Alsácia: polacas e rumanas cobram 6 euros por 10 dias de trabalho
Anna Maria Merlo
Il Manifesto
A umha semana das eleiçons europeias, a notícia tenderá a aumentar se cabe a perplexidade e o desapego com respeito à construçom comunitária. A CGT denunciou ontem as condiçons escandalosas de trabalho de um grupo de trabalhadoras agrícolas rumanas e polacas que recolhiam morodos e espargos em Brumath, Alsacia. As jovens cobram cêntimos de euro por quilo, nom mais de algum euro ao dia, sem respeito das leis francesas, que estabelecem um salário mínimo horário de 8,71 euros. Os inspectores de trabalho alsacianos abriram umha investigaçom e dezenas destas pessoas, como consequência da denúncia da CGT, partiram em autocarro para seus países de origem. As trabalhadoras alojavam-se num acampamento levantado sobre um terreno lamacento, delimitado por umha cerca. "Gaiolas com xícaras de váter", afirma a CGT, que denuncia condiçons de vida "desumanas" e "escravistas". O prefeito de Brumath, Etienne Wolff (do UMP, partido de Sarkozy) condenou este facto. O proprietário do terreno é um alemám de Freuenstadt, na Selva Negra, que leva anos alugando o terreno em Alsácia para produzir fruta e verdura, que depois vende a preços imbatíveis . O dono já tinha sido condenado no passado por casos similares, mas apelou (o que suspende a pena). "Quando visitamos este acampamento - dizem desde a CGT- tivemos a impressom de voltar ao passado. Esta situaçom desumana à que submetem às mulheres vítimas da miséria através da exploraçom trabalhista deve cessar imediatamente".
Tv-Sur
A crise económica nos Estados Unidos dispara a cifra de imigrantes submetidos a condiçons de escravatura, assinaláromm expertos citados neste sábado polo diário californiano A Opiniom.
Segundo o rotativo, várias fontes coincidem em emitir tal critério, entre elas a Coaliçom para Abolir a Escravatura (CAST, por suas siglas em inglês)
"Nos últimos oito meses aumentou em 200 por cento a quantidade de vítimas do flagelo que tocam as nossas portas procurando ajuda", lamentou Lisette Arsuaga, representante de CAST na cidade de Los Angeles, ao oeste dos Estados Unidos.
De acordo com a activista, as penúrias financeiras obrigam a cada vez a mais pessoas a admitir precárias condiçons de trabalho.
"A escravatura em ambientes trabalhistas açoita a cada ano a uns 50 mil indivíduos nos Estados Unidos, quem estám em fábricas e serviços domésticos", advertiu.
A SOLUÇOM FINAL?: Como funciona o extermínio militar em massa da populaçom sobrante
Laboratórios experimentais da "nova ordem"
Iar-noticias
Dentro do mercado e da sociedade de consumo capitalista, a lógica de produçom nom se mede pola satisfaçom das necessidades básicas da sociedade (comida, moradia saúde, educaçom etc.) senom polos parâmetros de optimizaçom da rentabilidade financeira privada. A produçom de bens e serviços (essenciais para a sobrevivência) controlada polo capitalismo está socializada, mas sua utilizaçom está privatizada: Nom responde a fins sociais de distribuiçom equitativa da riqueza produzida polo trabalho social senom a objectivos de busca de rentabilidade capitalista privada.
O objectivo estratégico central do sistema (a sua lógica e essência funcional) está motorizado, em primeiro termo, pola busca da rentabilidade para as suas empresas e bancos multinacionais, sua coluna vertebral executora de sistema económico dominante a escala planetária. Esta dinâmica - historicamente provada- gera um resultante contraditório: A reduçom do consumo, concentraçom de riqueza em poucas maos, e expulsom do circuito do consumo e da sobrevivência de milhares de milhons de pessoas. A populaçom do mundo já atinge aos 6.500 milhons de pessoas, da quais só ao redor de 500 milhons se localizam no status de nível óptimo" de consumo que requerem as necessidades operativas de rentabilidade dos bancos e empresas que hegemonizam a indústria, o comércio e as finanças do sistema capitalista imposto a escala global.
Fora deste triângulo do "consumo óptimo", composto em seu vértice polo segmento dos "súper-ricos", e alimentado em sua base pola massa produtora de riqueza a escala global, encontram-se outros 2000 milhons de pessoas, as que (sem chegar ao "consumo óptimo") desenvolvem um "consumo regular" dos bens e serviços produzidos e ofertados (para quem pague por eles) pola estrutura productiva capitalista.
Outro sector composto aproximadamente também por uns 2.000 milhons de pessoas conformam um segmento de consumo baixo, com uma situaçom social irregular e fluctuante que nom cobre totalmente as suas necessidades de moradia, saúde e de conforte , e que nom compensa as necessidades productivas de rentabilidade do capitalismo que rege a sociedade de consumo, ao mesmo tempo que resulta o sector mais vulnerável na actual crise recessiva que se está a desenvolver a escala global. Embaixo destes segmentos, há uma faixa de populaçom, outros aproximadamente 2.000 milhons de pessoas que oscilam entre a "pobreza estrutural" (nom cobrem suas necessidades básicas) e a "indigência" (carentes de meios de sobrevivência), que conformam uma "massa crítica" de expulsados do circuito do mercado do consumo.
"Consumidores irregulares", "pobres estruturais" e "indigentes" som o produto histórico mais representativo, o emergente social de um sistema económico que nom produz com fins sociais senom com fins de rentabilidade financeira para os grandes grupos patronais, conseguida com a exploraçom do trabalho social. Como o sistema dominante só produz para quem possa pagar polos bens e serviços, esta massa expulsada do circuito do consumo (pola dinâmica concentradora de riqueza em poucas maos) lhe "sobra" ao sistema capitalista, e só uma quantidade reduzida (a massa integrada que vai ficando por trás das expulsons periódicas) lhe produz ganho às grandes empresas e bancos multinacionais que controlam todos os elos do mercado e a produçom mundial.
Anotem, registem e transmitam esta advertência: Líbano, Iraque, Gaza, Afeganistám, Paquistám, Sudám, Somália, e Skri Lanka, entre outros (à margem dos objectivos geo-políticos e militares que representam dentro do tabuleiro da guerra intercapitalista por tomar conta do petróleo e dos recursos estratégicos), som teatros experimentais de extermínio militar em massa de populaçom sobrante" que funcionam baixo a máscara operativa da "guerra contra o terrorismo". Esta "soluçom final" maltushiana aplicada militarmente, que evolui do simples ao complexo, tem uma clara linha de continuidade transformacional nos processos de ocupaçom militar (Iraque e Afeganistám) e nos diferentes cenários de guerra contra o terrorismo" na Ásia, África e Médio Oriente.
Nom se trata de teoria conspirativa", senom de factos e de resultantes confrontados dentro de um processo que repete padrons operativos internacionais, nom só militares, senom políticos, diplomatas e mediáticos. O último laboratório experimental de extermínio de populaçom sobrante" foi Sri Lanka.
Contam que um casal de leons fugiram do zoológico. Na fugida a cada um partiu com um rumo diferente.
O leom adentrou-se na selva e a leoa foi para o centro da cidade. Procuraram-nos por todos lados, mas ninguém os atopa.
Após um mês, e para surpresa de todos, o leom que tinha fugido à selva, regressou. Voltou magro, famélico e com febre. Foi reconduzido à gaiola.
Passaram mais oito meses e ninguém se lembrava já da leoa que tinha ido para o centro da cidade... até que um dia foi capturada e levada de novo ao zoo. Estava gorda, sá, transbordante de saúde...
Ao pô-los juntos, o macho, que tinha fugido à selva, perguntou a seu casal:
- Como tens podido estar na cidade tanto tempo e regressar tam saudável? Eu, que fum à selva, tivem que regressar porque nom achava nada que papar.
A leoa explicou-lhe:
- Armei-me de coragem e fum-me acochar a um organismo público. A cada dia comia-me a um funcionário e ninguém advertia sua ausência.
- E por que regressaste?, acabárom-se os servidores públicos?, perguntou o macho.
- Nada disso. Os funcionários nunca se acabam, mas cometi um erro gravíssimo. Já me tinha comido a um director geral, a dous subsecretários, a cinco adjuntos, a três coordenadores, a dez assessores, a doze chefes de secçom, a quinze chefes de divisom, a cinquenta secretárias, a dúzias de servidores públicos, e ninguém deu-nos por desaparecidos. Mas no dia em que em má hora se me ocorreu comer ao que servia o café... Aí fodeu-se tudo!
iAR-NOTICIAS
Duas datas chaves, que podem activar um desenlace militar no espaço conflictivo de Médio Oriente: Eleiçons em Líbano o 7 de junho, onde Hezbolá (como já o fez Hamás em Gaza) pode aceder ao governo. Eleiçons no Irám o 12 de junho, onde Ahmadineyad pode conseguir sua reeleiçom como presidente da naçom islâmica. Ambas datas, segundo a imprensa israelita som finques, já que de acordo aos resultados apressar-se-iam ou nom as operaçons militares planificadas de Israel contra os búnkers de Hezbolá e as usinas nucleares de Teeram. Três objectivos centrais, três teatros de operaçons em curso: Irám, Líbano e Gaza, além de um possível envolvimento da Síria no conflicto, marcam a agenda do Exército judeu que no próximo domingo começará um exercício militar em grande escala com simulaçom de umha guerra regional e de umha Intifada. Demasiadas frentes (simultâneos) abertos, demasiada acumulaçom de tensons, crescentes operaçons cruzadas de acçom psicológica intimidatoria entre Tel Aviv, Teeram e Damasco, reunions de alto nível em Washington e Tel Aviv, fazem pressagiar segundo analistas árabes, judeus e estadunidenses um desenlace militar activado pola plana maior israelita que procura - segundo sua própria definiçom - desactivar a capacidade nuclear do Irám dantes de que consiga a bomba, e impedir que Hezbolá se apodere do Estado de Líbano e que Hamás volte a se solidificar em Gaza. Umha somatória de peças de xadrez, onde o estado maior israelita - como assinala The Washington Pós- dá sinais claras de que está disposto a lançar um "facto consumado" (operaçons simultâneas e sincronizadas) contra o eixo Irám, Síria-Libano-Gaza, para implicar a Washington no conflito.
Moscovo, 25 de maio, RIA Novosti. O coronel geral Leonid Ivashov, conhecido experto russo em questons geopolíticas, sustenta que o vírus AH1N1 foi criado artificialmente para diminuir a populaçom global.
"A teimosia com o problema nuclear nom é mais que umha tentativa de desviar a atençom pública desde as epidemias que constituem a maior ameaça", declarou Ivashov em umha entrevista com RIA Novosti.
Todas as epidemias contemporâneas, a seu julgamento, saíram de laboratórios. "Assim, os médicos castrenses têm umha fórmula da pneumonia atípica, a partir da qual gerárom seu vírus", manifestou o general ao agregar que "a gripe das aves também é de origem artificial".
"O serviço de Inteligência estadunidense estima que três mil milhons de pessoas vam sobrar para 2015, isto é, viveremos em um mundo superpovoado. A chamada mobilizaçom de diversos vírus capazes de causar mortes em massa é umha estratégia global encaminhada a reduzir a populaçom da Terra", disse Ivashov, quem foi no passado chefe de Cooperaçom Internacional no Ministério russo de Defesa.
Iar-noticias
Centenas de mortos, cadáveres insepultos, e feridos sem atençom.
Extermínio sem limites: O massacre de Sri Lanka só é comparável ao genocídio de Israel em Gaza
Segundo observadores internacionais, o que está a ocorrer em Sri Lanka só é comparável com o massacre militar executada por Israel na Faixa de Gaza, em janeiro passado. Umas 50.000 pessoas permanecem - ao igual que sucedeu em Gaza- em uma pequena faixa de território atrapadas as 24 horas baixo o fogo cruzado de baterias terrestres, tanques e avions do governo aliado de EEUU e o "eixo ocidental". Como resumiu um corresponsal da BBC: "O exército está a praticar uma espécie de tiro ao pombo' com os refugiados", entre os quais combatem os efectivos do Exercito rebelde dos Tigres Tamiles. Alguns corresponsais ressaltam a ferocidade sem limites do massacre e a impotência (e/ou cumplicidade) dos organismos internacionais para detê-la. Trata-se de um genocídio a grande escala, cujo desenvolvimento e interesses em jogo, vêm sendo sistematicamente ocultados ou deformados pola imprensa "ocidental" que o apresenta como um conflito entre um grupo "terrorista" e o governo que "procura restabelecer a ordem". Polo contrário, o extermínio em massa de civis em Sri Lana nom está determinado por uma guerra contra o "terrorismo tamil" como se quer fazer crer senom por interesses geoeconómicos e geopolíticos militares estratégicos que têm que ver com o controle do Oceano Índico e das rotas do petróleo. A importância geopolítica militar estratégica de Sri Lanka para a sobrevivência energética futura de EEUU, Japom e a Uniom Europeia, junta às potências em uma acçom comum para exterminar a rebeliom nacionalista dos Tigres Tamiles que, em caso de sair vitoriosos, poderiam traçar uma aliança estratégica com o eixo Rússia-Chinesa-Irám, o outro actor na disputa polo controle das fontes e as rotas petroleiras. Este é, em essência, o objectivo encoberto da matança perpetrada por um exército financiado por EEUU e treinado por Israel. Como afirmam os experientes, as casualidade nom existem. E o assassinato de civis em Sri Lanka é um calco repetido, uma espécie de operaçom de manual, que as potências imperiais com USA à cabeça repetem compulssivamente nos países onde existem rebeldes e recursos naturais para depredar. Essa, em essência, é a lógica operacional da "guerra contraterrorista" começada por Bush e continuada por Obama.
por Olga Chetverikova
Tradução de Margarida Ferreira.
resistir.info
Enquanto a crise financeira e económica mundial vai atingindo o seu auge, os dirigentes da comunidade ocidental andam a tentar instilar na humanidade a ideia de que essa revolução vai acabar por 'transformar o mundo numa coisa diferente'.
Apesar de a imagem da 'nova ordem mundial' se manter vaga e confusa, a ideia central é clara. Na sequência desse raciocínio é preciso instituir um governo global único, se quisermos evitar que reine o caos geral.
Volta não volta, os políticos ocidentais referem à necessidade de uma 'nova ordem mundial', de uma 'nova arquitectura financeira mundial', ou de qualquer tipo de 'controlo supranacional', chamando-lhe um 'Novo Acordo' para todo o mundo. Nicolas Sarkozy foi o primeiro a falar nisso, quando se dirigiu à Assembleia-Geral da ONU em Setembro de 2007 (ou seja, antes da crise).
Durante a reunião de Fevereiro de 2009 em Berlim, destinada a preparar a cimeira dos G20, Gordon Brown repetiu o mesmo, dizendo que era necessário um Novo Acordo à escala mundial. Estamos conscientes, acrescentou, que no que diz respeito aos fluxos financeiros mundiais, não conseguiremos sair desta situação apenas com a ajuda das entidades puramente nacionais. Precisamos de entidades e de vigilantes mundiais para conseguir que as actividades das instituições financeiras que operam nos mercados mundiais se nos abram totalmente. Tanto Sarkozy como Brown são protégés dos Rothschilds. Algumas declarações feitas por certos representantes da 'elite global' indicam que a actual crise está a ser utilizada como um mecanismo para provocar o agravamento de alguns motins sociais que poderão levar a humanidade ? mergulhada como já está no caos e assustada com o espectro duma violência generalizada ? a reclamar espontaneamente a intervenção de um árbitro 'supranacional' com poderes ditatoriais nas questões mundiais.
Os acontecimentos estão a seguir o mesmo caminho da Grande Depressão de 1929-1933: uma crise financeira, uma recessão económica, conflitos sociais, a instituição de ditaduras totalitárias, incitando a uma guerra para concentrar o poder, e o capital, nas mãos dum pequeno grupo. Mas, desta vez, a questão central é a fase final da estratégia de 'controlo global', em que com um sopro se derruba a instituição da soberania estatal nacional, seguindo-se uma transição para um sistema de poder privado de elites transnacionais.
Já nos finais dos anos de 1990, David Rockefeller, autor da ideia de que o poder privado deve substituir os governos, disse que nós (o mundo) estávamos no limiar de mudanças globais. Tudo o que é preciso, prosseguiu, é uma crise qualquer a grande escala que faça com que o povo aceite a nova ordem mundial.
Jacques Attali, conselheiro de Sarkozy e antigo chefe do EBRD [European Bank for Reconstruction and Development], afirmou que as elites tinham sido incapazes de resolver os problemas da divisa dos anos 30. Receava, disse ele, que voltasse a acontecer um erro semelhante. Primeiro vamos travar guerras, continuou, e deixar morrer 300 milhões de pessoas. Só depois é que virão as reformas e um governo mundial. Não seria melhor pensar já nesta fase num governo mundial? perguntou.
Henry Kissinger afirmou a mesma coisa. Em última análise, a principal tarefa é definir e formular as preocupações gerais da maior parte dos países, e também de todos os principais estados no que se refere à crise económica, tendo em conta o receio colectivo de um jihad terrorista. Depois, tudo isso tem que ser transformado numa estratégia de acção comum? E assim a América e os seus parceiros potenciais têm uma oportunidade única de transformar o momento da crise numa visão de esperança.
O mundo está a ser convencido a aceitar a ideia da 'nova ordem' a pouco e pouco para impedir que surjam incidentes que poderão muito bem levar a que os protestos universais contra as condições cada vez piores da existência humana entrem num 'caminho errado' e deixem de poder ser controlados. A principal coisa que a Fase Um conseguiu concretizar foi iniciar uma discussão de amplo espectro sobre o 'governo global' e a 'não aceitação do proteccionismo' com ênfase no 'desencanto' dos modelos de estados-nacionais para a saída da crise.
Esta discussão continua tendo como pano de fundo as pressões da informação que ajudam a construir as ansiedades humanas, o medo, e a incerteza. Vejamos algumas dessas acções da informação: previsões da OMS de que provavelmente 1,4 mil milhões de pessoas ficarão abaixo do limiar de pobreza em 2009; um aviso do director-geral da OMS de que se perfila no horizonte o maior declive comercial mundial da história do pós-guerra; uma declaração de Dominique Strauss-Kohn do MFI ( protégé de Sarkozy) de que está iminente um colapso económico mundial se não for implementada uma reforma a grande escala do sector financeiro da economia mundial, colapso esse que muito provavelmente arrastará consigo não apenas o desassossego social mas também uma guerra.
Foi com este pano de fundo que foi avançada a ideia de instituir uma divisa mundial comum como pedra fundamental da 'nova ordem mundial'. Mas os verdadeiros cérebros deste projecto de longa data continuam na sombra. De notar que há um ou outro representante da Rússia empurrado para a linha da frente. Faz lembrar a situação antes da I Guerra Mundial, em que os círculos anglo-franceses, que possuíam alguns planos elaborados para uma nova divisão do mundo, instruíram o ministro dos estrangeiros russo para traçar um programa geral para a Entente Cordiale. Esta passou à história como o 'programa Sazonov', apesar de a Rússia não ter desempenhado um papel independente nessa guerra, o qual desde o início foi montado para servir o sistema de interesses da elite financeira britânica.
A 19 de Março, Henry Kissinger chegou a Moscovo na qualidade de membro do The Wise Men (James Baker, George Schultz, e outros), que se reuniram com os dirigentes russos antes da cimeira do G20. Dmitry Trenin, director do Centro Carnegie de Moscovo e participante na última reunião americana dos Bilderbergers, considerou essa reunião como um 'sinal positivo'. A 25 de Março, o Moskovsky Komsomolets publicou um artigo 'A Crise e os Problemas Mundiais', de Gavriil Popov (actual presidente da União Internacional de Economistas) que relatou abertamente o que normalmente é discutido à porta fechada.
O artigo fazia referência ao Parlamento Mundial, ao Governo Mundial, às Forças Armadas Mundiais, à Força Policial Mundial, ao Banco Mundial, à necessidade de colocar sob controlo internacional as armas nucleares, às capacidades de produção de energia nuclear, de toda a tecnologia de foguetões espaciais, e dos minerais do planeta, à imposição de limites de natalidade, à limpeza do conjunto genético da humanidade, ao encorajamento de pessoas intolerantes à incompatibilidade cultural e religiosa, e a outras coisas do mesmo género.
Os "países que não aceitarem as perspectivas globais", diz Popov, "devem ser expulsos da comunidade mundial".
Claro que o artigo do Moskovsky Komsomolets não revela nada de novo que nos permita compreender a estratégia da elite global. O importante é outra coisa. Sugere-se a instituição de uma ordem policial totalitária e a eliminação dos estados nacionais, como um amplo programa de acção, e recomenda-se aquilo que tanto os liberais, como os socialistas, como os conservadores, sempre consideraram um 'novo fascismo', como o único caminho salutar possível para toda a humanidade. Há quem queira que a discussão destes projectos se torne uma norma. Neste contexto, há alguns representantes da Rússia 'de confiança' que estão a ser empurrados para a primeira linha; a Rússia que será a principal vítima da política de pilhagem total se o 'governo global' vier a ser uma realidade.
O G20 não discutiu a questão da divisa mundial comum, porque ainda não chegou a altura própria para tal. A própria cimeira foi um passo em frente no caminho para o caos porque, se as suas decisões forem seguidas cegamente, a situação socioeconómica mundial só poderá piorar e, para citar Lyndon LaRouche, irão 'liquidar o doente'.
Entretanto, a crise está a ser exacerbada e os analistas andam a predizer uma era de desemprego maciço. As previsões mais pessimistas vêm do LEAP/Europe 2020, que as publica regularmente nos seus boletins e enviou-as mesmo numa carta aberta aos dirigentes dos Vinte antes da cimeira de Londres.
Já em Fevereiro de 2006, o LEAP [Laboratório Europeu de Antecipação Política] foi de uma precisão surpreendente a descrever as perspectivas para a 'crise global sistémica' como consequência da doença financeira provocada pela dívida dos EUA. Os analistas do LEAP consideram os acontecimentos actuais no contexto da crise geral que começou nos finais dos anos 70 e está agora na sua quarta fase, a fase final e a mais grave, a chamada 'fase de purificação' em que começa o colapso da economia real. Segundo Frank Biancheri, do LEAP, não é apenas uma recessão mas o fim do sistema, em que o seu pilar principal, a economia dos EUA, entrou em colapso. "Estamos a assistir ao fim de toda uma época mesmo em frente dos nossos olhos".
A crise pode conduzir a algumas consequências muito difíceis. O LEAP prevê uma subida do desemprego para 15 a 20% na Europa e 30% nos Estados Unidos. Se não se conseguir solucionar o problema do dólar, os acontecimentos mundiais darão uma reviravolta dramática. O colapso do dólar pode ocorrer já em Julho de 2009 e a crise, que poderá durar décadas, desencadeará "uma desintegração geopolítica à escala mundial" com motins sociais e conflitos civis, com a divisão do mundo em blocos separados, em que o mundo regressará à Europa de 1914, com confrontos militares, etc. Os tumultos populares mais poderosos ocorrerão em países com sistemas de segurança social menos desenvolvidos e com maiores concentrações de armas, principalmente na América Latina e nos Estados Unidos, em que a violência social já se manifesta actualmente nas actividades de grupos armados. Os especialistas assinalam o começo da fuga para a Europa da população dos EUA, onde por enquanto a ameaça directa contra a vida não é tão grande. Para além dos conflitos armados, os analistas do LEAP prevêem escassez de energia, de alimentos e de água em áreas dependentes da importação de alimentos.
Os especialistas do LEAP descrevem o comportamento das elites ocidentais como totalmente desajustado: "Os nossos dirigentes não conseguem entender o que aconteceu, e continuam a mostrar a mesma incompreensão até hoje. Estamos no meio duma recessão prolongada, e seria necessário o empenho na introdução de algumas medidas a longo prazo para amortecer os golpes, mas os nossos dirigentes continuam na esperança de impedir uma recessão prolongada? Todos eles foram formados em torno do pilar americano e não conseguem perceber que o pilar está em ruínas?"
Mas se os dirigentes a nível médio não vêem isso, os gestores mundiais de nível superior, pelo contrário, estão muito bem informados; são eles quem está a implementar o 'caos controlado' e a política de desintegração geral, incluindo uma guerra civil e a desintegração dos Estados Unidos planeada para o final de 2009, um cenário que está a ser discutido amplamente pelos meios de comunicação americanos e mundiais.
À beira dos conflitos planeados em diversas áreas do planeta, está a ser instituído um sistema que conferirá a um centro supranacional, com base numa máquina punitiva, o total controlo político, militar, legal e electrónico sobre a população. Esse sistema utiliza o princípio de gestão de rede de comunicações que permite encaixar em qualquer sociedade estruturas paralelas de autoridade que reportam a centros de tomadas de decisões externos e são legalizados através da doutrina de prevalência da lei internacional sobre a lei nacional. A casca mantém-se nacional, mas o poder real passa a ser transnacional. Jacques Attali chama a isto um 'estado global baseado na lei'.
O centro dirigente do estado global baseado na lei situa-se nos EUA. Embora os seus fundamentos tenham começado a surgir nos anos 90, a luta contra o terrorismo após os incidentes do 11/Set levaram a fenómenos radicalmente novos. A aprovação da Lei Patriota de 2001 não só permitiu que os serviços de segurança controlassem a população americana e os estrangeiros suspeitos, como acelerou a passagem de responsabilidades estatais para as mãos de estruturas empresariais transnacionais.
As actividades de informações, do comércio da guerra, do sistema penitenciário, e do controlo de informações estão a passar para a mão de privados. Isto é feito através da chamada contratação no exterior, um fenómeno relativamente novo, que consiste em confiar determinadas funções a empresas privadas que agem como empreiteiros e atribuir a indivíduos exteriores a uma organização a realização das suas tarefas internas.
Em 2007, o governo americano chegou à conclusão de que 70% do seu orçamento de serviços de informações secretas é gasto em contratos privados e que a "burocracia de informações da Guerra-Fria está transformada numa coisa totalmente nova, em que dominam os interesses dos empreiteiros". Para a sociedade americana (incluindo o Congresso), as suas actividades mantêm-se confidenciais, o que lhes permite recolher cada vez mais funções importantes nas suas mãos.
Antigos funcionários da CIA dizem que quase 60% do seu pessoal estão sob contrato. Essas pessoas analisam a maior parte das informações, escrevem relatórios para os que tomam as decisões em jurisdições estatais, mantêm comunicações entre diversos serviços de segurança, dão apoio a posições estrangeiras, e analisam a intercepção de dados. Em consequência disso, a National Security Agency da América está a ficar cada vez mais dependente de companhias privadas que têm acesso a informações confidenciais. Não admira, pois, que se esteja a criar pressão para uma proposta de lei no Congresso que prevê a garantia de imunidade a empresas que têm trabalhado com a NSA nos últimos cinco anos.
O mesmo está a acontecer com empresas militares privadas (PMCS), que têm vindo a assumir cada vez mais funções do exército e da polícia. Numa escala significativa, começou nos anos 90 na ex-Jugoslávia, mas foram utilizados trabalhadores contratados a nível alargado no Afeganistão e noutras zonas de conflito. Executavam as acções 'mais sujas', como aconteceu com o caso durante a guerra na Ossétia do Sul, onde estiveram envolvidos mais de 3 000 mercenários. Neste momento, os PMCS são verdadeiros exércitos, cada um deles com mais de 70 mil efectivos, que operam em cerca de 60 países, com receitas anuais de mais de 180 mil milhões de dólares (segundo o Brookings Institution, EUA). Por exemplo, mais de 20 mil empregados de PMCS americanos trabalham no Iraque ao lado do contingente militar americano de 160 mil.
O sistema de prisões privadas também está a aumentar rapidamente nos EUA. Está florescente o complexo da indústria prisional, que utiliza trabalho escravo e práticas de trabalhos forçados, e os seus investidores estão sediados na Wall Street. O uso de trabalho forçado por empresas privadas foi legalizado já em 37 estados e é utilizado por importantes empresas como a IBM, a Boeing, a Motorola, a Microsoft, a Texas Instruments, a Intel, a Pierre Cardin e outras. Em 2008, o número de internados em prisões privadas nos EU era de cerca de 100 mil e este número está a crescer rapidamente, juntamente com o número total de internados no país (na sua maioria afro-americanos e latino-americanos), que é de 2,2 milhões de pessoas, ou seja, 25% de todos os presos do mundo.
Logo que Bush assumiu o poder, começou a privatização do sistema para transporte e retenção de migrantes em campos de concentração. Em especial, foi o que fez um ramo da conhecida empresa Halliburton, Kellog Brown and Root (antigamente chefiada por Dick Cheney).
As maiores conquistas foram feitas nos últimos anos na área da instituição do controlo electrónico sobre a identidade das pessoas, realizado sob o pretexto do contra-terrorismo. Actualmente, o FBI está a criar a maior base de dados do mundo de indicadores biométricos (impressões digitais, exames da retina, formas do rosto, formas e distribuição de cicatrizes, padrões de fala e de gestos, etc.) que contém neste momento 55 milhões de impressões digitais. A última novidade inclui a introdução de um sistema de varredura corporal nos aeroportos americanos, análise da literatura lida pelos passageiros dos voos e por aí fora. Uma outra oportunidade de reunir informações detalhadas sobre as vidas privadas das pessoas surgiu na sequência da Directiva N59 da NSA, aprovada no verão de 2008, 'Identificação e rastreio biométrico com o objectivo de reforçar a segurança nacional', e da confidencial 'Lei da Resposta Pronta ao Terrorismo Nacional'.
Numa avaliação da política das autoridades americanas, o ex-congressista e candidato presidencial em 2008, Ron Paul, disse que a América está a transformar-se gradualmente num estado fascista, "Estamos a aproximar-nos de um fascismo, não do tipo Hitler, mas de um tipo mais suave, que se revela na perda de liberdades civis, em que as grandes empresas dirigem tudo e? o governo está metido na cama com os grandes negócios". Será preciso lembrar que Ron Paul é um dos poucos políticos americanos que defende o encerramento do Sistema de Reserva Federal como uma organização secreta inconstitucional?
Com a chegada de Obama ao poder, a ordem policial na América está a ficar cada vez mais afunilada em duas direcções ? reforço da segurança nacional e militarização de instituições civis. É impressionante como, depois de ter condenado as transgressões às liberdades individuais feitas pela administração Bush, Obama passou a controlar todo o pessoal da sua própria equipa obrigando-o a preencher um questionário com 63 perguntas que percorrem os pormenores mais complexos das suas vidas privadas. Em Janeiro, o presidente dos EUA aprovou leis que possibilitam a continuação da prática ilegal de sequestrar pessoas, mantê-las secretamente em prisões, e enviá-las para países em que se utiliza a tortura. Também propôs uma lei chamada Lei da Instituição do Centro de Apoio à Emergência Nacional, que estipula a instituição de seis desses centros em bases militares americanas para proporcionar apoio a pessoas que sejam deslocadas por causa de uma situação de emergência ou de uma catástrofe e que ficam assim sob jurisdição militar Analistas relacionam esta lei com possíveis perturbações e consideram-na uma prova de que a administração americana se está a preparar para um conflito militar que pode ocorrer após a provocação que está a ser planeada.
O sistema americano de controlo policial está a ser implementado activamente noutros países, principalmente na Europa ? através da instituição da hegemonia da lei americana no seu território por intermédio da assinatura de diversos acordos. Nisto tiveram uma grande importância as conversações na sombra entre os EUA e a UE sobre a criação da 'área comum de controlo sobre a população' que se realizaram na primavera de 2008, quando o Parlamento Europeu adoptou uma resolução que ratificou a criação do mercado transatlântico único, abolindo todas as barreiras ao comércio e aos investimentos até 2015. As conversações deram origem ao relatório confidencial preparado pelos especialistas de seis países participantes. Este relatório descrevia o projecto para a criação da 'área de cooperação' nas esferas 'da liberdade, da segurança, e da justiça'.
O relatório alarga-se sobre a reorganização do sistema de justiça e assuntos internos dos estados membros da UE de modo tal que fica a parecer-se com o sistema americano. Diz respeito não apenas à capacidade de transferir dados pessoais e cooperação de serviços policiais (que já está a ser posto em prática), mas também, por exemplo, à extradição de imigrantes da UE para as autoridades americanas de acordo com o novo mandato que anula todas as garantias que os procedimentos de extradição europeus prevêem. Nos EUA está em vigor a Lei das Delegações Militares de 2006, que permite a perseguição ou detenção de qualquer pessoa que seja identificada como 'inimigo combatente ilegal' pelas autoridades executivas e se estende aos imigrantes de qualquer país que não esteja em guerra com os EUA. São perseguidos como 'inimigos', não com base em quaisquer provas, mas porque assim são rotulados pelas organizações governamentais. Nenhum governo estrangeiro protestou contra esta lei que é de importância internacional.
Em breve será assinado o acordo sobre comunicação de dados pessoais, segundo o qual as autoridades americanas poderão obter informações pessoais como números de cartões de crédito, pormenores das contas bancárias, investimentos, rotas de viagem ou comunicações via Internet, assim como informações sobre a raça, as crenças políticas e religiosas, os hábitos, etc. Foi por pressão dos EUA que os países da UE introduziram os passaportes biométricos. A nova regulamentação da UE implica a mudança geral dos cidadãos da UE para passaportes electrónicos a partir do final de Junho de 2009 e até 2012. Os novos passaportes passarão a conter um chip com informações para além do passaporte e uma foto, e ainda as impressões digitais.
Estamos a assistir à criação do campo de concentração electrónico global, e a crise, os conflitos e as guerras estão a ser utilizadas como justificação. Como escreveu Douglas Reed, "as pessoas têm tendência para tremer perante um perigo imaginário e são demasiado preguiçosas para ver o perigo real".
Centenas de mortos, cadáveres insepultos, e feridos sem atençom
Extermínio sem limites: O massacre de Sri Lanka só é comparável ao genocídio de Israel em Gaza
Segundo observadores internacionais, o que está a ocorrer em Sri Lanka só é comparável com o massacre militar executada por Israel na Faixa de Gaza, em janeiro passado. Umas 50.000 pessoas permanecem - ao igual que sucedeu em Gaza- em uma pequena faixa de território atrapadas as 24 horas baixo o fogo cruzado de baterias terrestres, tanques e avions do governo aliado de EEUU e o "eixo ocidental". Como resumiu um corresponsal da BBC: "O exército está a praticar uma espécie de tiro ao pombo' com os refugiados", entre os quais combatem os efectivos do Exercito rebelde dos Tigres Tamiles. Alguns corresponsais ressaltam a ferocidade sem limites do massacre e a impotência (e/ou cumplicidade) dos organismos internacionais para detê-la. Trata-se de um genocídio a grande escala, cujo desenvolvimento e interesses em jogo, vêm sendo sistematicamente ocultados ou deformados pola imprensa "ocidental" que o apresenta como um conflito entre um grupo "terrorista" e o governo que "procura restabelecer a ordem". Polo contrário, o extermínio em massa de civis em Sri Lana nom está determinado por uma guerra contra o "terrorismo tamil" como se quer fazer crer senom por interesses geoeconómicos e geopolíticos militares estratégicos que têm que ver com o controle do Oceano Índico e das rotas do petróleo. A importância geopolítica militar estratégica de Sri Lanka para a sobrevivência energética futura de EEUU, Japom e a Uniom Europeia, junta às potências em uma acçom comum para exterminar a rebeliom nacionalista dos Tigres Tamiles que, em caso de sair vitoriosos, poderiam traçar uma aliança estratégica com o eixo Rússia-Chinesa-Irám, o outro actor na disputa polo controle das fontes e as rotas petroleiras. Este é, em essência, o objectivo encoberto da matança perpetrada por um exército financiado por EEUU e treinado por Israel. Como afirmam os experientes, as casualidade nom existem. E o assassinato de civis em Sri Lanka é um calco repetido, uma espécie de operaçom de manual, que as potências imperiais com USA à cabeça repetem compulssivamente nos países onde existem rebeldes e recursos naturais para depredar. Essa, em essência, é a lógica operacional da "guerra contraterrorista" começada por Bush e continuada por Obama.
A decisom do Tribunal Supremo do reino bourbonico de anular a candidatura de Iniciativa Internacionalista é umha mostra mais da continua deriva cara ao neofascismo auspiciado polo clube Bilderberg, o verdadeiro Poder e Governo europeio agachado à cidadania. Todo o que poda iniciar a toma de consciência dos seus próprios interesses polo conjunto das classes trabalhadoras e desmascare os interesses dos grandes patrons e por tanto este sistema de barbárie capitalista é o grande perigo a bater polos governinhos servis ao grande capital. De novo a liberdade, a dignidade, dos povos, da cidadania, é aferrolhada polos monicreques que actuam nesta farsa, que eles chamam democracia. O Estado espanhol caminha a velocidade de vertigem cara a umha DICTABRANDA, semelhante à Berenguer.