05-04-2009

  02:18:42, por Corral   , 697 palavras  
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O PSOE DICTA QUE A CRISE a paguemos os trabalhadores e acarinha às grandes fortunas

Vieiros

Mais de mil inspectores de Fazenda deixam de controlar as grandes fortunas

O governo espanhol estabeleceu que passem se adicar exclusivamente a pequenos contribuintes, pemes e assalariados.

Em previsom da próxima campanha da Renda, que começará em Maio, a Agência Tributária puxo em marcha sob medida aprovada por meio de umha resoluçom com data do 26 de Novembro 2008. Esta consiste numha reestruturaçom sem precedentes do corpo de funcionário dedicados ao controlo da fraude fiscal.

Até esse momento, 1.058 dos 2.731 técnicos de Fazenda dedicavam-se ao controlo das operaçons superiores a três milhons de euros, o que afectava a grandes empresas e contribuintes com patrimónios elevados. Trás esta nova medida, esses técnicos dedicaram-se exclusivamente a pequenos contribuintes, o que afectará à maior parte de pequenas e medianas empresas (pemes), autónomos e assalariados, sempre que os seus ingressos nom superem os quatro milhons de euros. Segundo a própria resoluçom, os técnicos de Fazenda controlárom "as actividades de quem o volume anual de operaçons declarado nom supere 4.000.000 euros, em caso que se trate de um controlo de carácter geral ou 5.700.000 euros, se supõe umha actuaçom específica".

Desde o sindicato de técnicos de Fazenda Gestha mostram-se críticos com a medida, já que "desta guisa reduz-se notavelmente o pessoal disponível para controlar as grandes fortunas". Nesse sentido, resulta paradoxal que no passado exercício fiscal a Agência Tributária realizasse quatro milhons de actuaçons com pequenos contribuintes, o que supunha cumprir a um 120% os objectivos fixados previamente, ao passo que tom só se fizeram 125.000 intervençons em grandes capitais.

Medidas excepcionais
No entanto, baixo a sombrinha da crise e a situaçom excepcional que vive a economia, o governo espanhol tomou outras medidas fiscais polémicas. Por meio de um Real Decreto frango que se desenvolve a Lei de medidas contra a fraude fiscal, e evitando dar-lhe demasiada difusom, o Conselho de Ministros aprovou o 3 de Novembro um "agasalho fiscal" para grandes accionistas de bancos, executivos bancários e os seus familiares, segundo o qual todos eles pudérom tributar no Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF) a um tipo de 18%, no quanto da o 43% ao que deviam fazê-lo até agora, quando recebam rendas de capital mobiliário das suas próprias entidades. De tal modo que os interesses que engendrem as suas contas bancárias e depósitos, ou o benefício de empréstimos ou bonos, veram-se afectados pela medida.

Gestha denunciou o real decreto ante o Tribunal Supremo, ao considerar que "é ilegal e atenta gravemente contra o Estado de direito, já que excede o disposto pela Lei do IRPF 2006, na medida em que um regulamento nom pode modificar umha lei de classe superior, que se aprovou precisamente para evitar o abuso fraudulento das operaçons financeiras entre sócios e sociedades", ou o que é o mesmo, banqueiros e bancos.

Outra medida polémica do executivo estatal foi a aprovaçom em Janeiro 2008 de umha rebaixa 400 euros nas retençons por IRPF anuais para assalariados e pensionistas. Devandito conceito, que afectava por igual tanto a grandes capitais como a assalariados, nom incluía a sete milhons de trabalhadores e pensionistas que, ao nom fazer declaraçom da renda, nom se beneficiavam da medida, assim como a aqueles cujas retençons eram menores a 400 euros.

Amnistia aos paraísos
Em Dezembro, o ex ministro de Trabalho, Jesús Caldera, apresentava o primeiro relatório da Fundaçom Ideias, considerada "a fábrica de ideias do PSOE". O devandito relatório propunha, entre outras medidas, acabar com os paraísos fiscais, para o que advogava por introduzir um processo de regularizaçom fiscal progressiva e coordenada em todo mundo até 2015, no que os capitais que abandonem estes paraísos nom serám penalizados e tributaram a um nível inferior, sem fazer distinçom sobre a procedência dos mesmos. Trás essa sorte "amnistia fiscal" para grandes fortunas e empresas, os paraísos fiscais ficariam completamente proibidos e os Estados que os mantivessem seriam excluídos de todos os organismos financeiros internacionais.

04-04-2009

  00:37:33, por Corral   , 197 palavras  
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O FACISMO MUDA A PELE MAS PERMANECE: Paralelismos de Gallardon com Mussolini

Ramón Pedregal Casanova

Ainda que, olhe você por onde, um paralelismo com o que vai fazer Gallardón e Rouco, um paralelismo, repito, que pouco se sabe: Mussolini, na sua vontade de acabar com a oposiçom, após o sequestro e assassinato de Giacomo Mattoti, dirigente socialista, desata uma campanha de repressom como nom se tinha conhecido dantes contra toda a opiniom antifascista; a polícia política e o tribunal de excepçom arrasam toda a vida democrática. É entom quando a igreja católica, a que nos recorda, melhora suas posiçons políticas e apoia ao criminoso Mussolini; em compensaçom, o criminoso assina com seus amigos e colaboradores bispos, curas e freiras, os chamados Pactos de Letran, em 1929, neles a igreja católica reconhece ao Estado Fascista e Mussolini impulsiona a criaçom do Estado Vaticano; Gallardón impulsiona a criaçom do minivaticano em Madrid com seu amigo Rouco; O Ministro de justiça de Mussolini que implantou o estado de terror contra os antifascistas se chamava Rocco, o papa de Madrid chama-se Rouco. Quantos acordos e coincidências, paralelismos, para roubar O Parque da Cornisa aos vizinhos e madrilenhos.

03-04-2009

  00:51:17, por Corral   , 226 palavras  
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A morte do manifestante em Londres nom foi tam "natural". A POLÍCIA PROVOCOU OS CONFRONTOS

Por: Povos Sem Fronteiras

02 de abril 2009. - Os protestos desta quarta-feira em Londres saldarom-se com a morte de um manifestante, mais de 80 presos e dezenas de feridos, no marco dos protestos pola reuniom dos líderes dos 20 países mais industrializados.

Os protestos, inicialmente pacíficos, tornarom-se violentas quando a policia separou em grupos aos milhares de cidadans que marchavam contra as políticas do G20, em "curros", lhes impedindo o movimento por horas.

Activistas entrevistados por Povos sem Fronteiras denunciarom que os agentes impedírom o movimento por horas a homens, mulheres e meninos, que nom tinham acesso a comida, água ou banhos.

Os confrontos com a polícia concentraram-se no centro financeiro de Londres. Defensores do médio ambiente, estudantes, trabalhadores e pacifistas denunciaram que os governos continuam resgatando aos bancos, causantes da crise económica mundial, e esquecendo-se dos pobres.

Um grupo de jovens provocou destroços no Royal Bank of Scotland, a instituiçom bancária que tem causado a ira popular ao se conhecer que seu ex presidente receberá mais de um milhom de dólares ao ano de pensom, em momentos em que a crise económica está a golpear a Gram-Bretanha.

Mais tarde, a polícia arremeteu a golpes contra um grupo de estudantes que realizaram um acto de desobediência civil pacífica, sentando no meio da rua.

01-04-2009

  00:12:04, por Corral   , 3177 palavras  
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COLAPSO ECONÓMICO: A "inundação de dólares" financia o crescimento militar global dos EUA

por Michael Hudson
Professor de Teoria Económica na Universidade de Missouri ? Kansas City,

Estou a viajar pela Europa há três semanas para discutir a crise financeira global com responsáveis de governos, políticos e líderes trabalhistas. O mais notável é quão diferentemente o problema financeiro é percebido aqui. É como estar em outro universo económico, não apenas em outro continente.

Os media dos EUA estão silenciosos acerca dos tópicos mais importantes que os decisores políticos discutem aqui (e suspeito que na Ásia também): como proteger os seus países de três dinâmicas inter-relacionadas: (1) o excesso de dólares que está a ser despejado no resto do mundo para ainda mais especulação financeira e takeovers corporativos; (2) o facto de os bancos centrais serem obrigados a reciclar estes influxos de dólares com a compra títulos do Tesouro dos EUA e assim financiar o défice do orçamento federal dos EUA; e, ainda mais importante (mas suprimido nos media dos EUA), (3) o carácter militar do défice de pagamentos dos EUA e do défice orçamental federal interno.

Por estranho que possa parecer e irracional como seria num sistema de diplomacia mundial que fosse mais lógico, a "inundação de dólares" é o que financia o crescimento militar global da América. Ela força bancos centrais estrangeiros a arcarem com os custos da expansão militar do império americano, uma efectiva "tributação sem representação". Manter reservas internacionais em "dólares" significa reciclar seus influxos de dólares na compra de títulos dos Tesouro dos EUA, emitidos pelo governo dos EUA em grande medida para financiar o sector militar.

Até à data, os países têm sido impotentes para se defenderem contra o facto de este financiamento compulsório dos gastos militares dos EUA estar embutido dentro do sistema financeiro global. Economistas neoliberais aplaudem isto como "equilíbrio", como se fosse parte da natureza económica e dos "mercados livres" ao invés de diplomacia claramente exercida com crescente agressividade por responsáveis dos EUA. Os mass media intrometem-se, pretendendo que reciclar a inundação de dólares para financiar os gastos militares estado-unidenses é "mostrar a sua fé na fortaleza económica dos EUA" com o envio dos "seus" dólares aqui para "investir". É como se houvesse nisto uma opção, não compulsão financeira e diplomática para simplesmente optar entre o "Sim" (da China, relutantemente), o "Sim, por favor" (do Japão e da União Europeia) e o "Sim, obrigado" (da Grã-Bretanha, Geórgia e Austrália).

Não é "a fé estrangeira na economia dos EUA" que leva os de fora a "colocarem o seu dinheiro aqui". Isto é um tolo quadro antropomórfico de uma dinâmica mais sinistra. Os "estrangeiros" em causa não são consumidores a comprar exportações dos EUA, nem são "investidores" do sector privado a comprar acções e títulos dos EUA. As maiores e mais importantes entidades estrangeiras que colocam o "seu dinheiro" aqui são bancos centrais, e não é os "seu dinheiro" de modo algum. Eles estão a remeter de volta os dólares que exportadores estrangeiros e outros receptores entregam aos seus bancos centrais em troca de divisas internas.

Quando o défice de pagamentos dos EUA enche de dólares economias estrangeiras, estes bancos têm pouca opção além de comprar títulos do Tesouro dos EUA os quais são gastos por este no financiamento de um crescimento militar enorme e hostil destinado a cercar os principais recicladores de dólares, China, Japão e produtores de petróleo árabes da OPEP. Mas estes governos são forçados a reciclar influxos de um modo que financia políticas militares dos EUA a cuja formulação eles são alheios e que os ameaça cada vez mais beligerantemente. Foi por isso que a China e a Rússia tomaram a iniciativa de formar a Organização de Cooperação de Shangai (SCO) uns poucos anos atrás.

Aqui na Europa há uma consciência clara de que o défice de pagamentos dos EUA é muito maior do que o défice comercial. Basta simplesmente olhar a Tabela 5 dos dados da balança de pagamentos dos EUA compilados pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) e publicados pelo Departamento do Comércio no seu Survey of Current Business para ver que o défice não se deve simplesmente ao facto de consumidores comprarem mais importações do que os Estados Unidos exportam quando o sector financeiro desindustrializa a sua economia. As importações dos EUA estão agora a afundar quando a sua economia se contrai e os consumidores estão agora a descobrir que são obrigados a pagar as dívidas que assumiram.

O Congresso disse aos investidores estrangeiros do maior possuidor de dólares, a China, para não comprar nada excepto talvez lojas de automóveis usados e talvez mais pacotes de hipotecas e acções da Fannie Mae, o equivalente de investidores japoneses a serem pilotados para o gasto de US$1 mil milhões no Rockefeller Center, nos quais a seguir tiveram uma perda de 100%, e ao investimento saudita no Citigroup. Esta é a espécie de "equilíbrio internacional" que os responsáveis dos EUA gostam de ver. "CNOOK [NT] go home" é a palavra-de-ordem quando há tentativas sérias de governos estrangeiros e seus fundos de riqueza soberana (departamentos de bancos centrais a tentarem imaginar o que fazer com a sua inundação de dólares) de fazerem investimentos directos na indústria americana.

De modo que somos confrontados com a extensão em que o défice de pagamentos dos EUA tem origem nos gastos militares. O problema não é só a guerra no Iraque, agora a ser estendida ao Afeganistão e ao Paquistão. É o dispendioso crescimento de bases militares dos EUA na Ásia, Europa, países pós-soviéticos e do Terceiro Mundo. A administração Obama prometeu tornar o montante real destes gastos militares mais transparente. Isto presumivelmente significa publicar um conjunto revisto dos números da balança de pagamentos bem como estatísticas do orçamento federal interno.

A sobrecarga militar é como uma sobrecarga de dívida, extracção de receita da economia. Neste caso é para pagar o complexo militar-industrial, não simplesmente os bancos da Wall Street e outras instituições financeiras. O défice do orçamento federal interno não brota só do "estímulo" de distribuir enormes somas para criar uma nova oligarquia financeira. Ele contém um enorme componente militar em crescimento rápido.
De modo que europeus e asiáticos vêm companhias dos EUA a despejarem cada vez mais dólares para dentro das suas economias, não só para comprarem as suas exportações sem lhes proporcionar bens e serviços em retorno, e não só para comprarem as suas companhias e "postos de comando" de empresas públicas privatizadas sem lhes dar o direito recíproco de comprar companhias importantes nos EUA (recordar que os EUA rejeitaram a tentativa da China de comprar negócios de distribuição de petróleo nos EUA), e não só para comprar acções, títulos e imobiliário estrangeiro. Os media dos EUA de certa forma esquecem de mencionar que o governo estado-unidense está a gastar centenas de milhares de milhões de dólares no exterior não só no Médio Oriente no combate directo, mas também para construir enormes bases militares a fim de cercar o resto do mundo, para instalar sistemas de radar, sistemas de mísseis guiados e outras formas de coerção militar, incluindo as "revoluções coloridas" que tem sido financiadas e ainda o são em torno da antiga União Soviética. Paletes de notas de US$100 envolvidas em plástico, cada uma das quais soma dezenas de milhões de dólares, tornaram-se imagens familiares em algumas emissões de TV, mas não se faz a ligação com os gastos militares e diplomáticos dos EUA e com os haveres em dólares de bancos centrais estrangeiros, os quais são relatados simplesmente como a "maravilhosa fé da recuperação económica dos EUA" e presumivelmente na "mágica monetária" que está a ser montada no Tesouro por Tim Geithner da Wall Street e pelo Helicóptero Ben Bernake no Federal Reserve.

Aqui está o problema: A companhia Coca-Cola recentemente tentou comprar o maior produtor e distribuidor de sumo de frutas da China. A China já possui aproximadamente US$2 milhões de milhões (trillion) em títulos dos EUA a mais do que precisa ou pode utilizar, visto que o Governo dos Estados Unidos recusa-se a deixá-la que compre companhias significativas nos EUA. Se a compra estado-unidense tivesse sido permitida, isto teria confrontado a China com um dilema: A Opção 1 seria deixar a venda consumar-se e aceitar pagamento em dólares, reinvestindo-os no que o Tesouro dos EUA lhes diz, em títulos do Tesouro que rendem cerca de 1%. A China assumiria uma perda capital sobre isto quando as taxas de juros dos EUA ascendessem ou quando o dólar declinasse pois os Estados Unidos estão insistindo isoladamente em políticas expansionistas keynesianas numa tentativa de permitir às companhias dos EUA que arquem com o seu fardo de dívidas.

A Opção 2 é não reciclar os influxos de dólares. Isto levaria o renminbi a subir em relação ao dólar, desgastando dessa forma a competitividade das exportações chinesas nos mercados mundiais. Assim, a China optou por um terceiro caminho, o qual provocou protestos dos EUA. Ela descartou a venda da sua companhia tangível por simples dólares "de papel" os quais combinavam-se com a "opção" de mais uma vez financiar o cerco militar dos EUA aos países da Organização de Cooperação de Shangai (SCO). As únicas pessoas que parecem não estar a perceber isto são os mass media americanos e portanto o público. Posso assegurar a partir de experiência pessoal que isto é percebido aqui na Europa. (Eis uma boa questão diplomática a discutir: Qual será o primeiro país europeu além da Rússia a aderir ao SCO?)

Os manuais académicos nada têm a dizer acerca de como o "equilíbrio" em movimentos de capital especulativo estrangeiro bem como em investimento directo é infinito só até ao ponto em que a economia dos EUA é afectada. A economia dos EUA pode criar dólares livremente, agora que eles já não são convertíveis em ouro ou mesmo em compras de companhias dos EUA, na medida em que a América permanece a economia mais protegida do mundo. Isto só é permitido para proteger a sua agricultura mediante quotas de importação, tendo aberto esta excepção ("grandfathered") nas regras do comércio mundial meio século atrás. O Congresso recusa-se a deixar fundos de "riqueza soberana" investirem em importantes sectores dos EUA.

Assim, somos confrontados com o facto de que o Tesouro dos EUA prefere que bancos centrais estrangeiros se mantenham a financiar o seu défice orçamental interno, o que significa financiar o custo da guerra da América no Médio Oriente e o cerco de países estrangeiros com um cordão de bases militares. Quanto mais "saídas de capital" os investidores gastarem para comprar os sectores mais lucrativos de economias estrangeiras, onde os novos proprietários estado-unidenses podem extrair as mais altas rendas de monopólio, mais fundos acabam em bancos centrais estrangeiros para suportar o crescimento militar global da América. Nenhum manual de teoria política ou relações internacionais sugeriu axiomas para explicar porque os países actuam de um modo tão adverso aos seus próprios interesses políticos, militares e económicos. Mas isto é exactamente o que tem estado a acontecer durante a última geração.

Assim, a questão final acaba por ser o que podem os países fazer para conter este ataque financeiro. Um sindicato de trabalhadores basco perguntou-me se eu pensava que o controle de movimentos de capital especulativo asseguraria que o sistema financeiro actuasse no interesse público. Ou seria necessária a nacionalização sem rodeios para melhor desenvolver a economia real?

Não é simplesmente um problema de "regulação" ou de "controle de movimentos de capital especulativo". A questão é como nações podem actuar como nações reais, no seu próprio interesse, ao invés de serem amarradas ao serviço do quer que seja que diplomatas dos EUA decidam ser do interesse da América.

Qualquer país que tentasse fazer o que os Estados Unidos tem feito durante os últimos 150 anos seria acusado de ser "socialista" e isto pela mais anti-socialista economia do mundo, excepto quando recorre a salvamentos para os seus bancos, "socialismo para o ricos", também conhecidos como oligarquia financeira. Esta retórica quase não deixa alternativa senão a nacionalização completa do crédito como um serviço público básico.

Naturalmente, a palavra "nacionalização" tornou-se um sinónimo para o salvamento dos bancos maiores e mais temerários dos seus maus empréstimos, e para salvar hedge funds e contrapartes não bancárias por perdas no "capitalismo de casino", jogando com derivativos que a AIG e outras seguradoras ou actores no lado perdedor destes jogos são incapazes de pagar. Tais salvamentos não são nacionalização no sentido tradicional do termo, de devolver a criação de crédito e outras funções financeiras básicas ao domínio público. Trata-se do oposto. Ela imprime novos títulos governamentais para submetê-los, juntamente com poder auto-regulatório, ao sector financeiro, bloqueando a cidadania de assumir estas funções.

Enquadrando a questão como uma escolha entre democracia e oligarquia traz a questão de quem irá controlar o governo que faz a regulação e "nacionalização". Se for feita por um governo cujo banco central e os principais comité do Congresso que tratam de finanças são dirigidos pela Wall Street, isto não ajudará a dirigir o crédito para usos produtivos. Isto meramente continuará a era de Greenspan-Paulson-Geithner de mais e mais amplos almoços gratuitos para os seus clientes financeiros.

A ideia de "regulação" da oligarquia financeira é garantir que os desreguladores sejam instalados em posições chave e que se lhes dê um quadro de pessoal reduzido e pouco financiamento. Apesar do anúncio do sr. Greenspan de que tinha chegado a ver a luz e percebera que auto-regulação não funcionava, o Tesouro ainda é dirigido por um responsável da Wall Street e o Fed é dirigido por um lobbyista para a Wall Street. Para os lobbyistas, a preocupação real não é a ideologia como tal e sim o auto-interesse dos seus clientes. Eles podem procurar patetas com boas intenções, conduzidos como são pelos seguidores de Milton Friedman na Universidade de Chicago. Tais indivíduos são colocados no lugar como "porteiros" das principais publicações académicas a fim de impedir a entrada de ideias que não sirvam adequadamente os lobbyistas financeiros.

O pretexto para excluir o governo da regulação significativa é que as finanças são tão técnicas que só alguém da "indústria" financeira é capaz de regulá-la. Para aumentar ainda mais a infâmia, é feita a afirmação adicional e contra-intuitiva de que uma marca da democracia é tornar o banco central "independente" do governo eleito. Na realidade, naturalmente, isso é exactamente o oposto de democracia. As finanças são o centro do sistema económico. Se não forem reguladas democraticamente no interesse público, então estão "livres" para serem dominadas pelos interesses especiais. Assim, isto torna-se a definição oligárquica de "liberdade de mercado".

O perigo é que os governos deixem o sector financeiro determinar como serão aplicadas as "regulações". Os interesses especiais procuram ganhar dinheiro a partir da economia e o sector financeiro faz isto de um modo extractivo. Aqui está o seu plano de marketing. Financiar hoje é actuar de um modo que desindustrialize economias, não que as construa. O "plano" é austeridade para o trabalho, a indústria e todos os sectores fora das finanças, como nos programas do FMI impostos sobre infelizes países devedores do Terceiro Mundo. A experiência da Islândia, Letónia e outras economias "financiarizadas" deveria ser examinada como lições objectivas, mesmo porque eles estão no topo da classificação dos países feita pelo Banco Mundial quanto à "facilidade para fazer negócio".

A única regulação significativa só pode vir de fora do sector financeiro. De outra forma, os países sofrerão o que os japoneses chamam "a descida do céu": os reguladores são seleccionados entre as fileiras dos banqueiros e dos seus "idiotas úteis". Ao saírem do governo eles retornam ao sector financeiro com empregos lucrativos, convites para conferências bem pagas e pagamentos afins. Sabendo disto, regulam em favor dos interesses financeiros especiais, não o do público em geral.

O problema dos movimentos do capital especulativo vai além da formulação de um conjunto de regulações específicas. Refere-se ao âmbito do poder do governo nacional. Os artigos do Acordo do Fundo Monetário Internacional impedem os países de restaurar os sistemas de "taxas de câmbio duplas" que muitos adoptaram ao longo da década de 1950 e mesmo nos anos 60. Era prática generalizada de muitos países haver uma taxa de câmbio para bens e serviços (por vezes várias taxas de câmbio para diferentes categorias de importação e exportação) e uma outra para "movimentos de capital". Sob pressão americana, o FMI impingiu a ficção de que há uma taxa de "equilíbrio" que acontece ser a mesma tanto para bens e serviços como para movimentos de capital. Os governos que não adoptaram esta ideologia foram excluídos da condição de membros do FMI e do Banco Mundial ou foram derrubados.

A implicação hoje é que o único meio com que um país pode bloquear movimentos de capital é retirando-se do FMI, do Banco Mundial e da Organização Mundial de Comércio (OMC). Pela primeira vez desde a década de 1950, isto parece uma possibilidade real, graças à tomada de consciência à escala mundial de como a economia dos EUA está a inundar a economia global com um excesso de dólares "de papel" e à intransigência estado-unidense em travar este seu benefício gratuito. Na perspectiva privilegiada dos EUA, isto é nada menos do que uma tentativa de restringir o seu programa militar internacional.

26-03-2009

  18:43:11, por Corral   , 98 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

ATROCIDADES NAZI-SIONISTAS

Resistir.info

Uma t-shirt ostentando uma palestina grávida sob uma alça de mira e a inscrição "Um tiro duas mortes". Foi a imagem escolhida por snipers (atiradores de elite) da infantaria israelense. Outras t-shirts exibem bebés mortos, mães a chorarem sobre os túmulos dos seus filhos, armas apontadas a crianças e mesquitas bombardeadas. Há uma loja em Tel Aviv especializada em imprimir as ditas t-shirts e cada pelotão escolhe a imagem que vai usar. As atrocidades praticadas pela entidade nazi-sionista já não são escondidas ? são mesmo exibidas.

  18:42:04, por Corral   , 133 palavras  
Categorias: Outros, Dezires

O "TRAÇO HUMANO INATO" DO SR. WENNING

resistir.info

"A busca do lucro é um traço humano inato", afirmou o sr. Werner Wenning, presidente da Bayer, em entrevista à Der Spiegel . Quando o principal responsável de uma empresa farmacêutica gigante como a Bayer comete uma frase assim, podemos ter dúvidas quanto ao estado de lucidez dos altos responsáveis das transnacionais. A falta de cultura histórica do sr. Wenning conjuga-se com uma óptica de classe limitadíssima, pois considera os valores da sua classe social como se fossem universais. Quanto ao facto de este traço ser "inato", teríamos de admitir que desde tenra idade, quando ainda bebé ou criança, o sr. Wenning tenderia obsessivamente à "busca do lucro". Se isto fosse verdade, não haveria remédios da Bayer que pudessem curar uma tal patologia.

25-03-2009

  15:53:33, por Corral   , 196 palavras  
Categorias: Dezires

Em EE.UU há mais de 800 campos de concentraçom

Bolpress

Nom é ciência ficçom. Em EE.UU construírom-se mais de 800 campos de concentraçom. Todos plenamente operativos e prontos para receber aos presos. Seguindo o mesmo caminho percorrido com anterioridade por Hitler, os diferentes governos de EE.UU, junto com a inestimável ajuda dos clans corporativos, têm construído mais de 800 campos de concentraçom (alguns deles equipados com instalaçons especiais para possíveis crematórios) ao longo e largo de EE.UU. e fora dele. Assim o transmite a multinacional encarregada de sua construçom, como nom, Halliburton, que se congratula em mostrar em seu lugar site os quantiosos ganhos obtidos pelo encarguinho. Os acampamentos têm instalaçons de caminho-de-ferro, bem como as estradas que conduzem para e desde os centros de detençom, muitos deles a aeroportos. Ao igual que Auschwitz, alguns dos acampamentos têm edifícios herméticos e fornos. A maioria dos campos da cada regiom podem albergar umha populaçom de 20.000 presos. Actualmente, a maior destas instalaçons está justo fora de Fairbanks, Alaska. A de Alaska é uma instalaçom em massa chamada saúde mental? e pode armazenar aproximadamente 2 milhons de pessoas.

20-03-2009

  23:21:09, por Corral   , 175 palavras  
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O plano de fuga dos oligarcas

por Michael Hudson

O jogo financeiro de "criação de riqueza" acabou. As economias saíram da II Guerra Mundial relativamente isentas de dívidas, mas os seus 60 anos de acumulação global chegaram ao fim da linha. O capitalismo financeiro está em estado de colapso e paliativos marginais não o ressuscitarão. A economia dos EUA não consegue "inflacionar o caminho para fora das dívidas", porque isso faria o dólar entrar em colapso e acabaria com os sonhos do império global forçando os outros países a seguirem o seu próprio caminho. Há manufacturas a menos para que a economia se torne mais "competitiva", dados os altos custos das casas, transportes, dívidas e impostos. Um quarto a um terço da propriedade imobiliária dos EUA caiu em Situação Líquida Negativa, a que nenhum banco emprestará. A economia esbarrou num muro de dívidas e está a cair em Situação Líquida Negativa, onde poderá ficar até que haja cancelamento de dívidas.

16-03-2009

  18:49:35, por Corral   , 2415 palavras  
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A Grande Depressão do século XXI: Colapso da economia real

por Michel Chossudovsky
resistir.info

A crise financeira aprofunda-se, com o risco de interromper seriamente o sistema de pagamentos internacional.

Esta crise é muito mais séria do que a Grande Depressão. Todos os sectores importantes da economia global são afectados. Relatórios recentes sugerem que o sistema de Cartas de Crédito bem como a navegação internacional, a qual constitui a linha vital do sistema de comércio internacional, estão potencialmente ameaçados.

O proposto salvamento bancário sob o chamado Troubled Asset Relief Program (TARP) não é uma "solução" para a crise e sim a "causa" de mais um colapso.

O salvamento contribui para um novo processo de desestabilização da arquitectura financeira. Ele transfere grandes quantias de dinheiro público, a expensas dos contribuintes, para as mãos de financeiros privados. Isto leva a uma espiral de dívida pública e a uma centralização do poder bancário sem precedentes. Além disso, o dinheiro do salvamento é utilizado pelos gigantes financeiros para obter aquisições corporativas tanto no sector financeiro como na economia real.

Esta concentração sem precedentes de poder financeiro conduz sectores inteiros da indústria e dos serviços, um por um, à bancarrota, o que leva ao despedimento de milhares de trabalhadores.

As esferas superiores da Wall Street pairam sobre a economia real. A acumulação de grandes quantias de riqueza monetária por um punhado de conglomerados da Wall Street e seu hedge funds associados é reinvestida na aquisição de activos reais.

A riqueza de papel é transformado em propriedade e controle de activos produtivos reais, incluindo indústria, serviços, recursos naturais, infraestrutura, etc.

Colapso da procura do consumidor

A economia real está em crise. O consequente aumento do desemprego causa um declínio dramático nos gastos do consumidor o que por sua vez faz retroceder os níveis de produção de bens e serviços.

Exacerbada pela política macroeconómica neoliberal, esta espiral descendente é cumulativa, conduzindo finalmente a uma super-oferta de mercadorias.

As empresas não podem vender os seus produtos, porque os trabalhadores foram despedidos. Os consumidores, nomeadamente os trabalhadores, foram privados do poder de compra necessário para alimentar o crescimento económico. Com os seus magros rendimentos, eles não podem permitir-se adquirir os bens produzidos.

A superprodução dispara uma cadeia de bancarrotas

Os stocks de bens não vendidos acumulam-se. Finalmente, a produção entra em colapso. A oferta de mercadorias declina devido ao encerramento de instalações produtivas, incluindo fábricas de montagem de manufacturas.

No processo de encerramento da fábrica, muitos trabalhadores tornam-se desempregados. Milhares de firmas em bancarrota são expulsas do cenário económico, o que leva a um afundamento da produção.

A pobreza em massa e um declínio à escala mundial nos padrões de vida é o resultado de baixos salários e desemprego em massa. Isto é o resultado de uma anterior economia global de trabalho barato, em grande parte caracterizada pelos baixos salários das fábricas montadoras nos países do Terceiro Mundo.

A crise actual estende os contornos geográficos da economia do trabalho barato, levando ao empobrecimento de grandes sectores da população nos chamados países em desenvolvimento (incluindo as classes médias).

Nos EUA, Canadá e Europa Ocidental, todo o sector industrial está potencialmente ameaçado.

Estamos a tratar de um processo de reestruturação económica e financeira a longo prazo. Na sua fase primitiva, principiada na década de 1980 durante a era Reagan-Thatcher, empresas de nível local e regional, quintas familiares e pequenos negócios foram deslocados e destruídos. Um após o outro, o boom de fusões e aquisições da década de 1990 levou à consolidação simultânea de grandes entidades corporativos tanto na economia real como na banca e nos serviços financeiros.

Nos desenvolvimentos recentes, entretanto, a concentração de poder da banca foi a expensas dos negócios em grande escala (big business).

O que distingue esta fase particular da crise é a capacidade dos gigantes financeiros (através do seu controle decisivo sobre o crédito) não só para causar destruição na produção de bens e serviços como também para minar e destruir grandes entidades corporativas da economia real.

Bancarrotas estão a verificar-se em todos os principais sectores de actividade: Manufactura, telecoms, cadeias de lojas de bens de consumo, centros comerciais, companhias de aviação, hotéis e turismo, sem mencionar o imobiliário e a indústria da construção, vítimas do colapso das hipotecas subprime.

A General Motors confirmou que "poderia ficar sem cash dentro de uns poucos meses, o que poderia impelir a um dos maiores processos de bancarrota da história dos EUA" ( USNews.com , 11/Novembro/2008). Por sua vez isto afectaria uma série de indústrias relacionadas. Estimativas de perdas de emprego na indústria automobilística dos EUA vão de 30 mil até 100 mil postos. (Ibid)

Colapso do preço das acções da General Motors

Nos EUA, companhias de retalho ao consumidor estão em dificuldade: os preços das acções das cadeias de lojas de departamentos JC Penney e Nordstrom entraram em colapso. A Circuit City Stores Inc. pediu a protecção da concordata (Chapter 11). As acções da Best Buy, a cadeia de electrónica a retalho, mergulharam.
O Vodafone Group PLC, a maior companhia do mundo de telemóveis, para não mencionar InterContinental Hotels PLC, ficaram em dificuldades a seguir ao colapso do valor das suas acções. (AP, 12/Novembro/2998). À escala mundial, mais de duas dúzias de companhias de aviação vieram abaixo em 2008, somando-se a uma cadeia de bancarrotas de companhias de aviação no decorrer dos últimos cinco anos. ( Aviation and Aerospace News , 30/Outubro/2008). A segunda companhia aérea da Dinamarca, a Stirling, declarou bancarrota. Nos EUA, uma lista crescente de companhias imobiliárias já entrou com pedido de bancarrota.

Nos últimos dois meses tem havido numerosos encerramentos de fábricas por toda a América, levando ao despedimento permanente de dezenas de milhares de trabalhadores. Estes encerramentos afectaram várias áreas chave da actividade económica incluindo as indústrias química e farmacêutica, a indústria automóvel e sectores relacionados, a economia de serviços, etc.

As encomendas às fábricas dos EUA declinaram dramaticamente. A firma de inquéritos Autodata relatou em Outubro que as "vendas de carros e camiões leves em Setembro declinaram 27 por cento em comparação com o ano anterior". ( Washington Post, 03/Outubro/2008)

Desemprego

Segundo o US Bureau of Labor Statistics, mais 240 mil empregos foram perdidos só no mês de Outubro:
"O emprego assalariado não agrícola caiu em 230 mil em Outubro, e a taxa de desemprego aumentou de 6,1 para 6,5 por cento, relatou hoje o Bureau of Labor Statistics do Departamento do Trabalho. A queda de Outubro no emprego assalariado seguiu-se a declínios de 127 mil em Agosto e 284 mil em Setembro, conforme revisão. O emprego caiu em 1,2 milhão nos primeiros 10 meses de 2008; mais da metade da diminuição verificou-se nos últimos três meses. Em Outubro, as perdas de emprego continuaram na manufactura, na construção e em várias firmas que fornecem serviços à indústria...

Entre os desempregados, o número de pessoas que perderam o seu emprego não esperam ser recontratadas aumentou de 615 mil para 4,4 milhões em Outubro. Ao longo dos últimos 12 meses, a dimensão deste grupo aumentou em 1,7 milhão". ( Bureau of Labor Statistics , Novembro, 2008)

Os números oficiais não descrevem a seriedade da crise e o seu impacto devastador sobre o mercado de trabalho, uma vez que muitas das perdas de emprego não são relatadas.

A situação na União Europeia é igualmente perturbante. Um recente relatório britânico destaca o problema potencial do desemprego em massa no Nordeste da Inglaterra. Na Alemanha, um relatório publicado em Outubro sugere que 10-15% de todos os empregos automotivos na Alemanha poderia ser perdidos.

Cortes de empregos também foram anunciados nas fábricas da General Motors e da Nissan-Renault em Espanha. As vendas de carros na Espanha afundaram 40 por cento em Outubro, em relação às vendas no mesmo mês do ano anterior.

Bancarrota e arrestos:
Uma operação de circulação de dinheiro para os gigantes financeiros

Entre as companhias à beira da bancarrota há algumas altamente lucrativas. A pergunta importante: quem assume a propriedade das corporações industriais gigantes em bancarrota?

Bancarrotas e arrestos são uma operações de circulação de dinheiro. Com o colapso dos valores nos mercados de acções, as companhias ali listas experimentam um grande colapso do preço da sua acção, o que imediatamente afecta a sua credibilidade e a sua capacidade para tomar emprestado e/ou renegociar dívidas (as quais estão baseadas no valor cotado dos seus activos).

Os especuladores institucionais, os hedge funds et alii, aproveitam-se deste saqueio inesperado.

Eles disparam o colapso de companhias listas em bolsa através da venda à descoberto (short selling) e outras operações especulativas. Elas podem assim embolsar os seus ganhos especulativos em grande escala.

Segundo um relato no Financial Times, há prova de que o afundamento da indústria automobilística dos EUA foi em parte o resultado de manipulação. "A General Motors e a Ford perderam 31 por cento para US$3,01 e 10,9 por cento para US$1,80 apesar da esperança de que Washington pudesse salvar a indústria à beira do colapso. A queda verificou-se depois de o Deutsche Bank estabelecer um objectivo de preço zero para a GM ". ( FT, 14/Novembro/2008, ênfase acrescentada)

Os financeiros estão num passeio de compras. Os 400 multimilionários Forbes da América estão à espera na expectativa.

Depois de eles terem consolidado a sua posição na indústria bancária, os gigantes financeiros incluindo a JP Morgan Chase, Bank of America e outros utilizarão os seus ganhos inesperados de dinheiro e o dinheiro do salvamento proporcionado pelo TARP para uma extensão ulterior do seu controle sobre a economia real.

O passo seguinte consiste em transformar activos líquidos, nomeadamente riqueza monetária em papel, com a aquisição de activos da economia real.

Nesse aspecto, a Berkshire Hathaway Inc., de Warren Buffett, é um grande accionista da General Motors. Mais recentemente, a seguir ao colapso do valor das acções em Outubro e Novembro, Buffett aumentou a sua participação no produtor de petróleo ConocoPhillips, sem mencionar a Eaton Corp., cujo preço na Bolsa de Valores de Nova York afundou 62% em relação à cotação de Dezembro de 2008 (Bloomberg).

O alvo destas aquisições são as numerosas companhias industriais e de serviços altamente produtivas, as quais estão à beira da bancarrota e/ou cujas acções entraram em colapso.

Os administradores de dinheiro estão a escolher as peças.

Propriedade da economia real

Em resultado destes desenvolvimentos, os quais estão directamente relacionados com o colapso financeiro, toda a estrutura de propriedade dos activos da economia real está em perturbação.

A riqueza de papel acumulada através do comércio de iniciados e da manipulação do mercado de acções é utilizada para adquirir o controle sobre activos económicos reais, deslocando estruturas de propriedade pré existentes.

O que estamos a tratar é de um repugnante relacionamento entre a economia real e o sector financeiro. Os conglomerados financeiros não produzem mercadorias. Eles no essencial fazem dinheiro através da condução de transacções financeiras. Utilizam o dinheiro destas transacções para tomar o comando sobre corporações da economia real que produzem bens e serviços para consumo familiar.

Numa amarga distorção, os novos possuidores da indústria são os especuladores institucionais e os manipuladores financeiros. Eles estão a tornar-se os novos capitães da indústria, a deslocar não só estruturas de propriedade já existentes como também a instalar seus comparsas nas poltronas da administração corporativa.

Não é possível qualquer reforma sob o Consenso Washington-Wall Street

A Cimeira Financeira do G-20 de 15 de Novembro, em Washington, apoia o consenso Washington-Wall Street.

Apesar de formalmente apresentar um projecto para restaurar a estabilidade financeira, na prática a hegemonia da Wall Street permanece incólume. A tendência é para um sistema monetário unipolar dominado pelos Estados Unidos e apoiado pela sua superioridade militar.

Aos arquitectos do desastre financeiro, sob a lei de 1999 Gramm-Leach-Bliley (Financial Services Modernization Act, FSMA), foi confiada a tarefa de mitigar a crise ? a qual foi criado por eles próprios. Eles são a causa do colapso financeiro.

A Cimeira Financeira do G-20 não questiona a legitimidade dos hedge funds e dos vários instrumentos de comércio derivativo. O comunicado final inclui um impreciso e opaco compromisso "para melhor regular os hedge funds e criar mais transparência em títulos relacionados com hipotecas como uma proposta para travar o deslizamento económico global".

Uma solução para esta crise só pode ser alcançada através de um processo de "desarmamento financeiro", tal como inicialmente formulado por John Maynard Keynes, o qual forçosamente desafia a hegemonia das instituições financeiras da Wall Street incluindo o seu controle sobre a política monetária. O "desarmamento financeiro" também exigiria o congelamento dos instrumentos de comércio especulativo e o desmantelamento dos hedge funds.

Obama endossa a desregulamentação financeira

Barack Obama abraçou o consenso Washington-Wall Street. Numa amarga meia volta, o antigo congressista Jim Leach, um republicano que patrocinou o FSMA de 1999 na Câmara dos Deputados, está agora a aconselhar Obama acerca da formulação de uma solução atempada para a crise.

Jim Leach, Madeleine Albright e o antigo secretário do Tesouro Larry Summers, que também tiveram um papel chave na promoção da legislação FSMA, compareceram à Cimeira Financeira do G-20, em 15 de Novembro, como parte da equipe de aconselhamento de Barack Obama:

"O presidente Barack Obama e o vice-presidente Joe Biden anunciaram que a antiga secretária de Estado Madeleine Albrith e o antigo congressista republicano Jim Leach estariam disponíveis para encontrarem-se com delegações na cimeira do G-20 em seu nome. Leach e Albright estão a manter reuniões não oficiais à procura de contribuições das delegações visitantes em nome do presidente eleito e do vice-presidente eleito. ( 15/Novembro/2008)

15-03-2009

  22:17:29, por Corral   , 771 palavras  
Categorias: Ensaio

Para que serve a OTAN?

por Serge Halimi

Le Monde Diplomatique

Nicolas Sarkozy queria que a sua presidência fosse uma ruptura com o «modelo social francês» que a falência do capitalismo financeiro à moda americana veio agora avivar. Terá ele então decidido acabar com uma outra tradição francesa, a da independência nacional? Embora durante a campanha eleitoral nunca tenha aludido a uma tal «ruptura», e que depois tenha feito depender o regresso da França ao comando integrado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de um reforço da defesa europeia, Sarkozy fez saber, no entanto, que a decisão do general De Gaulle tinha passado à história.

Ora, há quarenta e três anos, o fundador da V República retirou a França do comando integrado da OTAN numa altura em que a União Soviética mantinha sob a sua autoridade vários países da Europa. Podemos pois perguntar-nos por que motivo ? ou na perspectiva de que guerras ? deverá a França fazer marcha-atrás, hoje que o Pacto de Varsóvia deixou de existir e que muitos dos seus antigos membros (Polónia, Hungria, Roménia, etc.) aderiram à União Europeia e à Aliança Atlântica.

Será para dar emprego a oitocentos oficiais franceses em Norfolk, na Virgínia, no quartel-general da OTAN? Para agradar a industriais do armamento, amigos de Sarkozy, prevendo estes que o regresso da França às fileiras atlantistas lhes permitirá vender mais equipamentos militares? Para convencer os norte-americanos de que, deixando Paris de ficar fora da OTAN, poderiam autorizar Sarkozy a tornar-se um dos prescritores do seu círculo de influência? De forma mais verosímil, o Eliseu espera tirar partido da simpatia que o novo presidente dos Estados Unidos inspira, para acabar com a imperdoável excepção francesa. Essa que, na altura da guerra do Iraque, levou Paris a erguer-se contra todos os doutores Strangelove do «choque das civilizações». Coisa que provocou grande despeito em muitos dos actuais seguidores de Sarkozy ? entre os quais Bernard Kouchner, seu ministro dos Negócios Estrangeiros.

A maior parte dos Estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU) não pertence à OTAN nem à União Europeia. Seis dos países membros da União também não fazem parte da OTAN (Áustria, Chipre, Finlândia, Irlanda, Malta e Suécia). Apesar disso, tende a criar-se uma certa confusão entre estas três estruturas, visando alargar o perímetro geográfico da organização militar e atribuir-lhe missões de «estabilização» que estão muito para lá dos seus talentos e da sua jurisdição.

Uma pequena maioria de deputados europeus (293 votos contra 283), invocando a transformação do planeta numa «terra sem fronteiras», reclamou assim recentemente, no dia 19 de Fevereiro, que seja criada, em «âmbitos como o terrorismo internacional, (?) a criminalidade organizada, as ciber-ameacas, a degradação do ambiente, as catástrofes naturais e outras» [1], uma «parceria ainda mais estreita» entre a União Europeia e a OTAN. Recorrendo a uma elegante metáfora, a exposição dos motivos determina que «sem dimensão militar, a União não passa de cão que ladra mas não morde».

Decididamente desejosos de não nos pouparem a nenhum dos cordelinhos, os deputados apoiam a sua declaração num lembrete das «horas sombrias da nossa história», de Hitler, de Munique, sem sequer se esquecerem de acrescentar umas linhas sobre «Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto». «Não gostaríamos nós que alguém viesse socorrer-nos quando choramos?», defendem eles. Secar as lágrimas dos civis nunca foi o talento principal dos oficiais norte‑americanos. Nem durante a guerra do Kosovo nem durante a do Iraque, levadas a cabo em violação da Carta das Nações Unidas. Mas segundo os deputados europeus em questão, muitos Estados membros da ONU enganam-se quando se referem à «doutrina do não-alinhamento, herança da Guerra Fria, [o que] fragiliza a aliança das democracias»?

Já deu pois para perceber que a «futura defesa colectiva da Europa» a que aderiu o chefe de Estado francês se irá organizar unicamente no quadro da Aliança Atlântica. Misturando missões civis e militares, essa defesa não hesitará em mobilizar-se muito para lá da antiga «cortina de ferro», até aos confins do Paquistão. No próprio partido de Sarkozy, dois antigos primeiros-ministros, Alain Juppé e Dominique de Villepin, já começaram a alarmar-se com semelhante orientação. O que bem mostra o perigo da viragem que esta orientação apresenta.

sexta-feira 13 de Março de 2009

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