
O seudoemirato talibám foi substituído por uma pseudodemocracia que segue impondo a interpretação mais obscurantista da sharia, à que se agregou como novo elemento o cultivo da adormidera. De fato, Afeganistão já se encontra dividido entre os chamados «senhores da guerra» e os combates se generalizam. A governação central renunciou a impor sua autoridade, inclusive na capital.

Em Washington, os discípulos de Leio Strauss, cada vez mais impacientes, sonham com estender o caos a Sudão, Síria e Irão. Para esse período de transição não se fala nem sequer de «democracia de mercado» senão unicamente de sangue e lágrimas. Jacques Chirac, que tinha a intenção de intervir no Líbano para defender os últimos interesses de França nesse país e que enviou ali a seu premiê Dominique de Villepin, teve que acordar de seu sonho. Durante a cimeira do G8, em San Petersburgo, George W. Bush proibiu-lhe fazê-lo dizendo-lhe que não se tratava de uma operação israelense que goza do apoio de Estados Unidos senão de uma operação estadunidense executada por Israel.

Após isso, a Dominique de Villepin não lhe ficou mais remédio que se limitar a lhes servir a seus interlocutores de Beirute umas quantas declarações verbais e expressar sua impotência.

Para ser mais precisos ainda, o plano de destruição do Líbano foi submetido pelo exército israelense à administração Bush faz já pouco mais de um ano, como revelou o San Francisco Chronicle . Esse plano foi objecto de discussões políticas, o 17 e o 18 de junho de 2006 em Beaver Creek, durante o Foro Mundial que o American Enterprise Institute organiza todos os anos. Benjamim Netanyahu e Dick Cheney discutiram-no amplamente junto a Richard Perle e Nathan Sharansky. A Casa Branca deu-lhe luz verde nos dias subseguintes.

As operações militares do exército israelense são supervisionadas pelo Departamento de Defesa de Estados Unidos. Este último determina os aspectos estratégicos essenciais e escolhe os alvos. O papel principal desempenha-o o geral Bantz Craddock como comandante do South Command. Craddock é um especialista em movimento de forças blindadas, como o demonstrou durante a operação Tormenta do Deserto e sobretudo como comandante das forças terrestres da OTAN em Kosovo. É um homem de confiança de Donald Rumsfeld, cujo estado maior pessoal dirigiu e por ordem de quem desenvolveu o campo de concentração de Guantánamo. Em novembro próximo, o general Craddock será nomeado comandante do European Command da OTAN, cargo que permitir-lhe-á dirigir a força de interposiçom que a OTAN poderia despregar no sul do Líbano, além das forças da OTAN que já se encontram em Afeganistão e Sudão.

Os generais israelenses e estadunidenses conhecem-se mutuamente, desde faz uma trintena de anos, graças aos intercâmbios que organiza entre eles o Instituto Judeu para os Assuntos de Segurança Nacional (Jewish Institute for National Security Affairs - JINSA), associação que impõe a seus quadros a participação em seminários de estudo sobre o pensamento de Leio Strauss.

  19:23:41, por Corral   , 397 palavras  
Categorias: Outros, Dezires

Declaração de intelectuais sobre a Palestina e o Líbano

por Arundhati Roy, Tariq Ali, Noam Chomsky,
Eduardo Galeano, Howard Zinn, Ken Loach, John Berger

O assalto israelense apoiado pelos EUA ao Líbano deixou o país paralisado, a arder e colérico. O massacre em Qana e a perda de vidas não é simplesmente "desproporcionada". Trata-se, de acordo com o direito internacional em vigor, de um crime de guerra.

A deliberada e sistemática destruição da infraestrutura social do Líbano pela força aérea israelense também foi um crime de guerra, concebido para reduzir aquele país ao status de um protectorado israelense-americano.

Esta tentativa foi contraproducente, enquanto os povos de todo o mundo observavam horrorizados. No próprio Líbano, 87 por cento da população agora apoia a resistência do Hezbollah, incluindo 80 por cento de cristãos e druzos e 89 por cento de muçulmanos sunitas, ao passo que 8 por cento acreditam que os EUA apoiam o Líbano.

Mas estas acções não serão julgadas por qualquer tribunal constituído pela "comunidade internacional" uma vez que os Estados Unidos e os seus aliados que os cometem ou são cúmplices nestes crimes pavorosos não o permitirão.

Agora ficou claro que o assalto ao Líbano para exterminar o Hezbollah fora preparado há muito. Aos crimes de Israel foi dado um sinal verde pelos Estados Unidos e pelo seu sempre leal aliado britânico, apesar da esmagadora oposição a Blair no seu próprio país.

A curta paz que o Líbano desfrutou chegou ao fim e um país paralisado é forçado a recordar um passado que ele tinha esperança de esquecer. O terrorismo de estado infligido ao Líbano está a ser repetido no gueto de Gaza, enquanto a "comunidade internacional" espera e observa em silêncio. Enquanto isso, o resto da Palestina é anexada e desmantelada com a participação directa dos Estados Unidos e a aprovação tácita dos seus aliados.

Exprimimos a nossa solidariedade e apoio às vítimas desta brutalidade e àqueles que armam uma resistência contra ela. Da nossa parte, utilizaremos todos o meios ao nosso dispor para expor a cumplicidade dos nossos governos nestes crimes. Não haverá paz no Médio Oriente enquanto continuarem as ocupações da Palestina e do Iraque e os bombardeamentos temporariamente "suspensos" do Líbano.

04/Agosto/2006

  01:23:44, por Corral   , 233 palavras  
Categorias: Novas

Definitivo

Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
agarima-te aos quentes sonhos do vinho,
deixa-te levar por ele,
arrastará longe de ti todas as mágoas;
fumos abandonados
no mesmo instante do nosso nascimento,
geárom o nosso coraçom
com mentiras e fábulas.
Nom chores, nom merece umha soa bágua
do teu coraçom,
o que somentes som frios espelhos
quebrados pola geada,
bota de ti, a tua própria imagem;
toda a sabedoria
nom te poderá livrar
de ser um sonho roto nos cantis da noite.
Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
afoga o teu pranto com o doce
murmúrio
no que te alaga um corpo de mulher,
ela é o profundo cálix
donde bebemos os momentos dos deuses
depois
embriaga-te e cala.

Nada vale o que vale umha boa queca,
mete-o na cabeça, irmão,
nada.
Nem presidente, nem banqueiro, nem doutor,
vale o que vale umha boa queca,
nom demandes ao céu, nada vira de ai,
enrestia-te com um ardente corpo de mulher
acharás o bing bang do universo
Escuita e nom esqueças,
nom goldraches a tua vida
em que os demais te considerem respeitável,
bebe-a em grolos de beijos e vinhos com a tua amante
Nada vale o que vale umha boa queca,
mete-o na cabeça, irmão,
nada.

06-08-2006

  23:43:42, por Corral   , 233 palavras  
Categorias: Novas, Palavra

Sempre nom tem que ser ensaio

Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
agarima-te aos quentes sonhos do vinho,
deixa-te levar por ele,
arrastará longe de ti todas as mágoas;
fumos abandonados
no mesmo instante do nosso nascimento,
geárom o nosso coraçom
com mentiras e fábulas.
Nom chores, nom merece umha soa bágua
do teu coraçom,
o que somentes som frios espelhos
quebrados pola geada,
bota de ti, a tua própria imagem;
toda a sabedoria
nom te poderá ceivar
de ser um sonho roto nos cantis da noite.
Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
afoga o teu pranto com o doce
murmúrio
no que te alaga um corpo de mulher,
ela é o profundo cálix
donde bebemos os momentos dos deuses
depois
embriaga-te e cala.

Nada vale o que vale umha boa queca,
mete-o na cabeça, irmão,
nada.
Nem presidente, nem banqueiro, nem doutor,
vale o que vale umha boa queca,
nom demandes ao céu, nada vira de ai,
enrestia-te com um ardente corpo de mulher
acharás o bing bang do universo
Escuita e nom esqueças,
nom goldraches a tua vida
em que os demais te considerem respeitável,
bebe-a em grolos de beijos e vinhos com a tua amante
Nada vale o que vale umha boa queca,
mete-o na cabeça, irmão,
nada.

  18:01:15, por Corral   , 233 palavras  
Categorias: Novas, Palavra

Nom sempre vai ser pensamento

Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
agarima-te nos quentes sonhos do vinho,
deixa-te levar por ele,
arrastará longe de ti todas as mágoas;
fumos abandonados
no mesmo instante do nosso nascimento,
geárom o nosso coraçom
com mentiras e fábulas.

Nom chores, nom merece umha soa bágua
do teu coraçom,
o que somentes som frios espelhos
quebrados pola geada,
bota de ti, a tua própria imagem;
toda a sabedoria
nom te poderá ceivar
de ser um sonho roto nos cantis da noite.

Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
afoga o teu pranto com o doce
murmúrio
no que te alaga um corpo de mulher,
ela é o profundo cálix
donde bebemos os momentos dos deuses
depois
embriaga-te e cala.

Nada vale o que vale umha boa queca,
mete-o na cabeça, irmão,
nada.

Nem presidente, nem banqueiro, nem doutor,
vale o que vale umha boa queca,
nom demandes ao céu, nada vira de ai,
enrestia-te com um ardente corpo de mulher
acharás o bing bang do universo

Escuita e nom esqueças,
nom goldraches a tua vida
em que os demais te considerem respeitável,
bebe-a em grolos de beijos e vinhos com a tua amante

Nada vale o que vale umha boa queca,
mete-o na cabeça, irmão,
nada.

04-08-2006

  20:14:32, por Corral   , 953 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

Fazem falta mais greves selvagens

Felipe Romero

Noção básica número 1 sobre o movimento operário: os trabalhadores sentem e padecem.

Dizia o tio Karl (Marx) algo óbvio. Em frente a outros factores necessários na produção (factores que o capital adquiria ou requeria, como o capital financeiro, o capital cristalizado em maquinaria ou matérias primas), o factor humano (ou capital humano) se caracterizava por sua capacidade emocional e cognitiva. É o único factor, o único elemento da equação produtiva que dispõe de capacidade emocional e, com isso, capacidade de desobediência. Capacidade de desobedecer no momento, no instante, quando se sente traído, quando se sente ameaçado. Se você ameaça com pôr a dois mil pessoas na rua, de ameaçar seu futuro, suas condições de vida, as de seus filhos e seus familiares, quiçá se queixem.

Noção básica número 2 sobre o movimento operário: o invisível deve fazer-se visível.

À ameaça de despedido, resposta de desobediência. Capital convulso, capital improdutivo. E sozinho convulsões ao capital se consegues:

a) Fazer visível suas bases. Onde se encontram os viajantes e suas malas? Ao início e ao final. Enquanto, percorrem terminais cheios de lojas, repletas de comércios e vendedores uniformados. Detrás, num espaço indeterminado, estarão quem movem suas malas, ocultos, desaparecidos. Só há breves cruzes com o viajante: quanto este vê desde a janela como cai sua mala, quando a vê aparecer na fita transportadora. O que não verá é ao factor trabalho que leva a cabo essa tarefa. Na greve, a mala, esse objecto que desaparece num processo desconhecido, toma protagonismo. A mão de obra é ainda real no handling: até o nome trata de escurecer a realidade do factor trabalho. A greve demonstra-nos que estão aí, os meios já então os mostram. Recorda você ter visto imagens do factor trabalho na inauguraçom do T4 de Baralhas? Não, terá visto pistas, estruturas arquitectónicas, radares, fitas transportadoras, etc., mas não terá visto mãos, não terá visto o handling.

b) Paralisá-lo: o capital é capital em movimento. Parado, são coisas: aviões, malas, mercadorias. Em circulação é benefício.

O não visível não é respeitado. O que não paralisa, não incomoda.

Noção básica número 3 sobre o movimento operário: primeiro trabalhadores, depois cidadãos.

Na cidade da cidadania, a religião progressista que garante a obediência sumisa como rasgo de imagem da Barcelona cosmopolita, o invisível toma corpo, toma a pista. Na cidade que assiste à greve mais longa de sua história como se nada passasse, na Catalunha que se centra em suas identidades enquanto se produz uma razia da dissidência numa de suas indústrias de referência, tratam de centrar nossa atenção em quem perdem um voo em lugar de em quem perdem um futuro. A cidadania não é civismo, é ter direitos: o primeiro, a desobedecer.

Noção básica número 4 sobre o movimento operário: primeiro trabalhadores, depois sindicalistas.

Na investigação social e de mercados, tende a se diferenciar entre metodologias quantitativas e qualitativas. No segundo caso, as ferramentas mais habituais são a entrevista em profundidade e o grupo de discussão. No primeiro caso, a teoria diz que o indivíduo fala conforme a sua posição no grupo social ao que pertence. No grupo de discussão, fala conforme ao que "deve se dizer" num meio compartilhado com iguais, ao mesmo tempo que é capaz de apresentar, de assinalar, os desejos próprios desses iguais: dito de alguma forma, pode apresentar as utopias associadas ao discurso social próprio do grupo ao que pertencem. Por exemplo, um grupo de mães trabalhadoras dentre 30 e 40 anos de classe média dirá o que "deve se dizer" sobre a maternidade, sobre a dificuldade de conciliar vida familiar e trabalhista, e projectará seu desejo de superar as contradições. O publicista habilidoso encontrará o modo de transmitir que determinado alimento precozinado permite acercar a utopia dessa conciliaçom. No entanto, a ferramenta mais potente é a assembleia: aqui não se pesquisa à sociedade, senão que se observa à sociedade em movimento. Enquanto no grupo de discussão os participantes podem expressar seu desejo mas não o levar a cabo (foram convocados para um intervalo de tempo determinado e não se conhecem entre si) na assembleia os participantes provem de um espaço comum e sua relação manter-se-á no tempo: são capazes por tanto de converter seu desejo em acção (por isso empresários e sindicatos desconfiam particularmente das assembleias). Nesse sentido diz-se que são constituintes, por ter a capacidade de mudar o ordem estabelecido até o momento conforme ao desejo dos participantes.

Levado ao âmbito do trabalho, a assembleia, por sua própria dinâmica, é o espaço onde a produção do desejo (própria do grupo de discussão) avança para sua própria consecuçom (rasgo da assembleia, onde os corpos presentes se dotam a si mesmos de capacidade decisória). É o pânico do sindicato, concebido como mecanismo de representação, responsável de si e de seus representados, esse "agente social" que dá estabilidade e limita a expressão do desejo

. Noção básica número 5 sobre o movimento operário: fazem falta mais greves selvagens.

Se o trabalho sente e padece, se tem direitos, se o capital sozinho se ressente quando o factor trabalho o paralisa e se faz visível, se os sindicatos são algo diferente a ferramentas para satisfazer o desejo dos trabalhadores,...., fazem falta mais greves selvagens.

02-08-2006

  23:36:16, por Corral   , 1221 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

SIONISMO, GUERRAS, E PETRÓLEO

Por Alfredo Jalife Rahme
La Jornada
O oleoduto Baku-Tiflis-Ceyhan, dominado por British Petroleum (BP) com 30.1 por cento das acções (não diz que BP se encontra sob a férula da célebre dinastia dos banqueiros hebreus, os Rothschild), "mudou em forma dramática a geo-política na costa oriental do mar Mediterráneo
O solvente director de Réseau Voltaire (25-07-06), Thierry Meyssan, judeu francês muito crítico dos militares de Israel, afirma que a "ofensiva do exército israelense contra Líbano, planificada desde faz muito, é supervisionada pelo Pentágono". Abunda sobre o "caos construtivo" dos "neoconservadores adeptos de Leio Strauss", cujas teorias permitem que "se enredem os interesses imperiais de Estados Unidos com o Estado judeu". Trata-se de um "operativo de EU executado por Israel".
As doutrinas seriadas Wolfowitz-Huntington-Netanyahu-Perle-Kristol-Bush-Halutz estão a ser implementadas pelas duplas Cheney-Rumsfeld em EU e Netanyahu-Olmert em Israel, em conjunçom com os centros ultra-radicais israelenses-estadunidenses IASPS-PNAC-AEI (por suas siglas em inglês; ver Sob a Lupa(*), 23-07-06). Em México, seus aliados são os antidemócratas e filoplutócratas Krauze (pai e filho, Enrique e León) e os meio-irmãos Gutman (Rozental e Castañeda), quem se desvivem para entregar o petróleo, o água e o urânio às trasnacionais anglosajonas-israelenses mediante a presidência espúria de Calderón.
A aplicação das seriadas doutrinas israelenses-estadounidenses vai de vento em popa como se observa nas cotações das acções petroleiras anglosajonas que romperam todos os recordes ao recente trimestre (Bloomberg, 27-07-06).
O célebre comentarista Ted Koppel afirma num editorial que "EU se encontra já em guerra contra Irão", mas que "pelo momento a batalha se livra por conduto de sub-rogados" (New York Times, 22-07-06).
Marwan Hamadeh, ministro do que fica das telecomunicações em Líbano, aseveró que a ofensiva de Israel constituía uma "guerra por procuraçom" de EU contra Irã (An-Nahar, 29-07-06). Já vimos que parte da guerra global em processo comporta como corolario as "guerras do água", que compreendem a captura do rio Litani pelo Estado hebreu (ver Sob a Lupa, 26-07-06), bem como os rios vitais de Iraque e Síria.
Michel Chossudovsky (MC) , feroz economista canadense do Centro de Investigação da Globalização (globalresearch. com, 26-07-06), vincula a guerra israelense em Líbano com "a batalha pelo petróleo", em específico, com a recente inauguração o passado 13 de julho (em vésperas dos cruéis bombardeios hebreus) do oleoduto anglosajón Baku-Tiflis-Ceyhan (BTC), "principal oleoduto estratégico do mundo que canalizará mais de um milhão de barris ao dia aos mercados ocidentais". Comenta que à "recepção em Istambul para festejar a inauguração do oleoduto BTC assistiu Binyamin Ben-Eliezer, ministro de Energia e Infra-estrutura israelense, acompanhado de altos servidores públicos da governação Olmert, além do presidente anfitrião de Turquia, Ahmet Necdet Sezer, e os presidentes das principais trasnacionais petroleiras anglosajonas".
Destaca a colaboração militar de Israel com as governações de Turquia, Azerbaiyán e Georgia (estes dois últimos os cataloga de "protectorados de EU" mediante sua incorporação à OTAN): o Estado hebreu "possui interesses accionários nos depósitos petroleiros de Azerbaiyán, de onde importa quase 20 por cento, pelo que a abertura do oleoduto BTC melhorará em forma substancial as importações de Israel do mar Cáspio"; agrega que "outra dimensão que está relacionada à guerra em Líbano, onde Rússia foi debilitada", tem que ver com o "relevante papel estratégico que jogará Israel para 'proteger' o transporte e os corredores do oleoduto na costa oriental do mar Mediterráneo desde o porto turco de Ceyhan".
O oleoduto BTC, dominado por British Petroleum (BP) com 30.1 por cento das acções (não diz que BP se encontra sob a férula da célebre dinastia dos banqueiros hebreus, os Rothschild), "mudou em forma dramática a geopolítica na costa oriental do mar Mediterráneo, que se encontra agora vinculado à conca do mar Cáspio através do corredor energético". O oleoduto submarino de Ceyhan "conectar-se-á ao porto israelense de Ashkelon para se fusionar ao sistema principal de oleodutos no mar Vermelho" (com o porto israelense de Eilat).
Fica claro que a depredadora tripleta anglosajona-israelense procura o controle do triángulo do mar Cáspio, o golfo Pérsico e o mar Vermelho. De ali a invasão de Etiópia, apoiada pela mesma tripleta, a Somália, no corno de África em frente ao mar Vermelho e ao golfo de Adén, bem como a próxima abertura da frente em Sudão, sob o pretexto da montagem hollywoodense da "ajuda humanitária" a Darfur, para controlar o rio Nilo desde suas fontes e sitiar pela retaguarda a Egipto. Resulta que a misantropia necrófila condensada na tripleta anglosajona-israelense, que desde o 11 de setembro de 2001 devastou quatro países (Afganistão, Palestina, Iraque e Líbano), se preocupa agora por "os direitos humanos, a liberdade e a democracia" das tribos de Darfur.
Cita uma notícia, que mais bem parece aviso oportuno de The Jerusalem Post (porta-voz dos neomoabitas, neoconservadores straussianos), de faz quatro meses sobre quatro aquedutos, oleodutos e gasoductos submarinos de 400 quilómetros de extensão que "evitarão a costa de Síria e Líbano, para transportar água, electricidade, gás natural e petróleo"; este último "para ser exportado ao Longínquo Oriente". A onde? Não o di, mas nós podemos enriquecer sua teoria: a Índia, com quem em forma expedita e em pleno bombardeio de Líbano (aprovado por EU e Canadá, e calado por Fox, fantoche de Baby Bush, mais ocupado em defender os desfalcos de seus filhastros, os Bribiesca, que a condenar a catástrofe humanitária em Líbano perpetrada por seus sócios comerciais), a Câmara de Representantes aprovou o 26 de julho a colaboração energética do regime bushiano com Nova Delhi, a qual socava a contraproliferaçom e que com justa razão foi criticada por China (Stratfor, 28 e 29-07-06).
Graças às "guerras multidimensionais" da tripleta anglosajona-israelense, os oleodutos, gasoductos e aquedutos dariam uma grande volta desde o mar Cáspio para se conectar ao mar Vermelho e depois vincular-se ao mar Arábigo com Índia, passando pelo golfo de Adén na contigüidade onde se livra a guerra silenciosa entre Etiópia e Somália no corno de África.
A julgamento de MC, o esquema irredentista da tripleta anglosajona-israelense "tem a intenção de debilitar o papel energético de Rússia em Ásia central, impedir a conexão de China com os recursos energéticos, e isolar a Irão". Além do controle de Israel e Turquia das fontes dos rios Eufrates e Tigris em Anatolia, que afectariam a Síria e a Iraque, "o objectivo de Israel é abrir um corredor energético desde a fronteira com Líbano, passando por Síria, até Turquia". Não o di, mas em tais circunstâncias a balcanizaçom e as limpezas étnicas de Líbano e Síria em vários estados teológicos ao longo da costa oriental do Mediterráneo voltam-se uma necessidade imperativa.
A próxima vez abordaremos a guerra de EU (e sua apéndice Israel) contra Irão pela supremacia nuclear no golfo Pérsico.

  19:57:46, por Corral   , 1221 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

SIONISMO, GUERRAS, E PETRÓLEO


Por Alfredo Jalife Rahme A Jornada

O oleoduto Baku-Tiflis-Ceyhan, dominado por British Petroleum (BP) com 30.1 por cento das acções (não diz que BP se encontra sob a férula da célebre dinastia dos banqueiros hebreus, os Rothschild), "mudou em forma dramática a geo-política na costa oriental do mar Mediterráneo

O solvente director de Réseau Voltaire (25-07-06), Thierry Meyssan, judeu francês muito crítico dos militares de Israel, afirma que a "ofensiva do exército israelense contra Líbano, planificada desde faz muito, é supervisionada pelo Pentágono". Abunda sobre o "caos construtivo" dos "neoconservadores adeptos de Leio Strauss", cujas teorias permitem que "se enredem os interesses imperiais de Estados Unidos com o Estado judeu". Trata-se de um "operativo de EU executado por Israel".

As doutrinas seriadas Wolfowitz-Huntington-Netanyahu-Perle-Kristol-Bush-Halutz estão a ser implementadas pelas duplas Cheney-Rumsfeld em EU e Netanyahu-Olmert em Israel, em conjunçom com os centros ultra-radicais israelenses-estadunidenses IASPS-PNAC-AEI (por suas siglas em inglês; ver Sob a Lupa(*), 23-07-06). Em México, seus aliados são os antidemócratas e filoplutócratas Krauze (pai e filho, Enrique e León) e os meio-irmãos Gutman (Rozental e Castañeda), quem se desvivem para entregar o petróleo, o água e o urânio às trasnacionais anglosajonas-israelenses mediante a presidência espúria de Calderón.

A aplicação das seriadas doutrinas israelenses-estadounidenses vai de vento em popa como se observa nas cotações das acções petroleiras anglosajonas que romperam todos os recordes ao recente trimestre (Bloomberg, 27-07-06).

O célebre comentarista Ted Koppel afirma num editorial que "EU se encontra já em guerra contra Irão", mas que "pelo momento a batalha se livra por conduto de sub-rogados" (New York Times, 22-07-06).

Marwan Hamadeh, ministro do que fica das telecomunicações em Líbano, aseveró que a ofensiva de Israel constituía uma "guerra por procuraçom" de EU contra Irã (An-Nahar, 29-07-06). Já vimos que parte da guerra global em processo comporta como corolario as "guerras do água", que compreendem a captura do rio Litani pelo Estado hebreu (ver Sob a Lupa, 26-07-06), bem como os rios vitais de Iraque e Síria.

Michel Chossudovsky (MC) , feroz economista canadense do Centro de Investigação da Globalização (globalresearch. com, 26-07-06), vincula a guerra israelense em Líbano com "a batalha pelo petróleo", em específico, com a recente inauguração o passado 13 de julho (em vésperas dos cruéis bombardeios hebreus) do oleoduto anglosajón Baku-Tiflis-Ceyhan (BTC), "principal oleoduto estratégico do mundo que canalizará mais de um milhão de barris ao dia aos mercados ocidentais". Comenta que à "recepção em Istambul para festejar a inauguração do oleoduto BTC assistiu Binyamin Ben-Eliezer, ministro de Energia e Infra-estrutura israelense, acompanhado de altos servidores públicos da governação Olmert, além do presidente anfitrião de Turquia, Ahmet Necdet Sezer, e os presidentes das principais trasnacionais petroleiras anglosajonas".

Destaca a colaboração militar de Israel com as governações de Turquia, Azerbaiyán e Georgia (estes dois últimos os cataloga de "protectorados de EU" mediante sua incorporação à OTAN): o Estado hebreu "possui interesses accionários nos depósitos petroleiros de Azerbaiyán, de onde importa quase 20 por cento, pelo que a abertura do oleoduto BTC melhorará em forma substancial as importações de Israel do mar Cáspio"; agrega que "outra dimensão que está relacionada à guerra em Líbano, onde Rússia foi debilitada", tem que ver com o "relevante papel estratégico que jogará Israel para 'proteger' o transporte e os corredores do oleoduto na costa oriental do mar Mediterráneo desde o porto turco de Ceyhan".

O oleoduto BTC, dominado por British Petroleum (BP) com 30.1 por cento das acções (não diz que BP se encontra sob a férula da célebre dinastia dos banqueiros hebreus, os Rothschild), "mudou em forma dramática a geopolítica na costa oriental do mar Mediterráneo, que se encontra agora vinculado à conca do mar Cáspio através do corredor energético". O oleoduto submarino de Ceyhan "conectar-se-á ao porto israelense de Ashkelon para se fusionar ao sistema principal de oleodutos no mar Vermelho" (com o porto israelense de Eilat).

Fica claro que a depredadora tripleta anglosajona-israelense procura o controle do triángulo do mar Cáspio, o golfo Pérsico e o mar Vermelho. De ali a invasão de Etiópia, apoiada pela mesma tripleta, a Somália, no corno de África em frente ao mar Vermelho e ao golfo de Adén, bem como a próxima abertura da frente em Sudão, sob o pretexto da montagem hollywoodense da "ajuda humanitária" a Darfur, para controlar o rio Nilo desde suas fontes e sitiar pela retaguarda a Egipto. Resulta que a misantropia necrófila condensada na tripleta anglosajona-israelense, que desde o 11 de setembro de 2001 devastou quatro países (Afganistão, Palestina, Iraque e Líbano), se preocupa agora por "os direitos humanos, a liberdade e a democracia" das tribos de Darfur.

Cita uma notícia, que mais bem parece aviso oportuno de The Jerusalem Post (porta-voz dos neomoabitas, neoconservadores straussianos), de faz quatro meses sobre quatro aquedutos, oleodutos e gasoductos submarinos de 400 quilómetros de extensão que "evitarão a costa de Síria e Líbano, para transportar água, electricidade, gás natural e petróleo"; este último "para ser exportado ao Longínquo Oriente". A onde? Não o di, mas nós podemos enriquecer sua teoria: a Índia, com quem em forma expedita e em pleno bombardeio de Líbano (aprovado por EU e Canadá, e calado por Fox, fantoche de Baby Bush, mais ocupado em defender os desfalcos de seus filhastros, os Bribiesca, que a condenar a catástrofe humanitária em Líbano perpetrada por seus sócios comerciais), a Câmara de Representantes aprovou o 26 de julho a colaboração energética do regime bushiano com Nova Delhi, a qual socava a contraproliferaçom e que com justa razão foi criticada por China (Stratfor, 28 e 29-07-06).

Graças às "guerras multidimensionais" da tripleta anglosajona-israelense, os oleodutos, gasoductos e aquedutos dariam uma grande volta desde o mar Cáspio para se conectar ao mar Vermelho e depois vincular-se ao mar Arábigo com Índia, passando pelo golfo de Adén na contigüidade onde se livra a guerra silenciosa entre Etiópia e Somália no corno de África.

A julgamento de MC, o esquema irredentista da tripleta anglosajona-israelense "tem a intenção de debilitar o papel energético de Rússia em Ásia central, impedir a conexão de China com os recursos energéticos, e isolar a Irão". Além do controle de Israel e Turquia das fontes dos rios Eufrates e Tigris em Anatolia, que afectariam a Síria e a Iraque, "o objectivo de Israel é abrir um corredor energético desde a fronteira com Líbano, passando por Síria, até Turquia". Não o di, mas em tais circunstâncias a balcanizaçom e as limpezas étnicas de Líbano e Síria em vários estados teológicos ao longo da costa oriental do Mediterráneo voltam-se uma necessidade imperativa.

A próxima vez abordaremos a guerra de EU (e sua apéndice Israel) contra Irão pela supremacia nuclear no golfo Pérsico.

01-08-2006

  11:11:44, por Corral   , 1506 palavras  
Categorias: Novas

O PETRÓLEO E O LIBANO

A guerra ao Líbano e a batalha pelo petróleo
por Michel Chossudovsky
Resistir.info
Haverá uma relação entre o bombardeamento do Líbano e inauguração do mais estratégico oleoduto do mundo, o qual transportará mais de um milhão de barris de petróleo por dia para mercados ocidentais?
Virtualmente desapercebida, a inauguração do oleoduto Baku-Tblisi-Ceyhan (BTC), que liga o Mar Cáspio ao Mediterrâneo Oriental, verificou-se a 13 de Julho, exactamente no princípio dos bombardeamentos do Líbano realizados por Israel.
Um dia antes dos ataques israelenses, os principais parceiros e accionistas do projecto do oleoduto BTC, incluindo vários chefes de Estado e executivos de companhias petrolíferas, compareciam ao porto de Ceyhan. Eles foram então despachados para uma cerimónia de inauguração em Istambul, convidados pelo presidente da Turquia, Ahmet Necdet Sezer, nas elegantes vizinhanças do Palácio Çýraðan.
Também presentes estavam o presidente da British Petroleum (BP), Lord Browne, juntamente com altos responsáveis governamentais da Grã-Bretanha, EUA e Israel. A BP dirigiu o consórcio do oleoduto BTC. Outros grandes accionistas ocidentais incluem a Chevron, Conoco-Philips, Total da França e ENI da Itália
O ministro da Energia e Infraestrutura de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, estava ali presente, juntamente com uma delegação de altos responsáveis petrolíferos israelenses.
O oleoduto BTC contorna totalmente o território da Federação Russa. Ele transita através das antigas repúblicas soviéticas do Azerbaijão e Geórgia, ambas as quais tornaram-se "protectorados" americanos, firmemente integradas dentro de uma aliança militar com os EUA e a NATO. Além disso, tanto o Azerbaijão como a Geórgia têm acordos de cooperação militar a longo prazo com Israel. Em 2005, companhias georgianas receberam US$ 24 milhões em contratos militares financiados pela assistência militar americana a Israel sob o chamado "Foreign Military Financing (FMF) program". Ver http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/states/GA.html
Israel tem interesse nos campos petrolíferos azeris, dos quais importa uns vinte por cento do seu petróleo. A abertura do oleoduto reforçará substancialmente as importações petrolíferas israelenses da bacia do Mar Cáspio. Mas há uma outra dimensão que se relaciona directamente com a guerra ao Líbano. Em paralelo ao enfraquecimento da Rússia, Israel candidata-se ao desempenho de um importante papel estratégico na "protecção" do transporte no Mediterrâneo Oriental e nos corredores do oleoduto até Ceyhan.
Militarização do Mediterrâneo Oriental
O bombardeamento do Líbano é parte de um roteiro cuidadosamente planeada e militarmente coordenado. A extensão da guerra à Síria e ao Irão já foi contemplada pelos planeadores militares americanos e israelenses. Esta agenda militar mais vasta está intimamente relacionada com o petróleo e os oleodutos estratégicos. É apoiada pelos gigantes petrolíferos ocidentais que controlam os corredores do oleoduto. Em última análise procura controle territorial sobre a linha costeira do Leste do Mediterrâneo.
Neste contexto, o oleoduto BTC dominado pela British Petroleum, mudou dramaticamente a geopolítica do Mediterrâneo Oriental, a qual agora está ligada, através de um corredor de energia, à bacia do Mar Cáspio:
"[O oleoduto BTC] altera consideravelmente o status dos países da região e cimenta uma nova aliança pro-ocidental. Tendo levado o oleoduto até o Mediterrâneo, Washington praticamente estabeleceu um novo bloco com o Azerbaijão, a Geórgia, a Turquia e Israel" (Komerzant, Moscovo 14/Julho/2006)
Israel agora é parte do eixo militar anglo-americano, o qual serve os interesses dos gigantes petrolíferos ocidentais no Médio Oriente e na Ásia Central.
Enquanto os relatórios oficiais declaram que o oleoduto BTC "transportará petróleo para mercados ocidentais", o que é raramente reconhecido é que parte do petróleo do Mar Cáspio será directamente dirigido para Israel. Em relação a isto, foi encarado um projecto de oleoduto submarino israelense-turco que ligaria Ceyhan ao porto israelense de Ashkelon e, a partir dali, através do sistema principal de oleodutos de Israel, ao Mar Vermelho.
O objectivo de Israel é não só adquirir o petróleo do Cáspio para as suas próprias necessidades de consumo como desempenhar um papel chave na reexportação do mesmo em retorno para os mercados asiáticos através do porto de Eilat, no Mar Vermelho. As implicações estratégicas desta re-orientação do petróleo do Mar Cáspio são de grande alcance.
Em Abril de 2006, Israel e Turquia anunciaram planos para quatro oleodutos submarinos, os quais passariam ao largo do territórios sírio e libanês.
"A Turquia e Israel estão a negociar a construção de um projecto de energia e água de muitos milhões de dólares que transportará água, electricidade, gás natural e petróleo por pipelines para Israel, com o petróleo a ser enviado para diante de Israel para o Extremo Oriente.
A nova proposta turco-israelense em discussão encararia a transferência de água, electricidade, gás natural e petróleo para Israel através de quatro pipelines submarinos.
www.jpost.com/
"O petróleo de Baku pode ser transportado para Ashkelon através deste novo oleoduto e para a Índia e o Extremo Oriente [através do Mar Vermelho]".
"Ceyhan e o porto mediterrâneo de Ashkelon estão situados a apenas 400 km de distância. O petróleo pode ser transportado para a cidade em petroleiros ou através de pipelines submarinos construídos para isso. A partir de Ashkelon o petróleo pode ser bombeado através do oleoduto já existente para o porte de Eilat no Mar Vermelho e dali pode ser transportado para a Índia e outros países asiáticos em petroleiros. (REGNUM).
Água para Israel
Também está envolvido neste projecto uma conduta para trazer água a Israel, bombeando água dos recursos a montante dos rios Tigre e Eufrates na bacia da Anatolia. Isto tem sido um objectivo estratégico a longo prazo de Israel em detrimento da Síria e do Iraque. A agenda de Israel em relação à água é apoiada pelo acordo de cooperação militar entre Tel Aviv e Ancara.
O re-direccionamento do petróleo da Ásia Central
Divergir petróleo e gás da Ásia Central para o Mediterrâneo Oriental (sob protecção militar israelense), para reexportá-lo para a Ásia, serve para minar o mercado de energia inter-asiático, o qual está baseado no desenvolvimento de corredores de oleodutos directos ligando a Ásia Central e a Rússia à Ásia do Sul, a China e o Extremo Oriente.
Em última análise, este desenho é destinado a enfraquecer o papel da Rússia na Ásia Central e desligar a China dos recursos petrolíferos da Ásia Central. Pretende também isolar o Irão.
Nesse ínterim, Israel emergiu como um novo jogador poderoso no mercado global de energia.
Guerra e oleodutos
Antes do bombardeamento do Líbano, Israel e Turquia haviam anunciado as rotas do oleoduto submarino, que passam ao largo da Síria e do Líbano. Estas rotas submarinas não transgridem abertamente a soberania territorial do Líbano e da Síria.
Por outro lado, o desenvolvimento de corredores alternativos por terra (para petróleo e água) através do Líbano e da Síria exigiria o controle territorial israelense-turco sobre a linha costeira mediterrâneo oriental através do Líbano e da Síria.
A implementação deste projecto exige a militarização da linha costeira do Leste do Mediterrâneo, caminhos marítimos e rotas por terra, estendendo-se desde o porto de Ceyhan através da Síria e do Líbano até a fronteira libanesa-israelense.
Não será isto um dos objectivos ocultos da guerra ao Líbano? Tornar acessível um espaço que permite a Israel controlar um vasto território que se estende desde a fronteira libanesa através da Síria até a Turquia.
"A longa guerra"
O primeiro ministro israelense Ehud Olmert declarou que a ofensiva israelense contra o Líbano "perduraria por muito longo tempo". Enquanto isso, os EUA aceleraram embarques de armas para Israel.
Há objectivos estratégicos subjacentes à "Longa guerra", os quais estão ligados ao petróleo e aos oleodutos.
A campanha aérea contra o Líbano está inextricavelmente relacionada com os objectivos estratégicos americano-israelenses no conjunto do Médio Oriente, incluindo a Síria e o Irão. Em recentes desenvolvimentos, a secretária de Estado Condoleeza Rice declarou que a principal finalidade da sua missão ao Médio Oriente não era pressionar por um cessar fogo no Líbano, mas ao invés disso isolar a Síria e o Irão. (Daily Telegraph, 22/Julho/2006)
Neste momento crítico, o reabastecimento dos stocks israelenses com armas de destruição em massa produzidas nos EUA aponta para uma escalada da guerra tanto dentro como para além das fronteiras do Líbano.

  00:36:02, por Corral   , 1506 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

O PETRÓLEO E O LIBANO

A guerra ao Líbano e a batalha pelo petróleo
por Michel Chossudovsky

Resistir.info

Haverá uma relação entre o bombardeamento do Líbano e inauguração do mais estratégico oleoduto do mundo, o qual transportará mais de um milhão de barris de petróleo por dia para mercados ocidentais?
Virtualmente desapercebida, a inauguração do oleoduto Baku-Tblisi-Ceyhan (BTC), que liga o Mar Cáspio ao Mediterrâneo Oriental, verificou-se a 13 de Julho, exactamente no princípio dos bombardeamentos do Líbano realizados por Israel.
Um dia antes dos ataques israelenses, os principais parceiros e accionistas do projecto do oleoduto BTC, incluindo vários chefes de Estado e executivos de companhias petrolíferas, compareciam ao porto de Ceyhan. Eles foram então despachados para uma cerimónia de inauguração em Istambul, convidados pelo presidente da Turquia, Ahmet Necdet Sezer, nas elegantes vizinhanças do Palácio Çýraðan.
Também presentes estavam o presidente da British Petroleum (BP), Lord Browne, juntamente com altos responsáveis governamentais da Grã-Bretanha, EUA e Israel. A BP dirigiu o consórcio do oleoduto BTC. Outros grandes accionistas ocidentais incluem a Chevron, Conoco-Philips, Total da França e ENI da Itália
O ministro da Energia e Infraestrutura de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, estava ali presente, juntamente com uma delegação de altos responsáveis petrolíferos israelenses.
O oleoduto BTC contorna totalmente o território da Federação Russa. Ele transita através das antigas repúblicas soviéticas do Azerbaijão e Geórgia, ambas as quais tornaram-se "protectorados" americanos, firmemente integradas dentro de uma aliança militar com os EUA e a NATO. Além disso, tanto o Azerbaijão como a Geórgia têm acordos de cooperação militar a longo prazo com Israel. Em 2005, companhias georgianas receberam US$ 24 milhões em contratos militares financiados pela assistência militar americana a Israel sob o chamado "Foreign Military Financing (FMF) program". Ver http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/states/GA.html
Israel tem interesse nos campos petrolíferos azeris, dos quais importa uns vinte por cento do seu petróleo. A abertura do oleoduto reforçará substancialmente as importações petrolíferas israelenses da bacia do Mar Cáspio. Mas há uma outra dimensão que se relaciona directamente com a guerra ao Líbano. Em paralelo ao enfraquecimento da Rússia, Israel candidata-se ao desempenho de um importante papel estratégico na "protecção" do transporte no Mediterrâneo Oriental e nos corredores do oleoduto até Ceyhan.
Militarização do Mediterrâneo Oriental
O bombardeamento do Líbano é parte de um roteiro cuidadosamente planeada e militarmente coordenado. A extensão da guerra à Síria e ao Irão já foi contemplada pelos planeadores militares americanos e israelenses. Esta agenda militar mais vasta está intimamente relacionada com o petróleo e os oleodutos estratégicos. É apoiada pelos gigantes petrolíferos ocidentais que controlam os corredores do oleoduto. Em última análise procura controle territorial sobre a linha costeira do Leste do Mediterrâneo.
Neste contexto, o oleoduto BTC dominado pela British Petroleum, mudou dramaticamente a geopolítica do Mediterrâneo Oriental, a qual agora está ligada, através de um corredor de energia, à bacia do Mar Cáspio:
"[O oleoduto BTC] altera consideravelmente o status dos países da região e cimenta uma nova aliança pro-ocidental. Tendo levado o oleoduto até o Mediterrâneo, Washington praticamente estabeleceu um novo bloco com o Azerbaijão, a Geórgia, a Turquia e Israel" (Komerzant, Moscovo 14/Julho/2006)
Israel agora é parte do eixo militar anglo-americano, o qual serve os interesses dos gigantes petrolíferos ocidentais no Médio Oriente e na Ásia Central.
Enquanto os relatórios oficiais declaram que o oleoduto BTC "transportará petróleo para mercados ocidentais", o que é raramente reconhecido é que parte do petróleo do Mar Cáspio será directamente dirigido para Israel. Em relação a isto, foi encarado um projecto de oleoduto submarino israelense-turco que ligaria Ceyhan ao porto israelense de Ashkelon e, a partir dali, através do sistema principal de oleodutos de Israel, ao Mar Vermelho.
O objectivo de Israel é não só adquirir o petróleo do Cáspio para as suas próprias necessidades de consumo como desempenhar um papel chave na reexportação do mesmo em retorno para os mercados asiáticos através do porto de Eilat, no Mar Vermelho. As implicações estratégicas desta re-orientação do petróleo do Mar Cáspio são de grande alcance.
Em Abril de 2006, Israel e Turquia anunciaram planos para quatro oleodutos submarinos, os quais passariam ao largo do territórios sírio e libanês.
"A Turquia e Israel estão a negociar a construção de um projecto de energia e água de muitos milhões de dólares que transportará água, electricidade, gás natural e petróleo por pipelines para Israel, com o petróleo a ser enviado para diante de Israel para o Extremo Oriente.
A nova proposta turco-israelense em discussão encararia a transferência de água, electricidade, gás natural e petróleo para Israel através de quatro pipelines submarinos.
www.jpost.com/
"O petróleo de Baku pode ser transportado para Ashkelon através deste novo oleoduto e para a Índia e o Extremo Oriente [através do Mar Vermelho]".
"Ceyhan e o porto mediterrâneo de Ashkelon estão situados a apenas 400 km de distância. O petróleo pode ser transportado para a cidade em petroleiros ou através de pipelines submarinos construídos para isso. A partir de Ashkelon o petróleo pode ser bombeado através do oleoduto já existente para o porte de Eilat no Mar Vermelho e dali pode ser transportado para a Índia e outros países asiáticos em petroleiros. (REGNUM).

Água para Israel
Também está envolvido neste projecto uma conduta para trazer água a Israel, bombeando água dos recursos a montante dos rios Tigre e Eufrates na bacia da Anatolia. Isto tem sido um objectivo estratégico a longo prazo de Israel em detrimento da Síria e do Iraque. A agenda de Israel em relação à água é apoiada pelo acordo de cooperação militar entre Tel Aviv e Ancara.
O re-direccionamento do petróleo da Ásia Central
Divergir petróleo e gás da Ásia Central para o Mediterrâneo Oriental (sob protecção militar israelense), para reexportá-lo para a Ásia, serve para minar o mercado de energia inter-asiático, o qual está baseado no desenvolvimento de corredores de oleodutos directos ligando a Ásia Central e a Rússia à Ásia do Sul, a China e o Extremo Oriente.
Em última análise, este desenho é destinado a enfraquecer o papel da Rússia na Ásia Central e desligar a China dos recursos petrolíferos da Ásia Central. Pretende também isolar o Irão.
Nesse ínterim, Israel emergiu como um novo jogador poderoso no mercado global de energia.
Guerra e oleodutos
Antes do bombardeamento do Líbano, Israel e Turquia haviam anunciado as rotas do oleoduto submarino, que passam ao largo da Síria e do Líbano. Estas rotas submarinas não transgridem abertamente a soberania territorial do Líbano e da Síria.
Por outro lado, o desenvolvimento de corredores alternativos por terra (para petróleo e água) através do Líbano e da Síria exigiria o controle territorial israelense-turco sobre a linha costeira mediterrâneo oriental através do Líbano e da Síria.
A implementação deste projecto exige a militarização da linha costeira do Leste do Mediterrâneo, caminhos marítimos e rotas por terra, estendendo-se desde o porto de Ceyhan através da Síria e do Líbano até a fronteira libanesa-israelense.
Não será isto um dos objectivos ocultos da guerra ao Líbano? Tornar acessível um espaço que permite a Israel controlar um vasto território que se estende desde a fronteira libanesa através da Síria até a Turquia.
"A longa guerra"
O primeiro ministro israelense Ehud Olmert declarou que a ofensiva israelense contra o Líbano "perduraria por muito longo tempo". Enquanto isso, os EUA aceleraram embarques de armas para Israel.
Há objectivos estratégicos subjacentes à "Longa guerra", os quais estão ligados ao petróleo e aos oleodutos.
A campanha aérea contra o Líbano está inextricavelmente relacionada com os objectivos estratégicos americano-israelenses no conjunto do Médio Oriente, incluindo a Síria e o Irão. Em recentes desenvolvimentos, a secretária de Estado Condoleeza Rice declarou que a principal finalidade da sua missão ao Médio Oriente não era pressionar por um cessar fogo no Líbano, mas ao invés disso isolar a Síria e o Irão. (Daily Telegraph, 22/Julho/2006)
Neste momento crítico, o reabastecimento dos stocks israelenses com armas de destruição em massa produzidas nos EUA aponta para uma escalada da guerra tanto dentro como para além das fronteiras do Líbano.

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