Défice Democrático (4)
por Gerardo González Calvo
Esta expressão, «défice democrático», empregou-a o actual presidente da União Africana e chefe do Estado Federal da Nigéria, Olusegun Obasanjo, referindo-se à Costa do Marfim, durante a celebração do chamado acordo de Accra III, que teve lugar na capital ganense. Mas, em rigor, poderia aplicar-se à grande maioria dos países africanos, começando pela própria Nigéria.
Se observarmos os sistemas políticos, na breve história independente africana houve quatro etapas. Na primeira afloraram os «pais da pátria», primeira geração de dirigentes eleitos democraticamente: é a era dos Kwame Nkrumah, Félix Houphouet-Boigny, Sekou Touré, Julius Nyerere, Modibo Keita, Joseph Kasabuvu, Léopold Sédar Senghor... Na segunda etapa mantêm-se muitos destes dirigentes e chefes de estado militares, que acederam ao poder mediante um golpe de estado: é a era de Joseph Ankrah no Gana, Mobutu Sese Seko no antigo Zaire, Jean Bedel Bokassa na República Centro-africana, Idi Amin Dada no Uganda... Todos eles têm uma característica comum: proíbem os partidos políticos e criam um partido único, fundado pelo próprio chefe de estado. Houve então duas excepções: Gâmbia e Botswana, que mantiveram os partidos políticos e as eleições democráticas. Mais tarde uniu-se a estes dois países o Senegal de Senghor. Na terceira etapa, tímida e pouco duradoura, surgem alguns militares dispostos a governar com honestidade: é a era de Jerry Rawlings, Thomas Sankara e a primeira fase de Samuel K. Doe. Na quarta etapa, dá-se a eclosão do pluripartidarismo, nos rescaldo da queda do Muro de Berlim e dos regimes comunistas: é a era dos convertidos ao pluripartidarismo, com mais ou menos convicção, como Omar Bongo, Mathieu Kerekou, Kenneth Kaunda, Dennis Sassou-Nguesso, Paul Biya, Teodoro Obiang... No meio desta quarta etapa produz-se um fenómeno novo: o auge do banditismo e das milícias de diversas roupagens. Começou com as lutas na Libéria e estendeu-se à Serra Leoa, dois países onde se instalou o caos e nos quais foram cometidas atrocidades inimagináveis contra a população civil. Apareceram também ali os meninos soldados e as meninas sequestradas e utilizadas como escravas sexuais. Este fenómeno
ocorreu igualmente de jeito pavoroso no Norte do Uganda, onde ainda sobrevive.
O auge do banditismo ou das milícias com direito a saque provocou um desmesurado crescimento do número de armas na África Ocidental. A partir da Libéria e da Serra Leoa, uma vez alcançada a paz, houve um crescente tráfico de armas para outras zonas «quentes» ou em processo de «aquecimento», como a República Centro-africana, o Norte dos Camarões e a Costa do Marfim. Nunca houve tantas armas em circulação fora dos controlos estatais, armas empregadas também para roubos e assaltos. Segundo dados oficiais, no Gana há mais de 40 mil armas fora do controlo do Estado.
Nos quase 14 anos que dura já a quarta etapa, apenas mudou a forma despótica de exercer a política, embora apareça revestida de formalidade democrática. Inclusivamente, em alguns países como a Guiné Equatorial, actua-se com o mesmo quadro de partido único. Em quase todos existe uma grande quebra democrática. E em alguns, como no Togo e na Guiné Equatorial, a quebra traduz-se por uma persistente bancarrota. Não é nada estranho que Jean-Paul Ngoupande, ex-primeiro-ministro da República Centro-africana, tenha criticado com dureza o laxismo dos dirigentes africanos: «Mais de 40 anos depois da vaga de independências de 1960, não podemos continuar a atribuir a responsabilidade exclusiva das nossas desgraças ao colonialismo ou ao neocolonialismo das grandes potências, aos brancos, aos comerciantes estrangeiros e a não sei quem mais. Temos de aceitar, de uma vez por todas, que somos nós os principais culpados. O haver resvalado até à violência, o laxismo na gestão do bem público, o roubo em grande escala, o não saber aceitar diferenças entre etnias e regiões, tudo isto tem causas principalmente endógenas. Admiti-lo seria o começo da tomada de consciência e, portanto da sabedoria.
Somos dependentes do voto CERA, que nom é o mesmo que emigrante.. Posto que o galego que hoje está em Catalunha, Canárias, Madrid, etc... nom vota, nom o deixam votar. Porém o cidadao argentino, uruguaio, venezuelano, etc..., neto de emigrante galego, sim pode votar nas eleiçoes galegas. Os mortos também votam, um emigrante galego morto na outra beira mar como nom está dado de baixa no CERA, pois é um morto argentino, venezuelano, etc..., sim vota, pois qualquer poder enviar por correio a sua papeleta, ninguém vai-lhe pedir a identificaçom.
Sucursais do poder colonial (3)
Esta dupla ingerência política e económica converteu os países africanos em meras sucursais do velho poder colonial. As amarras são tão fortes que, quando um dirigente tenta cortar alguma corda para libertar-se da pressão, encontra-se imediatamente com uma revolta bem organizada e armada até aos dentes. Isto aconteceu no Congo-Brazzaville e mais recentemente na Costa do Marfim.
Uma mulher experimentada em muitas batalhas sociopolíticas, como Aminata Traoré, ex-ministra maliana da Cultura e uma das fundadoras do Fórum Social Africano, declarou que «através das instituições financeiras internacionais os nossos antigos amos continuam a decidir pelos nossos povos, como no passado, com a diferença que nós já não temos legitimidade para denunciá-los e condená-los porque agora pretendemos ser independentes. O voto que poderia corrigir tantas injustiças e aberrações converteu-se numa mascarada. Só se aproveitam dele os eleitos nas urnas, motivados pelo controlo dos bens públicos e das instituições, para enriquecerem impunemente.
Além disso, os países negro-africanos nem sequer interessam para a implantação de empresas do Norte, no actual processo de deslocalização. Elas implantam-se em países emergentes da Ásia ou nos antigos países do Leste, incorporados na União Europeia. Uma vez mais, a África fica relegada a ser fornecedora de matérias-primas.
Da colonizaçom à ingerência (2)
por Gerardo González Calvo
No passado chamou-se colonização. Hoje denomina-se ingerência, com a marca da globalização, assente na toda poderosa rede de instituições como o FMI, o Banco Mundial, o AMI (Acordo Multilateral de Investimentos) e a OMC (Organização Mundial do Comércio). Estes quatro monstros sobrealimentam o neocolonialismo de novo tipo, para manter o status quo de um mundo bipolarizado: o Norte e o Sul, em que o Norte é sinónimo de bem-estar e consumo desenfrado e o Sul de fame e pobreza. Começou a falar-se pela primeira vez de ingerência, qualificada de humanitária, quando estalou em 1967 o conflito do Biafra. Esta guerra cheirava a petróleo, por mais que se tentasse envolvê-la no papel celofane de um conflito étnico entre os Ibos do Sul e os Hausas do Norte da Nigéria. É curioso observar que, cada vez que surge um problema bélico em África, procura-se apresentá-lo como uma querela tribal. Esta simplificação impede de compreender o alcance do problema de fundo. Pois bem, o desastre biafrense custou um milhão de vidas humanas. Perante esta catástrofe, um grupo de médicos franceses fundou em 1971 a ONG Medecins sans Frontiers (Médicos sem Fronteiras), uma plataforma que inspirou a criação de numerosas ONGs com o nome de «sem fronteiras»
Entre os médicos fundadores dos Medecins sans Frontiers encontrava-se o dr. Bernard Kouchner, que depois ocupou diversas pastas ? entre elas a da Saúde ? em vários governos franceses. Kouchner foi também representante especial do secretário-geral da ONU para o Kosovo. Impressionado pela barbárie no Biafra, lançou a ideia da necessidade de uma ingerência nos assuntos internos dos países por razões humanitárias. Daí o surgimento da expressom ?ingerência humanitária?.
No princípio, a intenção era boa, porque se baseava no critério de que a neutralidade é cumplicidade, como de alguma maneira haviam demonstrado os países não alinhados. O problema era que a ingerência arrebatava aos estados parte da sua soberania, até então inquestionável. Mas não se podia esconder que esta ingerência era uma faca de dois gumes e que, ao fim e ao cabo, iria mostrar a fragilidade de muitos estados. Além de que a ingerência não se iria usar com o mesmo peso e a mesma medida em todos os países. De facto, assim aconteceu. A ingerência converteu-se num novo jeito de domínio.
Bem vistas as coisas, em África não era necessário introduzir a ingerência como novo conceito de relações internacionais, porque se praticou sempre uma intervenção sem máscaras depois das independências, entre 1957 e 1975. Quer dizer, desde a independência do Gana até à queda definitiva do império colonial português em África. Neste curto período de tempo ? 18 anos ? configurou-se quase totalmente o mapa dos estados negro-africanos soberanos, que se completou com o Zimbabué em 1980 e a Namíbia em 1990. A queda do regime do apartheid na África do Sul, em 1994 ? que era independente desde 1910 ?, abriu caminho ao controlo político pela maioria negra. A enorme cascata de golpes de estado de que padeceu África foi alimentada, na maioria dos casos, polas antigas metrópoles.
Menos visível foi a ingerência económica. Nem à Grã-Bretanha, nem muito menos à França ? que eram as grandes potências colonizadoras em África ? lhes passou pela cabeça conceder a soberania política às suas colónias africanas para que os novos estados pudessem explorar e manejar livremente os seus recursos económicos. O objectivo era outorgar a independência política para continuar a controlar melhor ? eliminadas as pressões internacionais e calados os movimentos independentistas ? as enormes quantidades de matérias-primas do continente. O próprio Charles De Gaulle o assinalou sem o menor rebuço. Tratou-se, portanto, de uma independência não só outorgada, mas muito limitada, submetida aos interesses das ex-metrópoles.
O escritor português e Prêmio Nobel de Literatura, José Saramago, afirmou esta semana na Aula Magna, da Universidade de Havana, que o poder econômico transnacional seqüestrou a democracia.
Abel Prieto, ministro da Cultura, Armando Hart, diretor do Programa Nacional Martiano, e Mario Luis Rodríguez, vice-reitor da Universidade de Havana, além de membros do corpo diplomático em Cuba, estavam na solenidade.
O intelectual precisou que os chamados governos democráticos são apenas os intermediários entre o poder econômico e os cidadãos, que não influem nas instituições que regem o mundo como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
Considera que George W. Bush é um títere que tem por trás o poder econômico das multinacionais e das grandes instituições financeiras, que se encontram fora do alcance dos cidadãos.
Saramago pôs o exemplo da diretiva de privatização dos serviços da União Européia, através da qual há empresas nas quais não funcionam as legislações nacionais, reforçando-se a extraterritorialidade do poder econômico.
Em Cuba acontece o contrário, a extraterritorialidade é totalmente oposta, e colocou o exemplo da Escola Latino-americana de Medicina.
Saramago referiu-se ao seu romance Ensaio Sobre a Lucidez, obra muito polêmica em Portugal, pois conta a história de umas eleições nas quais 83% das pessoas votam em branco, única possibilidade que dá a democracia para a maioria diga o que não quer.
*Agência Cubana de Notícias
LIMIAR
Nestes tempos de globalizaçom totalitária ao saqueio puro e duro da riqueza colectiva através das privatizaçoes é chamado eficiência económica; a deserçom política: modernizaçom; a peculiaridade espanhola de re-clerilizaçom da sociedade: liberdade. Todas estas falsidades e mentiras som expostas polos ?mass média? e os seus alcaiotes como fitos de vanguarda, construindo o imaginário preponderante que consolida o poder do bloco de classes dominante sobre a totalidade social. Este imaginário unificador e coesivo nom se conforma num todo comum, a homogeneidade é proporcionada como bem expom o professor Mezones: ?... polos diferentes níveis de ideologia: a filosofia, o folclore, o senso comum e a religiom...?
Nesta atmosfera em que estamos mergulhados, ler o livro de Carlos Mezones, Educaçom e Cultura em Gramsci, nom só refresca a memória mas também é umha pedrada no espelho das imposturas. As suas primeiras páginas enceta-as com reflexões tiradas dos clássicos marxistas sobre a importância da educaçom na funçom reprodutora da ordem dominante nas sociedades divididas em classes.
... que a memória das crianças sai trabucada com dogmas incompreensíveis e distinções ideológicas; que o ódio de seita e a santuloria fanática se esperta neles bem cedo, e a educaçom sensata, intelectual e moral é descuidada... (A situaçom da classe operária na Inglaterra. F. Engels)
Em toda sociedade capitalista, qualquer loita séria leva-se a cabo antes de nada nos âmbitos económicos e políticos. Afastar desta loita a questom das escolas é, em primeiro termo, umha falácia absurda, pois nom é possível afastar a escola (o mesmo que a ?cultura nacional? em geral) da economia e da política. (Problemas da política internacional e internacionalismo proletário. Lenine)
Nós, os galegos, vivemos num país que sobranceia polos seus índices sociais: umha das maiores taxas de suicídios por habitante de Europa, crescimento vegetativo negativo, emigraçom em massa das suas gentes como nos piores tempos, nom está garantida a possibilidade de achar um posto escolar para continuar umha mínima capacitaçom profissional no Ensino Público depois cursar o ensino Médio. Aqui, vem-nos bem lembrar:
O analfabeto está à margem da política, é preciso ensinar-lhe primeiro o abecedário. Sem isso nom pode haver política, sem isso só há remusmús, barafulhas, contos e preconceitos, mas nom política. (A instruçom pública. Lenine)
Todos estes dados em si mesmos, bem como a dialéctica que se produz entre os mesmos, mostram-nos melhor que qualquer outro discurso a impossibilidade de sermos donos de Nós. Quando a um povo nom lhe é factível viver, continuar e desenvolver as suas potencialidades no país do qual faz parte, teremos que nos perguntar o seu porquê.
A nossa desapariçom como colectividade nom é um castigo, mandado sobre Nós por qualquer deus ou deusa como umha maldiçom divina. Obedece às decisões tomadas pola burguesia no seu conjunto, bloco social dominante, que nos asovalha em tanto que classe. Estas políticas tenhem uns objectivos e dam uns resultados: o nosso etnocídio como povo. Pois toda hegemonia tem um duplo papel o de dirigir e dominar a sociedade em prol do bloco social que a exerce. E provado é que nom som as classes populares galegas quem exercem esta hegemonia se nom quem a padece desde séculos.
Recolhamos de novo o fio do livro. No pensamento gramsciano, a educaçom pertence ao eido da chamada sociedade civil; esta, por sua vez, conforma-se na superestrutura económico-social. É aqui, na superestrutura, onde se produz a hegemonia político-cultural do bloco social dominante. Para manter o domínio sobre a totalidade social, a classe dominante está obrigada a dirigi-la e para isto precisa do controlo da educaçom e da cultura. Pois como bem diz o autor deste livro: ?... a hegemonia é um facto pedagógico que se reproduz e se articula em todos os níveis sociais?. E é esta sociedade civil que coesiona política e culturalmente o todo social para fazer real a hegemonia do bloco social burguês; isto garante-lhe a este bloco a direcçom e o domínio do conjunto da sociedade. Voltando às palavras do Professor Mezones, ?sociedade política e sociedade civil som dous planos que se articulam para garantirem a hegemonia da classe dominante?. Estes argumentos levam-nos a asseverar que quando um servo pensa como o amo lhe diz que deve pensar, podemos assegurar que a possibilidade de emancipaçom do servo nom existe. Se os dominados querem quebrar as cadeias e se ceivar tenhem que construir umha leitura de seu da realidade. Fazer que a versom subjacente, abrolhe. A subversom é precisa.
A profundidade das concepções teóricas de Gramsci e a sua vontade férrea dá aos seus textos um optimismo histórico, apesar da dureza em que tivo que viver a maior parte da sua vida. Pois nom esqueçamos que a sua mais grande obra, Cadernos e Cartas do Cárcere, foi pensada e escrita perante os anos de duro presídio a que o submeteu o fascismo italiano. Este jeito de entender a própria existência de um mesmo como homem livre é parte consubstanciai à emancipaçom das classes populares, da pulos para ser optimista a pesar dos novos Idus de Março que assolam a humanidade com ?exércitos libertadores? para massacrar em operações genocídas a milheiros de homens e mulheres que dim emancipar e assim roubar-lhes os seus recursos. A velha historia colonial novamente repetida.
Corral Iglesias, J.A.
A ingerência humanitária em África, nova forma de domínio
A terceira colonização (1)
por Gerardo González Calvo
Estão a perfurar o continente africano, em terra e no mar, de tal modo que parece um queijo Gruyère. Os países ocidentais procuram febrilmente petróleo para não dependerem tanto do Golfo Pérsico. A China juntou-se a esta desenfreada corrida para conseguir mais ouro negro. Há um novo assalto a África, que difere muito pouco das conquistas do século XIX e do neocolonialismo de meados do século XX.
O missionário comboniano espanhol padre Ismael Piñón comentou, pouco depois de chegar do Chade, que nesse país começa a haver de tudo: sapatos, camisas, medicamentos, cerveja européia, calças, água mineral... Circulam carros que nunca se viram num país que sempre havia figurado entre os mais pobres do Mundo. O mesmo sucede na Guiné Equatorial. O Chade e a antiga colônia espanhola são dois dos novos países africanos incorporados na lista de estados produtores de petróleo. O seu PIB cresce ao mesmo ritmo que se extraem barris do valioso ouro negro. Pouco antes deles entrou na lista o Sudão. Depois virão muitos outros: desde o Sahara Ocidental e a Mauritânia até S. Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Costa do Marfim....
Esta febre de petróleo surge ao mesmo tempo que cresce o interesse dos Estados Unidos por África. Não é preciso ser muito perspicaz para descortinar uma luta subterrânea entre França e Estados Unidos para controlar o mercado das matérias-primas africanas. A explosão de conflitos nos Grandes Lagos e a crise na Costa do Marfim ? a menina bonita de Paris ? são uma boa prova disso. Nem tão-pouco é preciso ter muita imaginação para prever que, dentro em breve, nesta pugna titânica entrará um terceiro país: a China. E isto não por razões ideológicas, como na época da Guerra Fria, mas pura e simplesmente por motivos econômicos. O gigante asiático, com 1,3 mil milhões de habitantes e uma economia que cresce ao ritmo de 8 por cento ao ano, necessita de um imenso consumo de energia para sustentar o seu crescimento. Actualmente, o maior importador de petróleo do Mundo são os Estados Unidos, seguidos do Japom e da China. Em pouco tempo a China ocupará o segundo lugar.
A África é fornecedora da maioria das matérias-primas que há no Mundo e volta a interessar pelo que sempre atraiu o Ocidente: polos seus recursos naturais. Este assalto a África surge num momento de grande fragilidade interna na maioria dos estados, muitos deles enfraquecidos pela fome, a sida e a má governação. Nunca os estados africanos foram tão débeis, nem tão pobres. Nem tão-pouco apareceram tantos chefes de estado tão ricos. Cada vez mais a África assemelha-se à América Latina dos Somoza e dos Trujillo, quer dizer, a um continente em que proliferam imensas fortunas em poucas mãos ? agochadas com sigilo nos paraísos fiscais ? e a vez aumenta a fame acarom da massa dos deserdados.
A ingerência humanitária em África, nova forma de domínio
A terceira colonização (1)
por Gerardo González Calvo
Estão a perfurar o continente africano, em terra e no mar, de tal modo que parece um queijo Gruyère. Os países ocidentais procuram febrilmente petróleo para não dependerem tanto do Golfo Pérsico. A China juntou-se a esta desenfreada corrida para conseguir mais ouro negro. Há um novo assalto a África, que difere muito pouco das conquistas do século XIX e do neocolonialismo de meados do século XX.
O missionário comboniano espanhol padre Ismael Piñón comentou, pouco depois de chegar do Chade, que nesse país começa a haver de tudo: sapatos, camisas, medicamentos, cerveja européia, calças, água mineral... Circulam carros que nunca se viram num país que sempre havia figurado entre os mais pobres do Mundo. O mesmo sucede na Guiné Equatorial. O Chade e a antiga colônia espanhola são dois dos novos países africanos incorporados na lista de estados produtores de petróleo. O seu PIB cresce ao mesmo ritmo que se extraem barris do valioso ouro negro. Pouco antes deles entrou na lista o Sudão. Depois virão muitos outros: desde o Sahara Ocidental e a Mauritânia até S. Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Costa do Marfim....
Esta febre de petróleo surge ao mesmo tempo que cresce o interesse dos Estados Unidos por África. Não é preciso ser muito perspicaz para descortinar uma luta subterrânea entre França e Estados Unidos para controlar o mercado das matérias-primas africanas. A explosão de conflitos nos Grandes Lagos e a crise na Costa do Marfim ? a menina bonita de Paris ? são uma boa prova disso. Nem tão-pouco é preciso ter muita imaginação para prever que, dentro em breve, nesta pugna titânica entrará um terceiro país: a China. E isto não por razões ideológicas, como na época da Guerra Fria, mas pura e simplesmente por motivos econômicos. O gigante asiático, com 1,3 mil milhões de habitantes e uma economia que cresce ao ritmo de 8 por cento ao ano, necessita de um imenso consumo de energia para sustentar o seu crescimento. Actualmente, o maior importador de petróleo do Mundo são os Estados Unidos, seguidos do Japom e da China. Em pouco tempo a China ocupará o segundo lugar.
A África é fornecedora da maioria das matérias-primas que há no Mundo e volta a interessar pelo que sempre atraiu o Ocidente: polos seus recursos naturais. Este assalto a África surge num momento de grande fragilidade interna na maioria dos estados, muitos deles enfraquecidos pela fome, a sida e a má governação. Nunca os estados africanos foram tão débeis, nem tão pobres. Nem tão-pouco apareceram tantos chefes de estado tão ricos. Cada vez mais a África assemelha-se à América Latina dos Somoza e dos Trujillo, quer dizer, a um continente em que proliferam imensas fortunas em poucas mãos ? agochadas com sigilo nos paraísos fiscais ? e a vez aumenta a fame acarom da massa dos deserdados.
O Vaticano ataca com a sua nova Cruzada
De novo A Santa Cruzada Nazional com a Santíssima Trindade: Una, Grande, Libre. De novo a simbioses feixismo-clericalismo chamam arrebato. Som os mesmos que no seu Catecismo Civil do ano 1808 diziam:
É pecado assassinar a um francês?: Nom, padre, fai-se umha obra meritória.......
Qual deve ser a política dos espanhóis?: As máximas de Jesucristo
Som os que chamárom a salvar a Civilizaçom Cristia e Ocidental no Corno Sul de América na década dos setenta, sendo parte activa nas matanças e desapariçoes em Chile, em Argentina, em Uruguai, etc. Os que construírom em aliança com os USA um exército de mercenários, A Contra, para derrocar a Revoluçom Sandinista. Os que dérom junto com USA e o Governo Opus Dei Legiom de Cristo de Aznar, o Golpe de Estado contra a V República Venezuelana para seguir com o saqueio petroleiro.
Querem amedonhar à sociedade com a seu terrorismo mediático e social, querem de novo arrostar entre si aos cidadans. Estám botando um pulso ao Estado para que sega sendo vergonhosamente confessional e sigamos os cidadáns baixo o Tratado assinado no franquismo entre o Estado Espanhol e o Estado Vaticano, renovado no momento de debilidade da totalidade social na chamada Transiçom.
Ai, meu Deus...!, que longe a Prédica da Montanha.
O Vaticano ataca com a sua nova Cruzada
De novo A Santa Cruzada Nazional com a Santíssima Trindade: Una, Grande, Libre. De novo a simbioses feixismo-clericalismo chamam arrebato. Som os mesmos que no seu Catecismo Civil do ano 1808 diziam:
É pecado assassinar a um francês?: Nom, padre, fai-se umha obra meritória.......
Qual deve ser a política dos espanhóis?: As máximas de Jesucristo
Som os que chamárom a salvar a Civilizaçom Cristia e Ocidental no Corno Sul de América na década dos setenta, sendo parte activa nas matanças e desapariçoes em Chile, em Argentina, em Uruguai, etc. Os que construírom em aliança com os USA um exército de mercenários, A Contra, para derrocar a Revoluçom Sandinista. Os que dérom junto com USA, o Governo Opus Dei Legiom de Cristo de Aznar o Golpe de Estado contra a V República Venezuelana para seguir com o saqueio petroleiro.
Querem amedonhar à sociedade com a seu terrorismo mediático e social, querem de novo arrostar entre si aos cidadans. Estám botando um pulso ao Estado para que sega sendo vergonhosamente confessional e sigamos os cidadáns baixo o Tratado assinado no franquismo entre o Estado Espanhol e o Estado Vaticano, renovado no momento de debilidade da totalidade social na chamada Transiçom