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Ao procurar responder à pergunta «o que é a social-democracia hoje?» há uma questão prévia de lucidez e pura higiene mental: rejeitar liminarmente a caracterização desta corrente política como força «de esquerda» e, do mesmo passo, rejeitar uma «unidade de esquerda» que, em nome de um pretenso combate a uma direita «ideológica» e «ultraliberal», apenas serviria para atrasar a unidade necessária e iludir questões de fundo da luta de classes.
Faz ainda algum sentido falar em «social-democracia»?
Se sim, o que é a «social-democracia» hoje?
Como caracterizá-la de um ponto de vista de classe?
Que lugar ocupa no xadrez político internacional?
Como se posiciona em relação aos grandes problemas do nosso tempo?
No quadro da política de alianças da classe operária como encarar a «social-democracia»?
Estas são questões a que um partido revolucionário tem de dar resposta para determinar com rigor a sua posição no combate ideológico e também eventuais convergências e alianças, por mais limitadas e conjunturais que possam ser. Resposta que é tanto mais necessária quando o mundo está confrontado com a ameaça de uma regressão de dimensão civilizacional em que a social-democracia está profundamente comprometida e se impõe unir na resistência e na luta todas as forças que, pela sua situação social e prática política, se integram de facto na ampla frente anti-monopolista e anti-imperialista que, só ela, poderá inverter o rumo destruidor que o capitalismo está a impor à Humanidade.
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A questão da «social-democracia» é uma questão actual e em certo sentido crucial. Os partidos socialistas ? social-democratas ? trabalhistas, não obstante a sua reconhecida evolução direitista, continuam a reclamar-se de «esquerda» e a dispor de apreciável expressão eleitoral e real influência em importantes segmentos da classe operária e camadas populares. A luta dos comunistas pela unidade da classe operária e pela hegemonia politica e ideológica da classe operária na luta contra o grande capital, encontra pela frente esta realidade na generalidade dos países capitalistas desenvolvidos, nomeadamente da Europa onde a social-democracia nasceu e mais fortemente se enraizou, mas também na América Latina, África e Ásia. O combate à ideologia da colaboração de classes, ao divisionismo e ao anti-comunismo, perdura como uma exigência central do nosso tempo.
Por outro lado a social-democracia, que surgiu como corrente reformista e revisionista no seio do movimento operário e se desenvolveu como força anti-revolucionária, hostil à Revolução de Outubro e aos países socialistas, transformou-se em força abertamente contra-revolucionária, em componente fundamental do sistema de exploração capitalista e pilar do imperialismo. O «bloco central» («centro-direita» e «centro-esquerda»), a «bipolarização», a «alternância» (do «ora agora governo eu, governas tu, governas tu mais eu»), espelham bem esta realidade. A cavalgada da social-democracia para a direita neoliberal (que mais que «rendição» foi opção consciente e deliberada) aproximou-a, confundiu-a e em certos casos fundiu-a com a própria direita burguesa, de que se tornou uma simples variante. Os entendimentos de incidência governamental ou parlamentar, e em qualquer caso as convergências e coincidências em todas as questões fundamentais ? como no caso da integração capitalista europeia, da NATO e sua estratégia agressiva planetária, das políticas de apoio ao capital monopolista contra os trabalhadores ? tornaram-se uma banalidade. Os acordos são formais e informais, selados à luz do dia em nome do «interesse nacional» ou em (nem sempre) discretas comezainas de troca de favores. O que não dispensa o habitual recurso e manipulação do binómio «esquerda/direita» sempre que tal sirva para enganar a opinião pública e manter sob a sua influência massas descontentes, sobretudo em períodos eleitorais.
O caso porventura mais evidente de «partido único» bicéfalo é o norte-americano com a dupla Partido Republicano/Partido Democrático, este último erigido, com Clinton, em exemplo da família social-democrata, mesmo não sendo membro da Internacional Socialista. Mas a tendência é geral como, nomeadamente, acontece na Grã-Bretanha, na Alemanha, na Espanha, na Grécia (1) ou Portugal, e procura-se impô-la e institucionalizá-la com leis que marginalizem os chamados «pequenos partidos» e facilitem a bipolarização, num jogo perverso que visa confundir «alternância» no governo com «alternativa» política, e assim fechar a porta a alternativas verdadeiras.
A verdade é que, no governo ou na «oposição», a social-democracia se tornou parte integrante do sistema de poder capitalista, uma força que, como sublinhou a Resolução Política do XVIII Congresso do PCP, está hoje «estruturalmente comprometida» com os interesses do grande capital. É desta realidade que o movimento comunista e revolucionário tem de partir para concretizar a política de alianças da classe operária.
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Sem qualquer pretensão de fazer aqui a história da social-democracia, é indispensável assinalar alguns momentos marcantes da sua evolução: de corrente do movimento operário (assim nasceu) a instrumento da grande burguesia; de produto da influência da ideologia burguesa no mundo do trabalho a simples variante do pensamento da classe dominante; de defensora da liquidação («pacífica» e «democrática», claro) do capitalismo e propagandista de um socialismo «democrático» e de «rosto humano», a defensora do capitalismo («humanizado», com «consciência social» e «inclusivo», naturalmente) e do imperialismo, com tudo quanto tal significa de reaccionário e criminoso.
Falamos da social-democracia, claro está, em termos gerais, globais. Falamos da posição política e ideológica adoptada e posta em prática pelos seus chefes e ideólogos. É grande a diversidade dos partidos que a compõem. As condições de lugar e tempo talham em grande medida o perfil dos partidos socialistas ? social-democratas ? trabalhistas. A social-democracia sempre teve rostos diferentes na Europa Ocidental (há muito hegemonizada pelo SPD alemão e pelo Partido Trabalhista britânico), ou na América Latina, onde, conforme as circunstâncias, tanto adquiriu tonalidades «revolucionárias» de fachada nacionalista, como constituiu instrumento decisivo para servir o imperialismo ianque e derrotar o desenvolvimento de processos democráticos, anti-imperialistas e revolucionários.
Um dos «segredos» da social-democracia reside nas suas características camaleónicas, no seu ecletismo, na sua composição inter-classista, na sua heterogeneidade, na existência no seu interior de diferentes alas e correntes, na capacidade para, segundo as circunstâncias e necessidades, ser um pouco de tudo e o seu contrário. Aquilo que para um partido comunista é mortal (correntes de opinião cristalizadas, grupos, fracções, polémicas públicas) para a social-democracia é um modo natural de ser, indispensável para alimentar a ideia de que a alternativa às políticas de direita se encontra dentro dos próprios partidos socialistas ? social-democratas ? trabalhistas, mesmo quando praticam uma política claramente de direita e o seu programa é abertamente capitalista. É essa a missão de todos os Alegres deste mundo.
Em qualquer caso a social-democracia não existe nem age no vácuo da luta de classes. Posiciona-se desde sempre, desde o histórico corte revisionista simbolizado por Bernstein (2) («o movimento é tudo, o objectivo final não é nada»), do lado da adaptação, consolidação e reprodução do capitalismo e não hesitou diante dos maiores crimes para cortar o passo a transformações sociais profundas, como aconteceu com a traição da revolução alemã de Novembro de 1918 e a abertura do caminho ao nazismo pela política conciliadora dos dirigentes social-democratas da República de Weimar. O cruel assassinato de Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht fica a assinalar uma das páginas mais negras do reformismo contra-revolucionário social-democrata.
Mas o posicionamento prático da social-democracia foi também influenciado pela luta popular de massas, pela pressão das suas bases operárias e pela acção independente dos comunistas. Assim foram possíveis, por exemplo, os grandes êxitos das Frentes Populares, como nos casos da Espanha e da França. Assim foram possíveis, com a projecção poderosa das realizações da URSS e dos países socialistas, os avanços do chamado «Estado social», que nos países nórdicos chegaram a cobrir-se abusivamente com o epíteto de «socialismo nórdico». Foi a acção revolucionária da classe operária e das massas trabalhadoras, antes e depois do 25 de Abril, que empurrou Mário Soares e o PS, entretanto fundado na República Federal Alemã, para posições e convergências à esquerda, que, como rapidamente se veio a comprovar, contrariavam a sua natureza liberal-burguesa.
Porém, sem o envolvimento das massas e o empurrão das suas bases atraídas à unidade da acção com os comunistas, tirando raras e honrosas excepções configuradas por percursos de luta peculiares (como o velho Partido Socialista Italiano de Pietro Nenni, ou o Partido Socialista do Chile de Salvador Allende), a opção das cúpulas social-democratas foi invariavelmente por alianças com os partidos da direita e da reacção para impedir qualquer avanço revolucionário e preservar o sistema capitalista em qualquer das suas variantes, keynesiana, liberal ou mesmo fascista, neste caso até ao momento em que os próprios partidos social democratas se tornaram também vítimas da perseguição e ilegalização, que, numa primeira fase, se direccionara fundamentalmente contra os comunistas.
No que respeita à experiência portuguesa é oportuno recordar ? sem ir aos tempos da auto-dissolução do velho e desacreditado Partido Socialista e da colaboração de um seu chefe, Ramada Curto, com Salazar na elaboração da Carta do Trabalho fascista e a posição da direcção do PS português. Passado o curto período de colagem à Revolução, Mário Soares rapidamente se transformou em bóia de salvação do grande capital e pólo aglutinador de todas as forças contra-revolucionárias, e a política de alianças do PS, com excepções localizadas e pontuais, fez-se sempre à direita (3). A assinatura do pacto de agressão pelo PS, PSD e CDS com a troika estrangeira é o corolário lógico da enraizada posição de classe de um partido que, depois de ter «metido o socialismo na gaveta», se tornou uma força política profundamente identificada com os interesses do grande capital e do imperialismo estrangeiro.
Claro que a capacidade, cada vez mais questionada, de haver forças que, como o PS, conseguem ano após ano recuperar o descontentamento de largos sectores da população não vai durar sempre. São previsíveis situações de conflito, enfraquecimento e divisão, e o aparecimento de novas forças talhadas pela agudização da luta de classes. São inevitáveis processos de recomposição do quadro político-partidário, impulsionados pelo desenvolvimento da luta de massas, que abram a possibilidade de a arrumação de forças no plano social encontrar correspondência no plano político.
Em qualquer caso não é com este PS e a sua continuada orientação e prática políticas que pensamos ser possível a política patriótica e de esquerda que preconizamos como via para romper com trinta e seis anos de políticas de direita e avançar na solução dos problemas dos trabalhadores, do povo e do país.
Para concretizar a unidade que a situação reclama não basta uma «guinada à esquerda» num corpo apodrecido pelo oportunismo e pela identificação com o poder económico. Nem sequer, como pretendem o BE, em Portugal, ou o «partido da esquerda europeia» («pee») na Europa, a simples apropriação do espaço eleitoral alienado pela correria para a direita das actuais cúpulas social-democratas. Na prática isso representaria fundamentalmente o fortalecimento de uma «ala esquerda» da social-democracia (que é aquilo que na Grécia, o Syriza é) com a missão de ganhar tempo para travar o avanço de forças anti-capitalistas e revolucionárias, e não a emergência de forças realmente comprometidas com a ruptura com o sistema, ainda que influenciadas por maiores ou menores ilusões reformistas. Nem é preciso ir mais longe do que a questão da integração capitalista europeia ? com o «europeísmo de esquerda» do BE, ou a umbilical ligação do «pee» à UE ? para rejeitar a ilusão de que seja por aí que possa ultrapassar-se a alienação eleitoral de amplas massas entretanto objectivamente interessadas em politicas anti-monopolistas e na transformação socialista da sociedade.
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Ao procurar responder à pergunta «o que é a social-democracia hoje?» há uma questão prévia de lucidez e pura higiene mental: rejeitar liminarmente a caracterização desta corrente política como força «de esquerda» e, do mesmo passo, rejeitar uma «unidade de esquerda» que, em nome de um pretenso combate a uma direita «ideológica» e «ultraliberal», apenas serviria para atrasar a unidade necessária e iludir questões de fundo da luta de classes.
É ver, aliás, como por essa Europa fora os partidos socialistas ? social-democratas ? trabalhistas, sem excepção, estão comprometidos até ao tutano com a ofensiva do capital visando arrebatar aos trabalhadores direitos e conquistas alcançadas por muitas décadas de duras lutas e à custa de pesados sacrifícios. E como desenvolvem uma cooperação estruturada e oficial com os partidos da direita ? veja-se o binómio Partido Socialista Europeu/Partido Popular Europeu ? para congeminar estratégias comuns e repartir pastas e postas nas estruturas da UE. E por aí abaixo, ao nível dos diferentes países, é o que se vê.
Para chegar até aqui foi preciso percorrer um longo caminho desde o tempo em que, desmascarados por Lénine e pelos jovens partidos comunistas, os velhos partidos da II Internacional se consideram eles os genuínos intérpretes de Marx e Engels, cuja obra entretanto falsificam e despojam da sua essência revolucionária (4).
Neste processo, há momentos paradigmáticos de que aqui se deixam alguns exemplos: a condenação da Revolução de Outubro; a política de «não intervenção» contra a República espanhola capitaneada por Léon Blum; a recusa à cooperação com os comunistas para fazer frente ao ascenso do nazi-fascismo; a ruptura da unidade democrática anti-fascista depois da Vitória na II Guerra Mundial; a activa participação na construção do edifício imperialista da «guerra fria» com o «socialista» belga Paul-Henry Spaak escolhido para primeiro Secretário-geral da NATO; a política colonialista da SFIO em França profundamente responsável pelas guerras da Indochina e da Argélia (1956); o Congresso de Bad-Godesberg do SPD alemão, que, em 1959, oficializa a sua ruptura com o marxismo e o repúdio da luta de classes; a guinada direitista e anti-comunista ligada com as derrotas do socialismo na URSS e no Leste da Europa e a empenhada participação no salto imperialista da União Europeia de Maastricht; a «terceira via» de Tony Blair, liquidando o que ainda pudesse restar da referência operária e da política social do Partido Trabalhista britânico, e a introdução do Partido Democrático dos EUA no redil social-democrata; a conspiração aberta contra a revolução portuguesa sob o disfarce hipócrita da «Europa connosco»; o percurso emblemático de Javier Solana, de dirigente do PSOE espanhol e do poderoso movimento contra a entrada da Espanha na NATO a Secretário-geral desta aliança agressiva; a brutal ofensiva do Governo do SPD Gerard Schröder, «o amigo dos patrões», contra os salários e direitos dos trabalhadores alemães através da «Agenda 2010» e do «Hartz IV» (5); a activa participação dos respectivos partidos socialistas, PS e PASOK respectivamente, no impiedoso processo de extorsão de que os povos português e grego estão a ser vítimas.
A deriva direitista da social-democracia internacional não é um processo linear. Lá onde os partidos comunistas e o movimento operário e popular eram fortes foram possíveis momentos de convergência e cooperação progressista. Mas a contradição entre social-democratas e comunistas que, simplificadamente, era na altura da cisão do movimento operário «reforma/revolução», tornou-se nos dias de hoje «gestão do capitalismo/revolução» e a ideologia da colaboração de classes típica do reformismo acabou por conduzir a social-democracia a tomar partido aberto pelo capital em geral e pelo grande capital monopolista em particular. E nem mesmo nas diferentes formas de gestão do capitalismo ? como sucede com a «liberal» ou a «keynesiana» ? é já fácil distinguir a social-democracia da direita propriamente dita.
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Este desonroso percurso da social-democracia internacional é afinal consequência lógica do pecado original seu: o desprezo pelas massas, o temor e negação da revolução, a rejeição da conquista do poder pela classe operária como condição necessária para a liquidação do capitalismo e daí a negação revisionista e oportunista do pensamento de Marx, a começar pela rejeição do conceito de «ditadura do proletariado». Pecado que contaminou importantes partidos comunistas, nomeadamente aqueles que nos anos 70 desenvolveram a linha do «eurocomunismo» e que, começando também eles por abandonar o conceito de ditadura do proletariado, de abandono em abandono ? centralismo democrático, papel da classe operária, marxismo-leninismo, internacionalismo proletário ? caíram no mais vulgar parlamentarismo e chegaram mesmo à auto-liquidação, como no dramático caso do Partido Comunista Italiano.
A questão do poder e da sua natureza de classe é a questão central da revolução (6). Abandonando o objectivo da conquista do poder pelos trabalhadores e declarando guerra à Revolução de Outubro, os partidos revisionistas da II Internacional colocaram-se objectivamente do lado da contra-revolução. Na época da passagem do capitalismo ao socialismo e em tempos de aprofundamento da crise do capitalismo e agudização da luta de classes, é compreensível que a opção fundadora da social-democracia tenha conduzido à sua transformação em instrumento do capital e pilar do imperialismo.
Notas
(1) Onde sofreu um golpe muito sério em 6 de Maio com o descalabro eleitoral dos dois partidos do «centrão» responsáveis pela tragédia que se abateu sobre o povo grego: o PASOK e a Nova Democracia que nas anteriores eleições somavam 77,5% tombaram para 32,1%.
(2) Bernstein (1850/1932), destacado teórico da II Internacional, pai do «revisionismo», revisão oportunista das teorias de Marx e Engels. Kautsky, que inicialmente o criticou duramente de um ponto de vista marxista, tornou-se por sua vez expoente do revisionismo, tendo sido combatido por Lénine, nomeadamente em A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky, que se tornou num clássico do marxismo-leninismo. Ver Obras Escolhidas em 6 tomos, t. 4 Edições «Avante!»-Edições Progresso, Lisboa-Moscovo, 1986.
(3) Ver a obra do camarada Álvaro Cunhal, A Verdade e a Mentira sobre a Revolução Portuguesa, A Contra-Revolução Confessa-se, Edições «Avante!», Lisboa,1999
(4) O grande momento de clarificação entre a corrente oportunista e a corrente revolucionária marxista no movimento operário dá-se quando em vésperas da I Guerra Mundial, traindo as próprias orientações e decisões da II Internacional, os deputados da social-democracia alemã votam os créditos de guerra, enquanto na Duma russa os deputados bolcheviques votavam contra e eram deportados para a Sibéria.
(5) Ver em O Militante n.º 308, de Setembro-Outubro de 2010, o artigo «Alemanha, 20 anos de contra-revolução».
(6) Recomenda-se vivamente a leitura e estudo de O Estado e a Revolução, de V. I. Lénine, Edições «Avante!», Lisboa, 2011; e de A Questão do Estado, Questão Central de cada Revolução, de Álvaro Cunhal, 2º de., Edições «Avante!», Lisboa, 2007
*Este artigo foi publicado em ?O Militante? nº 319, Julho/Agosto 2012
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Mais de meio milhom de euros anuais em tempos de crises
O salário total de Mariano Rajoy dos seus três cargos ao ano
Juan Carlos Rey
15mundial.com
Todo para mim, nada para os demais, Mariano Rajoy recebe três salários diferentes ao ano.
Desde a sua vitória nas eleiçons nacionais à presidência do Estado de Espanha, Mariano Rajoy conta com três salários: como presidente de Espanha, como secretário geral do Partido Popular e como registrador da propriedade. Dadas as taxas de precariedade, o alto índice de desemprego, a crise e os planos de ajuste de Rajoy, muitos se pergunta quanto cobra ao ano.
Salário como Presidente de Espanha: O salário de Mariano Rajoy como presidente de Espanha é de 78.185 euros anuais. Até maio do 2010 os presidentes cobravam 91.982,4 euros, contodo a partir desse ano recortou-se 15% o salário do presidente e esteve congelado desde entom. Mariano Rajoy apresentou o seu salário nos Orçamentos Gerais do Estado (PGE) para o 2012. Este salário nom tem pagas extraordinárias ou de outro tipo.
Salário como secretário geral do Partido Popular: Mariano Rajoy foi eleito presidente do Partido Popular em 2003, durante o mandato de Aznar. Desde entom cobra um salário anual do partido de 149.000 euros anuais. É o máximo responsável polo PP, o seu líder e cabeça visível. Este cargo nom tem nengum tipo de incompetência com outros trabalhos nem com o posto de presidente de Espanha.
Salário como registrador da propriedade: Antes de ser político, Mariano Rajoy conseguiu largo trás umhas oposiçons como registrador da propriedade. Ainda que deixou de dedicar-se a isso segue tendo o seu largo com reserva em Santa pola, na província de Alacante. Em qualidade de registrador, ao nom estar actualmente trabalhando como tal, recebe 25% do salário do seu substituto. O salário anual de um registrador da propriedade é de 1,3 a 1,8 milhons de euros anuais. Portanto Mariano Rajoy recebe mais de325.000 euros ao ano deste trabalho.
A crise nom afecta o salário de Mariano Rajoy
O salário de Mariano Rajoy é a soma anual do seu trabalho passivo como registrador da propriedade, 325.000 euros, o seu cargo como presidente do Partido Popular, 149.000 euros, e o seu posto como presidente do Estado Espanhol, de 78.185. Ao todo Mariano Rajoy cobra mais de meio milhom de euros anuais, um dos salários mais altos da política espanhola.
MÁLAGA, Espanha, 27 de agosto de 2012 (Tierramérica).- Empresários que se matam, desempregados em busca de consulta psiquiátrica... Os problemas emocionais derivados da crise econômica espanhola aumentam e agravam a incidência das enfermidades mentais. ?Desde dezembro de 2011, aumentou o número de suicídios supostamente vinculados a problemas econômicos?, contou ao Terramérica um membro da polícia científica da cidade de Málaga, que pediu para não ser identificado.
Nos primeiros meses deste ano, dois conhecidos empresários foram encontrados queimados dentro de seus respectivos automóveis em localidades costeiras de Málaga, e, segundo todos os indícios, teriam se matado diante da ruína de seus negócios, revelou o agente, sem dar mais detalhes. O suicídio já é a primeira causa de morte violenta na Espanha, superando os acidentes de trânsito. Mas a quantidade de pessoas que se mataram não cresceu significativamente entre 2007, antes do começo da crise, e 2010, último ano sobre o qual se tem dados oficiais.
Em 2007, houve 3.263 suicidas, dos quais 2.463 eram homens e 800 mulheres, indica o informe de falecimentos segundo causa de morte do Instituto Nacional de Estatística (INE). Nos anos seguintes houve oscilações: 3.457 em 2008, 3.429 em 2009, e 3.158 em 2010. Os números sobre suicídios não costumam se tornar públicos e os serviços de emergência não informam sobre eles aos meios de comunicação, embora o façam sobre outros tipos de mortes. ?Em 95% dos casos, os jornalistas não vão ao lugar do suicídio, mas estão presentes em homicídios ou acidentes?, observou o policial de Málaga.
Acontece que, para não incentivar o efeito contágio, não se costuma considerar notícia alguém que tira a própria vida, explicou ao Terramérica a jornalista Gema Martínez, que trabalha em um jornal local. ?Há muito cuidado em relação à informação referente aos suicídios e, de fato, quando se sabe de caso desses, não se informa. É como se fosse parte de um código de ética não escrito?, acrescentou. No entanto, se deve publicar o alcance do fenômeno sanitário que representa um aumento dos suicídios por motivos sociais ou econômicos, considerou a jornalista.
A autoeliminação, em cada caso, se desencadeia por uma conjunção de fatores, afirmou ao Terramérica a psiquiatra Concha López. ?A crise e os problemas econômicos são uma razão a mais, mas não a única?, ressaltou. Entretanto, não há dúvida de que a crise é um fator cada vez mais poderoso. O desemprego afeta 24,6% da população economicamente ativa deste país e há 1,5 milhão de famílias que têm todos os seus membros sem trabalho, segundo o INE. A Espanha tem mais de 47 milhões de habitantes.
Além disso, a população sofre sucessivos cortes em serviços básicos de saúde e educação, que o governo realiza para conseguir que o déficit do orçamento do Estado caia 6,3% até o final do ano, e assim cumprir o compromisso assumido com a Comissão Europeia. Pelo consultório de Concha López passam cada vez mais homens e mulheres com quadros depressivos por terem perdido o emprego, ou trabalhadores que tiveram sua situação profissional deteriorada e sofrem grandes dificuldades para manter seu cargo a todo custo.
Estes pacientes sofrem ?tristeza, insônia, ansiedade, crises de pânico, sentimento de culpa e têm ideias de suicídio?, disse a psiquiatra, que confirmou que aumentou ?bastante? o número de desempregados ?que buscam uma resposta? nos consultórios de psiquiatria e psicologia. ?Em Málaga, a cada dia dão entrada nos setores de urgência hospitalar duas ou três pessoas que tentaram se matar?, destacou Concha, que trabalhou oito anos na Unidade de Saúde Mental Comunitária da localidade malaguenha de Fuengirola.
Mais de 50% dos jovens espanhóis não têm emprego e, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada quatro crianças é pobre. A brecha da renda que separa ricos e pobres aumentou na Espanha mais do que em qualquer outro dos 27 países da União Europeia, segundo o informe Exclusão e Desenvolvimento Social ? Análises e Perspectivas 2012, publicado pela organização católica Cáritas em fevereiro. Segundo a pesquisa, 21,8% da população do país está na pobreza. O médico e deputado da opositora Isquierda Unida, Gaspar Llamazares, alertou, em fevereiro, no Congresso, sobre o ?surto? de suicídios e afirmou que ?não há outro fator além da crise para explicá-los?. Os que tiram a própria vida são ?trabalhadores desesperados pela falta de cobertura social?, opinou.
Em visitas a várias farmácias de Málaga, o Terramérica constatou que a procura por medicamentos para tratar depressão está crescendo. ?A venda de antidepressivos aumentou cerca de 10%?, disse a gerente de uma farmácia que está há décadas na profissão. ?Nota-se claramente. Chegam mais pessoas com receita para comprar psicofármacos?, assegurou uma jovem farmacêutica em outro estabelecimento, no qual trabalha há um ano e meio.
http://www.tierramerica.info/nota.php?lang=port&idnews=4181
Epidemia de desesperança castiga a Espanha
Por Inés Benítez
O desespero por causa das dívidas, o desemprego e as falências está levando um número crescente de espanhóis à depressão e a ideias suicidas.
A Espanha não está sozinha nesta epidemia de desesperança. Na Itália a crise financeira e econômica contribuiu para elevar as taxas de suicídios e tentativas de suicídio, segundo o artigo Excess Suicides and Attempted Suicides in Italy Atributable to the Great Recession (Suicídios em Excesso e Tentativas de Suicídio na Itália Atribuídas à Grande Recessão), que foi publicado em agosto pela revista científica Journal of Epidemiology & Community Health.
O artigo cita uma mobilização das ?viúvas da crise? na cidade de Bolonha, esposas de uma centena de empresários, artesãos e trabalhadores que se suicidaram sob o peso de falências e dívidas que não podiam enfrentar. Também a Grécia, que sempre teve uma taxa de suicídio muito baixa comparada com a média da Europa, viu disparar os casos de pessoas que se matam por motivos relacionados com a crise.
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Os estudantes alemáns despem-se para pagar o salário aos seus professores
RT.com - www.aporrea.org
30/08/12.-Os estudantes da Faculdade de Desportos da Universidade Humboldt (Berlim) pousárom despidos para um calendário. O dinheiro que arrecadem o dirigiram para pagar o trabalho dos seus professores.
Actualmente, só 20% dos alunos da faculdade termina a sua licenciatura em três anos como prevê o currículo geral, explicou um dos estudantes, Karo Kaiser, ao diário alemám Bild. O problema consiste no deficit de professores. Todos os grupos estám repletos de alunos, mas nem sequer assim há suficientes professores para dar classe a todos os alunos. Em conseqüência, estes tenhem compridos períodos de espera para um lugar vacante, o que desemboca em até 1,5 anos adicionais de estudos.
Outro problema é que devido aos recortes no financiamento da Universidade, os estudantes nom tenhem muitas carreiras onde eleger. Nom sempre podem especializar-se mesmo nos deportes mais populares. Por exemplo, depois de que o único tutor de esqui de montanha que havia na faculdade se jubilasse, esta matéria nom voltou dar-se já que a Universidade nunca contratou a um novo especialista.
Com o dinheiro arrecadado graças ao calendário, os estudantes esperam contratar mais professores tanto para disciplinas básicas, como para cursos especiais de desportos mais raros. O calendário sairá à venda a partir de Novembro de 2012 e custará 49,90 euros.
http://www.resistir.info/brasil/declaracao_20ago12.html
Um governo a serviço do grande capital
? Pacote da privataria petista é o "kit felicidade" do empresariado
por PCB
A Comissão Política Nacional do PCB avalia que o recente pacote econômico anunciado pelo governo, envolvendo recursos no valor de R$ 133 bilhões [1] para obras de infraestrutura da malha ferroviária e rodoviária, consolida e aprofunda a opção do governo do PT pelo grande capital e amplia de maneira acelerada o processo de privatização da economia brasileira, sob os disfarçados nomes "concessões", "parceria público-privada".
Esse pacote é apenas a primeira etapa do chamado Programa de Investimento em Logística, que ainda vai abranger os setores de energia, portos e aeroportos e vem consolidar a linha iniciada com a privatização dos três principais aeroportos do País e de uma rodovia que liga o Rio de Janeiro ao Espírito Santo.
Esta medida representa o escancaramento de uma linha política muito semelhante à do governo Fernando Henrique Cardoso, de entregar o patrimônio público para a iniciativa privada; tanto que o próprio PSDB publicou matéria paga nos jornais cumprimentando a presidente Dilma pelo novo programa de privatizações. Além disso, todo o empresariado comemorou o pacote e fez coro em elogios à presidente, chegando ao ponto de Eike Batista, o empresário mais rico do País, ter definido o pacote como o "kit felicidade" para o empresariado.
O chamado choque de capitalismo ? um volume colossal de concessões à iniciativa privada, como bem definiu a revista reacionária Veja ? vai privatizar 7,5 mil quilômetros de rodovias, muito mais que todas as concessões do governo passado, que atingiram pouco mais de 5 mil quilômetros, e ainda 10 mil quilômetros de ferrovias. Como informa orgulhosamente o jornal O Globo, porta-voz dos interesses do grande capital, o Brasil, com 23,4 mil km de rodovias com pedágio [2] , passa a ser recordista mundial dessa forma de privatização, à frente até da Alemanha e Estados Unidos.
Para facilitar ainda mais a vida do empresariado, o governo se encarregou de garantir a compra de toda a capacidade de transporte de carga das novas empresas concessionárias, o que significa que esses empresários não correrão qualquer risco de prejuízo em caso de baixa demanda por transporte de carga.
Além disso, ainda dentro do pacote de bondades ao empresariado, ficou acertado que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiará cerca de 80% dos projetos de privatização, num processo também semelhante ao do governo FHC. É o dinheiro público, mais uma vez, financiando os investidores privados. E, para que não se tenha dúvida dos objetivos do governo, este ainda vai conceder incentivos (renúncias fiscais) aos consórcios vencedores das privatizações das rodovias e ferrovias e divulgar nas próximas semanas novas medidas privatizantes na área de portos e aeroportos.
O governo, anuncia com alegria a imprensa burguesa, também concederá "incentivo" adicional aos vencedores das concessões: a desoneração da folha salarial nos setores de transporte aéreo e de carga, navegação de cabotagem, transporte marítimo, navegação de apoio marítimo e portuário, e manutenção e reparação de aeronaves, motores e componentes (renúncia de cerca de R$ 900 milhões [3] ). Ganha a burguesia e perdem os trabalhadores, pois estes setores deixam de contribuir com 20% da folha de pagamentos à Previdência Social, e passam a recolher uma alíquota de 1% ou 2% sobre o faturamento bruto.
Trata-se, portanto, da consolidação de um modelo radical de construção de um estado máximo para o grande capital e mínimo para os trabalhadores. Não é essa a essência do que se chama de neoliberalismo? Mais uma vez fica demonstrado o caráter de classe do governo Dilma: enquanto nega reajuste de salários aos 400 mil funcionários públicos e professores universitários em greve e endurece as negociações com os trabalhadores, abre os cofres do governo, via BNDES, para os empresários adquirirem o próprio patrimônio público. O mais vergonhoso é que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais pelegas [4] , que deveriam estar ao lado dos trabalhadores grevistas, avaliaram as medidas privatizantes como positivas e deram seu aval às privatizações, o que demonstra a completa degeneração tanto do sindicalismo chapa branca [5] quanto do sindicalismo pelego [6] no Brasil.
Não precisamos esperar que os vencedores das concessões sejam anunciados para saber, a priori, que, além das empreiteiras e dos novos ricos escolhidos pelo governo, os fundos de pensão ligados ao sindicalismo oficial e pelego (como Previ, Petros e Funcef) estarão entre os principais beneficiários da decisão do governo. Mais uma vez, o "PT Patrão" estará representado nos conselhos de administração das grandes empresas que serão criadas, em novos setores estratégicos da economia brasileira.
Com esse pacote de privatizações, o governo do Partido dos Trabalhadores (e seus aliados à esquerda e à direita) tira a máscara definitivamente e sepulta as ilusões dos ingênuos e daqueles que ainda acreditavam que esse governo possuía alguma dimensão popular. Além disso, confirma as avaliações que o PCB vem fazendo a respeito do PT desde 2005, quando rompemos com o governo e passamos a ter uma posição independente, mesmo com a incompreensão de vários setores da esquerda. Afinal, o critério para avaliar um governo é a sua relação com os interesses dos trabalhadores. E, nesse caso, essa é uma administração que governa essencialmente para o capital, que articula e financia seus negócios, e dá apenas migalhas para os trabalhadores, de quem ainda quer retirar o pouco que têm, com a proposta de flexibilização para baixo de direitos trabalhistas, que em breve enviará ao Congresso Nacional.
PCB ? Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional, agosto de 2012
[1] ?53 mil milhões
[2] Pedágio: portagem
[3] ?359 milhões
[4] Centrais pelegas: centrais amarelas
[5] Chapa branca: cor da matrícula dos carros oficiais
[6] Sindicalismo pelego: sindicalismo amarelo
O original encontra-se em pcb.org.br/...
Esta declaração encontra-se em http://resistir.info/ .
Por: Níkolas Stolpkin
Importam-nos um rábano as Pussy Riot, aqui houve um massacre em Marikana-Sudáfrica!!!
36, 34, -dá o mesmo, mineiros assassinados friamente pola polícia nom basta para reagir e sair da indiferença na que parecêssemos estar"
Dá a impressom de que dentro da esquerda terminou-se por instalar umha mentalidade pequeno burguesa que nom deixa apreciar o significado real de particulares eventos onde o povo ou os trabalhadores som os seus protagonistas.
Parecesse ser que a agenda da Grande Burguesia instalou-se muito bem dentro do que denominamos "Esquerda" (bem evidenciado ao iniciar-se a denominada "Primavera Árabe", que nom deixou mais que ver a ronha existente dentro da Esquerda no que di respeito à suas ideias).
A esquerda deixou de ter a sua própria agenda, se é que algumha vez a tivo. O oportunismo e a mentalidade pequeno burgues terminou-se de enquistar dentro da "Esquerda" tal como um cancro.
O massacre último ocorrida em Sudáfrica, perpetrada pola polícia em contra de mineiros em greve por melhoras salariais, mostra muito bem a mentalidade actual na que se encontra a "Esquerda".
Se os Grandes Meios ponhem na sua agenda informativa a Juliám Assange ou às Pussy Riot, muito "obedientemente" parecêssemos ver à "Esquerda" ladrar nessas direcções como cans perseguindo um anaco de carne.
Seica a Esquerda deixou de pensar e agora toca-lhe obedecer à sua outrora principal inimigo" Podemos opinar sobre a "Primavera Árabe", Tunes, Egipto, Líbia e agora Síria mas nom podemos opinar sobre um massacre que mesmo foi filmada como polícias assassinavam covardemente a mais de umha trintena de mineiros" Nossa agenda deve basear na agenda que imponhem os Grandes Meios" Onde ficaram as nossas responsabilidades para com a nossa classe" Onde ficou aquela "Solidariedade de classe" enquanto em Latinoamérica abundavam as ditaduras militares"
Mas para opinar de Juliám Assange ou das Pussy Riot somos muito bons verdade" A vida de trinta e tantos mineiros que lutavam por melhoras salariais nom tem nengumha importância a quem se importa"
Onde ficaria o nosso interesse pola classe trabalhadora e as suas lutas, onde seja que estas fossem" A luita dos mineiros sul-africanos vale menos que a luta dos mineiros latino-americanos ou europeus"
Seica esta "Esquerda" já esqueceu as matanças que nossa Latinoamérica sofreu em carne própria baixo o seu "particulares" Ditaduras"
Seica a Esquerda deixou de fazer-se perguntas e agora converteu-se num cidadao "traga-traga""
Pois a recente matança deveria trazer à memória o massacre perpetrado pola polícia salvadorenha contra estudantes e camponeses do Bloco Popular Revolucionário (BPR) no Salvador "que se manifestavam pola libertaçom de cinco camaradas presos" , ocorrida na Catedral Metropolitana de Som Salvador, o 08 de maio de 1979. Com um saldo total de 25 mortos. E tal como sucedeu em Sudáfrica, a versom oficial que é vendida aos médios é que os manifestantes foram os "provocadores" e que os polícias só actuaram em "defesa própria".
Estám as imagens e todo filmado, e com o ocorrido em Sudáfrica damos-nos o luxo de que esta matança passe despercebida assim como os Grandes Meios tratam de passá-la" Assim de fácil" Seica há que ter sensibilidade quando aos Grandes Meios se lhes da gana pôr-nos "sensíveis""
A Esquerda já nom se pode fazer perguntas tais como "ocorrida a matança em Marikana" onde está Amnistia Internacional", Onde está Human Rights Watch", Onde está o Papa Ratzinger e a Igreja" Onde está a Uniom Europeia" Onde estám que nos Grandes Meios nom os vemos"
A Esquerda, lamentavelmente, tem um grave problema: nom sabe hoje onde está o seu norte e mais enzima a adoptado umha patética mentalidade pequeno burguesa junto a umha agenda noticiosa proveniente significativamente dos Grandes Meios.
As políticas capitalistas disparam o abandono dos nenos na Europa
LibreRed
Fonte: http://www.librered.net/?p=20215
As medidas neo-liberais impostas polos governos europeus nom só incrementárom o número de suicídios derivados de problemas económicos, senom que também se traduziram num aumento de abandonos de bebés e crianças.
A organizaçom SÓS Aldeias Infantis, que agarraste a crianças orfos, abandonados ou cujas famílias nom podem ocupar-se deles advertiu, que no último ano uns 1.200 crianças foram abandonadas na Grécia e outros 750 na Itália. umhas cifras alarmantes comparadas com os 400 crianças abandonadas que se registárom na Itália há um ano e os 114 que houvo na Grécia em 2003.
Ademais, aumentou em toda a Europa o número dos ?tornos de orfos?: uns contentores criados com a finalidade de evitar casos de abandonos incontrolados e abortos, onde os recentemente nascidos nom desejados som entregues de forma anónima. Esta prática está cada vez mais generalizada entre quem atravessam dificuldades económicas devido aos drásticos recortes sociais aplicados polos governos capitalistas.
Esta situaçom viola a Convençom Europeia de Direitos Humanos de 1953.
Estima-se que o gasto total por criar a um filho na Europa supom entre 20% e 30% do orçamento médio familiar e dada a actual conjuntura económica da regiom, para muitos fazer frente a esses custos resulta cada vez mais difícil.
O director geral de SÓS Aldeias Infantis na Grécia, George Protopapas, assinalou que ?por enquanto a maioria dos casos provem de famílias de classe trabalhadora? e nom descartou que este fenómeno vá em aumento.
ISLÁM POLÍTICO: concretizaçom moderna do salafismo em política. Surge quando Hassan Al Banna funda no Egipto em 1928 os Irmaos Muçulmanos, agrupamento conservador integrista que a nossa Agência de notícias denunciou de jeito reiterado.
Ver as nossas notas ?Os Irmaos Muçulmanos, um dos alicerces da contra-revoluçom árabe? (http://resistencialibia.info/?p=1171) e Confirma-se que os Irmaos Muçulmanos trabalham para os EEUU ( ?http://resistencialibia.info/?p=1548).
Os Irmaos Muçulmanos, fantoches do imperialismo.
Do tronco comum dos Irmaos Muçulmanos egípcios nasceram organizaçons como Hamas de Palestina, originalmente apoiada polo serviço secreto israelense como jeito de travar a influência da esquerda palestiniana. Também há um Islám político reaccionário chii em ocasiom aliado aos EEUU como o Partido Al Dawa de natureza anti-comunista e anti-baasista e o Conselho Supremo da Revoluçom iraquiana (CSRI). O islám politico reaccionário expressa-se asim mesmo na corrente Mladi Musulmani que colabora co nazismo em Jugoslávia de onde nacerá o Partido de Acçom democrática que chefia a contra-revoluçom capitalista em Bosnia Herzegovina.
JIHADISMO: Corrente anti-comunista, anti-progressista e anti-soviética nada da colaboraçom entre a família Saud, o serviço secreto paquistanês ISI e a CIA nos campos de treino terrorista da cidade paquistanesa de Peshawar em 1979 e 1980 no Afeganistám para lutar contra a República Democrática do Afeganistám (RDA). Por volta das bandas de feudais armados afeganos que os soviéticos chamavam ?douchmans?, aglutinou-se umha legiom estrangeira salafo-fascista formada por jovens voluntários chegados de Arábia Saudita, Argélia, Uniom Soviética, Albânia, Egipto, Líbia, China e outros países. Foi o começo da carreira criminal do jovem feudal saudita Osama Bin Laden. Esta hidra terrorista contribuiu à restauraçom violenta do capitalismo no Cáucaso soviético, Jugoslávia, Albânia, Iémene e Argélia no meio de brutais guerras civis. A CIA norte-americana, o ISI paquistani e os serviços sauditas dirigírom estas bandas extremosamente violentas das que Bin Laden é o seu máximo exponente. Prestaram um serviço inestimável ao imperialismo na sua luta por destruir o sistema socialista mundial e os regimes de linha independente como o líbio, jugoslavo, iemenita e outros.
O fascista Reagan foi um firme apoio da contra-revoluçom feudal integrista afegám, caldo de cultivo de todas as redes criminais islamo-fascistas
O Jihadismo construiu várias redes criminais:
Escola ?deobandie?, salafistas paquistaneses controlados polo ISI de onde nasceu o movimento dos talibám que se fizeram famosos ao executar de maneira bestial ao presidente comunista do Afeganistám Mohamed Najibullah entre os aplausos da CIA.
Al-Qaeda, agrupamento de bandas jiadistas dirigidas por Bin Laden sob controlo do ISI e da CIA que prestam serviço nas guerras anti-comunistas de Chechénia, Daguestám, Taxiquistám, Bosnia-Herzegovina, Kosovo e nas guerras de recolonizaçom de Argélia, Líbia e Síria. Esta sigla fai-se responsável por brutais ataques contra a populaçom civil nas metrópoles ocidentais com os que justificar todo o tipo de agressons de tipo colonial dos países da NATO, ademais da fascistizaçom dos citados países.
- Frente Islâmica de salvaçom (FIS), agrupamento integrista e fascista que ao ser impedida de tomar o poder em Argélia polo exército nacional popular argelino cria o Grupo Islâmico de Acçom, responsável por inumeráveis crimes terroristas.
- O terrorismo no Iraque favorável à ocupaçom: para desarticular a resistência nacional dirigida polo Baas e outras forças patriotas, o ocupante norte-americano creia redes de Al- Qaeda que atacam centros de oraçom e peregrinaçom chiita ocasionando umha guerra civil e debilitando a mencionada resistência.
Glossário de termos empregados pola nossa Agência Al Mukawama mas nom explicados até a data de hoje
SUNISMO-CHIISMO: Cisma no Islám ocorrido em 657 entre os partidários de Ali (chiitas) e os partidários da "ortodoxia", os sunitas que representam ao 80 % dos muçulmanos.
SALAFISMO: corrente rigorista muçulmana sunita que toma o seu nome da palavra árabe ?salaf? que significa os "predecessores". Fantasia reaccionária sobre um suposto Islám "puro" e dos seus "origens" que seria supostamente contaminado polas inovaçons "pecaminosas" ou ?bidaa?. O seu primeiro ideólogo é Ahmed Ibn Hanbal (780-855) cujos dous discípulos tenhem influência hoje: É sírio Ibn Taymiya (1263-1328) tomado como referência ideológica da contra-revoluçom síria, partidário de assassinar sem contemplaçons aos alauitas (rama do chiismo) e aos homossexuais, estes a pedradas e queimados vivos. O outro discípulo é Mohámede Ibn Abdelwahab (1703-1792). Ambos os contrários à tradiçom progressista, tolerante, respeitosa, amante da ciência e o progresso do Islám clássico que deu luz a umha civilizaçom avançada desde os Pirenéus até a China na sua época clássica. Esta corrente segue produzindo predicadores criminais como Ibrahim Ao Maghribi que no século XIX emite umha ?fatwa? ou resoluçom exigindo que se massacre a todos os alauitas ou o xeque Nuredin ao Albani morrido em 1999 que proibia ver tv e rádio.
WAHABISMO: Corrente ultra-reaccionaria fundada pola mencionado Abdelwahab que é oficial no estado feudal obscurantista de Arábia Saudita. Partidária de umha desigualdade extrema entre homens e mulheres, castigos físicos como núcleo do código penal, rejeiçom aos direitos humanos e à democracia burguesa e abominaçom do socialismo e a democracia popular, respeito absoluto à hierarquia social, esmagamento às minorias religiosas e étnicas, na prática aliança a vida e morte com o imperialismo norte-americano.
Rebelion.info
O lançamento de uma "guerra humanitária" contra a Síria
por Michel Chossudovsky
A administração Obama, em ligação com Londres, Paris, Tel Aviv e o quartel-general da NATO em Bruxelas, está a contemplar várias "intervenções de opções" militares contra a Síria, incluindo a realização de operações navais e aéreas em apoio às forças rebeldes de "oposição" sobre o terreno.
Os EUA e o seu impassível aliado britânico estão num "pé de guerra humanitário".
Forças aliadas, incluindo operativos de inteligências e forças especiais, reforçaram a sua presença no terreno em apoio ao "Exército Livre da Síria" (ELS). Foi informado que o Ministério da Defesa britânico está a "formular planos de contingência para o caso de o Reino Unido decidir instalar tropas nesta região volátil".
Posicionamentos de forças navais e aéreas já foram anunciados pelo Ministério da Defesa britânico. Segundo notícias de tablóides de Londres, citando fontes militares "confiáveis", "... a escalada da guerra civil [na Síria] torna cada vez mais provável que o Ocidente seja forçado a intervir". ( Daily Mail , July 24, 2012)
Uma campanha de bombardeamento no estilo "pavor e choque" do Iraque não está, por razões práticas, a ser contemplada: "analistas da defesa advertiram que uma força de pelo menos 300 mil soldados seria necessária para executar uma intervenção em plena escala [na Síria]. Mesmo assim, esta enfrentaria resistência feroz. ..." (ibid)
Ao invés de executar uma operação relâmpago total, a aliança militar EUA-NATO-Israel optou por intervir sob o diabólico enquadramento do R2P, da "guerra humanitária". Modelado na Líbia, as seguintes grandes etapas estão a ser encaradas:
1- Uma rebelião apoiada pelos EUA-NATO, integrada por esquadrões da morte, é lançada sob o disfarce de "movimento de protesto (meados de Março de 2011 em Daraa)
2- Forças especiais britânicas, francesas, qataris e turcas estão sobre o terreno na Síria, aconselhando e treinando os rebeldes bem como supervisionando operações especiais. Mercenários contratados por companhias de segurança privada também são envolvidos no apoio às forças rebeldes.
3- As matanças de civis inocentes pelo Exército Livre Sírio (ELS) são deliberadamente executadas como parte de uma operação encoberta de inteligência (Ver SYRIA: Killing Innocent Civilians as part of a US Covert Op. Mobilizing Public Support for a R2P War against Syria , Global Research, May 2012)
4- O governo sírio é então culpabilizado pelas atrocidades resultantes. A desinformação dos media articulada para a demonização do governo sírio. A opinião pública é levada a endossar uma intervenção militar com fundamentos humanitários.
5- Respondendo à indignação pública, os EUA-NATO são então "forçados a intervir" sob o mandato humanitário da ""Responsibility to Protect" (R2P). A propaganda dos media entra então em alta velocidade. "A Comunidade Internacional vem para o resgate do povo sírio".
6- Navios de guerra e caças de combate são então posicionados no Mediterrâneo Oriental. Estas acções são coordenadas com o apoio logístico aos rebeldes e às forças especiais no terreno.
7- O objectivo final é "mudança de regime" que leve à "ruptura do país" de acordo com linhas sectárias e/ou a instalação de um "regime dominado ou influenciado por islamistas" modelado no Qatar e na Arábia Saudita.
8- Os planos de guerra para a Síria são integrados com aqueles referentes ao Irão. A estrada para Teerão passa por Damasco. As implicações mais vastas da intervenção EUA-NATO são escalada militar e o possível desencadeamento de uma guerra regional estendendo-se desde o Mediterrâneo Oriental até a Ásia Central, na qual a China e a Rússia poderiam ser directa ou indirectamente envolvidas.
As etapas de 1 até 4 já foram implementadas.
A etapa 5 foi anunciada.
A etapa 6, envolvendo o posicionamento de navios de guerra britânicos e francesas no Mediterrâneo Oriental está destinada a ser lançada, segundo o Ministério da Defesa britânico, "ainda neste Verão". (Ver Michel Chossudovsky, The US-NATO War on Syria: Western Naval Forces Confront Russia Off the Syrian Coastline? Global Research, July 26, 2012.
A fase 7, nomeadamente a "mudança de regime" ? a qual constitui o fim do jogo da guerra humanitária ? foi anunciada por Washington em numerosas ocasiões. Nas palavras do secretário da Defesa Leon Panetta, referindo-se ao presidente Bashar Al Assad: "Já não é mais uma questão de se ele está chegar ao fim, é de quando".
O fim do jogo: Desestabilizar o estado laico, instalar o "Islão político"
O Royal United Services Institute for Defence and Security (RUSI) , um think-tank instalado em Londres, com laços estreitos tanto com o Ministério da Defesa britânico como com o Pentágono, sugeriu que "alguma espécie de intervenção [militar] ocidental na Síria está a parecer cada vez mais provável... O que o RUSI tem em mente no seu Resumo sobre a crise síria intitulado A Collision Course for Intervention , é o que pode ser descrito como "Uma invasão suave", levando ou a uma "ruptura do país" de acordo com linhas sectárias e/ou a instalação de um "regime dominado ou influenciado por islamistas" modelado no Qatar e na Arábia Saudita.
Vários "cenários" envolvendo operações de inteligência "clandestina" são avançados. O objectivo não mencionado destas opções militares e de inteligência é desestabilizar o estado leigo e implementar, através de meios militares, a transição rumo a um "regime pós-Assad dominado ou influenciando pelo Isão" modelado no Qatar e na Arábia Saudita.
"É necessária uma melhor observação das actividades e relacionamento da Al-Qaida e os outros jihadistas salafista internacionais que estão agora a entrar no país em números crescentes. É provável que as comportas se abram ainda mais pois jihadistas internacionais são fortalecidos por sinais de progresso significativo da oposição contra o regime. Tais elementos têm o apoio da Arábia Saudita e do Qatar e teriam sem dúvida um papel na Síria a seguir ao colapso de Assad. O âmbito do seu envolvimento precisaria ser considerado no planeamento da intervenção. (Ibid, p. 9, ênfase acrescentada)
Se bem que reconhecendo que os combatentes rebeldes são rematados terroristas envolvidos na matança de civis, o Resumo RUSI, mencionando considerações tácticas e de inteligência, sugere que as forças aliadas no entanto deveriam apoiar os terroristas (isto é, as brigadas terroristas foram apoiadas pela coligação dirigida pelos EUA desde o início da rebelião em meados de Março de 2011. Forças Especiais integraram a rebelião):
"Que desafios militares, políticos e de segurança apresentariam eles [os jihadistas] ao país, à região e ao Ocidente? Questões que incluem a possibilidade de um regime dominado ou influenciado por islamistas herdando armamento refinado, incluindo sistemas de mísseis anti-aviões e anti-navios e armas químicas e biológicas que podiam ser transferidas para as mãos de terroristas internacionais. Ao nível táctico, seria necessária inteligência para identificar os grupos mais eficazes e como melhor apoiá-los. Também seria essencial saber como eles operam e se o apoio pode ajudá-los a massacrar rivais ou a executar ataques indiscriminados contra civis, algo que já testemunhámos entre grupos da oposição síria". ( RUSI - SYRIA CRISIS BRIEFING: A Collision Course for Intervention , London, July 2012, ênfase acrescentada, p. 9 )
O reconhecimento acima confirma a resolução dos EUA-NATO de utilizar o "Islão político" ? incluindo o posicionamento grupos terroristas filiados à Al Qaeda apoiados pela CIA e o MI6 ? para realizar suas ambições hegemónicas na Síria.
Operações encobertas da inteligência ocidental em apoio a entidades terroristas da "oposição" são lançadas para enfraquecer o estado laico, fomentar violência sectária e criar divisões sociais. Recordaremos que na Líbia, os rebeldes "pró democracia" foram conduzidos por brigadas paramilitares filiadas à Al Qaeda sob a supervisão de Forças Especiais da NATO. A muito apregoada "Libertação" de Tripoli foi executada por antigos membros do Libya Islamic Fighting Group (LIFG).
Opções e acções militares. Rumo a uma "invasão suave"?
Várias opções militares concretas ? as quais em grande medida reflectem o pensamento em curso do Pentágono-NATO sobre a matéria ? são contempladas no RUSI Syria Crisis Briefing. Todas estas opções são baseadas num cenário de "mudança de regime" exigindo a intervenção de forças aliadas em território sírio. O que é contemplado como uma "invasão suave" modeladas na Líbia sob um mandato humanitário R2P ao invés de uma blitzkrieg total estilo "pavor e choque".
O Resumo RUSI, contudo, confirma que apoio continuado e eficaz aos rebeldes do Exército Livre Sírio exigirá finalmente a utilização de "poder aéro na forma de caças a jacto e sistema de mísseis lançados do mar, da terra e do ar" combinado com a entrada de Forças Especiais e a aterragem de "infantaria anfíbia aerotransportada" (Ibid, p 16.)
Esta transição rumo ao apoio naval e aéreo concreto ao rebeldes é sem dúvida motivada também pelas derrotas da insurgência (incluindo substanciais perdas rebeldes) que se seguiram à reacção adversa das forças do governo na esteira do ataque terrorista de 18 de Julho contra a sede da Segurança Nacional em Damasco, o qual levou à morte do ministro da Defesa, general Daoud Rajha e de outros altos membros da equipe defesa nacional do país.
Várias acções militares entrecruzadas são encaradas, a serem executadas sequencialmente tanto antes como na esteira da proposta "mudança de regime".
"A opção avançada, destruição das forças armadas sírias através de uma invasão "pavor e choque" estilo Iraque, poderia sem dúvida ser cumprida por uma coligação dirigida pelos EUA. Como com todas as outras formas de intervenção, contudo, manusear os resultados seria muito menos previsível e poderia arrastar as forças da coligação a um pântano duradouro e sangrento. Actualmente essa opção pode ser excluída como possibilidade realista. ... Não há dúvida de que a neutralização substancial da infraestrutura de defesa aérea da Síria poderia ser alcançada por uma operação aérea dirigida pelos EUA. Mas isto exigiria uma campanha grande, sustentada e extremamente custosa incluindo Forças Especiais posicionadas no terrento para apontar alvos.
As opções de intervenção que restam caem grosso modo em três categorias que por vezes se sobrepõem. ... A primeira categoria é acção de imposição militar para reduzir ou acabar a violência na Síria, ... impedir forças de Assad de atacarem população civil por acção [militar] directa. [O RUSI ignora o facto de que as matanças são cometidas pelo ESL e não por forças do governo, M.C.].
A segunda é tentar provocar mudança de regime por uma combinação de apoio a forças de oposição e acção militar directa. A segunda categoria pode ser aplicada na sequência do colapso do regime. O objectivo seria apoiar um governo pós Assad ajudando a estabilizar o país e proteger a população contra violência inter-facções e represálias. ... Uma força de estabilização seria posicionada a pedido do novo governo. Em qualquer cenário de intervenção pode ser necessário ou destruir ou proteger armas químicas da Síria, se elas estiverem prestes a serem utilizadas, transferidas ou de outras formas tornadas inseguras. Isto exigiria forças de combate especializadas e potencialmente tão substanciais que provavelmente seria uma missão que só os EUA poderiam executar. [Recordando as ADM do Iraque, o pretexto das armas químicas da Séria está a ser utilizado para justificar uma intervenção militar mais musculado, M.C.]
A terceira categoria é socorro humanitário ? trazer abastecimento e ajuda média a populações assediadas. ... Esta forma de intervenção, a qual mais provavelmente seria conduzida sob os auspícios da ONU, exigiria agências de ajuda tais como o Crescente Vermelho Internacional bem como forças militares armadas incluindo poder aéreo, mais uma vez baseado numa coligação NATO. O socorro humanitário pode ser necessário antes ou após uma mudança de regime. (Ver RUSI - SYRIA CRISIS BRIEFING: A Collision Course for Intervention , London July 2012, emphasis added, p.9-10 )
O "socorro humanitário" é muitas vezes utilizado como pretexto para o envio de unidades de combate. Forças especiais e operativos de inteligência são frequentemente despachados sob uma cobertura de ONG.
Acções militares concretas EUA-NATO
Será que o Resumo RUSI reflecte a perspectiva actual do planeamento militar EUA-NATO em relação à Síria?
Que acções militares e de inteligência concretas foram tomadas pela aliança militar ocidental na sequência dos vetos chinês e russo no Conselho de Segurança das Nações Unidas?
O posicionamento de uma poderosa armada de navios de guerra franceses e britânicos já é encarada numa data não especificada "ainda neste Verão". (Ver Michel Chossudovsky, The US-NATO War on Syria: Western Naval Forces Confront Russia Off the Syrian Coastline? , Global Research, July 26, 2012)
O Ministério da Defesa britânico, contudo, sugeriu que os deslocamentos da Royal Navy para o Médio Oriente só podiam ser activado "após" os jogos olímpicos de Londres. Dois dos maiores navios de guerra britânicos, o HMS Bullwark e o HMS Illustrious foram designados, a um tremendo custo para os contribuintes britânciso, para "garantir a segurança" dos Jogos Olímpicos. O HMS Bulwark está atracado em Weymouth Bay durante os jogos. O HMS Illustrious está "actualmente ancorado no Tamisa no centro de Londres". (Ibid)
Estas planeadas operações navais são cuidadosamente coordenadas com avançado apoio aliado ao "Exército Livre da Síria", integrado por jihadistas mercenários estrangeiros treinados no Qatar, Iraque, Turquia e Arábia Saudita por conta da aliança militar ocidental.
Será que os EUA-NATO lançarão uma operação aérea total?
As capacidades de defesa aérea da Síria, segundo informações, baseiam-se no avançado sistema S-300 da Rússia? (Informações não confirmadas apontam para o cancelamento da entrega pela Rússia, a seguir à pressão de Israel, do avançado sistema míssil S300 terra-ar à Síria) (Ver Israel convinces Russia to cancel Syrian S-300 missile deal: official, Xinhua , June 28, 2012) Outras informações também sugerem a instalação de um avançado sistema russo de radar (Ver Report: Russia Sent Syria Advanced S-300 Missiles , Israel National News, November 24, 2011).
O papel das Forças Especiais
Nos próximos meses, forças aliadas não terão dúvida em centrar-se na desactivação das capacidades militares do país incluindo sua defesa aérea, sistemas de comunicações, através de uma combinação de acções encobertas, guerra cibernética e ataques terroristas do ESL patrocinado pelos EUA-NATO.
Os rebeldes do "Exército Sírio Livre" são de infantaria da NATO. Comandantes do ESFL, muitos dos quais são parte de entidades filiadas à Al Qaeda, estão em ligação permanente com Forças Especiais britânicas e francesas dentro da Síria. O relatório RUSI recomenda que os rebeldes deveriam ser apoiados através do "posicionamento dentro do país de conselheiros das Forças Especiais com apoio aéreo a pedido:
"Conselheiros a trabalharem ao lado de comandantes rebeldes, acompanhados talvez por pequenas unidades de tropas das Forças Especiais, podiam ser táctica e estrategicamente decisivo, como se provou tanto no Afeganistão em 2001 como na Líbia em 2011. (RUSI, op cit, p. 10)
Forças Especiais têm estado no terreno na Síria desde o princípio da insurgência. Relatórios também confirmam o papel de companhia de segurança privadas, incluindo antigos mercenários Blackwater, no treino dos rebeldes do ESL. No que é descrito como "Guerra da América debaixo da mesa", Forças Especiais no terreno estão em ligação permanente com os militares e a inteligência aliada.
O influxo de combatentes jihadistas mercenários
Desde o impasse no Conseho de Segurança da ONU, uma aceleração no recrutamento e treino de combantes jihadistas mercenários está a verificar-se.
Segundo uma fonte do exército britânico, British Special Forces (SAS) estão agora a treinar "rebeldes" sírios no Iraque "em tácticas militares, manuseamento de armas e sistemas de comunicações". A informação também confirma que treino militar de comandos está a ser efectuado na Arábia Saudita por conta da aliança militar ocidental:
"Forças Especiais britânicas e francesas têm estado a treinar activamente mercenários do ESL, a partir de uma base na Turquia. Algumas informações indicam que o treino está a ter lugar também em locais na Líbia e no Norte do Líbano. Operativos britânicos do MI6 e pessoal do UKSF (SAS/SBS) tem confirmadamente estado a treinar os rebeldes em guerra urbana bem como a fornecer-lhes armas e equipamento. Acredita-se que operativos estado-unidenses da CIA e forças especiais providenciam assistência em comunicações aos rebeldes". Elite Forces UK , January 5, 2012
"Mais de 300 [rebeldes sírios] passaram por uma base dentro do Iraque próxima à fronteira, enquanto um curso de comandos está a ser dado na Arábia Saudita.
Grupos de 50 rebeldes de cada vez estão a ser treinados por duas firmas de segurança privada que empregam antigo pessoal de Forças Especiais. "Nosso papel é puramente de instrutores ensinando tácticas, técnicas e procedimentos", disse um antigo membro da SAS.
"Se podemos ensinar-lhes como encobrir-se, atirar e evitar serem localizados por snipers será uma ajuda esperançosa". ( Daily Mail , July 22, 2012)
O papel da Turquia e de Israel
O alto comando militar da Turquia tem estado em ligação com a sede da NATO desde Agosto de 2011 relativamente ao recrutamento activo de milhares de "combatentes da liberdade" islamistas, o que recorda o alistamento de Mujahideen pra travar a jihad (guerra sagrada) da CIA no auge da guerra soviético-afegã.
"Também discutido em Bruxelas e Ancara, relatam nossas fontes, está uma campanha para alistar milhares de voluntários muçulmanos em países do Médio Oriente e do mundo muçulmano para combater junto aos rebeldes sírios. O exército turco abrigaria estes voluntários, treinaria e asseguraria a sua passagem para dentro da Síria. ( DEBKAfile , NATO to give rebels anti-tank weapons, August 14, 2011, ênfase acrescentada)
O recente influxo de combatentes estrangeiros numa escala significativa sugere que este diabólico programa de recrutamento Mujahiden, desenvolvido há mais de um ano atrás, tem frutificado.
A Turquia também está a apoiar combatentes da Fraternidade Muçulmana no Norte da Síria. Como parte do seu apoio aos rebeldes do ESL, "a Turquia estabeleceu uma base secreta com aliados da Arábia Saudita e do Qatar para dirigir ajuda militar e de comunicações para rebeldes da Síria a partir de uma cidade próxima à fronteira" Exclusive: Secret Turkish nerve center leads aid to Syria rebels | Reuters, July 27, 2012).
O papel de Israel no apoio aos rebeldes, em grande medida caracterizado por operações encobertas de inteligência, tem sido "discreto" mas significativo. Desde o início, o Mossad apoiou grupos terroristas salafistas, os quais tornaram-se activo no Sul da Síria no início do movimento de protesto em Daraa em meados de Março. Informações sugerem que o financiamento para a insurgência Safista está a vir da Arábia Saudita. (Ver Syrian army closes in on Damascus suburbs , The Irish Times, May 10, 2011).
Enquanto canaliza apoio encoberto ao ELS, Israel também está a apoiar separatistas curdos no Norte da Síria. O grupo de oposição curda (KNC) tem ligações estreitas com o Governo Regional Curto de Massoud Barzani no Norte do Iraque, o qual é directamente apoiado por Israel.
A agenda separatista curda é destinada a ser utilizada por Washington e Tel Aviv para procurar a ruptura da Síria de acordo com linhas étnicas e religiosas ? em várias entidades políticas separadas e "independentes". Convém notar que Washington também facilitou o despacho de "militantes da oposição" curda síria para o Kosovo em Maio último para participarem em sessões de treino utilizando a "perícia terrorista" do Kosovo Liberation Army (KLA). (Ver Michel Chossudovsky, Hidden US-Israeli Military Agenda: "Break Syria into Pieces ", Global Research, June 2012).
A não tão ocultura agenda militar estado-unidense-israelense é "Romper a Síria em bocado", tendo em vista apoiar o expansionismo de Israel. ( The Jerusalem Post, May 16, 2012 ).
Confrontação com a Russia
O que se pode esperar nos próximos meses:
1) Um posicionamento naval no Mediterrâneo Oriental, cujo objectivo militar não foi claramente definido pelas forças aliadas.
2) Um maior influxo de combatentes estrangeiros e esquadrões da morte para dentro da Síria e a execução de ataques terroristas cuidadosamente visados em coordenação com os EUA-NATO.
3) Uma escalada no posicionamento de forças especiais aliadas, incluindo mercenários de companhias de segurança privadas contratadas pela inteligência ocidental.
O objectivo, sob a operação "Vulcão Damasco e Terramoto Sírio", em última análise consistir em estender os ataques terroristas do ESL à capital da Síria, sob a supervisão de Forças Especiais ocidentais e de operativos de inteligência no terreno. (Ver Thierry Meyssan, The battle of Damascus has begun , Voltaire Net, July 19, 2012). Esta opção de alvejar Damasco fracassou. Os rebeldes também foram empurrados para trás em combates intensos na segunda maior cidade da Síria, Alepo.
4) O enfraquecimento do papel da Rússia na Síria ? incluindo suas funções sob o acordo de cooperação militar bilateral com Damasco ? também é parte da agenda militar e de inteligência dos EUA-NATO. Isto podia resultar em ataques terroristas contra nacionais russos a viverem na Síria.
Um ataque terrorista contra a base naval da Rússia em Tartus foi anunciado menos de duas semanas após o confronto directo no Conselho de Segurança, sem dúvida por ordem dos EUA-NATO tendo em vista ameaçar a Rússia.
A seguir à chegada da flotilha naval russa de dez navios estacionados ao largo da costa síria, um porta-voz do ESL confirmou (26 de Julho) a sua intenção de atacar a base naval da Rússia em Tartus:
"Temos uma advertência às forças russas: se enviarem mais quaisquer armas que matem nossas famílias e o povo sírio nós os atingiremos duramente dentro da Síria", disse Louay al-Mokdad, coordenador logístico do Exército Livre da Síria (ELS).
"Informantes dentro do regime contam-nos que há grandes carregamentos de armas a chegarem a Tartus nas próximas duas semanas. Não queremos atacar o porto, não somos terroristas, mas se eles continuarem a actuar dessa forma não teremos opção".
O ELS formou uma "Brigada naval", composta de desertores da Marinha síria, a qual opera próximo de Tartus. "Muitos dos nossos homens costumavam trabalhar no porto de Tartus e conhecem-no bem", disse o capitão Walid, um antigo oficial da Marinha Síria. "Estamos a observar muito atentamente os movimentos dos russos".
"Podemos facilmente destruir o porto. Se atingirmos os armazéns de armas com mísseis anti-tanque ou outra arma isso dispararia uma explosão devastadora", disse um representante do ELS. "Ou podemos atacar os navios directamente". ( Syrian rebels threaten to attack Russian naval base - World - DNA , July 26, 2012)
Se a base naval da Rússia viesse a ser atacada, isto, com toda probabilidade, seria empreendido sob a supervisão de forças especiais e operativos de inteligência aliados.
Se bem que a Rússia tenha as capacidades militares necessárias para defender eficazmente sua base naval de Tartus, um ataque à base naval da Rússia constituiria um acto de provocação, o qual podia preparar o cenário para um envolvimento mais visível de forças russas dentro da Síria. Um rumo assim também podia potencialmente levar a uma confrontação directa entre forças russas e forças especiais ocidentais e mercenários a operarem dentro das fileiras rebeldes.
Segundo o RUSI Syria Crisis Briefing citado acima: "Antecipar a acção e contra-acção russa teria de ser um factor importante em qualquer plano de intervenção [militar] do Ocidente [na Síria]. Os russos certamente são capazes de movimentos arrojados e inesperados..." (RUSI, op cit, p. 5).
O mundo numa encruzilhada perigosa
Uma "guerra humanitária" total contra a Síria está em cima da mesa do Pentágono, a qual, se executada, podia levar o mundo a uma guerra regional estendendo-se desde o Mediterrâneo Oriental ao coração da Ásia Central.
Um programa de propaganda refinado e super abrangente apoia a guerra em nome da paz mundial e da segurança global.
O cenário subjacente de conflito mundial vai muito além da concepção diabólica do 1984 de Orwell.
O Ministério da Verdade sustenta a guerra como um empreendimento para fazer a paz invertendo realidades.
Por sua vez, as mentiras e fabricações dos media "de referência" são apresentadas com variadas insinuações numa complexa teia de enganos.
Numa deturpação cínica, atrocidades documentadas contra civis sírios cometidas pela "oposição" do Ocidente estão agora a serem reconhecidas (ao invés de culpabilizar forças governamentais) como "inevitáveis" na penosa transição rumo à "democracia".
As consequências mais vastas da "Grande Mentira" são obscurecidas.
A guerra humanitária global torna-se um consenso ao qual ninguém pode desafiar.
A guerra à Síria é parte de uma agenda militar integrada à escala mundial. A estrada para Teerão passa por Damasco. O Irão, Rússia, China e Coreia do Norte também estão a ser ameaçados.
Com o posicionamento da armada naval franco-britânica ainda este Verão, navios de guerra ocidentais no Mediterrâneo Oriental estariam contíguos àqueles posicionados pela Rússia, a qual está a conduzir os seus próprios jogos de guerra, levando a uma potencial "confrontação estilo Guerra fria" entre forças navais russas e ocidentais. Ver Michel Chossudovsky, The US-NATO War on Syria: Western Naval Forces Confront Russia Off the Syrian Coastline? , Global Research, July 26, 2012).
Uma guerra à Síria, a qual inevitavelmente envolveria Israel e Turquia, podia constituir a fagulha rumo à guerra regional dirigida contra o Irão, na qual a Rússia e a China podiam ser (directa ou indirectamente) envolvidas.
É crucial difundir estas palavras e romper os canais de desinformação dos media.
Um entendimento crítico e não enviesado do que está a acontecer na Síria é de importância crucial na reversão da maré da escalada militar.
Difunda este artigo o mais amplamente possível.
Ver também:
Syrie: Exécutions sommaires massives de prisonniers de guerre par les terroristes islamistes de l'Armée syrienne libre (OTAN)
A guerra dos EUA-NATO contra a Síria: Forças navais do ocidente frente às da Rússia ao largo da Síria , 29/Jul/12
"A opção salvadorenha para a Síria" ,26/Mai/12
Exclusive: Obama authorizes secret US support for Syrian rebels , Reuters, 1/8/2012
Obama does Syriana , 03/Ago/2012 (o título é alusão ao filme Syriana )
O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=32170
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .