24-08-2008

  20:10:51, por Corral   , 4275 palavras  
Categorias: Ensaio

Operação Sarkozy: Como a CIA colocou um dos seus agentes na presidência da República Francesa

por Thierry Meyssan*

Nicolas Sarkozy deve ser julgado pelas suas acções e não pela sua personalidade. Mas quando as suas acções surpreendem até os seus próprios eleitores, é legítimo debruçarmo-nos em pormenor sobre a sua biografia e interrogarmo-nos sobre as alianças que o conduziram ao poder. Este artigo descreve as origens do presidente da República Francesa. Todas as informações nele contidas são verificáveis, com excepção de duas imputações, pelas quais o autor assume a responsabilidade exclusiva.

Os franceses, cansados das demasiado longas presidências de François Mitterrand e de Jacques Chirac, elegeram Nicolas Sarkozy contando com a sua energia para revitalizar o país. Eles esperavam uma ruptura com anos de imobilismo e ideologias ultrapassadas. Tiveram uma ruptura com os princípios que fundam a nação francesa. Ficaram estupefactos pois este "hiper presidente", a apanhar um novo dossier a cada dia, a atrair a direita e a esquerda para si, a abalar todas as referências até criar uma completa confusão.

Tal como as crianças que acabam de fazer uma grossa asneira, os franceses estão demasiado ocupados a procurar desculpas para admitir a amplitude dos danos e a sua ingenuidade. Recusam-se portanto a ver quem realmente é Nicolas Sarkozy, o que deveriam ter percebido há muito.

O homem é hábil. Tal como um ilusionista, ele desviou as atenções ao oferecer a sua vida privada como espectáculo e a posar nas revistas populares, até fazer esquecer seu percurso político.
Que se compreenda bem o sentido deste artigo: não se trata de criticar o sr. Sarkozy pelas suas ligações familiares, de amizade e profissionais, mas de criticá-lo por ter escondido suas ligações aos franceses que acreditaram, erradamente, estar a eleger um homem livre.
Para compreender como um homem em que todos hoje concordam em ver o agente dos Estados Unidos e de Israel pode tornar-se o chefe do partido gaullista, depois presidente da República Francesa, é preciso remontar atrás. Muito atrás. Teremos de efectuar uma longa digressão no decorrer da qual apresentaremos os protagonistas que hoje se vingam.

Segredos de família

No fim da Segunda Guerra Mundial, os serviços secretos estado-unidenses apoiaram-se no padrinho italo-americano Lucky Luciano para controlar a segurança dos portos americanos e para preparar o desembarque aliado na Sicilia.

Os contactos de Luciano com os serviços dos EUA passam nomeadamente por Frank Wisner Sr. e depois, quando o "padrinho" é libertado e se exila na Itália, pelo seu "embaixador" corso, Étienne Léandri.

Em 1958, os Estados Unidos, inquietos com uma possível vitória da FLN na Argélia que abriria a África do Norte à influência soviética, decidem instigar um golpe de Estado militar em França. A operação é organizada em conjunto pela Direcção da Planificação da CIA ? teoricamente dirigida por Frank Wisner Sr. ? e pela NATO. Mas Wisner já havia afundado na demência de modo que é o seu sucessor, Allan Dulles, que supervisiona o golpe. A partir de Argel, generais franceses criam um Comité de Salvação Pública que exerce uma pressão sobre o poder civil parisiense e constrange-o a votar plenos poderes ao general De Gaulle sem ter necessidade de recorrer à força. [1].
Ora, Charles De Gaulle não é o peão que os anglo-saxões acreditavam poder manipular. Num primeiro tempo, ele tenta sair da contradição colonial concedendo uma grande autonomia aos territórios do ultramar no seio de uma União Francesa. Mas é demasiado tarde já para salvar o Império francês pois os povos colonizados não acreditam mais nas promessas da metrópole e exigem a sua independência. Depois de ter conduzido vitoriosamente ferozes campanhas de repressão contra os independentistas, De Gaulle rende-se à evidência. Fazendo prova de uma rara sabedoria política, ele decide conceder a cada colónia a sua independência.

Esta reviravolta foi considerada pela maior parte daqueles que o levaram ao poder como uma traição. A CIA e a NATO apoiam então toda espécie de conspirações para eliminá-lo, inclusive um putsch falhado e uma quarentena de tentativas de assassinato. [2] Entretanto, alguns dos seus partidários aprovam a sua evolução política. Em torno de Charles Pasqua eles criam o SAC, uma milícia para protegê-lo.
Pasqua é ao mesmo tempo um gangster corso e um antigo resistente. Ele casou-se com a filha de um contrabandista de bebidas canadiano que fez fortuna durante a proibição. Dirige a sociedade Ricard que, depois de ter comercializado o absinto, um álcool proibido, respeitabiliza-se a vender anisete. Entretanto, a sociedade continua a servir de cobertura para todas espécie de tráficos relacionados com a família italo-nova-iorquina dos Genovese, aquela de Lucky Luciano. Portanto não é espantoso que Pasqua apele a Étienne Léandri (o "embaixador" de Luciano) para recrutar braços fortes e constituir a milícia gaullista. [3] Um terceiro homem desempenha um grande papel na formação do SAC, o antigo guarda costas de De Gaulle, Achille Peretti ? também ele um corso.

Assim defendido, De Gaulle concebe com desenvoltura uma política de independência nacional. Sempre afirmando sua pertença ao campo atlântico, ele põe em causa a liderança anglo-saxónica. Opõe-se à entrada do Reino Unido no Mercado Comum Europeu (1961 e 1967); recusa a mobilização dos capacetes azuis da ONU no Congo (1961); encoraja os Estados latino-americanos a libertarem-se do imperialismo americano (discurso do México, 1964); expulsa a NATO da França e retira-se do Comando Integrado do Aliança Atlântica (1966); denuncia a Guerra do Vietname (discurso de Phnon Pehn, 1966); condena o expansionismo israelense aquando da Guerra dos Seis Dias (1967); apoia a independência do Quebeque (discurso de Montreal, 1967); etc...
Em simultâneo, De Gaulle consolida o poderio da França dotando-a de um complexo militar-industrial incluindo a força de dissuasão nuclear, e garantindo seu aprovisionamento energético. Afasta utilmente os inconvenientes corsos do seu círculo confiando-lhes missões no estrangeiro. Assim, Étienne Léandri torna-se o trader do grupo Elf (hoje Total) [4], ao passo que Charles Pasqua torna-se o homem de confiança dos chefes de Estado da África francófona.

Consciente de que não pode desafiar os anglo-saxões sobre todos os terrenos ao mesmo tempo, De Gaulle alia-se à família Rothschild. Escolhe como primeiro-ministro o director do banco, Georges Pompidou. Os dois homens formam um par eficaz. A audácia política do primeiro nunca perde de vista o realismo económico do segundo.
Quando De Gaulle se demite, em 1969, Georges Pompidou sucede-lhe brevemente na presidência antes de ser levado por um cancro. Os gaullistas históricos não admitem a sua liderança e inquietam-se com a sua tendência anglófila. Eles urram "traição" quando Pompidou, secundado pelo secretário-geral do Eliseu Edouard Balladur, faz entrar "a pérfida Albion" no Mercado Comum Europeu.
A fabricação de Nicolas Sarkozy

Apresentado este cenário, retornemos ao nosso personagem principal, Nicolas Sarkozy. Nascido em 1955, é o filho de um nobre húngaro, Pal Sarkösy de Nagy-Bocsa, refugiado em França depois de ter fugido do Exército Vermelho, e de Andrée Mallah, uma judia originária de Tessalónica. Depois de terem três filhos (Guillaume, Nicolas e François), o casal divorcia-se. Pal Sarkösy de Nagy-Bocsa casa-se novamente com uma aristocrata, Christine de Ganay, de quem terá dois filhos (Pierre-Olivier et Caroline). Nicolas não será educado só pelos seus pais, mas mover-se-á nesta família recomposta.
Sua mãe tornou-se a secretária de Achille Peretti. Depois de ter sido co-fundador do SAC, o guarda-costas de De Gaulle havia trilhado uma brilhante carreira política. Fora eleito deputado e maire de Neuilly-sur-Seine, o mais rico arrabalde residencial de Paris, depois presidente da Assembleia Nacional.

Infelizmente, em 1972, Achille Peretti é posto gravemente em causa. Nos Estados Unidos, a revista Time revela a existência de uma organização criminosa secreta, a "União corsa", que controlaria grande parte do tráfico de estupefacientes entre a Europa e a América, a famosa "French connexion" que Hollywood levaria às telas. Apoiando-se em audições parlamentares e nas suas próprias investigações, a Time cita o nome de um chefe mafioso, Jean Venturi, preso alguns anos antes no Canadá, e que não é outro senão o delegado comercial de Charles Pasqua para a sociedade de bebidas alcoólicas Ricard. Evoca-se o nome de várias famílias que dirigiriam a "União corsa", inclusive os Peretti. Achille nega, mas deve renunciar à presidência da Assembleia Nacional e escapa mesmo a um "suicídio".
Em 1977, Pal Sarközy separa-se da sua segunda esposa, Christine de Ganay, a qual liga-se então com o nº 2 da administração central do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Ela o desposa e instala-se com ele na América. Sendo o mundo pequeno, como é bem sabido, seu marido não é outro senão Frank Wisner Jr., filho do anterior. As funções de Junior na CIA não são conhecidas, mas é claro que ele desempenha um papel importante. Nicolas, que permanece próximo da sua mãe adoptiva (belle-mère), do seu meio irmão e da sua meia irmã, começa a virar-se para os Estados Unidos onde se "beneficia" dos programas de formação do Departamento de Estado.

Neste período, Nicolas Sarkozy adere ao partido gaullista. Ali tem contactos com Charles Pasqua, tanto mais frequentes por este ser não só um líder nacional como também o responsável da secção departamental de Hauts-de-Seine.

Em 1982, Nicolas Sarkozy, tendo concluído seus estudos de direito e tendo-se inscrito nos tribunais, casa com a sobrinha de Achille Peretti. Sua testemunha de casamento é Charles Pasqua. Enquanto advogado, Mestre Sarkozy defende os interesses dos amigos corsos dos seus mentores. Ele adquire uma propriedade na ilha da beleza, em Vico, e imagina "corsisar" o seu nome substituindo o "y" por um "i": Sarkozi.

No ano seguinte é eleito maire de Neuilly-sur-Seine em substituição do seu tio adoptivo, Achille Peretti, abatido por uma crise cardíaca.
Entretanto, Nicolas não tarda em trair sua mulher e, desde 1984, mantém uma ligação escondida com Cecília, a esposa do mais célebre animador da televisão francesa da época, Jacques Martins, que conheceu ao celebrar seu casamento na qualidade de maire de Neully. Esta vida dupla dura cinco anos, até que os amantes deixem seus consortes respectivos para construir um novo lar.
Nicolas é a testemunha de casamento, em 1992, da filha de Jacques Chirac, Claude, com um editorialista do Figaro. Ele não consegue impedir-se de seduzir Claude e de manter uma breve relação com ela, enquanto vive oficialmente com Cecília. O marido enganado suicida-se com a absorção de drogas. A ruptura é brutal e irreversível entre os Chirac e Nicolas Sarkozy.

Em 1993, a esquerda perde as eleições legislativas. O presidente François Mitterand recusa demitir-se e entra em co-habitação com um primeiro-ministro de direita, Jacques Chirac, que ambiciona a presidência e pensa então formar com Edouard Balladur um tandem comparável àquele de De Gaulle e Pompidou. Ele recusa-se a ser novamente primeiro-ministro e deixa o lugar ao seu "amigo de trinta anos", Edouard Balladur. Apesar do seu passado sulfuroso, Charles Pasqua torna-se ministro do Interior. Conservando firmemente o domínio da marijuana marroquina, ele aproveita a sua situação para legalizar as suas outras actividades tomando o controle dos casinos, jogos e corridas na África francófona. Ele também tece ligações na Arábia Saudita e em Israel e torna-se oficial de honra (officier d?honneur) do Mossad. Nicolas Sarkozy, por sua vez, é ministro do Orçamento e porta-voz do governo.

Em Washington, Frank Wisner Jr. assumiu a sucessão de Paul Wolfowitz como responsável pelo planeamento político no Departamento da Defesa. Ninguém comentou as ligações que o uniam ao porta-voz do governo francês.

É então que retorna ao seio do partido gaullista a tensão que se experimentara trinta anos antes entre os gaullistas históricos e a direita financeira, encarnada por Balladur. A novidade é que Charles Pasqua e com ele o jovem Nicolas Sarkozy traem Jacques Chirac para se aproximarem da corrente Rothschild. Saiu tudo errado. O conflito atingirá seu apogeu em 1995 quando Édouard Balladur se apresenta contra o seu ex-amigo Jacques Chirac à eleição presidencial, e será batido. Acima de tudo, seguindo as instruções de Londres e Washington, o governo Balladur abre as negociações de adesão à União Europeia e à NATO dos Estados da Europa central e oriental, livres da tutela soviética.

Nada dá certo no partido gaullista, onde os amigos de ontem estão prestes a matar-se uns aos outros. Para financiar a sua campanha eleitoral, Edouard Balladur tenta apoderar-se da caixa negra do partido gaullista, escondida na dupla contabilidade da petroleira Elf. Assim que morreu o velho Étienne Léandri, os juízes examinaram a sociedade e os seus dirigentes são encarcerados. Mas Balladur, Pasqua e Sakozy não chegarão a recuperar o tesouro.

A travessia do deserto

Ao longo de todo o seu primeiro mandato, Jacques Chirac manteve Nicolas Sarkozy a distância. O homem fez-se discreto durante esta longa travessia do deserto. Discretamente, continua a estabelecer relações nos círculos financeiros.

Em 1996, Nicolas Sarkozy, tendo por fim conseguido encerrar um processo de divórcio que não acabava, casa-se com Cecília. Eles têm como testemunhas os dois miliardários Martin Bouygues e Bernard Arnaud (o homem mais rico do país).

Último acto

Bem antes da crise iraquiana, Frank Wisner Jr. e seus colegas da CIA planeiam a destruição da corrente gaullista e a ascensão ao poder de Nicolas Sarkozy. Eles agem em três tempos: primeiro a eliminação da direcção do partido gaullista e a tomada de controle deste aparelho, depois a eliminação do principal rival de direita e a investidura do partido gaullista à eleição presidencial, finalmente a eliminação de todo rival sério à esquerda de maneira a que fosse certo ganhar a eleição presidencial.

Durante anos os media foram mantidos excitados pelas revelações póstumas de um promotor imobiliário. Antes de morrer de uma doença grave, ele registou, por uma razão nunca esclarecida, uma confissão em vídeo. Por uma razão ainda mais obscura, a "cassette" cai nas mãos de um hierarca do Partido Socialista, Dominique Strauss-Khan, que a faz chegar indirectamente à imprensa.

Se bem que as confissões do promotor imobiliário não resultem em nenhuma sanção judiciária, elas abrem uma caixa de Pandora. A principal vítima dos casos sucessivos será o primeiro-ministro Alain Juppé. Para proteger Chirac, ele assume só todas as infracções penais. O afastamento de Juppé deixa o caminho livre a Nicolas Sarkozy para tomar a direcção do partido gaullista.

Sarkozy explora então a sua posição para constranger Jacques Chirac a retomá-lo no governo, apesar do seu ódio recíproco. Ele acabou por ser ministro do Interior. Que erro! Neste posto, ele controla os prefeitos e a rede de inteligência interna, a qual ele utilizou para colocar os seus indicados nos principais ramos da administração.
Ele também trata dos assuntos corsos. O prefeito Claude Érignac foi assassinado. Se bem que não tenha sido reivindicado, o assassínio foi imediatamente interpretado como um desafio lançado à República pelos independentistas. Após uma longa caçada, a polícia conseguiu prender um suspeito em fuga, Yvan Colonna, filho de um deputado socialista.

Desprezando a presunção de inocência, Nicolas Sarkozy anuncia a sua prisão acusando-o de ser o assassino. É que a notícia é demasiado bela, a dois dias do referendo que o ministro do Interior organiza na Córsega para modificar o estatuto da ilha. Seja como for, os eleitores rejeitam o projecto Sarkozy que, segundo alguns, favorece os interesses mafiosos. Se bem que Yvan Colonna posteriormente tenha sido reconhecido culpado, ele sempre clamou a sua inocência e não foi encontrada nenhuma prova material contra ele. Estranhamente, o homem amuralhou-se no silêncio, preferindo ser condenado a revelar o que sabe. Nós revelamos aqui que o prefeito Érignac não foi morto por nacionalistas, mas sim abatido por um assassino a soldo, imediatamente enviado para Angola onde foi contratado pela segurança do grupo Elf. O móvel do crime estava precisamente ligado às funções anteriores de Érignac, responsável pelas redes africanas de Charles Pasqua na Ministério da Cooperação. Quanto a Yvan Colonna, é um amigo pessoal de Nicolas Sarkozy desde há décadas e seus filhos frequentam-se mutuamente.

Explode um novo caso: circulam falsas listagens que acusam mentirosamente várias personalidade de esconderem contas bancárias no Luxemburgo, junto à Clearstream. Dentre as personalidades difamadas, Nicolas Sarkozy. Ele apresenta queixa e sub-entende que seu rival de direita na eleição presidencial, o primeiro-ministro Dominique de Villepin, organizou esta maquinação. Ele não esconde sua intenção de lançá-lo na prisão.

Na realidade, as falsas listagens foram postas em circulação por membros da Fundação Franco-Americana [5], de que John Negroponte era presidente e de que Frank Wisner Jr. é administrador. O que os juízes ignoram e que nós revelamos aqui é que as listagens foram fabricadas em Londres por uma oficina comum da CIA e do MI6, Hakluyt & Co, de que Frank Wisner Jr. é igualmente administrador.

Villepin defende-se do que é acusado, mas está sob exame, proibido de deixar a sua casa e, de facto, afastado provisoriamente da via política. O caminho está livre à direita para Nicolas Sarkozy.
Resta neutralizar as candidatura da oposição. As quotas de adesão ao Partido Socialista são reduzidas a um nível simbólico para atrair novos militantes. Subitamente milhares de jovens obtém seu cartão do partido. Dentre eles, pelo menos dez mil novos aderentes são na realidade militantes do Partido trotskquista "lambertista" (do nome do seu fundador, Pierre Lambert). Esta pequena formação de extrema esquerda historicamente pôs-se ao serviço da CIA contra os comunistas stalinianos durante a Guerra Fria (Ela é o equivalente do SD/USA de Max Shatchman, que formou os neoconservadores nos EUA). [6] Não é a primeira vez que os "lambertistas" infiltram o Partido Socialista. Eles nomeadamente plantaram dois célebres agentes da CIA: Lionel Jospin (que se tornou primeiro-ministro) e Jean-Christophe Cambadélis, o principal conselheiro de Dominique Strauss-Kahn. [7]
São organizadas primárias no interior do Partido Socialista a fim de designar seu candidato à eleição presidencial. Duas personalidades estão em concorrência: Laurent Fabius et Ségolène Royal. Só o primeiro representa um perigo para Sarkozy. Dominique Strauss-Kahn entra na corrida tendo por missão eliminar Fabius no último momento. O que ele está em condições de fazer graças aos votos dos militantes "lambertistas" infiltrados, que dão os seus votos não a ele mas sim a Royal. A operação foi possível porque Strauss-Kahn, de origem judia marroquina, está há muito na folha de pagamento dos Estados Unidos. Os franceses ignoram que ele dá cursos em Stanford, onde foi contratado pela superintendente da universidade, Condoleezza Rice. [8].

A partir da sua tomada de posse, Nicolas Sarkozy e Condoleezza Rice agradecerão a Strauss-Kahn fazendo-o eleger para a direcção do Fundo Monetário Internacional.

Primeiros dias no Eliseu

Na noite da segunda volta da eleição presidencial, quando os institutos de sondagem anunciam a sua provável vitória, Nicolas Sarkozy pronuncia um breve discurso à nação no seu QG de campanha. Depois, ao contrário de todos os costumes, ele não vai à festa com os militantes do seu partido, mas dirige-se ao Fouquet?s. O célebre restaurante dos Campos Elíseos, que outrora era o ponto de encontro da "União corsa", hoje é propriedade do operador de casino Dominique Desseigne. Foi posto à disposição do presidente eleito para receber seus amigos e os principais doadores da sua campanha. Uma centena de convidados ali se acotovelam, os homens mais ricos da França ombro a ombro com patrões de casinos.

Depois disso o presidente eleito oferece-se alguns dias de repouso bem merecidos. Tomando um Falcon-900 privado, vai para Malta. Ali repousa no Paloma, o iate de 65 metros do seu amigo Vicent Bolloré, um miliardário formado no Banco Rothschild.

Finalmente, Nicolas Sarkozy toma posse como presidente da República Francesa. O primeiro decreto que assina não é para proclamar uma amnistia, mas para autorizar os casinos dos seus amigos Desseigne e Partouche a multiplicar as máquinas de moedas.

Ele forma sua equipe de trabalho e seu governo. Sem surpresa, encontra-se ali um bem turvo proprietário de casinos (o ministro da Juventude e Desporto) e o lobbyista dos casinos do amigo Desseigne (que se torna porta-voz do partido "gaullista").

Nicolas Sarkozy apoia-se sobretudo em quatro homens:
Claude Guéant, secretário-geral do Palácio do Eliseu. É o antigo braço direito de Charles Pasqua.
François Pérol, secretário-geral adjunto do Eliseu. É um associado-gerente do Banco Rothschild.
Jean-David Lévitte, conselheiro diplomático. Filho do antigo director da Agência Judia. Embaixador da França na ONU, ele foi afastado das suas funções por Chirac que o julgava demasiado próximo de George Bush.
Alain Bauer, o homem da sombra. Seu nome não aparece nos anuários. É o encarregado dos serviços de informação. Neto do Grande Rabi de Lyon, antigo Grande-Mestre do Grande Oriente da França (a principal obediência maçónica francesa) e antigo nº 2 da National Security Agency estado-unidense na Europa. [9].

Frank Wisner Jr., que entretanto fora nomeado enviado especial do presidente Bush para a independência do Kosovo, insiste em que Bernard Kouchner seja nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros com uma dupla missão prioritária: a independência do Kosovo e a liquidação da política árabe da França.

Kouchner, um judeu de origem báltica, começou sua carreira a participar na criação de uma ONG humanitária. Graças aos financiamentos da National Endowment for Democracy, ele participou nas operações de Zbigniew Brzezinski no Afeganistão, ao lado de Oussama Ben Laden e dos irmãos Karzaï contra os soviéticos. Nos anos 90 podia ser encontrado junto a Alija Izetbegoviç na Bosnia-Herzégovina. De 1999 à 2001 foi Alto Representante da ONU no Kosovo.
Sob o controle do irmão mais novo do presidente Hamid Karzaï, o Afeganistão tornou-se o primeiro produtor mundial de papoula. O seu sumo é transformado ali em heroína e transportado pela US Air Force para Campo Bondsteel (Kosovo). Lá, a droga passa para os homens de Haçim Thaçi que a escoa principalmente para a Europa e acessoriamente para os Estados Unidos. [10] Os lucros são utilizados para financiar as operações ilegais da CIA.

Karzaï e Thaçi são amigos pessoais de longa data de Bernard Kouchner, que certamente ignora suas actividades criminosas apesar dos relatórios internacionais que lhe foram consagrados.
Para completar seu governo, Nicolas Sarkozy nomeia Christine Lagarde, ministra da Economia e das Finanças. Ela fez toda a sua carreira nos Estados Unidos onde dirigiu o prestigioso gabinete de juristas Baker & McKenzie. No seio do Center for International & Strategic Studies de Dick Cheney, ela co-presidiu com Zbigniew Brzezinski um grupo de trabalho que supervisionou as privatizações na Polónia. Ela organizou um lobbying intenso por conta da Lockheed Martin contra o construtor de aviões francês Dassault. [11].

Nova escapada durante o Verão. Nicolas, Cecília, sua preceptora (maitresse) comum e seus filhos fazem-se oferecer férias estado-unidenses em Wolfenboroo, não longe da propriedade do presidente Bush. A factura, desta vez, é paga por Robert F. Agostinelli, um banqueiro de negócios italo-nova-iorquino, sionista e neoconservador que apresenta seus pontos de vista em Commentary, a revista do l?American Jewish Committee.

O êxito de Nicolas reflecte-se no seu meio-irmão Pierre-Olivier. Sob o nome americanizado de "Oliver", é nomeado por Frank Carlucci (que foi o nº 2 da CIA depois de ter sido recrutado por Frank Wisner Sr.) [12] director de um novo fundo de investimento do Grupo Carlyle (a sociedade comum de gestão de carteiras dos Bush e dos Ben Laden). [13] Tornado o 5º deal maker do mundo, ele gere os haveres principais dos fundos soberanos do Koweit e de Singapura.

A quota de popularidade do presidente está em queda livre nas sondagens. Um dos seus conselheiros em comunicação, Jacques Séguéla, preconiza desviar a atenção do público com novas "people stories". O anúncio do divórcio com Cecilia foi publicado pelo Libération, o jornal do seu amigo Edouard de Rothschild, para encobrir os slogans dos manifestantes num dia de greve geral.

Indo mais além, o comunicador organizou um encontro com a artista e ex-manequim Carla Bruni. Alguns dias mais tarde, sua ligação com o presidente é oficializada e a campanha mediática encobre novamente as críticas políticas. Algumas semanas ainda e é o terceiro casamento de Nicolas. Desta vez, ele escolhe como testemunhas Mathilde Agostinelli (a esposa de Robert) e Nicolas Bazire, antigo director de gabinete de Edouard Balladur que se tornou associado-gerente no Rothschild.

Quando os franceses terão olhos para ver o que têm a fazer

22-08-2008

  16:42:36, por Corral   , 206 palavras  
Categorias: Ossiam

Cozendo a nova grande guerra

Cheney-Bush seguem a incrementar o conflito autorizando o desdobre reaganiano Star Wars (mísseis antiaéreos) em Polónia que nom é outra coisa que a tentativa de construir condições para dar um golpe preventivo nuclear (first strike capacity) contra Rússia e China. E agora aumentaram o perigo de um conflito militar directo com Rússia ao introduzir navios militares da NATO no Mar negro.

A Guerra Fria à qual a lumpenburguesía atlântica nom renunciou nunca desde 1945, é congénita a essa classe, porque é a guerra contra o Terceiro Mundo e pelos recursos e mercados mundiais. Quando a URSS era o aliado estratégico dos movimentos de libertação nacional, a ?Guerra Fria? assumiu a máscara de uma guerra contra ?o socialismo?. Hoje em dia, que nom existe proto-socialismo em Rússia nem China, a guerra segue. E é óbvio o seu por quê.

A lumpenburguesía atlântica segue com a ilusom do sistema mundial unipolar, controlado por ela. Por isso tem que ?conter? a Rússia, China e Hugo Chávez. E se considera-o necessário fará-lo ao preço de um holocausto nuclear.
E o Estado espanhol cheio de bases gringas e enviando návios de guerra para o Mar Negro

  13:57:15, por Corral   , 156 palavras  
Categorias: Ossiam

A "Divisom Azul" actúa de novo

Istambul, 22 de agosto, RIA Novosti

Os ?Puertos-Ricos? de USA na Europa prestam-se ao jogo da nova grande guerra. A nova ?Divisom Azul? espanhola contra o maligno russo.

Dois navios da OTAN entraram no mar Negro em apoio à operação de ajuda humanitária a Geórgia, informou hoje a RIA Novosti, um representante de alto rango da Armada de Turquia.

"Dois fragatas da OTAN passaram ontem, em altas horas da noite, pelo Bósforo e saíram no espaço aquático do mar Negro", indicou a fonte.

Segundo a fonte, trata-se de navios de guerra de Alemanha e Espanha.

A fragata alemã ?Lubeck? e a espanhola ?Almirante Juan de Bourbon?, que entraram no mar Negro, fazem parte de um agrupamento naval da OTAN que se incrementará nos próximos dias?, precisou a fonte.

Anteriormente, a Administração de EEUU resolveu enviar ajuda humanitária a Geórgia em aviões militares e navios de guerra.

21-08-2008

  22:24:04, por Corral   , 88 palavras  
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Brasil, a farsa da independência.

NOVO ACTO DE SERVILISMO DO GOVERNO BRASILEIRO
O governo do Sr. Lula deu mais um passo na sua vassalagem ao imperialismo. Agora decidiu colaborar militarmente com os EUA nos seus exercícios de guerra contra o Irão. A fragata brasileira "Greenhalgh" já está a caminho das costas iranianas, onde actuará sob o comando estado-unidense.
No Haiti, após a derrubada do governo eleito por meio de uma intervenção militar dos EUA & França, é a tropa brasileira faz o trabalho sujo de reprimir o movimento popular.

  19:00:20, por Corral   , 851 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

Não esqueçam a Jugoslávia

John Pilger

Os segredos do esmagamento da Jugoslávia que estão a emergir contam-nos muito sobre como o mundo moderna é policiado. A antiga promotora chefe do Tribunal Penal Internacional em Haia, Carla Del Ponte, este ano publicou as suas memórias: The Hunt: Me and War Criminal (A caça: eu e os criminosos de guerra). Quase ignorado na Grã-Bretanha, o livro revela verdades intragáveis acerca da intervenção ocidental no Kosovo, a qual tem ecos no Cáucaso.

O tribunal foi montado e financiado principalmente pelos Estados Unidos. O papel de Del Ponte era investigar os crimes cometidos quando a Jugoslávia foi desmembrada na década de 1990. Ela insistiu em que isto incluía os 78 dias de bombardeamentos da Sérvia e do Kosovo pela NATO em 1999, os quais mataram centenas de pessoas em hospitais, escolas, igrejas, parques e estúdios de televisão, e destruíram infraestruturas económicas. "Se eu não quiser [processar pessoal da NATO]", disse Del Ponte, "devo renunciar à minha missão". Foi uma impostura. Sob a pressão de Washington e Londres, foi abandonada uma investigação dos crimes de guerra da NATO.

Os leitores recordarão que a justificação para o bombardeamento da NATO era que os sérvios estavam a cometer "genocídio" na província secessionista do Kosovo contra pessoas de etnia albanesa. David Scheffer, embaixador itinerante estado-unidense para crimes de guerra, anunciou que até "225 mil homens de etnia albanesa entre os 14 e os 59 anos" poderiam ter sido assassinados. Tony Blair invocou o Holocausto e "o espírito da Segunda Guerra Mundial". Os heróicos aliados do ocidente eram o Kosovo Liberation Army (KLA), cujo registo de assassínios foi posto de lado. O secretário britânico de Negócios Estrangeiros, Robin Cook, disse-lhes para contactá-lo a qualquer momento pelo seu telemóvel.

Acabado o bombardeamento da NATO, equipes internacionais caíram sobre o Kosovo para exumar o "holocausto". O FBI fracassou em descobrir um único cemitério em massa e voltou para casa. A equipe de perícia forense espanhola fez o mesmo, seu líder iradamente denunciou "uma pirueta semântica das máquinas de propaganda de guerra". Um ano mais tarde, o tribunal de Del Ponte anunciou a contagem final dos mortos no Kosovo: 2.788. Isto incluía combatentes de ambos os lados e sérvios e ciganos assassinados pelo KLA. Não houve genocídio no Kosovo. O "holocausto" era uma mentira. O ataque da NATO fora fraudulento.

Isto não era tudo, diz Del Ponte no seu livro: o KLA sequestrou centenas de sérvios e transportou-os para a Albânia, onde os seus rins e outras partes do corpo foram removidos, sendo então vendidos para transplantes em outros países. Ela também diz que havia prova suficiente para processar kosovares albaneses por crimes de guerra, mas a investigação "foi travada desde o princípio" de modo que o foco do tribunal seriam "crimes cometidos pela Sérvica". Ela diz que os juízes de Haia foram aterrorizados com os kosovares albaneses ? as mesmas pessoas em cujo nome a NATO atacou a Sérvia.

Na verdade, mesmo quando Blair, o líder da guerra, estava numa viagem triunfante no Kosovo "libertado", o KLA efectuava a limpeza étnica de mais de 200 mil sérvios e ciganos daquela província. Em Fevereiro último a "comunidade internacional", conduzida pelos EUA, reconheceu o Kosovo, o qual não tem economia formal e é dirigido, com efeito, pelas gangs criminosas que traficam drogas, contrabando e mulheres. Mas ele te um activo valioso: a base militar estado-unidense de Camp Bondsteel, descrita pelo comissário de direitos humanos do Conselho da Europa como "uma versão mais pequena de Guantanamo". A Del Ponte, uma diplomata suíça, foi dito pelo seu próprio governo para parar de promover o seu livro.

A Jugoslávia era uma federação independente e multi-étnica, ainda que imperfeita, que se posicionou como uma ponte política e económica durante a Guerra Fria. Isto já não era aceitável para a Comunidade Europeia em expansão, especialmente com a Alemanha, a qual principiara um esforço para o Leste a fim de dominar o seu "mercado natural" nas províncias jugoslávas da Croácia e da Eslovénia. No momento em que os europeus se encontravam em Maastrichet, em 1991, um acordo secreto fora lavrado; a Alemanha reconhecia a Croácia e a Jugoslávia era condenada. Em Washington, os EUA asseguravam que à esforçada economia jugoslava fossem negados empréstimos do Banco Mundial e a defunta NATO foi reinventada como o agente de força. Numa conferência sobre a "paz" no Kosovo, em 1999 em França, foi dito aos sérvios para aceitarem a ocupação pelas forças da NATO e uma economia de mercado, ou seriam bombardeados até à submissão. Foi o precursor perfeito dos banhos de sangue no Afeganistão e no Iraque.

14/Agosto/2008
O original encontra-se em http://www.johnpilger.com/page.asp?partid=500

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

  18:57:30, por Corral   , 163 palavras  
Categorias: Novas

A fame de novo no paraiso da U.E.

O capitalismo é o paraiso dos trabalhadores, comunicam-nos todos os dias os "mass media" e a U.E. é o grande território da liberdade e da abundancia
Um estudo de Cáritas desenha o perfil do novo pobre em Espanha: pedreiro em desemprego, com esposa limpadora e filhos menores, e para comer tenhem que acudir aos comedores públicos senom a morrer com a fame, mas estes lugares já nom dam abasto, só dam umha comida por pessoa e dia.Onde se educaram essa crianças?, depois de um, dous, três meses em que estarám convertidos os seus paes? Existe a liberdade para o obreiro, para o trabalhador?, quando para poder existir dependem de que os poderosos digam sim e os contratem. Viva as democracias capitalistas!, o paraiso dos trabalhadores.

Quanta dor, miséria, terror, é precisa para manter as grandes fortunas e manter aos seus servidores, os partidos do grande capital, lease, P.P., P.S.O.E., C.I.U. etc...

18-08-2008

  23:45:56, por Corral   , 54 palavras  
Categorias: Ossiam

O capitalismo, o paraiso dos trabalhadores

Um estudo de Cáritas desenha o perfil do novo pobre em Espanha: pedreiro em desemprego, com esposa limpadora e filhos menores.

Quanta dor, miséria, terror, é precisa para manter as grandes fortunas e manter aos seus servidores, os partidos do grande capital, lease, P.P., P.S.O.E., C.I.U. etc...

17-08-2008

  18:20:57, por Corral   , 3336 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

Dois idiotas: Bush e Saakashvili

"Presidente Bush: Por que não te calas?

Paul Craig Roberts

Os neocons do regime Bush e dos media americanos ocupados por Israel estão a encaminhar o mundo inocente rumo a uma guerra nuclear.

Nos anos Reagan o National Endowment for Democracy foi criado como uma ferramenta da guerra fria. Hoje o NED é um agente controlado pelos neocons para a hegemonia mundial dos EUA. Sua principal função é despejar dinheiro americano e apoio eleitoral às antigas partes constituintes da União Soviética a fim de cercar a Rússia com estados fantoches dos EUA.

O regime neoconservador de Bush utilizou o NED para intervir nos assuntos internos da Ucrânia e da Geórgia de acordo com o plano conservador a fim de estabelecer regimes políticos amigos dos EUA e hostis à Rússia nessas duas antigas partes constituintes da Rússia e da União Soviética.

O NED também foi utilizado para desmembrar a antiga Jugoslávia, com as suas intervenções na Eslováquia, na Sérvia e no Montenegro.

Em 1991, Allen Weinstein, o qual ajudou a redigir a legislação que estabelecia o NED, contou ao Washington Post que grande parte do que o NED faz "hoje era feito camufladamente 25 anos atrás pela CIA".

O regime Bush, tendo estabelecido um fantoche, Mikhail Saakashvili, como presidente da Geórgia, tentou trazer aquele país para a NATO.

Para os leitores demasiado jovens para saber, o Tratado da Organização do Atlântico Norte (NATO) foi uma aliança militar entre os EUA e países da Europa ocidental para resistir a qualquer movimento soviético em direcção à Europa ocidental [e para assegurar que os países europeus se alinhassem por trás dos EUA, e comprassem seus sistemas de armas]. Já não há qualquer razão para a NATO desde o colapso político interno da União Soviética há quase duas décadas. O neocons transformaram a NATO em outra ferramenta, tal como o NED, para a hegemonia mundial dos EUA. As administrações seguintes dos EUA violaram os entendimentos que o presidente Reagan havia alcançado como Mikhail Gorbarchev, o último líder soviético, e incorporaram partes da antiga União Soviética na NATO. O objectivo neocon de cercar a Rússia com uma aliança militar hostil já foi proclamado muitas vezes.

O membros da NATO da Europa ocidental recusaram a admissão de Geórgia, pois entenderam-na como uma afronta provocatória à Rússia, de quem a Europa Ocidental está dependente quanto a gás natural. Os europeus ocidentais também estão perturbados com as intenções do regime Bush de instalar defesas de mísseis balísticos na Polónia e na República Checa pois a consequência será os mísseis nucleares de cruzeiro russos alvejarem capitais europeias. Os europeus não vêem vantagem em ajudar os americanos a bloquearem uma retaliação nuclear russa contra os EUA a expensas da sua própria existência. Defesas de mísseis balísticos não são utilizáveis contra mísseis de cruzeiro.

Todo país está cansado de guerra, excepto os EUA. A guerra, incluindo a guerra nuclear, é a estratégia neoconservadora para a hegemonia mundial.

O mundo inteiro, excepto os americanos, sabe que o estalar do conflito armado entre forças russas e georgianas na Ossétia do Sul foi inteiramente devido aos EUA e seu fantoche da Geórgia, Saakashvili. Os americanos, só eles no mundo, estão inconscientes de que as hostilidades foram iniciadas por Saakashvili, porque Bush, Cheney e os media americano ocupados por Israel mentiram-lhes.

Toda a gente no mundo sabe que o instável e corrupto Saakashvili, o qual proclama a democracia e dirige uma polícia de estado, não teria enfrentado a Rússia com o ataque à Ossétia do Sul a menos que Washington lhe desse sinal verde.

A finalidade do ataque georgiano à população russa da Ossétia do Sul é dupla:

Para convencer os europeus de que a sua acção em retardar a entrada da Geórgia na NATO é a causa da "agressão russa" e de que para salvar a Geórgia deve-lhe ser dada a condição de membro da NATO.

Para limpar etnicamente a Ossétia do Sul da sua população russa. Dois milhares de civis russos foram alvejados e mortos pelo Exército georgiano equipado e treinado pelos EUA, e dezenas de milhares fugiram para a Rússia. Tendo atingido este objectivo, Saakashvili e seus mestres em Washington apelaram rapidamente a um cessar fogo e a um alto à "invasão russa". A esperança é de que a população russa ficará receosa de retornar ou possa ser impedida de retornar, removendo assim a ameaça secessionista.

Não há dúvida de que o regime Bush pode enganar a população americana, tal como fez com armas de destruição maciça iraquianas, ogivas nucleares iranianas e o próprio 11 de Setembro, mas o resto do mundo não está a embarcar nisto, nem mesmo os aliados europeus comprados e pagos pela América.

Escrevendo no Asia Times, o embaixador M. K. Bhadrakumar, um antigo diplomata de carreira do Indian Foreign Service, nota a desinformação que está a ser propalada pelo regime Bush e pelos media dos EUA e informa que "quando estalou a violência, a Rússia tentou fazer com que o Conselho de Segurança das Nações Unidas emitisse uma declaração apelando à Geórgia e à Ossétia do Sul para deporem armas de imediato. Contudo, Washington esteve desinteressada".

O embaixador Bhadrakumar nota que o recurso dos americanos e georgianos à violência e propaganda pôs fim à crença do governo russo de que a diplomacia e a boa vontade podem levar a um ajustamento da questão da Ossétia do Sul. Se a Rússia quisesse, ela poderia terminar à vontade com a existência da Geórgia como um país separado, e não haveria nada que os EUA pudessem fazer quanto a isso.

É certo que a invasão georgiana da Ossétia do Sul foi um evento orquestrado pelo Regime Bush. Os media americanos e os think tanks neocon estavam prontos para os seus ataques de propaganda. Os neocons tinham pronto um artigo em favor de Saakashvili na página editorial do Wall Street Journal que declara "a guerra na Geórgia é uma guerra pelo Ocidente".

Confrontado com o colapso do seu exército quando a Rússia enviou tropas para proteger os ossetianos do Sul das tropas georgianas, Saakachvili declarou: "Isto já não é acerca da Geórgia. É acerca da América, dos seus valores".

A neocon Heritage Foundation em Washington, D.C., rapidamente convocou uma conferência que tinha o instigador de guerra Ariel Cohen como mestre de cerimónias, "Urgente! Evento: Guerra russo-georgiana: Um desafio para os EUA e o mundo".

O Washington Post abriu espaço para os tambores da guerra de Robert Kagen, "Putin Makes His Move".

Só um louco como Kagen poderia pensar que se Putin pretendesse invadir a Geórgia faria isso a partir de Pequim, ou que depois de enviar o exército georgiano com treino americano para as urtigas ele não continuaria e conquistaria toda a Geórgia a fim de por um ponto final nas maquinações americanas na fronteira mais sensível da Rússia, maquinações que provavelmente podem acabar em guerra nuclear.

O New York Times deu espaço às arengas de Billy Kristol, ?Will Russia Get Away With It?? ("Será que a Rússia escapará impune?"). Kristol troveja contra "regimes ditatoriais, agressivos e fanáticos" que "parecem felizes de trabalhar em conjunto para enfraquecer a influência dos Estados Unidos e dos seus aliados democráticos". Kristol apresenta um novo eixo do mal ? Rússia, China, Coreia do Norte e Irão ? e adverte contra "retardamentos e falta de resolução" que "simplesmente convidam a ameaças futuras e perigos mais graves".

Por outras palavras: "ataquem a Rússia agora".

Dick Cheney, o insano vice-presidente americano, telefonou a Saakashvili para exprimir a solidariedade dos EUA no conflito com a Geórgia e declarou: "A agressão russa não deve ficar sem resposta". Só um idiota diria a Saakashvili qualquer coisa diferente de "pare imediatamente".

Qual será o efeito sobre os serviços de inteligência e os militares dos EUA da declaração propagandística e irresponsável de Cheney em apoio aos crimes de guerra da Geórgia? Será que alguém realmente acredita que a CIA ou qualquer serviço de inteligência americano disse ao vice-presidente que a Rússia iniciou o conflito com uma invasão? As tropas russas chegaram à Ossétia do Sul depois de milhares de ossetianos terem sido mortos pelo ataque georgiano e depois de dezenas de milhares de ossetianos terem fugido para a Rússia a fim de escapar ao ataque georgiano. Segundo os noticiários, forças russas capturaram americanos que estavam com as tropas georgianas a dirigirem seus ataques aos civis.

Os militares estado-unidenses certamentte não têm recursos para uma guerra contra a Rússia em acréscimo às guerras perdidas no Iraque e no Afeganistão e à guerra planeada com o Irão.

Com a sua aventura georgiana, o Regime Bush é culpado de uma nova série de crimes de guerra. Qual será a consequência?

Muitos responderão que tendo escapado do 11 de Setembro, Afeganistão, Iraque e com os seus preparativos para atacar o Irão, o Regime Bush escapará também da sua aventura georgiana.

Contudo, desta vez o Regime Bush possivelmente ter-se-á excedido.

Certamente a Rússia agora reconhece que os EUA estão determinados a exercer hegemonia sobre a Rússia e que a Rússia é o seu pior inimigo.

A China percebe a ameaça americana ao seu próprio abastecimento energético e, portanto, à sua economia.

Mesmo os aliados europeus da América, irritados no seu papel de fornecedores de tropas para o Império Americano, devem agora perceber que ser uma aliado americano é perigoso e não traz benefícios. Se a Geórgia se tornar um membro da NATO e renovar seu ataque à Ossétia do Sul, isto deve arrastar a Europa a uma guerra com a Rússia, um importante fornecedor de energia à Europa.

Além disso, se forem enviadas tropas russas que atravessem fronteiras europeias, não há nada que possa travá-las.

O que tem a América para oferecer à Europa, além dos milhões de dólares que paga para subornar líderes políticos europeus a fim de assegurar que eles traiam os seus próprios povos? Nada que se veja.

A única ameaça militar que a Europa enfrenta é ser arrastada para as guerras da América pela hegemonia americana.

Os EUA estão financeiramente em bancarrota, com défices orçamentais e comerciais que excedem os défices combinados de todo o resto do mundo em conjunto. O dólar murchou. O mercado consumidor americano está a morrer devido à deslocalização de empregos americanos e, portanto, rendimentos, e ao efeito riqueza dos colapsos do imobiliário e dos derivativos. Os EUA nada têm a oferecer à Europa. Na verdade, o declínio económico americano está a matar as exportações europeias fazendo subir o valor do euro.

A América perdeu no terreno moral há muito. A hipocrisia tornou-se a característica mais conhecida da América. Bush, o invasor do Afeganistão e do Iraque na base da mentira e do engano, troveja para a Rússia por vir em defesa das suas forças de manutenção da paz e dos cidadãos russos na Ossétia do Sul. Bush, que arrancou o Kosovo do coração da Sérvia e entregou-a aos muçulmanos, tomou uma posição firme contra outros movimentos separatistas, especialmente o ossetianos do Sul que pretendem ser parte da Federação Russa.

O neopilotado Regime Bush está furioso porque o urso russo não ficou intimidado com a agressão apoiada pelos EUA do seu estado fantoche, a Geórgia. Ao invés de aceitar a lei da hegemonia americana que o roteiro neocon exigia, a Rússia pôs o americanizado exército georgiano a fugir de medo.

Tendo fracassado com as armas, agora o Regime Bush desencadeia a retórica. A Casa Branca está a advertir a Rússia que se não se submeter à hegemonia americana isso poderia ter um "impacto significativo a longo prazo nas relações entre Washington e Moscovo".

Será que os idiotas que compõem o Regime Bush realmente não entendem que excepto um ataque nuclear de surpresa à Rússia não há nada que os EUA possam fazer a Moscovo?

O Regime Bush não possui qualquer divisa russa que possa afundar. Os russos possuem dólares.

O Regime Bush não possui títulos russos que possam afundar. Os russos possuem títulos dos EUA.

Os EUA não podem cortar quaisquer abastecimentos energéticos à Rússia. A Rússia pode cortar a energia dos aliados europeus da América.

O presidente Reagan negociou o fim da guerra fria com o presidente soviético, Gorbachev. Os neoconservadores, que Reagan despediu e afastou da sua administração, estavam furiosos. Os neocons esperavam vencer a guerra fria, portanto estabelecer a hegemonia americana.

O Establishment republicano reestabeleceu sua hegemonia sob Bush I, que fora perdida com Ronald Reagan. Com esta façanha, a inteligência foi afastada do Partido Republicano.

Os neocons projectaram o seu retorno com a Primeira Guerra do Golfo e sua propaganda, puras mentiras, de que tropas iraquianas cravaram baionetas em bebés em hospitais do Kuwait.

Os neocons fizeram um novo avanço com o presidente Clinton, a quem convenceram a bombardear a Sérvia a fim de permitir que movimentos separatistas se tornassem estados dependentes da América.

Com Bush II, os neocons tomaram o comando. A sua agenda, a hegemonia americana mundial, inclui a hegemonia israelense no Médio Oriente.

Até agora os esquemas destes ideólogos ignorantes e perigosos deram com os burros na água. O Iraque, antigamente nas mãos de sunitas seculares que eram uma barreira ao Irão, está, após a invasão e ocupação americana, nas mãos de religiosos xiitas aliados ao Irão.

No Afeganistão, o Taliban está a renascer, e há um grande exército NATO/EUA incapaz de controlar a situação.

Uma consequência da guerra afegã dos neocons foi a perda de poder do fantoche americano que preside o Paquistão, um país muçulmano armado com ogivas nucleares. O presidente fantoche agora enfrenta o impeachment, e os militares paquistaneses disseram aos americanos para parar de efectuar operações militares em território paquistanês.

Os fantoches americanos no Egipto e na Jordânia podem ser a próxima queda.

No Iraque, os xiitas, tendo completado a sua limpeza étnica dos sunitas das vizinhanças, declararam um cessar fogo a fim de contradizer a propaganda dos EUA de que a retirada americana levaria a um banho de sangue. Negociações sobre datas de retirada estão agora a caminho entre os americanos e o governo iraquiano, o qual já não se comporta como um fantoche.

No ano passado Hugo Chávez ridicularizou Bush perante as Nações Unidas. Putin da Rússia ridicularizou Bush como Camarada Lobo.

Em 12 de Agosto de 2008, o Pravda ridicularizou Bush, "Bush: Por que não te calas?".

Os americanos podem pensar que são uma super-potência diante da qual o mundo treme. Mas não os russos.

Aqueles americanos bastante estúpidos para pensar que o "super poder" da América defende os seus cidadãos do perigo precisam ler o desprezo total exibido pelo Pravda para com o presidente Bush:
"Presidente Bush,

Por que não te calas? Na tua declaração de segunda-feira respeitante às acções legítimas da Federação Russa na Geórgia deixaste de mencionar os crimes de guerra perpetrados pelas forças militares georgianas, apoiadas por conselheiros americanos, contra civis russos e ossetianos.

"Presidente Bush,

Por que não te calas? Teu fiel aliado, Mikhail Saakashvili, estava a anunciar um acordo de cessar fogo enquanto suas tropas, com os teus conselheiros, estavam a concentrar-se na fronteira com a Ossétia, a qual eles cruzaram sob o manto da noite e destruíram Tskhinvali, alvejando estruturas civis tal como as tuas forças fizeram no Iraque.

"Presidente Bush,

Por que não te calas? Teus aviões de transporte americanos deram uma boleia para casa a milhares de soldados georgianos do Iraque, directamente para a zona de combate.

"Presidente Bush,

Por que não te calas? Como podes tu explicar o facto de que entre os soldados georgianos que ontem fugiam do combate se podia ouvir claramente oficiais com pronúncia do inglês americano a darem ordens de "Voltem para cá" ("Get back inside") e como explicas o facto de que há informações de soldados americanos entre as baixas georgianas?

"Presidente Bush,

Por que não te calas? Será que realmente pensas que alguém dá alguma importância ao que quer que seja das tuas palavras após oito anos do teu regime e das tuas políticas criminosas e assassinas? Será que realmente acreditas que tens qualquer base moral e imaginas que haja realmente um único ser humano em qualquer lugar neste planeta que não levante o dedo médio cada vez que apareces num écran de TV?

Acreditas realmente que tens o direito de dar qualquer opinião ou conselho após Abu Ghraib? Após Guantanamo? Após o massacre de milhares de cidadãos iraquianos? Após a tortura por operacionais da CIA?

Acreditas realmente que tens qualquer direito de fazer declarações sobre qualquer assunto do direito internacional depois das tuas trombeteadas invenções contra o Iraque e a subsequente invasão criminosa?

"Presidente Bush,

Por que não te calas? Suponha que a Rússia por exemplo declare que a Geórgia tem armas de destruição em massa (ADM)? E que a Rússia saiba onde estão estas ADM, nomeadamente em Tíflis e Poti e no Norte, Sul, Leste e Oeste dali? E que isto deve ser verdadeiro porque há 'magnífica inteligência estrangeira tais como fotos por satélite de fábricas de leite em pó e de cereais para bebés que produzem armas químicas, as quais estão actualmente a serem 'transportadas em veículos pelo país'? Suponha que a Rússia declare por exemplo que 'Saakashvili empesteia o mundo' e 'já é tempo de mudar o regime'?

Impecável e simples, não é, Presidente Bush?

"Então, por que não te calas? Oh, e a propósito, envia mais alguns dos teus conselheiros militares para a Geórgia, eles estão a fazer um excelente trabalho. E todos eles parecem engraçados vistos à noite, todos verdes". [1]
Os EUA não são uma super potência. São uma farsa em bancarrota dirigida por imbecis que foram instalados [no governo] através de eleições roubadas amanhadas por Karl Rove [2] e pela Diebold [3] . São uma fonte de gargalhadas, que ignorantemente afronta e tenta intimidar um enorme país equipado com dezenas de milhares de armas nucleares.
_______
[1] Alusão aos binóculos de visão nocturna, em que as imagens aparecem verdes.
[2] Karl Rove: Ex chefe de equipe do presidente Bush, envolvido em escândalos. Demitiu-se em 2007.
[3] Diebold: fabricante de máquinas de votar electrónicas.

[*] Ex secretário assistente do Tesouro na administração Reagan. Foi editor associado da página editorial do Wall Street Journal e editor colaborador da National Review. É co-autor de The Tyranny of Good Intentions . Email: PaulCraigRoberts@yahoo.com

04-08-2008

  00:30:32, por Corral   , 1242 palavras  
Categorias: Ensaio

The New York Times torna respeitável o extermínio nuclear

por James Petras [*]

Em 18 de Julho de 2008 The New York Times publicou um artigo do historiador e professor israelense Benny Morris , o qual advogava um ataque nuclear genocida ao Irão que provavelmente mataria 70 milhões de iranianos ? 12 vezes o número de judeus vítimas do holocausto nazi:

"Os líderes do Irão fariam bem em repensar seu jogo e suspender seu programa nuclear. Excepto isto, o melhor que eles poderiam esperar é que o assalto aéreo convencional de Israel destruiria as suas instalações nucleares. Isto certamente significaria milhares de baixas iranianas e humilhação internacional. Mas a alternativa é um Irão transformado num deserto nuclear".

Morris é um consultor e conferencista frequente do establishment político e militar israelense e tem acesso único aos planeadores militares estratégicos de Israel. A advocacia de Morris e o seu apoio à maciça e brutal expulsão de todos os palestinos é do domínio público. Mas as suas visões genocidas não o impediram de receber numerosos prémios académicos. Seus escritos e pontos de vista estão publicados nos principais jornais de Israel. As considerações de Morris não são a palração desconexa de um psicopata marginal, como se verifica com a recente publicação do seu artigo na página dos editoriais do New York Times.

O que é que a publicação pelo New York Times de um artigo que apela à incineração nuclear de 70 milhões de iranianos e a contaminação da melhor parte de mil milhões de pessoas no Médio Oriente, Ásia e Europa, nos conta acerca da política e cultura estado-unidense? Pois é o NYT, que informa as 'classes educadas' nos EUA, com seus suplementos dominicais, páginas literárias e editoriais, que serve como 'consciência moral' de importantes sectores da elite cultural, económica e política.

Ao publicar tal artigo o New York Times proporciona uma certa respeitabilidade ao assassínio em massa, que doutra forma os pontos de vista de Morris não possuiriam se fossem, digamos, publicados nos semanários neo-conservadores. O facto de o NYT considerar a perspectiva de um extermínio em massa de milhões de iranianos por Israel como parte do debate político no Médio Oriente revela o grau em que o siono-fascismo infectou os mais altos círculos culturais e jornalísticos dos Estados Unidos. Falando francamente, isto é o resultado lógico do endosso público do Times ao bloqueio económico de Israel destinado a esfaimar 1,4 milhão de palestinos em Gaza; do encobrimento do Times da influência israelense-sionista-AIPAC no lançamento da invasão estado-unidense do Iraque que levou ao assassínio de mais de um milhão de cidadãos iraquianos.

The Times estabelece o tom para toda a cena cultural de Nova York, a qual privilegia os interesses israelenses ao ponto de assimilar dentro do discurso político estado-unidense não só a sua rotina de violações do direito internacional como as suas ameaças, na verdade promessas, de incinerar vastas áreas da Terra na busca da sua supremacia regional. A concordância do NYT em publicar um advogado israelense do genocídio-etnocídio conta-nos acerca da força dos laços entre uma publicação pró Israel aparentemente "liberal" e a direita totalitária israelense. É como se se dissesse que para o establishment liberal pró Israel, os não judeus nazis estão fora dos limites, mas as visões e políticas dos judeus fascistas merecem consideração cuidadosa e possível aplicação.

O artigo de Morris no New York Times sobre o 'extermínio nuclear' não provocou qualquer oposição dos 52 presidentes das Major American Jewish Organizations (PMAJO) porque no seu boletim de informação diária, Daily Alert, esta organização publicou artigos de sionistas israelenses e estado-unidenses a advogar um ataque nuclear ao Irão por Israel e/ou os EUA. Por outras palavras, as visões totalitárias de Morris são parte da matriz cultural profundamente embebida nas redes organizacionais sionistas e sua extensão 'alcança' círculos políticos e culturais nos EUA. O que o Times fez ao publicar a loucura de Morris foi levar o discurso genocida para fora da limitada circulação de influência sionista e para dentro da cultura predominante de milhões de leitores americanos.

Além de um punhado de escritores (gentios e judeus) publicados em sítios web marginais, não houve condenação política ou moral em todo o mundo literário, político e jornalístico a esta afronta à humanidade. Não foi feita nenhuma tentativa de ligar as políticas totalitárias e genocidas de Morris às ameaças públicas oficiais de Israel e aos preparativos para a guerra nuclear. Não há campanha anti-nuclear da parte dos nossos intelectuais públicos mais influentes para repudiar o Estado (Israel) e seus intelectuais públicos que preparam uma guerra nuclear com o potencial de exterminar mais de dez vezes o número de judeus massacrados pelos nazis.

Uma incineração nuclear da nação iraniana é a mais evidente contrapartida israelense das câmaras de gás e dos fornos de Hitler. O extermínio é a última etapa do sionismo: Informado pela doutrina de dominar o Médio Oriente ou arruinar o ar e a terra do mundo. Esta é a mensagem explícita de Benny Morris (e dos seus patrocinadores oficiais israelenses) que, como Hitler, emitem ultimatos aos iranianos, 'render-se ou ser destruído" e que ameaça os EUA, juntem-se a nós no bombardeamento do Irão ou enfrentem uma catástrofe ecológica e económica mundial.

Que Morris é absolutamente, gravemente e clinicamente insano está para além de qualquer dúvida. Que o New York Times, ao publicar seus delírios genocidas, proporciona novas sinais de como o poder e a riqueza contribuíram para a degeneração de intelectuais judeus e da vida cultural nos EUA. Para compreender as dimensões desta decadência precisamos apenas comparar o brilhante escritor trágico-romântico judeu-alemão Walter Benjamin, desesperadamente a fugir do avanço do terror totalitário nazi, com a criminosa advocacia do escritor judeu-israelense Benny Morris do terror nuclear sionista publicada no New York Times.

O poder sionistas na América não é meramente a questão de um 'lobby' a influenciar decisões do Congresso e da Casa Branca quanto à ajuda externa a Israel. O que está em causa hoje são as questões relacionadas da defesa de uma guerra nuclear na qual 70 milhões de iranianos enfrentam o extermínio e a cumplicidade dos mass media dos EUA no fornecimento de uma plataforma, e mais ainda uma certa respeitabilidade política para o assassínio em massa e a contaminação global. Ao contrário do passado nazi, não podemos afirmar, como o fizeram os bons alemães, que "nós não sabíamos" ou que "nós não fomos informados", porque foi escrito por um eminente académico israelense e foi publicado no New York Times.

30/Julho/2008
[*] Autor de The Power of Israel in the United States . Seu livro mais recente é Zionism, Militarism And the Decline of U.S Power (Clarity Press Atlanta ), Agosto 2008

O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=9711

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

03-08-2008

  12:11:26, por Corral   , 1277 palavras  
Categorias: Ensaio

The New York Times: Como fazer respetable o exterminio nuclear

James Petras
Rebelião

Traduzido para Rebelião por Chelo Ramos

O 18 de julho de 2008, The New York Times publicou um artigo do historiador judeu israelense Benny Morris. Nesse artigo, o professor Morris pronuncia-se a favor de que Israel lance um ataque nuclear genocida contra Irã no que poderiam morrer 70 milhões de iranianos, doze vezes mais que as vítimas judias no holocausto nazista. Segundo Morris, os líderes iranianos deveriam pensar bem o que está em jogo e suspender seu programa nuclear, pois caso contrário, o melhor que poderia lhes passar é que as forças aéreas convencionales de Israel destruam suas instalações nucleares. Claro está, isto significaria milhares de vítimas iranianas e a humillación internacional do país, mas a alternativa é um Irã convertido num deserto nuclear.

Morris actua frequentemente como conferencista e consultor do estamento político e militar israelense e desfruta de acesso especial aos planificadores da estratégia militar israelense. Não é nenhum segredo que Morris defendeu e apoiado publicamente a expulsión em massa e brutal de todos os palestinos. Sua visão genocida, no entanto, não impediu que receba numerosos reconhecimentos académicos. Os principais jornais e revistas científicas de Israel publicam seus escritos e opiniões. Como deixa claro a publicação de seu mais recente artigo de opinião em The New York Times, seus pontos de vista não são os delírios de um psicópata marginal.

Que nos diz a respeito da política e a cultura de USA o facto de que The New York Times publique um artigo que pede a incineración nuclear de 70 milhões de iranianos e a contaminação de uma boa parte dos cem mil milhões de habitantes de Oriente Próximo, Ásia e Europa? Porque trata-se de The New York Times, um jornal que através de seus suplementos dominicales, páginas editoriais e páginas literárias, informa às ?classes educadas? de USA e actua como ?consciência moral? de importantes sectores de sua elite cultural, económica e política.

The New York Times outorga uma verdadeira respetabilidad ao assassinato em massa, algo que as opiniões de Morris não teriam se fossem publicadas, por exemplo, numa publicação neoconservadora semanal ou mensal. O facto de que The New York Times considere que o possível exterminio de milhões de iranianos por Israel é parte do debate público sobre Oriente Próximo, revela o grau no qual o ?sionifascismo? infectou os ?mais elevados? círculos culturais e jornalísticos de USA. Em realidade, isto não é senão a consequência lógica do apoio público que The New York Times outorgou ao bloqueio económico que Israel impôs a Gaza para matar de fome a 1,4 milhões de palestinos, de seu ocultamiento da influência que o sionista AIPAC (American Israel Public Affairs Committee - Comité de Assuntos Públicos Estados Unidos-Israel) teve na invasão de Iraq por USA, cujo resultado é o assassinato a mais de um milhão de iraquianos.

O Times dá a pauta a todo o sector cultural de Nova York, o qual privilegia os interesses de Israel até o ponto de assimilar ao discurso político de USA não só suas violações rutinarias da lei internacional, senão suas ameaças, mais bem promessas, de arrasar vastas áreas da terra para conseguir a supremacía regional. O facto de que The New York Times esteja disposto a publicar a um defensor do genocídio-etnocidio israelense nos revela cuán fortes são os laços entre uma publicação pró israelense que supostamente pertence ao ?ordem estabelecido liberal? e a direita totalitaria de Israel. É como dizer que para o ordem estabelecido ?liberal? pró israelense os nazistas não judeus são execrables, mas em mudança as opiniões e políticas dos judeo-fascistas devem ser objecto de estudo e, possivelmente, postas em prática.

O artigo de Morris sobre a ?exterminación nuclear? publicado em The New York Times não provocou nenhum comentário adverso dos 52 presidentes das Principais Associações Judias de USA (PMAJO), em cujo boletim diário, Daily Alert, publicaram frequentemente artigos de sionistas de USA e Israel que defendem o ataque nuclear de Irã por Israel ou USA. Em outras palavras, as opiniões totalitarias de Morris são parte da matriz cultural enterrada no mais profundo das redes de organizações sionistas e têm amplo ?alcance? nos círculos culturais e políticos de USA. Ao publicar a loucura de Morris, o Times sacou o discurso genocida dos limitados círculos de influência sionista para levá-lo ao seio da opinião pública de USA, a milhões de leitores desse país.

Salvo por um punhado de escritores (gentiles e judeus) que publicam em lugares site marginales, nenhum membro do mundo literário, político ou jornalístico condenou moral ou politicamente esta afrenta a nossa humanidade. Ninguém fez a conexão entre as políticas totalitaristas e genocidas de Morris e as ameaças oficiais e públicas de Israel e os preparativos para uma guerra nuclear. Nenhum de nossos intelectuais mais influentes se pôs à frente de uma campanha antinuclear para repudiar ao estado (Israel) e aos intelectuais que preparam uma guerra nuclear cujo resultado seria o exterminio de mais dez vezes seres humanos que os judeus assassinados pelos nazistas.

A incineración nuclear da nação iraniana é a contraparte israelense às câmaras de gás e os fornos de Hitler, mas melhorada e aumentada. O exterminio é a última etapa do sionismo, permeado por uma doutrina segundo a qual, se não podem reger os destinos de Oriente Próximo, então destruirão o ar e a terra do mundo. Esse é a mensagem explícito de Benny Morris (e de suas patrocinantes israelenses oficiais), quem, como Hitler, dá um ultimato aos iranianos, ?se rendam ou serão destruídos? e ameaça a USA, se unam a nós no bombardeio de Irã ou enfrentem uma catástrofe ecológica e económica mundial.

Não há dúvida alguma de que Morris está total, profunda e clinicamente louco. Também não há dúvida de que, ao publicar seus delírios genocidas, The New York Times dá novas mostras da forma em que o poder e o dinheiro contribuíram à degeneração da vida intelectual e cultural judia em USA. Para compreender as dimensões desta descomposição só temos que comparar a desesperada fugida do terror nazista do brilhante escritor judeu alemão, o trágico-romântico Walter Benjamin, com o apoio criminoso ao terror nuclear sionista do escritor judeu israelense Benny Morris publicado em The New York Times.

O tema do poder sionista em USA não se refere só a um ?lobby? que influi nas decisões que tomam o Congresso e a Casa Branca sobre a ajuda exterior a Israel. O que está em jogo hoje em dia são os temas relacionados com o apoio a uma guerra nuclear na que 70 milhões de iranianos podem ser exterminados e a complicidad dos meios de comunicação de USA que proporcionam uma plataforma e, inclusive, uma verdadeira respetabilidad política ao assassinato em massa e à contaminação do planeta. Contrariamente aos nazistas no passado, não podemos excusarnos, como fizeram os bons alemães, dizendo que ?não sabíamos? ou que ?não fomos informados?, porque foi escrito por um eminente académico israelense e publicado em The New York Times.

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