01-05-2008

  19:11:45, por Corral   , 51 palavras  
Categorias: Outros, Dezires

A Comuna

"Nom quero me defender... pertenço por inteiro à revoluçom social e aceito a responsabilidade de todos meus actos. Já que ao que parece todo coraçom que bate pola liberdade só tem direito a um pouco de chumbo ¡eu reclamo minha parte!... ¡se nom sodes uns covardes, matai-me!?

Louise Michel

  18:37:12, por Corral   , 1061 palavras  
Categorias: Ensaio

Um massacre dos pobres do mundo

Tumultos alimentares e especuladores
Mike Whitney [*]
Resistir

"Um massacre dos pobres do mundo", afirma Chávez

Estalaram tumultos alimentares por todo o globo, desestabilizando grandes partes do mundo em desenvolvimento. A China está a experimentar uma inflação de dois dígitos. A Indonésia, o Vietname e a Índia impuseram controles sobre as exportações de arroz. O trigo, o milho e a soja estão em alturas récorde e ameaçam subir ainda mais. Sobem todas as categorias de commodities. O Programa Alimentar Mundial adverte que haverá fome generalizada se o Ocidente não proporcionar ajuda humanitária de emergência. A situação é horrenda. O presidente venezuelano Hugo Chávez resumiu isto assim: "É um massacre dos pobres do mundo. O problema não é a produção de alimentos. É o modelo económico, social e político do mundo. O modelo capitalista está em crise".

Certo, Hugo. Não há escassez de alimentos; são apenas os preços que estão a tornar a comida inacessível. A política de "dólar fraco" de Bernanke ateou uma onda de especulação em commodities que está a empurrar os preços para a estratosfera. A ONU denominou a crise alimentar global de "tsunami silencioso", mas é mais como uma inundação; o mundo está a nadar em dólares cada vez menos valiosos que estão a tornar os alimentos e as matérias-primas mais caras. Bancos centrais estrangeiros e investidores possuem actualmente US$6 milhões de milhões (trillions) em dólares activos denominados em dólares, de modo que quando o dólar começa a deslizar o sofrimento irradia-se através de economias inteiras. Isto é especialmente verdadeiro em países onde a divisa está ligada ao dólar. Eis porque a maior parte dos Estados do Golfo estão a experimentar inflação galopante.

Os EUA estão a exportar a sua inflação através do aviltamento da sua divisa. Agora um trabalhador do campo no Haiti que ganha US$2 por dia, e gasta tudo isso para alimentar a sua família, tem de ganhar o dobro daquela quantia ou comer a metade. Não é uma opção que um pai queira tomar. Não é de admirar que seis pessoas tenham sido mortas em Port au Prince nos recentes tumultos alimentares. As pessoas enlouquecem quando não podem alimentar seus filhos.

Os preços dos alimentos e da energia estão a sugar a vida da economia global. Bancos e fundos de pensão estrangeiros estão a tentar proteger seus investimentos desviando dólares para coisas que reterão o seu valor. Eis porque o petróleo está a aproximar-se dos US$120 por barril quando deveria estar entre os US$70 e US$80.

Segundo Tim Evans, analista de energia no Citigroup em Nova York, "Não défice de oferta-procura". Nenhum. De facto, os fornecedores estão a esperar um excedente de petróleo no fim deste ano.

"O caso para a redução dos preços do petróleo é directo: A perspectiva de uma profunda recessão nos EUA ou mesmo um período marcado pelo crescimento económico lento entre os principais consumidores de energia no mundo causa uma depressão no consumo de energia. Até hoje neste ano, a procura de petróleo nos EUA está 1,9% mais baixa em comparação com o mesmo período em 2007, e preços mais elevados e uma economia fraca este ano deveriam abater em 90 mil barris por dia o consumo de petróleo estado-unidense, segundo o organismo federal Energy Information Administration" ("Bears Baffled by Oil Highs" Gregory Meyer, Wall Street Journal )

Não há escassez de petróleo; isso é outra falcatrua. Os especuladores estão simplesmente a conduzir para cima o preço do petróleo para limitar (hedge) suas apostas no dólar em queda. O que mais podem eles fazer; colocá-los no mercado congelado de títulos, ou no mercado de acções que se afunda, ou no mercado habitacional em colapso?
Do Washington Times:

"Agricultores e executivos alimentares ontem apelaram sem êxito a responsáveis federais por medidas regulamentares para limitar a compra especulativa que está a ajudar a conduzir os preços alimentares para a alta. Enquanto isso, alguns americanos estão a acumular géneros como arroz, farinha e petróleo na antecipação de preços altos e escassez a propagar-se de além mar. A Costco e outras mercearias na Califórnia relataram uma corrida ao arroz, a qual foi forçou-os a estabelecer limites sobre quantos sacos de arroz cada cliente pode comprar. Os filipinos no Canadá estão a reter todo o arroz que conseguem descobrir e a despachá-lo para parentes nas Filipinas, os quais estão a sofrer uma escassez severa que deixa muitas gente famélica". (Patrice Hill, Washington Times )

A administração Bush sabe que há briga e intrigas em andamento, mas eles simplesmente olham para outro lado. É o processo recorrente da Enron, em que Ken Lay Inc. tosou o público com absoluta impunidade enquanto os reguladores sentavam-se à parte a aplaudir. Grande. Agora é vez da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), eles estão a adoptar a abordagem "não tocar" de modo a que os vivaços da Wall Street ganhem uma fortuna fazendo subir o preço de tudo, desde as bolachas crackers até as sanitas.

"Uma audição terça-feira em Washington, perante a Commodity Futures Trading Commission, iniciou uma nova ronda de exames quanto à popularidade dos futuros agrícolas, outrora uma arena tranquila que durante anos foi dominada em ampla medida por grandes produtores e consumidores de colheitas e seus bancos que tentavam administrar riscos de preço. A postura oficial da comissão e de muitos dos correctores, entretanto, provavelmente irá desapontar muitos grupos de consumidores. O economista da CFTC planeia declarar na audição que a agência não acredita que investidores financeiros estejam a conduzir os preços dos cereais para a alta. Alguns compradores de cereais dizem que grandes apostas de especuladores em transacções relativamente pequenas de cereais, em especial recentemente, estão a pressionar preços para os consumidores comuns". ("Call Goes Out to Rein In Grain Speculators", Ann Davis)

E a agência não acredita que investidores financeiros estejam a provocar altas nos preços do cereais!

30-04-2008

  19:00:18, por Corral   , 2658 palavras  
Categorias: Ensaio

Fame e especulaçom

Sem que serva de precedente este artigo vai em castelám. Nom tenho tempo para o verquer ao galego.

Las raíces estructurales del hambre, las crisis alimentarias y los desórdenes

James Petras
Rebelión

Traducido para Rebelión por Mar Rodríguez

«Los países pobres del mundo gastarán unos 38 700 millones de dólares en importación de cereales este año, el doble de la cantidad que pagaron hace dos años por las mismas cantidades y un 57 % de aumento en relación con 2007.» Cita del senador estadounidense Byron Dorgan en la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO) Financial Times, 21 de abril de 2008 p.19.

Estos últimos días, todos los bancos internacionales importantes (el FMI, el Banco Mundial, el Banco Interamericano de Desarrollo, el Banco de Desarrollo Asiático, etc.), todos los periódicos y los medios de comunicación financieros importantes se han visto obligados a reconocer que está teniendo lugar una crisis alimentaria importante, que cientos de millones de personas están abocados al hambre, la desnutrición y a la muerte por inanición. Se han realizado llamadas a conferencias mundiales, se han declarado emergencias nacionales a raíz de los desórdenes provocados por millones de personas en casi cincuenta países que han amenazado con desbancar sus regímenes políticos y han aumentado las tensiones sociales incluso en los países más dinámicos y con mayor crecimiento, como China o la India. Incluso en los países imperialistas de América del Norte y Europa, la combinación de la escalada en los precios de los alimentos y el estancamiento de los salarios, las expulsiones de sus hogares y los pagos de las deudas amenazan a los regímenes en ejercicio y aumentan las presiones sobre todos los gobiernos para tomar acciones urgentes.

Las respuestas de las élites se prevén inadecuadas y sus explicaciones de la crisis van desde la inadecuación, el interés propio hasta la estupidez. El Banco Mundial repite la petición de ayuda de alimentos para emergencias y subsidios por valor de varios cientos de millones de dólares para los «más necesitados», es decir, para aquellos países en los que se han producido disturbios importantes a causa de los alimentos, con saqueos a los distribuidores privados de alimentos, los puntos de venta al por mayor y al por menor, y amenazas o desbancamiento de los regímenes de libre mercado que han sido los alumnos modelo que han seguido las políticas del Banco Mundial y del Fondo Monetario Internacional.

Los autoproclamados expertos económicos, según lo previsto, se evalúan a sí mismos e intentan evadir el fracaso de sus recetas anteriores. Todos los académicos y consejeros políticos conservadores, liberales y progresistas echan la culpa a «China, por comer demasiada carne» (profesor Paul Krugman, de la Universidad de Princeton y columnista del New York Times), al «crecimiento de la demanda», a «la inflación»... Los progresistas señalan la desviación de la producción hacia los biocombustibles como el «biodiésel», la falta de planificación de los gobiernos y la distorsión de las prioridades.

El aumento de la ayuda alimentaria tiene solamente un impacto transitorio, en regiones limitadas, sobre una fracción de la población afectada. Culpar al crecimiento de la demanda obviamente exige preguntarse por la «falta de suministro» y las características estructurales (posesión de tierra, pautas de propiedad, búsqueda de rentabilidad y relaciones entre clase y estado) que le dan forma. De igual importancia es el hecho de que, incluso en aquellos lugares en los que hay alimentos que llegan al mercado, los precios de esos alimentos están fuera del alcance de la mayoría de trabajadores rurales y urbanos, campesinos y personas sin empleo. Los que critican desde el punto de vista de la oferta y la demanda omiten un análisis de clase de los «productores» que determinan el sistema de precios (según su poder oligopólico del mercado y sus criterios para obtención de beneficios) y los consumidores (trabajadores informales y formales con salarios bajos, cuyos ingresos van en declive). Los granjeros capitalistas se encuentran en una posición adecuada para proteger e incluso aumentar sus beneficios trasladando sus costes añadidos por insumos al poder de mercado más débil de los consumidores, ayudados e instigados por los regímenes políticos neoliberales del libre mercado.

Los progresistas que echan la culpa de la crisis a los biocombustibles (el aumento de los precios se debe al desvío de los granos y el uso de la tierra hacia la producción de combustible) no responden a las preguntas estructurales más elementales: ¿Qué clases llegaron al poder estatal y dieron forma a las políticas económicas y permitieron que se produjera este «desvío»? Los grandes préstamos privados y estatales de los años 70 debidos a la disponibilidad de préstamos baratos llevaron al crecimiento del endeudamiento. Los bancos privados, empresas y fabricantes, promotores inmobiliarios endeudados, endilgaron, gracias a sus influencias poderosas y relaciones directas con el estado, sus deudas privadas al Estado y, en último término, a los contribuyentes, un fenómeno que se describió más tarde como «socialización de la deuda privada» o «pago de la fianza al sector privado».

El Estado se vio enfrentado a obligaciones de deudas cada vez mayores (la llamada «crisis de la deuda»), acudió al FMI y al Banco Mundial para obtener préstamos y, lo que es más importante, para obtener su certificado para préstamos enormes de los bancos comerciales. El FMI y el Banco Mundial exigieron cambios estructurales fundamentales del Estado para conceder los préstamos, y estos préstamos con condiciones implicaban una completa transformación en las políticas de inversión, comercio, consumo e ingresos que tuvieron un efecto importante sobre la estructura de clases y la composición de la clase dominante.

Los préstamos internacionales, tanto oficiales como comerciales, y los cambios estructurales que los acompañan, resultaron en la eliminación de las barreras comerciales protectoras en la agricultura y la fabricación. Como resultado se produjo una entrada masiva de bienes agrícola subvencionados de los Estados Unidos y de la Unión Europea, que destruyeron a los agricultores con granjas familiares de pequeño y mediano tamaño que producían alimentos básicos. La bancarrota de los productores de alimentos resultó en desplazamientos masivos de granjeros y trabajadores agrícolas a las ciudades y en la concentración de la tierra en las manos de propietarios de plantaciones comerciales agrícolas que se concentraron en la producción de cultivos para la exportación.

Las exigencias del FMI y del Banco Mundial incluían la reasignación de los créditos, préstamos y asistencia técnica gubernamentales para los grandes exportadores agrícolas en bienes únicos porque ellos eran los que obtenían las divisas fuertes necesarias para devolver los créditos y enviar beneficios a los accionistas, ejecutivos y propietarios de las empresas multinacionales.

El FMI y el Banco Mundial aceptaron negociar la refinanciación de los pagos de intereses y capital pendientes de los estados deudores a condición de que privatizaran y desnacionalizaran todas las empresas estatales monopolio y lucrativas. La privatización y la desnacionalización resultaron en compras extranjeras a gran escala de amplias parcelas de fértiles tierras agrícolas y en la producción y exportación de grano por parte de los oligarcas nacionales e inversores extranjeros.

El conjunto de estas políticas que eliminaron las barreras al libre comercio, promovieron la privatización y la desnacionalización, la amplia penetración de los sectores de mercado y producción y el aumento del énfasis de la intervención estatal en apoyo de la actividad económica de intercambio extranjero orientada a la exportación, recibió el nombre de «neoliberalismo», un modelo que combinaba unas políticas socioeconómicas dirigidas y reguladas por el estado con el objetivo de aumentar la función y el poder de las élites extranjeras y nacionales a favor de la especialización de los mercados mundiales.

El ascenso de esta nueva configuración del poder durante los años 80 y 90 dictó las decisiones políticas y económicas clave en relación con las inversiones (sus asignaciones, sectores y subsectores), además de los mercados (internos y externos), productos (alimentos, combustibles, productos básicos) y precios (carteles oligopolísticos). El principio básico que guía a las clases dirigentes nacionales y extranjeras era la especialización en actividades complementarias en la economía mundial (lo que los economistas ortodoxos denominan «especialización basada en las ventajas comparativas»). La integración de las clases dominantes extranjeras y locales resultaba lucrativa y se apoyaban la una en la otra: el capital privado y los bienes de consumo fluían por sus circuitos financieros y de bienes de consumo internacionales.

Las consecuencias a medio plazo y a gran escala de esta nueva configuración del poder para la agricultura y la producción de alimentos se manifestaron en apenas algo más de una década. En la segunda mitad de la primera década del siglo XXI estalló una crisis agrícola sin precedentes: la influencia del sector de exportación agrícola de la clase dominante y la puesta en práctica de sus políticas en favor del «libre mercado» resultaron en el final del control sobre los precios y en su ascensión meteórica. Los precios reflejaron las relaciones sociales de producción y distribución: la dominación de los terrenos y las inversiones por los grandes agricultores capitalistas dio forma a los precios del «suministro» y al por mayor; los gigantes proveedores comerciales mundiales («los supermercados») fijan los precios para el consumidor directo. Se produjo «competencia» entre los productores y los distribuidores oligopólicos para ver quién podía hacerse con los precios más altos y los mayores beneficios.

Los exportadores agrícolas de la clase dominante terminaron con los subsidios para los agricultores productores de alimentos a nivel familiar y aumentaron los subsidios para la exportación para los productores de productos básicos esenciales. Los agricultores familiares se vieron en la bancarrota y sus tierras las compraron especuladores inmobiliarios (promotores autoproclamados) para usos comerciales, pistas de golf, complejos turísticos, comunidades de lujo con vallas de separación y bienes básicos para la exportación; los arrozales se convirtieron en clubes de campo; los precios del maíz y el trigo se doblaron en los diez meses que iban desde septiembre de 2007 y julio de 2008. Los beneficios engrosaron la cuenta de resultados de Cargill ( Financial Times , 15 de abril de 2008, p 21): los beneficios trimestrales aumentaron en un 86 % hasta alcanzar los 1030 millones de dólares durante el tercer trimestre que terminó el 29 de febrero de 2008. No fue sólo un caso, como dirían los ortodoxos, de aumento de la «demanda», sino del hecho de que cientos de miles de millones de dinero de los especuladores fluyeron a los mercados de bienes de consumo. En condiciones de mercados estrechamente controlados por los grandes negocios agrícolas, las reservas de grano bajaron a sus niveles mínimos en 35 años en relación a la demanda, principalmente porque los grandes agrocapitalistas quisieron limitar el suministro de alimentos y aumentar la producción de combustible, al tiempo que derivaban capital para la especulación en productos básicos. Como resultado de la influencia de la norma de los gigantes agrocapitalistas y de sus políticas de inversión y uso de la tierra, los precios medios de los alimentos aumentaron en un 45 % entre julio de 2007 y abril de 2008 y se prevé que suban un 15 % más para julio.

Atemorizados más por las protestas masivas que desbancan regímenes clientes sumisos que por la hambruna generalizada y el aumento de la mortalidad de los pobres, los líderes capitalistas de todo el mundo se reunieron en Washington en la primavera de 2008. Se quejaron de los disturbios por los alimentos, lamentaron la «pérdida del progreso de una década (sic) en África» e incluso realizaron llamamientos a la «acción». Como era de esperar, se prometieron algunos cientos de millones de ayuda alimentaria de urgencia, lo cual destruirá los últimos bastiones de agricultores a pequeña escala que producen alimentos para los mercados locales. Los regímenes neoliberales de toda Asia se vieron obligados por el temor a bloquear las exportaciones de artículos alimenticios básicos para impedir que los disturbios alimentarios se convirtieran en insurrecciones masivas: los salarios van por detrás de los meteóricos precios de los alimentos. Los regímenes neoliberales de Indonesia, Egipto, la India, Vietnam, China y Camboya prohibieron las ventas de arroz extranjero ( Financial Times , 16 de abril de 2008, p. 1). No obstante, estos gestos proteccionistas y limosnas de alimentos han obtenido escasos efectos positivos en su país y han aumentado la escasez para los importadores de alimentos. Los futuros de maíz alcanzaron un valor récord de 6,16 USD por fanega entre enero y marzo de 2008, un aumento del 30 % y la prohibición de la exportación en Indonesia aumentó el precio del arroz en un 63 % durante los tres primeros meses del año 2008.

Ninguno de los líderes mundiales reunidos en Washington y «preocupados» por el hambre, la regresión y, lo principal, las revoluciones, propuso una reforma agraria: la redistribución de la tierra a los campesinos y agricultores para la producción de alimentos. Ninguno de los líderes propuso siquiera reformas tales como los controles de precios y beneficios y la reconversión del uso de la tierra para la producción agrícola. Ninguno de estos líderes propuso la ilegalización de la especulación en futuros de bienes básicos en las bolsas de todo el mundo. No es de extrañar que el FMI «prediga» que los precios de los alimentos continuarán aumentando hasta 2010.

Los precios de los combustibles no han bajado a pesar del aumento en miles de veces de la producción de etanol. Los precios del etanol (y de los combustibles) y de los alimentos han aumentado a pesar de la expansión de la producción porque es la misma configuración de monopolio del poder la que opera en ambos sectores.

El aumento de las diferencias entre salarios y precios es un empobrecimiento por causas estructurales. Las protestas masivas, tanto en los países imperialistas como en el tercer mundo, nacen de problemas básicos inmediatos, pero sus raíces se hunden en las estructuras profundas de la economía capitalista.

Sólo los prestigiosos economistas ortodoxos sin cerebro empleados por los bancos centrales continúan cotorreando sobre «inflación subyacente» e «inflación patente», como si los aumentos en el precio de los alimentos, los combustibles, la salud y la educación no resultaran centrales para la vida cotidiana de miles de millones de vidas. Lo peor: continúan sin comprender que una inflación galopante y unos salarios estancados son factores intrínsecos en las mismas estructuras de la economía y el estado capitalistas. Lo que es absolutamente claro es la bancarrota de la teoría de la especialización en productos de exportación a expensas de la seguridad alimentaria. Lo que era una exigencia de una minoría radical se encuentra ahora como prioridad máxima en la agenda de un movimiento de miles de millones de personas.

Las personas exigen un cambio radical de las desastrosas teorías derivadas de Friedman que preconizan la dependencia de unos mercados alimentarios mundiales monopolizados a una vuelta a las políticas revolucionarias de la autonomía alimentaria.

26-04-2008

  22:49:22, por Corral   , 173 palavras  
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Abecedário "proleta"

Nom é a inflaçom a que dana às classes mais baixas, senom que os salários nom compensem a subida dos preços. Em realidade há, sim, uma luita social entre preços e salários. Por trás dos preços estam os patrons, por trás dos salários os trabalhadores. Trata-se de ver como se reparte o bolo, que porçom vai ao excedente empresarial e qual à retribuiçom dos trabalhadores. A pretensom de que os salários nom subam é, simples e claramente, pedir a derrota dos trabalhadores. A crença de que se nom aumentam os salários também nom o farám os preços é uma ingenuidade ou umha desvergonha. Nom há nenhuma razom para pensar que se o patrom pode cobrar mais nom o faça; se os salários som mais baixos melhor para ele, maior será seu benefício. Em todo caso, o processo é o inverso, quando subiram os preços, os trabalhadores tentam, e nom sempre o conseguem, o compensar com aumentos salariais

  22:48:15, por Corral   , 160 palavras  
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CAVALGADA PARA O FASCISMO

Resistir

O infame governo do sr. Lula adoptou a política neoliberal do seu antecesor (F.H.Cardoso); atrelou o Brasil aos credores da Wall Street; nomeou e tornou inamovível no seu banco central o representante dos ditos credores; rasgou as suas promessas históricas de realização da Reforma Agrária; tem como seu principal assessor económico o super-ministro do tempo da ditadura (Delfim Neto); malbarata os recursos petrolíferos descobertos pelos técnicos da Petrobrás; etc; etc ? a lista de malfeitorias poderia continuar. No entanto, o indivíduo agora esmerou-se no seu galope para a reacção: já faz elogios encomiásticos a generais que presidiram o Brasil no tempo da ditadura, como o sanguinário Garrastazu e o sinistro Geisel (ver O Globo ). A utilização de bêbedos pela reacção e o imperialismo remonta ao sr. Yeltsin, que consumou a contra-revolução russa. O sr. Lula prossegue na mesma vassalagem etílica.

16-04-2008

  16:35:10, por Corral   , 173 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

Abecedário "proleta"

Nom é a inflaçom a que dana às classes mais baixas, senom que os salários nom compensem a subida dos preços. Em realidade há, sim, uma luita social entre preços e salários. Por trás dos preços estam os patrons, por trás dos salários os trabalhadores. Trata-se de ver como se reparte o bolo, que porçom vai ao excedente empresarial e qual à retribuiçom dos trabalhadores. A pretensom de que os salários nom subam é, simples e claramente, pedir a derrota dos trabalhadores. A crença de que se nom aumentam os salários também nom o farám os preços é uma ingenuidade ou umha desvergonha. Nom há nenhuma razom para pensar que se o patrom pode cobrar mais nom o faça; se os salários som mais baixos melhor para ele, maior será seu benefício. Em todo caso, o processo é o inverso, quando subiram os preços, os trabalhadores tentam, e nom sempre o conseguem, o compensar com aumentos salariais

  01:02:53, por Corral   , 1787 palavras  
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6.000.000.000 de dólares

por Michael R. Krätke

Professor de ciências políticas e económicas em Amsterdam. Co-editor da revista alemã SPW (Revista de política socialista e economia)

Até militares estado-unidenses de alta patente já concedem que as tropas coligadas nos dois cenários principais da guerra mundial contra o "terror" ? Iraque e Afeganistão ? constituem um desastre. Derrubaram pela força dois regimes, arcando assim com uma guerra cujo fim não é previsível. Economicamente, essas guerras são uma catástrofe ainda maior. Não podem ser ganhas e, desde há muito, não são custeáveis, nem sequer para um país como os EUA.

Há 5 anos foi dito à opinião pública norte-americana que a guerra do Iraque custaria a soma de 200 mil milhões de dólares; no pior dos casos, 270 mil milhões. Os gastos do Pentágono com armamento montavam então a 350 mil milhões de dólares. O confronto armado foi vendido como uma guerra barata que só poderia trazer benefícios para os EUA e o mundo todo: mais segurança e um preço mais baixo do petróleo bruto.

Lawrence Lindsay, o assessor económico da Casa Branca que se atreveu a falar em 200 mil milhões de dólares, foi despedido. O governo Bush sustentara antes que todo o empreendimento custaria uma soma entre 50 e 60 mil milhões de dólares. Uma mentira insolente, destinada tranquilizar a opinião pública norte-americana diante dos planeados ? e pouco depois executados ? cortes fiscais para os proprietários de capital e de património.

Alguns economistas, como William Nordhaus da Universidadede Yale, chegaram a estimativas modestas que multiplicavam por mais de cinco o montante anunciado pelo governo: 1,9 mil milhões de dólares.

É fácil explicar a diferença: todos os custos posteriores à guerra haviam sido simplesmente omitidos pelo governo. Como os custos de reparação dos danos bélicos, que no Iraque, conforme cálculos conservadores, podiam elevar-se a várias centenas de milhares de dólares. Como também os custos de assistência às vítimas da guerra, que no Iraque multiplicam em muito os custos já representam essa rubrica nos EUA. Como também os custos em dívida pública, que por si só a política fiscal de George W. Bush tinha de fazer crescer.

Joseph Stiglitz, que se tornou célebre como crítico da política devastadora do Banco Mundial, deu-se ao trabalho, junto com a ex-conselheira do governo Clinton, Linda Bilmes, de calcular exactamente o que custou até agora a guerra do Iraque. Chamou-lhes a atenção em 2005 a incongruência dos dados oficiais do Gabinete Orçamental do Congresso: de acordo com esses dados, os custos da guerra do Iraque teriam sido até então de apenas 500 mil milhões de dólares: dez vezes o desembolso bélico anunciado originalmente, mas, ainda assim, um número manifestamente baixo. Começaram portanto a investigar a coisa com maior precisão e, em Janeiro de 2006, apresentaram seus resultados provisórios: com uma estimativa conscientemente conservadora, os custos da guerra, na sua opinião, tinham de estar entre os mil milhões e os dois mil milhões de dólares.

Reacção oficial do governo Bush: quando entramos em guerra, não nos submetemos aos ditames da contabilidade. Reprovou-se a Stiglitz e outros "derrotistas" que passassem simplesmente por alto o bem que a guerra representava para o Iraque o resto do mundo.

Stiglitz e Bilmes entraram então em pormenores, a fim de refutar as manobras falsárias do governo. A guerra fora financiada até aquele momento graças a 25 leis de emergência, ou seja, com leis orçamentais extraordinárias. Além disso, o Pentágono tivera o cuidado de não calcular o conjunto dos custos bélicos efectivos.

CUSTOS DAS GUERRAS:
(IRAQUE+AFEGANISTÃO) > (COREIA+VIETNAM)

Após meses de investigações, Stiglitz e Bilmes publicaram agora as suas circunstanciadas descobertas. O resultado é impressionante: a guerra de Bush no Iraque custou, só nos EUA, 3 mil milhões de dólares. Nessa soma confluem os gastos bélicos directos, na medida em que se reflectem no orçamento dos EUA. A isso há que acrescentar os custos propriamente económicos, não registados orçamentalmente. Stiglitz e Bilmes cifram os efeitos macroeconómicos e económico-planetários da guerra em pelo menos outros 3 mil milhões de dólares. Só os custos directos da guerra de Bush ultrapassam já os das guerra do Vietnam e Coreia somadas. O montante total estimado de modo conservador destes 6 mil milhões de dólares equivale aproximadamente ao valor de todas as reservas de ouro e divisas do mundo. Cada mês, os EUA têm de desembolsar mais de 16 mil milhões de dólares, em custos correntes, para as guerras do Iraque e do Afeganistão, além dos 439 mil milhões de dólares do orçamento da defesa.

É significativo tudo o que o Pentágono e os assessores económicos do governo Bush passam por alto em matéria de custos: por exemplo, o custo dos soldados caídos e dos seus familiares e próximos. Ou o dispêndio provocado pelos numerosos feridos ou os gravemente mutilados, aos quais técnicas médicas avançadas conseguiram salvar a vida, ao preço de terem de continuar a viver como jovens incapacitados. Para não falar das vítimas iraquianas da guerra que, segundo estimativas de organizações não governamentais, ascendem ao milhão de pessoas. Tão pouco aparecem nas contas de Stiglitz e Bilmes.

O governo dos EUA mentiu também quanto aos custos da supostamente eficiente privatização da guerra. Os empregados das empresas de segurança que, por encomenda do Pentágono, desenvolvem no Iraque o seu sangrento negócio custam, em média, dez vezes do que custa um G.I. regular ? 400 mil dólares anuais, contra 40 mil. Agora existem 180 mil mercenários no Iraque. Em contraste com isso, as medidas de poupança tomadas soam a brincadeira falsária: os soldados estado-unidenses teriam que subvencionar parcialmente o seu equipamento, segundo exigem os estudos de substituição de danos do Pentágono.

Stiglitz e Bilmes também calcularam o que já custou o aventureiro financiamento da guerra de Bush e o que acabará por custar. Por causa dos cortes fiscais maciços a favor das grandes empresas e dos possuidores de capital e património, uma parte crescente dos gastos bélicos teve de ser financiada com créditos. Isso custará nos próximos anos centenas de milhares de milhões de dólares em juros. Uma vez que os norte-americanos não poupam, pois vivem esmagadoramente do emprestados (muitos viram-se forçados a isso devido a salários e rendimentos em baixa), os juros terão que ser financiados com importações de capital. O crescente endividamento do Estado transforma-se assim a um ritmo vertiginoso num crescente endividamento externo.

O governo Bush já não existirá dentro de poucos meses. Mas as consequências financeiras da sua aventura bélica terão de ser padecidas pelas gerações e governos vindouros.

Qualquer economista sabe que ao que os belicistas bushianos ignoram os custos directos de uma guerra, reflectidos como gasto militar nos orçamentos, somam-se sempre os custos económicos de conjunto. Stiglitz e Bilmes computam aqui, entre outros, os efeitos do rápido incremento do preço do petróleo bruto. Haviam prometido que, graças à intervenção no Iraque, o preço baixaria duradouramente. Como sabe toda a gente, ronda actualmente os 100 dólares por barril. Isso tem enormes consequências, não só para a economia dos EUA como para toda a economia mundial. Consequências que só podem ser um tanto mitigadas graças à queda do dólar.

No Outono de 2007, até os congressistas conservadores ficaram assombrados com a desenvoltura com que, quase simultaneamente, o presidente Bush solicitava 200 mil milhões de dólares adicionais para a sua guerra e vetava a aprovação pelo Congresso de um gasto de 20 mil milhões de dólares destinado ao saneamento e restauração de escolas públicas.

A preocupação dos congressistas era fundamentada, porque os custos da guerra continuam a subir sem peias. O ano de 2008 será o mais caro da guerra do Iraque. Os críticos fazem contas agora do que se teria podido começar a fazer com essas enormes somas para por fim às misérias que chicoteiam o país mais rico da terra. Com mil milhões de dólares teria sido possível contratar mais 15 milhões de professores, assegurar a assistência sanitária a 530 milhões de crianças, financiar bolsas para 43 milhões de estudantes. Teria sido possível proceder ao saneamento de conurbações miseráveis, renovar os ruinosos edifícios das escolas de todo o país. Com uma parte do montante desperdiçado na demonstração da superioridade militar, os EUA teriam podido finalmente permitir-se lançar os fundamentos de um Estado social moderno. Tudo isso poderia ter sido feito, se não fosse escravo da superstição da "seriedade", da respeitabilidade e da coragem, ao serviço de uma casta governante orgânica da classe dos proprietários de capital e património.

Os propagandistas da guerra mundial contra o "terror" sustentam que a guerra não deixou, contudo, de ter as suas vantagens. E é verdade que quem quiser efectuar um cálculo custo/benefício não pode deixar de computar os benefícios desta guerra. A propaganda de Bush até agora não foi insolente ao ponto de por no "Haver da Guerra" os enormes lucros que a mesma trouxe às transnacionais petrolíferas estado-unidenses, às empresas de construção, às empresas de segurança e à indústria armamentista. Resultaria congruente com a lógica neoliberal levar em conta os benefícios aportados ? ou pelo menos "assegurados" ? pelos agiotas da guerra em matéria de "postos de trabalho" e "investimentos".

Para Joseph Stiglitz torna-se difícil ? assim como para qualquer economista competente na análise custo/benefício ? reconhecer o menor proveito nesta guerra. A única vantagem que um perito económico imbuído de todo o cinismo que costuma acompanhar a profissão poderia talvez discernir no processo bélico é que serviu para enfraquecer o crescimento da economia dos EUA. Graças a isso, o crash, a grande crise económica mundial que se avizinha, talvez se abata com menor virulência do que aconteceria no caso de não haver guerra.

Peste ou cólera, guerra ou crise: qual é o "mal menor" do capitalismo realmente existente?

14-04-2008

  00:02:57, por Corral   , 173 palavras  
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Abecedário

Nom é a inflaçom a que dana às classes mais baixas, senom que os salários nom compensem a subida dos preços. Em realidade há, sim, uma luita social entre preços e salários. Por trás dos preços estam os patrons, por trás dos salários os trabalhadores. Trata-se de ver como se reparte o bolo, que porçom vai ao excedente empresarial e qual à retribuiçom dos trabalhadores. A pretensom de que os salários nom subam é, simples e claramente, pedir a derrota dos trabalhadores. A crença de que se nom aumentam os salários também nom o farám os preços é uma ingenuidade ou umha desvergonha. Nom há nenhuma razom para pensar que se o patrom pode cobrar mais nom o faça; se os salários som mais baixos melhor para ele, maior será seu benefício. Em todo caso, o processo é o inverso, quando subiram os preços, os trabalhadores tentam, e nom sempre o conseguem, o compensar com aumentos salariais

13-04-2008

  19:54:04, por Corral   , 1787 palavras  
Categorias: Outros, Dezires

6.000.000.000 de dólares

por Michael R. Krätke

Professor de ciências políticas e económicas em Amsterdam. Co-editor da revista alemã SPW (Revista de política socialista e economia)

Até militares estado-unidenses de alta patente já concedem que as tropas coligadas nos dois cenários principais da guerra mundial contra o "terror" ? Iraque e Afeganistão ? constituem um desastre. Derrubaram pela força dois regimes, arcando assim com uma guerra cujo fim não é previsível. Economicamente, essas guerras são uma catástrofe ainda maior. Não podem ser ganhas e, desde há muito, não são custeáveis, nem sequer para um país como os EUA.

Há 5 anos foi dito à opinião pública norte-americana que a guerra do Iraque custaria a soma de 200 mil milhões de dólares; no pior dos casos, 270 mil milhões. Os gastos do Pentágono com armamento montavam então a 350 mil milhões de dólares. O confronto armado foi vendido como uma guerra barata que só poderia trazer benefícios para os EUA e o mundo todo: mais segurança e um preço mais baixo do petróleo bruto.

Lawrence Lindsay, o assessor económico da Casa Branca que se atreveu a falar em 200 mil milhões de dólares, foi despedido. O governo Bush sustentara antes que todo o empreendimento custaria uma soma entre 50 e 60 mil milhões de dólares. Uma mentira insolente, destinada tranquilizar a opinião pública norte-americana diante dos planeados ? e pouco depois executados ? cortes fiscais para os proprietários de capital e de património.

Alguns economistas, como William Nordhaus da Universidadede Yale, chegaram a estimativas modestas que multiplicavam por mais de cinco o montante anunciado pelo governo: 1,9 mil milhões de dólares.

É fácil explicar a diferença: todos os custos posteriores à guerra haviam sido simplesmente omitidos pelo governo. Como os custos de reparação dos danos bélicos, que no Iraque, conforme cálculos conservadores, podiam elevar-se a várias centenas de milhares de dólares. Como também os custos de assistência às vítimas da guerra, que no Iraque multiplicam em muito os custos já representam essa rubrica nos EUA. Como também os custos em dívida pública, que por si só a política fiscal de George W. Bush tinha de fazer crescer.

Joseph Stiglitz, que se tornou célebre como crítico da política devastadora do Banco Mundial, deu-se ao trabalho, junto com a ex-conselheira do governo Clinton, Linda Bilmes, de calcular exactamente o que custou até agora a guerra do Iraque. Chamou-lhes a atenção em 2005 a incongruência dos dados oficiais do Gabinete Orçamental do Congresso: de acordo com esses dados, os custos da guerra do Iraque teriam sido até então de apenas 500 mil milhões de dólares: dez vezes o desembolso bélico anunciado originalmente, mas, ainda assim, um número manifestamente baixo. Começaram portanto a investigar a coisa com maior precisão e, em Janeiro de 2006, apresentaram seus resultados provisórios: com uma estimativa conscientemente conservadora, os custos da guerra, na sua opinião, tinham de estar entre os mil milhões e os dois mil milhões de dólares.

Reacção oficial do governo Bush: quando entramos em guerra, não nos submetemos aos ditames da contabilidade. Reprovou-se a Stiglitz e outros "derrotistas" que passassem simplesmente por alto o bem que a guerra representava para o Iraque o resto do mundo.

Stiglitz e Bilmes entraram então em pormenores, a fim de refutar as manobras falsárias do governo. A guerra fora financiada até aquele momento graças a 25 leis de emergência, ou seja, com leis orçamentais extraordinárias. Além disso, o Pentágono tivera o cuidado de não calcular o conjunto dos custos bélicos efectivos.

CUSTOS DAS GUERRAS:
(IRAQUE+AFEGANISTÃO) > (COREIA+VIETNAM)

Após meses de investigações, Stiglitz e Bilmes publicaram agora as suas circunstanciadas descobertas. O resultado é impressionante: a guerra de Bush no Iraque custou, só nos EUA, 3 mil milhões de dólares. Nessa soma confluem os gastos bélicos directos, na medida em que se reflectem no orçamento dos EUA. A isso há que acrescentar os custos propriamente económicos, não registados orçamentalmente. Stiglitz e Bilmes cifram os efeitos macroeconómicos e económico-planetários da guerra em pelo menos outros 3 mil milhões de dólares. Só os custos directos da guerra de Bush ultrapassam já os das guerra do Vietnam e Coreia somadas. O montante total estimado de modo conservador destes 6 mil milhões de dólares equivale aproximadamente ao valor de todas as reservas de ouro e divisas do mundo. Cada mês, os EUA têm de desembolsar mais de 16 mil milhões de dólares, em custos correntes, para as guerras do Iraque e do Afeganistão, além dos 439 mil milhões de dólares do orçamento da defesa.

É significativo tudo o que o Pentágono e os assessores económicos do governo Bush passam por alto em matéria de custos: por exemplo, o custo dos soldados caídos e dos seus familiares e próximos. Ou o dispêndio provocado pelos numerosos feridos ou os gravemente mutilados, aos quais técnicas médicas avançadas conseguiram salvar a vida, ao preço de terem de continuar a viver como jovens incapacitados. Para não falar das vítimas iraquianas da guerra que, segundo estimativas de organizações não governamentais, ascendem ao milhão de pessoas. Tão pouco aparecem nas contas de Stiglitz e Bilmes.

O governo dos EUA mentiu também quanto aos custos da supostamente eficiente privatização da guerra. Os empregados das empresas de segurança que, por encomenda do Pentágono, desenvolvem no Iraque o seu sangrento negócio custam, em média, dez vezes do que custa um G.I. regular ? 400 mil dólares anuais, contra 40 mil. Agora existem 180 mil mercenários no Iraque. Em contraste com isso, as medidas de poupança tomadas soam a brincadeira falsária: os soldados estado-unidenses teriam que subvencionar parcialmente o seu equipamento, segundo exigem os estudos de substituição de danos do Pentágono.

Stiglitz e Bilmes também calcularam o que já custou o aventureiro financiamento da guerra de Bush e o que acabará por custar. Por causa dos cortes fiscais maciços a favor das grandes empresas e dos possuidores de capital e património, uma parte crescente dos gastos bélicos teve de ser financiada com créditos. Isso custará nos próximos anos centenas de milhares de milhões de dólares em juros. Uma vez que os norte-americanos não poupam, pois vivem esmagadoramente do emprestados (muitos viram-se forçados a isso devido a salários e rendimentos em baixa), os juros terão que ser financiados com importações de capital. O crescente endividamento do Estado transforma-se assim a um ritmo vertiginoso num crescente endividamento externo.

O governo Bush já não existirá dentro de poucos meses. Mas as consequências financeiras da sua aventura bélica terão de ser padecidas pelas gerações e governos vindouros.

Qualquer economista sabe que ao que os belicistas bushianos ignoram os custos directos de uma guerra, reflectidos como gasto militar nos orçamentos, somam-se sempre os custos económicos de conjunto. Stiglitz e Bilmes computam aqui, entre outros, os efeitos do rápido incremento do preço do petróleo bruto. Haviam prometido que, graças à intervenção no Iraque, o preço baixaria duradouramente. Como sabe toda a gente, ronda actualmente os 100 dólares por barril. Isso tem enormes consequências, não só para a economia dos EUA como para toda a economia mundial. Consequências que só podem ser um tanto mitigadas graças à queda do dólar.

No Outono de 2007, até os congressistas conservadores ficaram assombrados com a desenvoltura com que, quase simultaneamente, o presidente Bush solicitava 200 mil milhões de dólares adicionais para a sua guerra e vetava a aprovação pelo Congresso de um gasto de 20 mil milhões de dólares destinado ao saneamento e restauração de escolas públicas.

A preocupação dos congressistas era fundamentada, porque os custos da guerra continuam a subir sem peias. O ano de 2008 será o mais caro da guerra do Iraque. Os críticos fazem contas agora do que se teria podido começar a fazer com essas enormes somas para por fim às misérias que chicoteiam o país mais rico da terra. Com mil milhões de dólares teria sido possível contratar mais 15 milhões de professores, assegurar a assistência sanitária a 530 milhões de crianças, financiar bolsas para 43 milhões de estudantes. Teria sido possível proceder ao saneamento de conurbações miseráveis, renovar os ruinosos edifícios das escolas de todo o país. Com uma parte do montante desperdiçado na demonstração da superioridade militar, os EUA teriam podido finalmente permitir-se lançar os fundamentos de um Estado social moderno. Tudo isso poderia ter sido feito, se não fosse escravo da superstição da "seriedade", da respeitabilidade e da coragem, ao serviço de uma casta governante orgânica da classe dos proprietários de capital e património.

Os propagandistas da guerra mundial contra o "terror" sustentam que a guerra não deixou, contudo, de ter as suas vantagens. E é verdade que quem quiser efectuar um cálculo custo/benefício não pode deixar de computar os benefícios desta guerra. A propaganda de Bush até agora não foi insolente ao ponto de por no "Haver da Guerra" os enormes lucros que a mesma trouxe às transnacionais petrolíferas estado-unidenses, às empresas de construção, às empresas de segurança e à indústria armamentista. Resultaria congruente com a lógica neoliberal levar em conta os benefícios aportados ? ou pelo menos "assegurados" ? pelos agiotas da guerra em matéria de "postos de trabalho" e "investimentos".

Para Joseph Stiglitz torna-se difícil ? assim como para qualquer economista competente na análise custo/benefício ? reconhecer o menor proveito nesta guerra. A única vantagem que um perito económico imbuído de todo o cinismo que costuma acompanhar a profissão poderia talvez discernir no processo bélico é que serviu para enfraquecer o crescimento da economia dos EUA. Graças a isso, o crash, a grande crise económica mundial que se avizinha, talvez se abata com menor virulência do que aconteceria no caso de não haver guerra.

Peste ou cólera, guerra ou crise: qual é o "mal menor" do capitalismo realmente existente?

  11:49:59, por Corral   , 226 palavras  
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Wall Street e as suas guerras

Iar-noticias

Como nunca na história, a economia capitalista e a geopolítica estratégica do Império se complementarom com a ocupaçom de Iraque, em abril de 2003. Com as suas tropas e bases despregadas no Iraque, EEUU fechou seu dispositivo de controle militar estratégico em Médio Oriente com projecçom ao Ásia, e as corporações capitalistas do Complexo Militar e de Wall Street contárom com um novo encrave para fazer negócios, ao custo da morte de 120 iraquianas e dois soldados USA por dia. Morridos que pouco interessam nas frias matemáticas de rentabilidade capitalista que guiarom a invasom militar de Bush e dos ?mariachis? multi-milionários, para além do mito da "loucura fundamentalista" utilizado para desviar a atençom do verdadeiro objectivo que encobre a invasom militar.

Ademais, com Bush ou após Bush na Casa Branca, no mundo capitalista "transnacionalizado" do Império norte-americano as 200 empresas multinacionais mais poderosas ditam e seguiram condicionando a política mundial e o comportamento de governos, exércitos, ou instituições mundiais oficiais ou privadas. Esse capitalismo sionista planetário, concentrado em Wall Street, a Reserva Federal e os bancos centrais europeus, é o autor intelectual e económico das invasões militares (para fazer negócios) que tanto as administrações republicanas como democratas lançam periodicamente desde a Casa Branca.

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