por Robert S. McNamara
Hoje, os Estados Unidos têm instaladas aproximadamente 4500 ogivas nucleares de ofensiva estratégica. A Rússia tem cerca de 3800. As forças estratégicas da Grã-Bretanha, França e China são muito mais pequenas, com 200 a 400 armas nucleares no arsenal nuclear de cada estado. Os novos estados nucleares, Paquistão e Índia, têm menos de 100 armas cada um. A Coreia do Norte agora afirma ter desenvolvido armas nucleares, e as agências de inteligência americanas estimam que Pyongyang têm material de cisão suficiente para 2 a 8 bombas.
Quão destrutivas são estas armas? A ogiva média americana tem um poder destrutivo de 20 vezes aquele da bomba de Hiroshima. Das 8000 ogivas americanas activas ou operacionais, 2000 estão em alerta para disparo imediato (hair-trigger), prontas para serem lançadas até 15 minutos após advertência. Como estas armas serão usadas? Os Estados Unidos nunca endossaram a política de "não primeiro uso", nem durante os meus sete anos como secretário nem desde então. Estivemos e continuamos a estar preparados para iniciar a utilização de armas nucleares ? pela decisão de uma só pessoa, o presidente ? tanto contra um inimigo nuclear como não nuclear sempre que acreditemos ser do nosso interesse fazer isto. Durante décadas as forças nucleares americanas têm sido suficientemente fortes para absorver um primeiro ataque e a seguir infligir dano "inaceitável" ao oponente. Esta tem sido e (enquanto enfrentarmos um adversário potencial armado com o nuclear) deve continuar a ser o fundamento da nossa dissuasom nuclear.
Em 1996, depois de cinco anos de sanções e de persistentes bombardeamentos contra o Iraque, o repórter da CBS Lesley Stahl fez a seguinte pergunta à embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Madeline Albright:
? Ouvimos dizer que meio milhão de crianças morreu (em consequência da política americana contra o Iraque). Valeu a pena pagar esse preço?
Resposta de Madeline Albright:
? Nós pensamos que valeu a pena.
por Robert S. McNamara
Este importante artigo foi escrito pelo antigo secretário da Defesa dos EUA, Robert McNamara. Foi publicado na Foreign Policy e refere-se aos perigos actuais de um holocausto nuclear. Este evento poderia ser desencadeado, sem qualquer aviso prévio, por uma única pessoa: o presidente dos EUA.
Frases em destaque
"Os Estados Unidos nunca endossaram a política do 'não primeiro uso', nem durante os meus sete anos como secretário [da Defesa] nem desde então. Temos estado e continuamos a estar preparados para iniciar a utilização de armas nucleares ? por decisão de uma pessoa, o presidente ? tanto contra um inimigo nuclear ou não nuclear sempre que acreditarmos ser do nosso interesse assim fazer?.
Lançar armas contra um oponente equipado com o nuclear seria suicida. Fazer isso contra um inimigo não nuclear seria militarmente desnecessário, moralmente repugnante e politicamente indefensável".
"Não há maneira de conter efectivamente um ataque nuclear ? impedi-lo de infligir enorme destruição de vidas civis e de propriedade, e não há garantia contra a escalada ilimitada uma vez verificado o primeiro ataque nuclear. Não podemos evitar o sério e inaceitável risco da guerra nuclear até que reconheçamos estes factos e baseemos os nossos planos militares e políticas sobre este reconhecimento?.
por Robert S. McNamara
Este importante artigo foi escrito pelo antigo secretário da Defesa dos EUA, Robert McNamara. Foi publicado na Foreign Policy e refere-se aos perigos actuais de um holocausto nuclear. Este evento poderia ser desencadeado, sem qualquer aviso prévio, por uma única pessoa: o presidente dos EUA.
Frases em destaque
"Os Estados Unidos nunca endossaram a política do 'não primeiro uso', nem durante os meus sete anos como secretário [da Defesa] nem desde então. Temos estado e continuamos a estar preparados para iniciar a utilização de armas nucleares ? por decisão de uma pessoa, o presidente ? tanto contra um inimigo nuclear ou não nuclear sempre que acreditarmos ser do nosso interesse assim fazer?.
Lançar armas contra um oponente equipado com o nuclear seria suicida. Fazer isso contra um inimigo não nuclear seria militarmente desnecessário, moralmente repugnante e politicamente indefensável".
"Não há maneira de conter efectivamente um ataque nuclear ? impedi-lo de infligir enorme destruição de vidas civis e de propriedade, e não há garantia contra a escalada ilimitada uma vez verificado o primeiro ataque nuclear. Não podemos evitar o sério e inaceitável risco da guerra nuclear até que reconheçamos estes factos e baseemos os nossos planos militares e políticas sobre este reconhecimento?.
"Com voz ou sem ela, o povo pode sempre ser levado a submeter-se à vontade dos dirigentes. É fácil. Tudo o que se tem de fazer é dizer-lhe que está a ser atacado, e denunciar os pacifistas por falta de patriotismo e por exporem o país ao perigo?
Reichsmarschal Hermann Goering, comandante da Força Aérea Nazi (Luftwaffe), nos Julgamentos de Nuremberg.
O porta-aviões no Meio Oriente dos USA é Israel, nom é um sócio mais, é o seu braço de ferro para controlar as reservas mais importantes do mundo em petróleo, é um sócio importante e necessário. Desde 1949 até novembro de 1997, os EEUU regalárom ao Estado sionista israelí com mais de oitenta e quatro mil milhoes de dólares. Entre os anos 1974 e 1989, mais de 17 mil milhoes de dólares fórom entregados a Israel em subsídios para comprar armas. Um terço das depessas de Washington em defessa sou-lhe entregados a Tel Aviv.
A Chevron ? uma das maiores companhias petrolíferas do mundo ? já reconhece explícita e publicamente o pico petrolífero. A companhia está a publicar anúncios nos media que dizem cousas como esta:" Levou 125 anos para usarmos o primeiro trilião de barris de petróleo. Usaremos o trilião seguinte em 30 anos. A energia será uma das questões definidas deste século. Umha cousa é clara: A era do petróleo fácil finou?. A Chevron, além disso, solicita a ajuda do público a fim de racionalizar o uso do petróleo e abriu o sítio web: www.willyoujoinus.com, destinado a promover o diálogo acerca dessas questões. Devagar e lentamente o mundo começa a despertar para a realidade da Curva de Hubbert, do pico petrolífero e do esgotamento inexorável que se seguirá.
por Viriato Teles
VT: ? Trinta anos passados sobre o Verão Quente, sente que cumpriu o seu dever?
VG: ? Sim. Cumpri o meu dever para com o nosso povo e para com o Movimento das Forças Armadas.
VT:? Como reage quando ouve falar do "gonçalvismo"? Existiu tal coisa?
VG: ? No livro de Carlos Coutinho, Companheiro Vasco , nas páginas 45 a 57, essa questão está tratada extensamente. Da página 45 e em resposta a uma pergunta idêntica à sua, passo a citar: "O gonçalvismo foi inventado para se utilizar o anti-gonçalvismo, como uma arma da guerra psicológica, como uma arma da tenaz luta, política e ideológica, que a burguesia portuguesa trava contra as classes trabalhadoras e seus aliados objectivos e potenciais, no sentido de bloquear o processo revolucionário, recuperando-o para o capitalismo. O anti-gonçalvismo, do ponto de vista da guerra psicológica e da luta ideológica, é um contraditório conjunto de mentiras, calúnias e invenções relativas às acções desenvolvidas no período mais criador da revolução. É a deturpação total da política dos II, III, IV e V Governos Provisórios, em particular do IV e V. Do ponto de vista político (o anti-gonçalvismo) é um conjunto de acçons cujo objectivo é a recuparaçom capitalista?.
A derradeira entrevista de Vasco Gonçalves
por Viriato Teles
VT: ? Dos líderes mundiais que conheceu nessa altura, havia algum em quem verdadeiramente confiasse?.
VG: ? Conheci, fugazmente, um número reduzido de dirigentes de países da NATO, por ocasião de uma reunião, de chefes de Estado e de Governo, em Bruxelas. Naturalmente, nom podia confiar em ninguém.
VT: ? Calculo que se mantenha atento ao que vai acontecendo pelo mundo. Concorda que estamos numa fase preocupante de retrocesso social e político a nível global?
VG: ? O modo de produção capitalista, em consequência da sua própria essência, das leis do seu desenvolvimento, das condições necessárias à sua reprodução e perpetuação, conduziu à globalização neoliberal. Esta política, comandada pelos Estados Unidos da América, sustentada pela sua força militar e dos seus poderosos aliados da NATO, embora com contradições internas e externas, procura impor-se a todo o mundo. Será possível que a acção consciente e organizada dos trabalhadores e dos povos seja capaz de criar condições para pôr fim a esta ofensiva global do capital e substituir a sociedade capitalista por uma sociedade mais justa, a socialista? Ao contrário do que pode parecer, o capitalismo está em crise. Mas a crise do capitalismo, hoje, é estrutural e não conjuntural. Por isso, o sistema procura impor a todo o mundo a globalização neoliberal, como fase final e definitiva da sua evolução história. Contudo o capitalismo não é reformável, porque as relações sociais em que se baseia e sem as quais não pode sobreviver, são intrinsecamente contraditórias, injustas e de exploração do homem. O novo imperialismo planetário necessita do controlo dos recursos naturais e das guerras "preventivas" e de "intervenção humanitária" para garantir a sua dominação e superar as suas fraquezas económicas intrínsecas.
Última entrevista de Vasco Gonçalves
Viriato Teles
VT: ? A meu ver, a sobrevivência até aos nossos dias do regime cubano deve-se não apenas às condições geopolíticas ? já que Cuba conhece como ninguém o significado da palavra imperialismo ? mas também ao facto de ali se ter desenvolvido um "socialismo latino", de características próprias. Nós, em 74-75, também pensávamos que era possível uma "via original" para o socialismo. Hoje, ainda acredita nisso?
VG: ? A Revolução de Abril instaurou um regime de amplas liberdades, garantias e direitos políticos, cívicos, culturais, sindicais e laborais; destruiu as bases do capitalismo monopolista de estado e dos grupos económicos monopolistas; nacionalizou a banca e as companhias de seguros, os sectores básicos da produção, as principais empresas de transportes e comunicações, criando um sector público de peso determinante na nossa economia, na regulação do mercado e no comércio externo; realizou a Reforma Agrária com a supressão do latifúndio, dando origem à constituição de unidades colectivas de produção constituídas e dirigidas por trabalhadores assalariados rurais, trabalhadores sem terra e pequenos e médios proprietários rurais; aprovou uma nova lei de arrendamento rural, e devolveu aos povos os terrenos baldios; melhorou e dignificou substancialmente as condições de vida dos trabalhadores em geral e das mais vastas camadas da população; promoveu transformações progressistas no ensino, e um extraordinário aumento da frequência escolar; aprovou a criação do Serviço Nacional de Saúde, e desenvolveu a cultura e o desporto populares.