por Harry Magdoff
Há um ano analisámos, na Monthly Review , a natureza espúria do alarme sobre o que vem acontecendo à produtividade nos Estados Unidos. Desde então, não se deixou de falar nessa questão. Acredita-se hoje, em geral, mesmo entre os trabalhadores, que a produtividade vem na realidade decaindo, e que esse suposto declínio é a causa da maioria de nossos males económicos. Ao mesmo tempo, o que se está tornando cada vez mais claro é que a incessante propaganda em torno dessa questão está a ser usada para atacar os trabalhadores a fim de justificar um retrocesso nas condições no local de trabalho.
Assim, a grande dificuldade durante as negociações para solucionar a recente greve dos trabalhadores do metro e dos autocarros da cidade de Nova York não foram tanto os salários, mas a insistência dos patrões em que os trabalhadores abrissem mão de melhorias das condições de trabalho conquistadas em contratos anteriores. Esses retrocessos ? como, por exemplo, a eliminação dos períodos de descanso de 20 minutos ? foram exigidos pelo Departamento de Transporte Metropolitano da Cidade de Nova York, sob a alegação de que a sua eliminação era absolutamente essencial para o aumento da produtividade. Embora pairem dúvidas consideráveis sobre a possibilidade de que as concessões que acabaram por ser feitas pelo sindicato venham a resultar, na prática, numa maior eficiência, o importante, do ponto de vista patronal, é que o princípio do retrocesso foi estabelecido. Esse acontecimento em Nova York está longe de constituir fenómeno isolado. As exigências dos patrões com respeito a retrocessos ? anulação de conquistas obtidas a duras penas pelos trabalhadores em matéria de condições de trabalho ? vêm-se generalizando entre as indústrias. E o terreno para essa modificação na luta de classes foi preparado pela bem sucedida lavagem cerebral do público para que este acreditasse que os Estados Unidos estão em dificuldades devido à queda da produtividade do trabalho.
Faleceu dia 1 de Janeiro de 2006 o grande economista norte-americano Harry Magdoff, um dos mais importantes analistas do capitalismo e do imperialismo. Magdoff, companheiro de Paul Sweezy e Paul Baran na redacção da Monthly Review, foi autor de alguns estudos marxistas clássicos sobre a produtividade da economia americana, sobre planificação, sobre o trabalho e o capital monopolista, sobre a economia política do imperialismo e muitos outros temas.
por Mikis Theodorakis [*]
No projecto do Calendário da primeira parte da Sessão ordinária de 2006 (23-27 Janeiro) da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, consta o seguinte ponto:
Quarta-feira, 25 de Janeiro 2006: Necessidade de condenar os crimes do comunismo ao nível internacional (Doc.) Relatório da comissão das questões políticas: M. Göran Lindblad (Suécia, PPE/DC)
A esta provocação, Mikis Theodorakis reagiu publicando a seguinte:
DECLARAÇÃO
O Conselho da Europa decidiu alterar a História. Para a distorcer, coloca em pé de igualdade as vítimas e os agressores, os heróis e os criminosos, os libertadores e os conquistadores, os comunistas e os nazis.
Considera que os maiores inimigos do nazismo, ou seja, os comunistas, são criminosos e, com efeito, iguais aos nazis! Inquieta-se mesmo e protesta, porque, ainda que os hitlerianos tenham sido condenados pela comunidade internacional, nada de parecido se passou com os comunistas.
Por esta razão, ele sugere que esta condenação tenha lugar agora em plena sessão plenária da Assembleia parlamentar do Conselho da Europa no próximo dia 24 a 27 Janeiro.
Na verdade, ele inquieta-se, porque a "consciência pública dos crimes cometidos pelos regimes comunistas totalitários é muito pobre", e igualmente porque os "partidos comunistas estão sempre legais e em actividade em qualquer país, mesmo se em certos casos, eles não estão dissociados dos crimes".
Em outras palavras, o Conselho da Europa anuncia doravante a perseguição futura dos comunistas europeus que não se tenham ainda retractado, como é exigido, no passado pelos esbirros da Gestapo e os torturadores do campo de Macronissos.
Talvez porque amanhã vão decidir proibir os partidos comunistas, abrindo dessa forma a porta aos fantasmas de Hitler e Himmler, que, como se sabe, começaram a sua carreira proibindo os partidos comunistas e colocando os comunistas nos campos da morte.
Entretanto, no fim de contas, eles estão manchados pelo mesmo sangue das suas vítimas, dos seus 20 milhões de mortos da União Soviética comunista e de tantas outras centenas de milhares de comunistas que deram a sua vida, colocando-se à cabeça dos movimentos de resistência nacionais por toda a Europa, como esta que nasceu na Grécia.
Portanto, estes senhores do Conselho da Europa, no seu desejo de fazer ressuscitar os métodos condenados pela consciência da história e dos povos, chegam em segundo lugar, porquanto foram já ultrapassados pelo grande irmão ? pelos Estados Unidos ?, que extermina povos inteiros, utilizando métodos à Hitler, como no caso do Iraque que está em ruínas: ruínas cheias de prisões americanas, onde milhares de vítimas inocentes são torturadas diariamente de uma maneira horrível e inegável.
Sobre este grande crime contra a Humanidade, como sobre o campo contemporâneo de tortura hitleriano de Guantánamo, o Conselho da Europa não disse absolutamente nada.
Assim, como qualquer que possa acreditar que estes senhores estejam honestamente preocupados com os direitos do homem, ainda que na sua própria casa, a Europa, autorizem os aviões da CIA cheios de pessoas espoliadas de todos os seus direitos a serem transportadas para prisões especiais a fim de serem aí torturadas?
Tais cidadãos não podem ser procuradores. Perante a Aula de História que, um dia se pronunciará sobre os inumeráveis crimes cometidos pelo grande irmão, do Vietname ao Chile e da América do Sul ao Iraque, o seu processo será tido igualmente em conta da tolerância, se não colaborar nestes crimes.
Infelizmente, hoje sou obrigado a falar antes em nome dos mortos do que em nome dos vivos. Por conseguinte, em nome dos meus camaradas comunistas mortos, aqueles que passaram pela Gestapo, os campos de concentração e os locais de execução, a fim de assegurar a derrotar do nazismo e celebrar a liberdade, não tenho senão uma palavra a dizer a estes gentlemen: TENHAM VERGONHA!
Atenas, 22/Dezembro/2005
Mikis Theodorakis
O original encontra-se em
http://fr.mikis-theodorakis.net/index.pho/article/articleview/460/1/93/
por Conselho de Notáveis, Xeques e Ulemás da Província de Nínive
Em nome de Deus, o Compassivo e Misericordioso
Memorando dos Dignatários, Xeques e Ulemás da Província de Nínive ao:
-Secretário Geral das Nações Unidas
-Secretário Geral da Liga dos Países Árabes
-Secretário Geral da Organização dos Estados Islâmicos
-Reis e Presidentes dos Estados Árabes e Islâmicos
-Todas as Organizações Humanitárias e de Direitos Humanos
À luz das difíceis circunstâncias que o nosso país e o nosso povo em geral e o da Província de Nínive em particular estão a enfrentar, dignitários e chefes tribais da Província de Nínive encontraram-se para discutir a trágica condição do povo da Província ameaçado pela omissão e ausência das autoridades legislativas e executivas e na sua segurança pois as autoridades militares tornaram-se instrumentos destinados a aumentar a opressão do povo da Província e a sua miséria.
Após discussões, foi decidido apresentar o seguinte memorando na esperança de encontrar alguma resposta a fim de proteger esta cidade árabe islâmica e assistir o nosso povo na Província de Nínive.
Pedimos um Comité Internacional de Inquérito, além de um comité iraquiano formado por representantes de Ulemás, Xeques e Notáveis vindos do Iraque central e do sul a fim de investigar os crimes cometidos pelas forças de ocupação americanas assistidas por membro das Forças Especiais do Interior e da Guarda Nacional. Denunciamos especialmente os crimes sectários e a violação de mulheres iraquianas, o que representa um grave precedente no Iraque. O governo iraquiano é conivente com todos estes crimes ausentes dos media e em particular pela morte e sequestro de jornalistas por mercenários da ocupação depois de aterrorizarem e excluírem estações satélites e os media árabes e internacionais, impedindo a cobertura e permitindo a carnificina do povo iraquiano sem a presença de testemunhas.
São Paulo ? Foram libertadas mais de 1.200 pessoas da Destilaria Gameleira, no município de Confresa (MT), a maior operação de libertação de trabalhadores escravos já ocorrida no país. Até então, o título estava com a fazenda Roda Velha, de Ernesto Dias Filho, localizada no município de São Desidério (BA), quando 745 ganharam a liberdade em agosto de 2003. Nas últimas semanas, a usina Gameleira, produtora de álcool, esteve no centro de uma polêmica que envolveu até o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (leia abaixo). Grandes distribuidoras de combustível cortaram os contratos com a Gameleira após ficarem sabendo que comercializavam com uma empresa que estava na ?lista suja? do trabalho escravo do governo federal. A relação, atualizada semestralmente, mostra pessoas físicas e jurídicas que, comprovadamente, cometeram esse crime e que tiveram seus processos transitados em julgado dentro do Ministério do Trabalho e Emprego.
Os antigos colaboradores dos nazis e do fascismo europeu (Os partidos de origem católica e nacional-feixistas) lançam um ataque em toda regra ao movimento comunista
Vai Europa a tomar o caminho dum novo feixismo na forma em que o fixo Estados Unidos fai meio século ?. ,Aniquilará as liberdades de expressom e de organizaçom "em nome da democracia"? O 14 de dezembro 2005, em Paris, a Comissom de assuntos políticos da Assembleia parlamentária do Conselho de Europa (APCE) adoptou um projecto de resoluçom a iniciativa de Goran Lindblad do Partido Popular Europeu/Democrácia Cristiá (PPE/DE), titulado "Necessidade dumha condena internacional dos crimes de guerra comunistas totalitários". Este projecto, deverá ser enviado á sessom plenária da Assembleia parlamentária do Conselho de Europa que terá lugar do 23 ao 27 de janeiro 2006. Entre quem que o aprovárom, figuram parlamentários de países que nom duvidam em prender a dirigentes de partidos de movimentos populares, fechando os olhos ante a restauraçom de símbolos hitlerianos e tolerando a impunidade de antigos criminais de guerra.
por Silvia Ribeiro [*]
A petroleira BP é a segunda maior empresa do mundo, seguida pela Exxon Mobil, Shell, General Motors, Daimler Chrysler, Toyota Motor, Ford Motor, General Electric, Total, Chevron pela ordem de entrada da sua facturação até 2005. Cada uma delas constituem economias maiores que Portugal, Israel, Irlanda ou Nova Zelândia. A maior empresa do mundo continua a ser a Wal-Mart, cujo volume de vendas é maior do que o produto interno bruto da Arábia Saudita e Austria. A Wal-Mart é a vigésima economia do planeta. Dentre as 100 maiores economias do globo há outros supermercados, como Carrefour, Home Depot, Metro e Royal Ahold, procesadores de alimentos, como a Nestlé e o Grupo Altria (propietário da Kraft Foods e da Phillip Morris), juntamente com grupos financieros como o Citigroup, ING e HSBC, e empresas de informática y telecomunicaciones como IBM, Siemens, Hitachi, Hewlet Packard, Samsung e Sony.
Em 2004, as 200 maiores multinacionais do planeta concentravam 29 por cento da actividade económica mundial. Muitos analistas pensavam que a onda de fusões corporativas principiadas nos anos noventa estava a reduzir-se, mas o valor das fusões e compras entre empresas atingiu 1,95 mil milhões de dólares em 2004, 40 por cento mais do que em 2003. Cada vez menos empresas, maiores e com maior porcentagem de mercado. Na sombra, mas com enorme poder, cresce a dominação de mercado através de oligopólios de propriedade intelectual, manipulado com mínimas modificações para estender a vida das patentes, e, associado a este, o fortalecimento de cartéis globais de tecnologias.
Egon Heck *
Neste momento,
Vão juntar-se às de tantos parentes
Que lutaram e que lutam,
Derramaram seu sangue,
Para que nós hoje aqui estivéssemos
Com vida, mesmo que tão sofrida.
Se sorrio neste instante
um sorriso de dor,
Não é expressão de felicidade
Mas de um drama,
De uma revolta e indignação,
Pois hoje estamos despejados,
Estamos na rua!
A gente chora
Porque somos expulsados,
O que faremos agora?
Não temos mais paz.
Os Kaiowá tem que ser livres,
Nunca podem ser assim executados,
Hoje choro pelas crianças!
Tenho a certeza
De que esse juiz e esses policiais
Vão dar os melhores presentes
Para suas crianças.
E nós o que daremos para as nossas?
Carinho e esperança,
Fome e talvez um pedaço de pão!
O que pensam que somos,
Esses que fazem isso conosco,
Que somos animais ou traficantes,
Para virem tirar nós daqui
Com fortes armas?
Não precisavam.
Um acto bárbaro de terrorismo
Em seu discurso na cerimônia de de entrega do premio Nobel de literatura 2005, o dramaturgo britânico Harold Pinter, 75, disse que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o primeiro ministro britânico, Tony Blair, deveriam ser processados pela invasão do Iraque, a qual ele chamou "de um ato bárbaro de terrorismo".
Em uma gravação apresentada nesta quarta-feira na Academia Sueca, em Estocolmo, onde o Nobel é entregue tradicionalmente, Pinter disse que Bush e Blair deveriam ser denunciados a uma Corte Internacional de Justiça.
Leia abaixo parte do discurso de Pinter durante a cerimônia:
"Como sabem todas as pessoas aqui presentes, a justificativa para a invasão do Iraque era o fato de que Saddam Hussein possuía um perigoso arsenal de armas de destruição em massa, algumas das quais podiam ser disparadas em prazo de apenas 45 minutos, e seriam capazes de causar chocante devastação. Garantiram-nos que isso era verdade. Não era verdade.
Igor Ojeda
Na Índia, quase 500 fábricas foram fechadas em 2004 após reduções nas tarifas sobre as importações de produtos industriais, que causaram invasão de importados mais baratos;
No Brasil, a eliminação de barreiras comerciais contribui para que as transnacionais expulsem os pequenos - No Paquistão, a competição estrangeira no setor pesqueiro está tirando 300 mil pescadores locais do mercado;
Na África do Sul, a privatização do abastecimento de água ocasionou corte deste serviço para 500 mil pessoas pelo não pagamento de contas, durante um trimestre de 2001. Algumas famílias passaram a utilizar água de rios poluídos, o que causou surtos de cólera.
Estes e outros efeitos das medidas de abertura comercial já em marcha nas nações subdesenvolvidas constam do relatório Trade Invaders (Invasores Comerciais), elaborado pela ActionAid e lançado no dia 7 em Londres (Inglaterra). ?A liberalização forçada que ocorreu em vários países já levou ao desemprego e à exclusão, tanto no campo quanto na cidade?, afirma Adriano Campolina, diretor da ActionAid Americas e coordenador da pesquisa.
De acordo com o estudo, as negociações realizadas durante a preparação da 6ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) ameaçam a subsistência de milhões de pessoas, já que os países ricos desejam ?novos compromissos comerciais que vão abrir suas economias ainda mais à competição internacional?. Para a ActionAid, isso aumentaria a pobreza e a desigualdade nas nações periféricas, ao contrário do que está estabelecido no mandato regulatório da Rodada de Doha, pauta de negociações no âmbito da OMC criada em 2001 cujo argumento é o da liberalização como caminho para o desenvolvimento.
?O mundo está pleno de exemplos de que o livre-comércio não é uma solução para tal?, discorda Campolina. O diretor da ActionAid defende um comércio regulado de forma multilateral e voltado à promoção do desenvolvimento e à preservação do direito dos países pobres de proteger sua agricultura familiar, seus serviços e sua indústria nascente.
Para Campolina, o provável fracasso nas negociações em Hong Kong é uma boa oportunidade para que as nações periféricas ponham em pauta este outro modelo e para que rediscutam o processo de tomada de decisões na OMC, ?profundamente não-transparente e não-democrático?.
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