Os perigos do fascismo na Europa
por Dimitris Koutsoumpas [*]
Há 69 anos, neste mesmo dia, a Bandeira Vermelha foi hasteada no Reichstag apontando a vitória de uma batalha gigantesca dos povos, com a União Soviética e os comunistas da Europa na vanguarda, contra a mais terrível e desumana ideologia, a ideologia e prática fascista, nascida do próprio capitalismo que levou à maximização da exploração do homem pelo homem, à destruição absoluta da existência humana.
Milhões de pessoas se sacrificaram nesta batalha, nos campos de batalha e nos desumanos campos de concentração. Hoje, rendemos homenagem aos que perderam a vida nas trincheiras, nos campos de batalha, aos que desafiaram os pelotões de fuzilamento. Leningrado e Stalingrado na Rússia, Kokkiniá e Kesarianí na Grécia estão impressos na memória dos povos, da mesma forma que milhares de lugares, onde se determinou o resultado desta dura batalha. Lugares que, por um lado, foram marcados pela barbárie do capitalismo e, por outro, pela grandeza da luta popular contra esta criatura capitalista, o fascismo.
Quase 70 anos depois, alguns estão fazendo todo o possível para extinguir a chama da verdade histórica que foi escrita com o sangue dos povos. Estão fazendo todo o possível para distorcer a história, para justificar, de maneira direta ou indireta, a brutalidade fascista. Nesta propaganda negra das mentiras, os centros imperialistas e, em primeiro lugar, a UE, jogam um papel protagonista. A UE, inclusive, transformou o 9 de maio, que é o Dia da Vitória Antifascista dos Povos, em "Dia da Europa", tentando apagar da memória dos povos da Europa o caráter antifascista deste aniversário. Nesta missão ideológica e política caluniosa e suja, não hesita em equiparar o fascismo com o comunismo. Ao mesmo tempo, a UE, assim como os EUA, não titubeiam em confiar e apoiar as forças reacionárias mais obscuras que ascenderam ao governo da Ucrânia através de um golpe, como ocorreu anteriormente nos países bálticos, a fim de promover seus interesses geopolíticos na região da Eurásia. Nos últimos 25 anos, após da derrocada do socialismo e da dissolução da URSS, se leva a cabo uma sistemática "lavagem cerebral" ideológica anticomunista através da qual as "legiões SS" e os demais grupos armados pró-fascistas se apresentam como "libertadores" do país do bolchevismo.
No entanto, por mais rancor que exista, por mais tinta que seja gasta, a realidade objetiva não pode ser alterada. 69 anos após o fim da II Guerra Mundial, milhões de pessoas em todo o mundo reconhecem a contribuição do movimento comunista, com sacrifícios sem precedentes, para a derrota do fascismo. A força básica desta luta titânica, a alma e o líder foram os partidos comunistas, encabeçados pelo partido dos bolcheviques. Milhões de comunistas sacrificaram, inclusive suas vidas, por um mundo melhor.
O sistema capitalista, os antagonismos que, inevitavelmente, se manifestam entre os imperialistas e os monopólios, devem ser impressos e estigmatizados na consciência dos povos como os responsáveis pelas duas guerras mundiais, para os milhões de mortos, incapacitados, para as pessoas expulsas de seus lares. Não hesitaram em cometer qualquer crime com a finalidade de servir aos lucros, ao predomínio e ao poder capitalista. Esta realidade é ainda mais vigente hoje, dado que os antagonismos e os conflitos entre si estão se intensificando.
A verdade histórica não pode ser distorcida na consciência do povo, tendo sido escrita pela própria luta dos povos, com o sangue dos povos, dos movimentos pela Libertação Nacional e dos movimentos antifascistas nos países capitalistas, como os heroicos EAM (Frente pela Libertação Nacional), ELAS (Exército Nacional pela Libertação Nacional), EPON (Organização Nacional Unificada da Juventude) existentes em nosso país, que uniram e agitaram o povo a levantar-se.
Foi o resultado das grandes e titânicas batalhas do Exército Vermelho em Stalingrado, Kursk, em Leningrado, em Sebastopol, em todos os campos de batalha na União Soviética e em vários países da Europa capitalista. A grande vitória dos povos contra o eixo fascista-imperialista da Alemanha, Itália e Japão e de seus aliados foi obtida graças ao papel decisivo da União Soviética com sacrifícios incalculáveis e mais de 20 milhões de mortos.
Atualmente, na Ucrânia, nos países bálticos, assim como em outros países da Europa, o fascismo tenta levantar a cabeça, da mesma maneira que em nosso país, onde surgiu uma organização nazista criminosa, o Amanhecer Dourado.
O terrível crime de sexta-feira passada em Odessa, onde os neonazistas do "Setor Direita" queimaram vivos alguns manifestantes de idioma russo e a operação sangrenta do governo de golpista de Kiev nas regiões orientais, têm grande impacto tanto sobre nosso povo como em toda pessoa consciente no planeta. O povo ucraniano está derramando seu sangue devido à intervenção aberta dos imperialistas dos EUA, da UE e da OTAN, que apoiam o governo dos nacionalistas e fascistas de Kiev e entram em conflito com a Rússia sobre o controle dos recursos energéticos, dos tubos e das cotas de mercado. Mais uma vez, é claramente demonstrado que as alianças imperialistas não apenas não garantem a paz e a segurança para nenhum povo, como o contrário, o conduz à guerra e à indigência.
Como no passado, o monstro fascista hoje é um produto do sistema capitalista; nasce das entranhas do sistema, não é algo que está fora do sistema como querem apresentá-lo. O fascismo é a expressão do capital que se utiliza como "ponta de lança" do poder capitalista contra o movimento trabalhador.
Utiliza as condições de democracia parlamentar burguesa para reforçar-se, contando com o apoio do capital ou de seções do capital, assim como do aparato estatal. Pretende exercer o poder dos monopólios de uma maneira mais dura, tal como fizeram no passado os partidos nacional-socialistas de Hitler e Mussolini, para subjugar o movimento trabalhador e popular. Esta foi e continua sendo sua característica básica; esta é a fonte da ira anticomunista aberta que caracteriza todas as forças fascistas desde sempre.
Certamente, os partidos nacional-socialistas, ainda que expressem os interesses do capital da mesma forma que os demais partidos burgueses, também aprisionam em suas fileiras as camadas populares, tratando de formar uma ampla base popular. Isto é conseguido a partir da utilização da "ferramenta" de intimidação aberta, da política racista, do chauvinismo e do irredentismo, da distorção da história, etc., lançando mão do empobrecimento abrupto das camadas populares, que é o resultado da crise econômica e da debilidade dos demais partidos burgueses em gerenciar o sistema, em arrastar para o âmbito de sua influência os setores populares politicamente atrasados.
O fortalecimento dos partidos fascistas na Ucrânia, do partido "Svoboda" e do "Setor Direita", assim como o Amanhecer Dourado na Grécia, têm alguns elementos similares, como por exemplo, o fato de se terem manifestado após o fracasso rotundo das promessas dos partidos social-democratas que estavam no poder. Por exemplo, todos recordam as promessas do PASOK na Grécia, pouco antes do estouro da crise. Porém, a social-democracia e os partidos liberais burgueses, todos eles típicos governos burgueses, prometem medidas favoráveis ao povo enquanto, na prática, seguem uma política antipopular dura, servindo aos monopólios. Então, dada a desilusão das camadas populares arruinadas, dos autônomos, dos camponeses, dos desempregados, de setores da classe trabalhadora sem experiência, sobretudo jovens, é possível que se dirijam para uma direção mais reacionária. Uma situação similar se deu na Ucrânia, com as promessas feitas pelo governo de Yanukovich.
Esta situação requer que prestemos atenção quando se fala muito no nosso país de um "governo patriótico de esquerda", o que promete o SYRIZA, e que, no marco da UE e da OTAN, na via de desenvolvimento capitalista, supostamente, serão aliviados os trabalhadores, serão solucionados os problemas populares. Não existe maior engano e, infelizmente, se demonstrou historicamente que um tal "governo de esquerda", segundo o modelo conhecido como social-democracia, pode constituir uma ponte para uma política ainda mais direitista, dura e antipopular.
Isto foi confirmado, também, pela experiência recente e passada, dado que as consignas e as promessas de mudanças favoráveis ao povo foram desmentidas na prática por uma ou outra forma de gestão dos interesses do capital, pela barbárie capitalista, pela estratégia da UE, levando a um retrocesso de coincidências.
Hoje em dia, quando as forças fascistas surgem, por exemplo, no governo da Ucrânia, foi demonstrado com provas convincentes que o fascismo, como há 80 anos, pode ser a opção das classes burguesas, não apenas como força de ataque e de intimidação contra o movimento popular, mas, além disso, como força de gestão do poder burguês.
Sabemos por nossa própria história que as forças políticas burguesas, tanto de direita como as social-democratas, em alguns momentos, apoiaram os fascistas, que foram bastante úteis ao sistema capitalista naquelas circunstâncias cruciais. Devido ao perigo de ascensão do movimento popular, ao perigo de que o capitalismo perdesse o poder, com critérios classistas, decidiram abandonar temporariamente a forma da democracia parlamentar burguesa e não tiveram dúvidas em apoiar a forma fascista de exercer o poder do capital.
Na prática, vemos, por exemplo, o presidente dos EUA, cuja eleição foi aclamada há alguns anos pelo jornal do SYRIZA e sua administração foi elogiada por este partido e seu líder, que apoia claramente os fascistas de Kiev com o objetivo de servir aos interesses dos monopólios estadunidenses e europeus na Ucrânia, no cenário da dura competição com a Rússia, sobre o controle das quotas de mercado, das rotas de transporte, dos recursos naturais da região.
A UE e o governo grego, que preside a UE, desempenham um papel ativo nestes planos. A UE, por um lado, caracteriza como "totalitarismo" qualquer mudança governamental que não se baseie nas opções burguesas, condena a violência, enquanto, por outro lado, não hesita em utilizar a violência na hora de derrotar governos que já não servem a seus interesses, tal como ocorreu na Ucrânia. Não tiveram dúvida em utilizar a atividade extrema dos nacionalistas-fascistas, anticomunistas, nostálgicos de Hitler e, é claro, a destruição de monumentos de Lenin, de monumentos soviéticos e antifascistas.
Em nosso país também existem muitas pessoas que nos últimos anos "trabalharam" para fortalecer o Amanhecer Dourado fascista. Não apenas via seu financiamento generoso, como através da preparação do "terreno" ideológico para seu desenvolvimento. Trata-se de todos aqueles que fomentaram o ódio contra o KKE e o PAME, contra a organização política e sindical coletiva e a resistência à política antipopular, enaltecendo a indignação "às cegas", a espontaneidade, absolvendo o sistema capitalista quanto às graves consequências da crise capitalista. Referimo-nos àqueles que, como se provou, criaram "canais de comunicação" políticos com esta formação fascista, prometendo inclusive postos no governo, enquanto fomentavam a inaceitável "teoria dos dois extremos".
Depois de tantos crimes, assassinatos de imigrantes, ataques assassinos contra sindicalistas do PAME, o assassinato de P. Fissas, podemos ver que o sistema segue uma política de "podar" o Amanhecer Dourado, mas não o confronta substancialmente. Isto não tem a ver apenas com o governo, mas, contudo, com outros partidos, como mostra a decisão do Conselho Municipal de Atenas sobre os processos eleitorais. Isto representa algo: que o sistema político burguês não possui o interesse de "erradicar", mas de embelezar esta organização e não descarta a possibilidade de utilizá-la no futuro contra o movimento operário e popular.
O KKE considera que sua tarefa imediata e imperativa é isolar o Amanhecer Dourado, inimigo jurado do povo e de suas lutas e pretende golpear o KKE e o movimento operário e popular. Não se pode confrontar o Amanhecer Dourado a partir do ponto de vista de defender supostamente a democracia burguesa, o sistema capitalista que a gera, mas pela Aliança Popular numa direção antimonopolista e anticapitalista, por um movimento popular que questionará e se oporá à estratégia dos monopólios.
Tiramos lições e nos preparamos com um KKE que seja capaz de lutar sob todas as condições, sob todas as circunstâncias.
Os acontecimentos na região ampla (Oriente Médio, norte da África, Balcãs, Eurásia) são rápidos e é possível que nos próximos anos conduzam a novas guerras locais, regionais ou generalizadas. Em condições de preparação de guerras e, em geral, de intervenções imperialistas, a burguesia e seus governos tomam medidas contra o movimento trabalhador e, além disso, utilizam os partidos nacionalistas-fascistas. É possível que tentem impor medidas repressivas contra o movimento comunista e operário.
Por isso, o movimento operário, seus aliados e o Partido devem estar preparados a tempo, ser fortes, concentrados em elaborar e aplicar sua própria estratégia, que corresponderá à satisfação das necessidades trabalhistas e populares, através da ruptura do país com a UE e da OTAN, com todas as uniões imperialistas, com sua retirada dos planos imperialistas e da via de desenvolvimento capitalista.
Desta forma, a parada seguinte são as eleições locais e europeias.
Nestas eleições, deve-se condenar direta e claramente a UE, que apoiou os acontecimentos reacionários na Ucrânia. O apoio não foi acidental e nem por um descuido, mas com estimativas ruins ou devido a uma "correlação de forças negativa" ou por ser "submissa" aos EUA. O apoio foi dado porque é uma aliança a serviço dos monopólios europeus. Por sua natureza, é profundamente reacionária, já que tem como "pedra angular" a proteção dos lucros capitalistas. Pensa constantemente novos modos para explorar os trabalhadores, os trabalhadores autônomos, os aposentados, os jovens. Através do ataque contra os direitos trabalhistas e populares, os cortes de salários e pensões, a comercialização da Saúde e da Educação, através de formas de trabalho flexíveis, o desemprego, as privatizações, a PAC, etc. Esta natureza interna reacionária se reflete na política externa reacionária agressiva da UE. Por isto, por um lado, cria mecanismos de supervisão dos países, ou seja, memorandos permanentes e, por outro lado, forma o euro-exército e coopera estreitamente com a OTAN.
A conhecida "estabilidade" que invoca o governo de ND-PASOK não é nada mais que a continuidade desta política antipopular bárbara dentro e fora de suas fronteiras, num curso de estabilização e recuperação dos lucros da plutocracia. O povo não deve se deixar enganar. Qualquer que seja a recuperação dos lucros de uns poucos, isto não tem nenhuma relação com a maioria esmagadora de nosso povo.
Por outro lado, o dilema das eleições promovido pelo principal partido da oposição, "SYRIZA ou Merkel?", insinuando que sem afetar a UE e o capital, ou seja, sem afetar o caminho de desenvolvimento que nos trouxe até aqui, um governo do SYRIZA supostamente trará a "salvação", tem uma clara intenção de prender os trabalhadores dentro da UE, no marco reacionário de uma sociedade que se apoia no Minotauro dos lucros.
Estas falsas ilusões de que pode existir um capitalismo melhor, uma UE melhor, vêm sendo experimentadas pelos trabalhadores há anos e foram desmentidas plenamente. A UE não pode mudar para melhor. Está intrinsecamente ligada à decadência capitalista que não pode ser escondida pela "maquiagem" que o SYRIZA planeja fazer. Não se trata de um assunto de mudança de correlação em seu interior. A UE não se pode converter na Europa de paz, de solidariedade e de cooperação dos povos.
O SYRIZA semeou tais ilusões outra vez há dois anos, quando saudava a eleição de Hollande e a formação da chamada "frente do Sul", do "vento do Sul". Hoje em dia, o que dizia há dois anos sobre Hollande parece uma piada. Respectivamente, hoje a candidatura para o posto de chefe da Comissão Europeia, ou seja, do núcleo mais duro desta construção reacionária, supostamente mudará toda a construção. Estes "contos de fadas" dos representantes do SYRIZA defendem que se conseguirem o voto popular nas eleições iminentes, uma nova UE será construída, um capitalismo melhor será construído, não têm nenhuma base, são extremamente arbitrárias e perigosas para os interesses populares.
A UE é e se converterá num "inferno" ainda maior e mais cruel para os povos, quer o SYRIZA ocupe o primeiro ou o segundo lugar nas eleições. O único caminho é o fortalecimento da luta contra a UE, pelo desligamento desta, com o cancelamento unilateral da dívida, a socialização da riqueza, com o poder operário e popular.
Um passo nesta direção é a condenação decisiva da UE nas próximas eleições junto com a condenação do capitalismo, que gera o fascismo e a guerra imperialista. E isto só pode ser feito através do fortalecimento decisivo do KKE nas eleições europeias, através do fortalecimento do "Agrupamento Popular" nas eleições municipais e regionais.
É por isso que, a partir desta mesa redonda, dirigimos um chamamento de luta comum, de união de forças e de fortalecimento do KKE, que é a única garantia para que o povo seja forte e para poder determinar seu presente e futuro.
09/Maio/2014
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=jGlrWCa9tMo
[*] Secretário-geral do KKE. Intervenção realizada numa mesa redonda em Atenas.
A versão em inglês encontra-se em inter.kke.gr/... e em português em pcb.org.br/...
Este discurso encontra-se em http://resistir.info/ .
A junta neo-nazi de Kiev tem agora 400 mercenários da Blackwater e Greystone a operarem no terreno, anunciam os media alemães . São eles que conduzem os massacres de populações civis no leste da Ucrânia, enquadrando a tropa regular e os paramilitares neo-nazis (Svoboda e Right Sector). A contratação de mercenários estrangeiros constitui uma escalada para uma guerra civil generalizada e uma provocação contra uma potência nuclear. O jogo do imperialismo, ao animar os seus títeres de Kiev, é insano. Registe-se o papel subalterno e servil da UE, caudatária dos EUA mesmo contra os seus próprios interesses.
por James Petras
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/... . Tradução de Margarida Ferreira.
Nunca, desde que os EUA e a UE capturaram a Europa do Leste, incluindo os países bálticos, a Alemanha oriental, a Polónia e os Balcãs, e a converteram em postos avançados militares da NATO e em vassalos económicos, nunca os poderes ocidentais se movimentaram tão agressivamente para se apoderarem dum país estratégico, como a Ucrânia, ameaçando a existência da Rússia.
Até 2013, a Ucrânia era um 'estado almofada', basicamente um país não-alinhado, com laços económicos à UE e à Rússia. Governado por um regime estreitamente ligado à oligarquia local, ligada à Europa, Israel e Rússia, a elite política foi um produto duma sublevação política em 2004 (a chamada "Revolução Laranja"), financiada pelos EUA. Subsequentemente, durante a maior parte de uma década, a Ucrânia sofreu a experiência fracassada de uma política económica 'neoliberal' apoiada pelo ocidente. Depois de quase duas décadas de penetração política, os EUA e a UE ficaram entrincheiradas profundamente no sistema político, através do financiamento regular das alegadas organizações não-governamentais (ONG), partidos políticos e grupos paramilitares.
A estratégia dos EUA e da UE foi instalar um regime flexível que levasse a Ucrânia para o Mercado Comum Europeu e para a NATO, como estado cliente subordinado. As negociações entre a UE e o governo ucraniano decorreram vagarosamente. Acabaram por fracassar por causa das condições onerosas exigidas pela UE e pelas concessões económicas mais favoráveis e subsídios propostos pela Rússia. Depois do fracasso em negociar a anexação da Ucrânia à UE, e por não estarem dispostas a esperar pelas eleições constitucionais já marcadas, as potências da NATO activaram as suas ONG, bem financiadas e organizadas, líderes políticos seus clientes e grupos paramilitares armados para derrubarem pela violência o governo eleito. O golpe violento foi um êxito e a junta civil-militar nomeada pelos EUA assumiu o poder.
A Junta foi formada por 'ministros' neoliberais e chauvinistas submissos. Os primeiros foram escolhidos pelos EUA, para administrar e impor uma nova ordem política e económica, incluindo a privatização de empresas e de recursos públicos, cortando os laços comerciais e de investimento com a Rússia, eliminando um tratado que permitia a base naval russa na Crimeia e acabando com as exportações militar-industriais para a Rússia. Foram nomeados para posições ministeriais neofascistas e sectores das forças militares e policiais, a fim de reprimir violentamente qualquer oposição pró-democracia no ocidente e no leste. Supervisionaram a repressão dos bilingues (russos-ucranianos), de instituições e de práticas ? transformando a oposição contra o golpe de estado apoiado pelos EUA-NATO numa oposição étnica. Fizeram uma limpeza em todos os detentores de cargos opositores no ocidente e no leste e nomearam governadores locais de confiança ? criando assim um regime de lei marcial.
Os alvos estratégicos da NATO-Junta
A tomada de poder, violenta e de alto risco, da Ucrânia pela NATO foi motivada por diversos objectivos estratégico-militares, que incluíam:
1) A expulsão da Rússia das suas bases militares da Crimeia ? transformando-as em bases da NATO às portas da Rússia.
2) A transformação da Ucrânia num trampolim para a penetração no sul da Rússia e no Cáucaso; uma posição avançada para gerir e apoiar politicamente os partidos liberais pró-NATO e as ONG no interior da Rússia.
3) A destruição de sectores fundamentais da indústria de defesa militar russa, ligados às fábricas ucranianas, acabando com a exportação de maquinaria crítica e sobressalentes para a Rússia.
A Ucrânia foi durante muito tempo uma parte importante do complexo industrial militar da União Soviética. Os estrategas da NATO por detrás do golpe sabiam muito bem que um terço da indústria de defesa soviética se manteve na Ucrânia depois do desmantelamento da URSS e que quarenta por cento das exportações da Ucrânia para a Rússia, até há bem pouco tempo, consistiam em armamentos e maquinaria com isso relacionada. Mais especificamente, a instalação Motor Sikh na Ucrânia de leste fabricava a maior parte dos motores para os helicópteros militares russos, incluindo um contrato em vigor para fornecer motores para mil helicópteros de ataque. Os estrategas da NATO orientaram imediatamente os seus lacaios em Kiev para suspender todas as entregas militares à Rússia, incluindo foguetões de médio alcance ( Financial Times, 4/21/14, p.3). Os estrategas militares dos EUA e da UE encararam o golpe em Kiev como uma forma de sabotar as defesas russas no ar, no mar e nas fronteiras. O presidente Putin acusou o golpe mas insiste que a Rússia poderá substituir internamente a produção interna de peças críticas dentro de dois anos. Isso significa a perda de milhares de postos de trabalho especializados na Ucrânia de leste.
4) O cerco militar da Rússia com bases avançadas da NATO na Ucrânia, equiparáveis às do Báltico, até aos Balcãs, da Turquia até ao Cáucaso e depois a partir da Geórgia até à Federação Russa autónoma.
O cerco dos EUA-UE à Rússia destina-se a acabar com o acesso russo ao Mar do Norte, ao Mar Negro e ao Mediterrâneo. Cercando e confinando a Rússia a uma massa continental isolada sem 'saídas para o mar', os construtores do império EUA-UE procuram limitar o papel da Rússia enquanto potência rival central e, possivelmente, contrabalançar as suas ambições imperialistas no Médio Oriente, norte de África, sudeste de Ásia e Atlântico norte.
O golpe na Ucrânia: da expansão integral à imperial
Os EUA e a UE pretendem destruir governos independentes, nacionalistas e não-alinhados em todo o mundo e transformá-los em satélites imperialistas sejam quais forem os meios. Por exemplo, a actual invasão mercenária da Síria, armada pela NATO, é dirigida para o derrube do governo nacionalista e laico de Assad e para o estabelecimento de um estado vassalo pró-NATO, independentemente das consequências sangrentas para os vários povos sírios. O ataque à Síria serve múltiplos fins. Eliminando um aliado russo e a sua base naval mediterrânica; enfraquecendo um apoiante da Palestina e um adversário de Israel; cercando a República Islâmica do Irão e o poderoso Partido Hezbollah militante no Líbano e estabelecendo novas bases militares em solo sírio.
A conquista da Ucrânia pela NATO tem um efeito multiplicador que se estende 'para cima' na direcção da Rússia e 'para baixo' na direcção do Médio Oriente e consolida o controlo sobre a sua vasta riqueza petrolífera.
As recentes guerras da NATO contra os aliados russos ou seus parceiros comerciais confirmam este prognóstico. Na Líbia, destacavam-se as políticas independentes, não alinhadas do regime de Kadhafi em forte contraste com os servis satélites ocidentais como Marrocos, o Egipto ou a Tunísia. Kadhafi foi derrubado e a Líbia destruída através de um maciço ataque aéreo da NATO. A rebelião da massa popular do Egipto contra Mubarak e a democracia emergente foram subvertidas por um golpe militar e acabaram por fazer regressar o país à órbita dos EUA-Israel-NATO ? sob um ditador brutal. Todas as incursões armadas de Israel, amigalhaço da NATO, contra o Hamas em Gaza e contra o Hezbollah no Líbano, assim como as sanções EUA-UE contra o Irão, são dirigidas contra potenciais aliados ou parceiros comerciais da Rússia.
Os EUA foram obrigados a desistir de cercar a Rússia via 'eleições e mercados livres' na Europa de Leste, e a confiar na força militar, nos esquadrões da morte, no terrorismo e nas sanções económicas na Ucrânia, no Cáucaso, no Médio Oriente e na Ásia.
Mudança de regime na Rússia: de potência global a estado vassalo
O objectivo estratégico de Washington é isolar a Rússia do exterior, sabotar a sua capacidade militar e corroer a sua economia, a fim de reforçar os colaboradores políticos e económicos da NATO no interior da Rússia ? levando à sua maior fragmentação e ao regresso a um estatuto de semi-vassalo.
O objectivo da estratégia imperialista é colocar no poder em Moscovo amigos políticos neoliberais, como os que dirigiram a pilhagem e a destruição da Rússia durante a vergonhosa década de Yeltsin. A tomada do poder na Ucrânia pelos EUA-EU é um grande passo nessa direcção.
Avaliar a estratégia do cerco e da conquista
Até aqui, a conquista da Ucrânia pela NATO não tem avançado como planeado. Primeiro que tudo, a conquista violenta do poder pelas elites abertamente pró-NATO renegando abertamente os acordos e tratados militares com a Rússia sobre as bases na Crimeia, forçaram a Rússia a intervir em apoio da população local, de esmagadora etnia russa. Na sequência de um referendo livre e aberto, a Rússia anexou a região e assegurou a sua presença militar estratégica.
Enquanto a Rússia mantinha a presença naval no Mar Negro? a Junta da NATO em Kiev desencadeou uma ofensiva militar de grande escala contra a maioria de língua russa, a favor da democracia e anti-golpe, na metade oriental da Ucrânia, que tem exigido uma forma de governo federal, reflectindo a diversidade cultural da Ucrânia. Os EUA-UE promoveram uma "resposta militar" à dissidência popular de massas e encorajaram o regime golpista a eliminar os direitos civis da maioria de língua russa através de terrorismo neonazi e a forçar a população a aceitar os dirigentes regionais nomeados pela Junta em vez dos seus líderes eleitos. Em resposta a esta repressão, nasceram rapidamente comissões populares de autodefesa e milícias locais e o exército ucraniano foi inicialmente forçado a recuar com milhares de soldados a recusarem-se a disparar sobre os seus compatriotas por ordem do regime instalado em Kiev pelo ocidente. Durante algum tempo, a Junta de coligação neoliberal e neofascista, apoiada pela NATO, teve que lutar contra a desintegração da sua 'base de poder'. Ao mesmo tempo, a 'ajuda' da UE, do FMI e dos EUA não conseguiu compensar o corte do comércio russo e dos subsídios à energia. A conselho do director da CIA, Brenner, de visita, a Junta de Kiev enviou as suas "forças especiais" de elite, treinadas pela CIA e pelo FBI para executar massacres contra civis pró-democracia e milícias populares. Enviaram criminosos armados para a cidade de Odessa que encenaram um massacre "exemplar": Incendiaram a sede do principal sindicato da cidade e assassinaram 41 pessoas, na maioria civis desarmados que ficaram encurralados dentro do edifício com as saídas bloqueadas pelos neonazis. Os mortos incluíam muitas mulheres e adolescentes que tinham procurado abrigo dos ataques dos neonazis. Os sobreviventes foram brutalmente espancados e detidos pela 'polícia' que assistira impassível enquanto o edifício ardia.
O futuro colapso da junta golpista
A tomada do poder na Ucrânia, por Obama, e os seus esforços para isolar a Rússia provocaram alguma oposição na UE. Nitidamente, as sanções prejudicam grandes multinacionais europeias com profundas ligações à Rússia. O golpe militar dos EUA na Europa de Leste, nos Balcãs e no Mar Negro desperta tensões e ameaça uma conflagração militar de grande escala, prejudicando importantes contratos económicos. As ameaças dos EUA-UE na fronteira da Rússia aumentaram o apoio popular ao presidente Putin e reforçaram a liderança russa. A tomada estratégica do poder na Ucrânia radicalizou e aprofundou a polarização da política ucraniana entre as forças neofascistas e pró-democracia.
Enquanto os estrategas imperialistas alargam e aumentam a sua posição militar na Estónia e na Polónia e despejam armas na Ucrânia, toda a tomada de poder assenta em bases políticas e económicas muito precárias ? que podem desabar dentro de um ano ? no meio duma guerra civil sangrenta e/ou massacre interétnico.
A Junta da Ucrânia já perdeu o controlo político em mais de um terço do país, para movimentos pró-democracia e anti-golpe e milícias de autodefesa. Ao cortar exportações estratégicas para a Rússia para servir os interesses militares dos EUA, a Ucrânia perdeu um dos seus mercados mais importantes, que não pode ser substituído. Sob o controlo da NATO, a Ucrânia vai ter que comprar "hardware" militar especificado pela NATO, o que levará ao fecho das suas fábricas, viradas para o mercado russo. A perda do comércio russo já está a levar ao desemprego em massa, principalmente entre operários industriais especializados no leste que podem ser forçados a imigrar para a Rússia. O grande aumento dos défices comerciais e a erosão das receitas do estado conduzirão a um colapso económico total. Em terceiro lugar, em consequência da submissão da Junta de Kiev à NATO, a Ucrânia perdeu milhares de milhões de dólares em energia subsidiada da Rússia. Os altos custos de energia retiram competitividade às indústrias ucranianas nos mercados globais. Em quarto lugar, a fim de assegurar empréstimos do FMI e da UE, a Junta concordou em eliminar os subsídios aos preços dos alimentos e da energia, afectando gravemente os rendimentos familiares e mergulhando os pensionistas na pobreza. Cada vez há mais falências, à medida que as importações da UE e de outros locais desalojam as indústrias locais anteriormente protegidas.
Não se verificam novos investimentos, por causa da violência, da instabilidade e dos conflitos entre neofascistas e neoliberais no seio da Junta. Só para estabilizar as operações correntes do governo, a junta precisa rapidamente de um reforço de 30 mil milhões de dólares, sem juros, dos seus patrões da NATO, uma quantia que não vai aparecer nem agora nem no futuro imediato.
É óbvio que os 'estrategas' da NATO que planearam o golpe estavam apenas a pensar em enfraquecer militarmente a Rússia e não se preocuparam com os custos políticos, económicos e sociais de sustentar um regime fantoche em Kiev quando a Ucrânia estava tão dependente dos mercados, empréstimos e energia subsidiada da Rússia. Além disso, parece terem menosprezado a dinâmica política, industrial e agrícola das regiões do leste do país, previsivelmente hostis. Em alternativa, os estrategas de Washington podem ter baseado os seus cálculos na instigação à divisão, ao estilo da Jugoslávia, acompanhada por uma maciça limpeza étnica no meio das deslocações e massacres das populações. Sem se impressionar com os milhões de baixas civis, Washington considera que a sua política de desmantelamento da Jugoslávia, do Iraque e da Líbia foram grandes êxitos político-militares.
A Ucrânia, quase com certeza, vai entrar numa depressão prolongada e profunda, incluindo um declínio precipitado nas exportações, no emprego e na produção. Possivelmente, o colapso económico levará a protestos e desassossego social por todo o país: espalhando-se de leste para oeste, de sul para norte. Motins sociais e miséria generalizada podem aprofundar ainda mais a corrosão da moral das forças armadas ucranianas. Kiev já tem dificuldade em alimentar os seus soldados e tem que confiar nas milícias de voluntários neofascistas que podem ser difíceis de controlar. Os EUA-UE não deverão intervir directamente com uma campanha de bombardeamentos ao estilo da Líbia, dado que iriam enfrentar uma guerra prolongada na fronteira da Rússia numa altura em que a opinião pública nos EUA está a sofrer com a exaustão da guerra imperialista, e os interesses empresariais europeus com ligações a empresas de recursos russos estão a resistir às sanções em consequência.
O golpe dos EUA-UE deu origem a um regime fracassado e a uma sociedade minada por violentos conflitos ? em espiral para uma violência étnica aberta. O que de facto se tem seguido é um sistema de poder dual em que os contendores são transversais às fronteiras regionais A Junta de Kiev não tem coerência nem estabilidade para servir de elo militar fiável da NATO no cerco à Rússia. Pelo contrário, as sanções dos EUA-UE, as ameaças militares e a retórica belicosa estão a forçar os russos a repensar rapidamente a sua 'abertura' ao ocidente. As ameaças estratégicas à sua segurança nacional estão a levar a Rússia a rever os seus laços com bancos e empresas ocidentais. A Rússia pode ter que recorrer a uma política de expansão da industrialização, através de investimentos públicos e de substituição de importações. Os oligarcas russos, depois de perderem as suas posições além-mar, podem tornar-se menos centrais para a política económica russa.
O que é claro é que a tomada de poder em Kiev não resultará numa 'faca apontada ao coração da Rússia'. A derrota final e o derrube da Junta de Kiev podem levar a uma Ucrânia autónoma radicalizada, baseada nos crescentes movimentos democráticos e na crescente consciência de classe dos trabalhadores. Isso terá que surgir da sua luta contra os programas de austeridade do FMI e contra a espoliação de recursos e empresas da Ucrânia, feita pelo ocidente. Os operários industriais da Ucrânia que conseguirem libertar-se do jugo dos vassalos ocidentais em Kiev não têm intenção de se submeterem ao jugo dos oligarcas russos. A sua luta é por um estado democrático, capaz de desenvolver uma política económica independente, livre de alianças militares imperialistas.
Epílogo:
1º de Maio de 2014: Poder popular dual no leste, fascismo em ascensão no ocidente
O previsível falhanço entre os parceiros neofascistas e neoliberais na Junta de Kiev ficou evidenciado por motins de grande escala, entre gangues de rua rivais e a polícia no 1º de Maio. A estratégia dos EUA-UE pretendia usar os neofascistas como 'tropa de choque' e os combatentes de rua para derrubar o regime eleito de Yankovich e depois verem-se livres deles. Como exemplificado pela famosa conversa gravada entre a secretária de Estado adjunta, Victoria Nuland, e o embaixador americano em Kiev, os estrategas da UE-EUA promovem os seus amigalhaços neoliberais escolhidos a dedo para representar o capital estrangeiro, impor políticas de austeridade e assinar tratados para bases militares estrangeiras. Em contraste, as milícias e partidos neofascistas favorecem as políticas económicas nacionalistas, conservando as empresas estatais e provavelmente serão hostis a oligarcas, especialmente os de cidadania dupla "Israel-Ucrânia".
A incapacidade da Junta de Kiev para desenvolver uma estratégia económica, a tomada violenta do poder e a repressão de dissidentes pró-democracia no leste levou a uma situação de 'poder dual'. Em muitos casos, as tropas enviadas para reprimir os movimentos pró-democracia abandonaram as armas, abandonaram a Junta de Kiev e juntaram-se aos movimentos de emancipação no leste.
Para além dos seus padrinhos no exterior ? a Casa Branca, Bruxelas e o FMI ? a Junta de Kiev foi abandonada pelos seus próprios aliados de direita por ser demasiado subserviente à NATO e sofre a resistência do movimento pró-democracia no leste por ser autoritária e centralista. A Junta de Kiev está entre a espada e a parede: falta-lhe legitimidade entre a maior parte dos ucranianos e perdeu o controlo de tudo, com excepção duma pequena faixa de terreno ocupada pelos gabinetes governamentais em Kiev e mesmos esses estão cercados pela direita neofascista que aumenta à custa dos seus antigos apoiantes agora desiludidos.
Sejamos claros, a luta na Ucrânia não é entre os EUA e a Rússia, é entre a Junta imposta pela NATO, formada por oligarcas neoliberais e fascistas de um lado e os operários industriais e as suas milícias locais e conselhos democráticos por outro. Os primeiros defendem e obedecem ao FMI e a Washington; os últimos baseiam-se na capacidade produtiva da indústria local e reflectem a maioria.
07/Maio/2014
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/... . Tradução de Margarida Ferreira.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
http://www.aporrea.org/internacionales/n247594.html
22 de Março de 2014.- Case 90% dos residentes das cidades de Veneza e Verona querem a secessom da sua província do território italiano, revelou umha votaçom em linha de 5 dias. Agora os activistas planejam organizar outra consulta popular, desta vez oficial.
A maioria dos residentes das cidades italianas de Veneza e Verona votaram por separar-se da Itália com o fim de estabelecer a república soberana de Véneto (nome da província actual). A votaçom, que levou a cabo entre o 16 de Março e 21 Março num sitio web e por telefone, só tem um carácter consultivo.
Segundo os resultados anunciados polos activistas na praça central de Treviso, onde se reunírom nesta sexta-feira multidons de pessoas para aplaudir o resultado, de um total de 2,3 milhons de votantes, a favor da separaçom da Itália pronunciaram-se 2,1 milhões, o que representa 89,10% dos participantes. A sondagem foi organizado por um grupo activista que busca o retorno da independência à província de Véneto e está com a intuito de pôr em prática os seus planos num futuro próximo organizando um referendo oficial.
Cabe mencionar que durante a sua independência, a República de Veneza era umha grande potência que controlava as principais rotas comerciais e tinha várias colónias no Mediterrâneo e fora dele. Em 1797, Napoleom Bonaparte derrocou ao último Dux (mandatário) veneziano e uniu a república a Áustria. Veneza foi unida a território italiano em 1866 no marco de um referendo, o qual é considerado polos activistas do Comité para a independência da regiom de Véneto como um "erro", já que os resultados da consulta popular, na sua opiniom, foram manipulados.
http://www.globalresearch.ca/eua-instalou-um-governo-neo-nazi-na-ukraina/5372156
By Prof Michel Chossudovsky
Global Research, March 06, 2014
De acordo com o New York Times, ?Os Estados Unidos e a União Européia abraçaram a revolução ucraniana como um novo florescer da democracia, como um golpe contra o autoritarianismo e a cleptocracia no ex- espaço soviético.? (Depois de um inicial triumfo os líderes da Ukraina estão face a uma batalha de credibilidade ? After Initial Triumph, Ukraine?s Leaders Face Battle for Credibility, NYTimes.com, 1 de março de 2014, ênfases acrescentadas)
?Democracia Florescendo e Revolução?? A cruel realidade é uma outra. O que está em jogo é um golpe de estado financiado pelos EUA-UE- OTAN, e isso em bramante violação da lei internacional.
A verdade, proibida de ser dita, é que o ocidente engendrou ? através de uma cuidadosamente encenada operação as encobertas ? a formação de um regime por procuração, regime esse integrado por Neo-Nazis.
Confirmado pela Adjunta Secretária do Estado Victoria Nyland, organizações chaves na Ukraina, incluindo-se aqui o partido Neo-Nazi Svoboda (Liberdade), foram generosamente apoiadas por Washington: ?Nós investimos mais do que 5 bilhões de dólares para ajudar a Ukraina a atingir esses e ainda outros objetivos. ? Nós iremos continuar a promover a Ukraina ao futuro que ela merece.?
A mídia ocidental evita, de maneira casual, uma análise da composição e dos fundamentos ideológicos da coalisão governamental. A palavra ?Neo-Nazi? é um tabú. Ela foi excluida do dicionário e dos comentários da mídia, que não alternativa ou independente. Essa palavra não irá aparecer nas páginas do New York Times, do Washington Post ou The Independent. Os jornalistas foram instruidos a não usar o termo ?Neo-Nazi? para designar os partidos Svoboda [Svoboda lendo-se então Svaboda] e o Sector de Direita.
Composição da Coalisão Governamental
Não estamos tratando aqui com um governo de transição no qual os Neo-Nazis integram os flancos mais afastados da coalisão, formalmente dirigida pelo partido Fatherland (Pátria).
O Cabinete Ministerial não só é integrado pelos partidos Svoboda e Sector de Direita (para aqui já nem se mencionar ex-membros da defunta fascística UNA-UNSO). Para essas duas principais entidades Neo-Nazis, Svoboda e Sector de Direita, foram confiadas posições chaves que garantem a elas o, de-facto, control das Forças Armadas, da Polícia, da Justiça e da Segurança Nacional.
Enquanto o partido Fatherland ? Pátria, de Yatsenuyk controla a maioria das pastas, o partido Svoboda, do líder Neo-Nazi Oleh Tyahnybok, não ganhou nenhum posto importante no cabinete ministerial (a julgar pelas aparências isso teria sido a pedido da Assistente Secretária do Estado Victoria Nyland). Entretanto, membros do Svoboda e do Sector de Direita ocupam agora posições chaves nas áreas da Defesa, da Aplicação da Lei, da Educação e da Economia.
US Assistente Secretára do Estado Victória Nyland juntamente com o líder do Neo Nazi Svoboda Oleh Tuahnybok (a esquerda)
FOTO: Andriy Parubiy [a direita] co-fundador do Partido Neo-Nazi Social-Nacional da Ukraina ? (posterioemente denominado Svoboda) ? foi apontado como Secretário do Comité da Segurança e da Defesa Nacional da Ukraina (RNBOU) ? (Рада національної безпеки і оборони України, uma posição chave. O RNBOU supervisiona e inspeciona o Ministério da Defesa, as Forças Armadas, a Aplicação da Lei, a Segurança Nacional e os Serviços de Inteligência. O RNBOU é um corpo deliberativo de central importância. Conquanto formalmente dirigido pelo presidente, ele é administrado pelo Secretariado, o qual tem uma força de trabalho de 180 pessoas, o que inclui especialistas da defesa, inteligência e segurança.
Parubiy foi um dos principais líderes da Revolução Orange de 2004. A sua organização foi financiada pelo ocidente. A mídia ocidental refere-se a ele como o ?comandante? do movimento EuroMaidan. Andriy Parubiy assim como o líder do partido Svoboda, Oleh Tyahnybok, é um adepto do nazista ucraniano Stepan Bandera, o qual colaborou nos assassinatos em massa de judeus e polacos durante a Segunda Guerra Mundial.
Reuters / Gleb Garanich
Passeata Neo-Nazi em honra de Stepan Bandera.
Por seu lado, Dmytro Yarosh, líder da delegação do Sector de Direita no parlamento, foi apontado como vice Secretário do RNBOU.
Yarosh era o líder dos paramilitares Neo-Nazis, ?Brown Shirts?, durante o movimento de ?protesto? na EuroMaidan. [Brown Shirt significando Camisa Marrom]. Ele convocou a ação para o desmantelar do Partido das regiões [o partido do presidente] e do Partido Comunista.
partido Neo Nazi também passa a controlar o judicial com o apontar de Oleh Makhnitsky, do partido Svoboda, para a posição de promotor-geral da Ukraina. Que tipo de justiça irá prevalecer com um reconhecido Neo-Nazi como encarregado da Procuradoria-Geral da República / Ministério Público da Ukraina?
Postos no Cabinete também foram alocados a ex-membros de uma organização Neo-Nazi periférica, a Nacional Assembléia Ucraniana ? Defesa Pessoal Nacional Ucraniana (UNA-UNSO):
?Tetyana Chernovol é apresentada na mídia ocidental como uma jornalista de investigação em cruzada, sem que referências sejam feitas ao seu passado na anti-semítica UNA-UNSO. Ela foi nomeada presidente do comité governamental anti-corrupção.
Dmytro Bulatov, conhecido pelo seu alegado sequestramento pela polícia, também tem conexões com a UNA-UNSO. Ele foi apontado como o ministro responsável pelo sector juvenil e de esportes.
Yegor Sobolev, líder de um grupo cívico na Independence Maidan e politicamente na mesma linha que Yatsenyuk. Ele foi apontado presidente do Comité de ?Lustration? [limpeza-purificação?oferenda-sacrifício/étnico-religioso], encarregado com o purgar da vida pública e do governo os seguidores do Presidente Yanukovych. (Veja Ukraine Transition Government: Neo-Nazis in Control of Armed Forces, National Security, Economy, Justice and Education, Global Research, 2 de março de 2014.
O Comité de Lustration ? irá organizar a perseguição Neo-Nazi e a investigação (caça as bruxas) contra todos os oponentes do novo regime Neo-Nazi. Os alvos dessa campanha serão as pessoas em posição de autoridade no serviço público, nos governos regionais, municipais, na educação, assim como nas áreas de pesquisa, etc. O termo lustration, limpeza-purificação, refere-se aqui a uma ?desqualificação massiva? de pessoas associadas com o ex-governo. Esse termo também tem um sentido racial. Com todas as probabilidades isso irá ser virado contra comunistas, russos e membros da comunidade judia.
É importante que se reflita no fato de que o ocidente, formalmente tendo comitimentos a valores democráticos, não só dirigiu o lançamento do golpe contra um presidente eleito, como também depois instalou em seu lugar um governo constituido de Neo-Nazis.
Esse é um governo por procuração, que permite aos Estados Unidos, a OTAN e a União Européia a interferir nos negócios internos da Ukraina, assim como desmantelar as suas relações bilaterais com a Federação Russa. Entretanto, deveria ser entendido que os Neo-Nazis, em última instância, não são os que realmente estão em comando: Abaixo de um ?regime de governo indireto? eles recebem suas ordens quanto a questões cruciais nas esferas dos assuntos militares e dos negócios estrangeiros ? incluindo-se aqui então o colocamneto de tropas dirigidas contra a Rússia ? do Departamento do Estado dos EUA, do Pentágono, e da OTAN.
O mundo está numa encruzilhada perigosa: A estrutura e a composiçäo do governo por procuração, instalado pelo ocidente, não favorece um diálogo nem com o governo, nem com os militares russos.
FOTO ? John McCain e o líder do partido Svoboda, Oleh Tyahnybok
Um cenário de escalação militar a qual poderia levar a uma confrontação entre a Rússia e a OTAN é uma clara possibilidade. O Comité da Segurança e da Defesa Nacional da Ukraina (RNBOU) o qual como foi dito acima é controlado pelos Neo-Nazis, tem um papél central em questões militares. Numa eventual confrontação com Moscou, decisões tomadas pela RNBOU dirigida pelo Neo-Nazi Parubiy e seu vice, brown shirt Dmytro Yarosh ? em consultação com Washington e Bruxelas ? poderia vir a ter consequências potencialmente devastadoras.
Entretanto, nem precisaria de ser dito que o ?apoio? a formação do governo Neo-Nazi, de maneira nenhuma implicaria nesse caso , o desenvolvimentos de ?tendências fascistas? dentro do contexto da Casa Branca, do Departamento do Estado e do Congresso dos Estados Unidos.
?O florescer da democracia? na Ukraina ? para usar as palavras do New York Times ? é endossada pelos Republicanos e Democratas. Esse é um projeto bipartisan. Caso tenhamos esquecido, o senador John McCain é um firme apoiante e amigo do líder Oleh Tyahnybok, do Neo Nazi Svoboda. (Veja foto acima).
Michel Chossudovsky
By Manlio Dinucci
Global Research, March 06, 2014
ilmanifesto.it
A guerra para o controle da Ukraina começou com um poderoso psyop, ou seja, operação de guerra psicológica, onde se utilizam armas de distração de massas já experimentadas. As imagens com as quais a televisão bombardeia nosso espírito nos mostram os militares russos que ocupam a Criméia. Nenhuma dúvida, portanto, sobre quem é o agressor. Contrariamente, conosco permaneceram outras imagens, como aquela do secretário do partido comunista ucraniano de Leopoli, Rotislav Vasilko, torturado pelos neo-nazis que brandiam mesmo frente aos seus olhos uma cruz de madeira [1] (veja comunicado de Contropiano). Esses eram os mesmos que assaltam as sinagogas e gritam ?Heil Hitler?, em de quando ressucitando o pogrom de 1941. Os mesmos financiadores e os mesmos treinadores durante os anos, através de serviços secretos e seus NGOs, através dos Estados Unidos e da OTAN. Eles fizeram a mesma coisa na Líbia e estão a caminho de o fazer o mesmo na Síria, utilizando grupos de islamistas recentemente definidos como terroristas. Há dez anos que nós estivemos documentando no il manifesto (cf. Ukraine, le dollar va aux élections- o dólar vai as eleições, 2004) como Washington financiou e organizou a ?revolução orange?, ou seja o golpe de estado de 2004, e a ascensão à presidência de Victor Yushchenko, o qual tinha a intenção de levar Ukraina a OTAN. Já a seis anos vínhamos descrevendo as manobras militares denominadas como ?Brisa do Mar? a qual operava na Ukraina sob as diretivas da ?Parceiros para a Paz? dizendo que ?a brisa do mar? que sopra sobre o Mar Negro está a prenunciar os ventos de guerra? [cf. Jogos de guerra no Mar Negro, 2008 [2].
Rotislav Vasilko, torturado por néo-nazis que brandiam uma cruz de madeira frente a seus olhos
Para se comprender o que está para se passar na Ukraina não é suficiente de se olhar só para as imagens de hoje. É necessário que se veja todo o filme. Tem-se que observar a sequência da expansão da OTAN ao Leste, que em 10 anos, 1999-2009, abrangeu todos os países do ex-pacto de Varsóvia, antigamente aliados da União Soviética, URSS. Três países da ex-URSS e dois da ex-Yugoslávia deslocaram suas bases e forças militares e com elas a capacidade nuclear, sempre mais para junto da Rússia, armando-se em um ?círculo? ou colar anti-mísseis os quais não são instrumentos de defesa, mas de ofensiva. Isso sendo feito apesar dos repetidos avisos e advertências de Moscou, os quais são ignorados ou tornados em charadas do tipo ?esses são passados estereótipos da guerra fria??. O verdadeiro fim nessa escalada não é a adesão da Ukraina na União Européia, mas a anexação da Ukraina na OTAN.
A estratégia da EUA/OTAN é uma real estratégia de tensão que, além do problema da Europa, tem o fim de redimensionar o poder que conservou a maior parte do território e dos recursos da URSS, ou seja, a Rússia, a qual se restabelece da crise econômica do pós-guerra fria, relançou sua política exterior, veja-se aqui o papél feito na Síria, e que se virou a China para criar uma aliança que potencialmente pudesse contrabalançar o super-poder dos Estados Unidos.
Mas, através da estratégia de tensão se coagiu a Rússia, como dantes foi feito com a URSS, a um curso de maiores e maiores despesas com armamentos, e isso tendo como objetivo o de aumentar-lhe as dificuldades econômicas internas, o que ainda pressionaria a maioria da população. Estão aqui fazendo o que podem para que a Rússia reaja militarmente e possa então abaixo desse pretexto ser afastada do grupo das ?grandes democracias?. Aqui se ameaça então com a exclusão da G8.
A representante dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, galopando na ?responsabilidade de proteger? outorga aos Estados Unidos o poder divino, e exige o envio de observadores (Osce) na Ukraina. Os mesmos que dirigidos por William Walker, antigamnete dirigiram os serviços secretos americanos dos Estados Unidos em El Salvador e serviram 1998-99 de cobertura a CIA no Kosovo, em fornecendo a UCK instruções e telefonia por satélite. Isso sendo para a guerra que a OTAN estava a ponto de deslanchar. Durante 78 dias, levantaram voo, principalmente de bases italianas. 1100 aviões de guerra efetuaram 38.000 saídas e lançaram 23.000 bombas e mísseis. A guerra terminou com o acordo de Kumanovo, o qual previa um Kosovo em grande medida autônomo, com uma garnisão da OTAN, mas sempre ainda dentro da soberanidade de Belgrado. Esse acordo foi anulado com a independência autoproclamada do Kosovo, a qual foi reconhecida pela OTAN e quase por toda a União Européia, A Espanha, a Grécia, a Eslováquia, a Romênia e Chipre não reconheceram essa autoproclamação. Essa é a mesma OTAN que hoje, através das boca de Rasmussen, acusa a Rússia de violar na Ukraina os direitos internacionais.
Manlio Dinucci
Chipre derrotou as privatizações imposta pela UE. Sexta-feira, 28 de Fevereiro, o Parlamento de Chipre ? após enormes manifestações populares ? recusou-se a autorizar as privatizações selvagens impostas pela Troika. O plano de privatizações de três grandes empresas públicas teve 25 votos contra dos comunistas (AKEL) e outros partidos democráticos, 25 votos a favor e 5 abstenções. O plano de privatizações era um elemento chave do acordo com o FMI e a UE. Em consequência, após a rejeição do plano, o governo reaccionário local pediu a demissão. "Não aceitaremos a dilapidação do património nacional" , declara o AKEL. O AKEL recusa com firmeza as privatizações, defende a saída de Chipre do Euro e o abandono da UE.
Notícias como esta não são divulgadas na TV portuguesa... tampouco na TVG, nos jornais,nas emissoras de rádio. Só comunicam o que o amo lhes permite.
Karen Hudes, ex membro do Banco Mundial, despedida por revelar informaçom sobre a corrupçom no banco, explicou com detalhe os mecanismos bancários para dominar o nosso planeta.
Karen Hudes é licenciada da escola de Direito de Yale e trabalhou no departamento jurídico do Banco Mundial durante 20 anos. Em qualidade de assessora jurídica superior, tivo suficiente informaçom para obter umha visom global de como a elite domina ao mundo. Deste modo, o que conta nom é umha 'teoria da conspiraçom' mais.
De acordo com a especialista, citada polo portal Exposing The Realities, a elite usa um núcleo hermético de instituiçons financeiras e gigantes corporaçons para dominar o planeta.
Citando um explosivo estudo suíço de 2011 publicado na revista 'Plos One' sobre a "rede de controlo corporativo global", Hudes assinalou que um pequeno grupo de entidades, na sua maioria instituiçons financeiras e bancos centrais, exercem umha enorme influência sobre a economia internacional entre bastidores. "O que realmente está a suceder é que os recursos do mundo estám a ser dominados por este grupo", explicou a perito com 20 anos de antigüidade no Banco Mundial, e agregou que os "capturadores do poder corruptos" alcançaram dominar os meios de comunicaçom também. "Está-se-lhes permitido fazê-lo", assegurou.
O estudo suíço que mencionou Hudes foi levado a cabo por umha equipa do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zúric. Os investigadores estudaram as relaçons entre 37 milhons de empresas e investidores de todo mundo e descobriram que existe umha "super-entidade" de 147 mega-corporaçons muito unidas e que controlam 40% de toda a economia mundial.
Mas as elites globais nom só controlam estas mega-corporaçons. Segundo Hudes, também dominam as organizaçons nom eleitas e que nom rendem contas mas sim controlam as finanças de quase todas as naçons do planeta. Trata do Banco Mundial, o FMI e os bancos centrais, como a Reserva Federal estadounidense, que controlam toda a emissom de dinheiro e a sua circulaçom internacional.
O banco central dos bancos centrais
A cima deste sistema é o Banco de Pagos Internacionais (BPI): o banco central dos bancos centrais.
"Umha organizaçom internacional imensamente poderosa da qual a maioria nem sequer ouviu falar controla secretamente a emissom de dinheiro do mundo inteiro. É o chamado o Banco de Pagos Internacionais [Bank for International Settlements], e é o banco central dos bancos centrais. Está situado em Basileia, Suíça, mas tem sucursais em Hong Kong e em Cidade de México. É essencialmente um banco central do mundo nom eleito que tem completa imunidade em matéria de impostos e leis internacionais (...). Hoje, 58 bancos centrais a nível mundial pertencem ao BPI, e tem, com muito, mais poder na economia dos Estados Unidos (ou na economia de qualquer outro país) que qualquer político. Cada dous meses, os banqueiros centrais reúnem-se em Basileia para outra 'Cimeira de Economia Mundial'. Durante estas reunions, tomam-se decisons que afectam a todo o homem, mulher e criança do planeta, e nengum de nós tem voz no que se decide. O Banco de Pagos Internacionais é umha organizaçom que foi fundada pola elite mundial, que opera em benefício da mesma, e cujo fim é ser umha das pedras angulares do próximo sistema financeiro global unificado".
Segundo Hudes, a ferramenta principal de escravizar naçons e Governos inteiros é a dívida.
"Querem que mos seja todos escravos da dívida, querem ver a todos os nossos Governos escravos da dívida, e querem que todos os nossos políticos sejam adictos aos gigantes contributos financeiros que eles canalizam nas suas campanhas. Como a elite também é dona de todos os meios de informaçom principais, esses meios nunca revelárom o segredo de que há algo fundamentalmente errado na maneira em que funciona o nosso sistema",
Texto completo em: http://actualidad.rt.com/economia/view/121399-jurista-banco-mundial-revela elite-domina mundo
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por Paul Craig Roberts [*]
Os protestos no ocidente da Ucrânia são organizados pela CIA, pelo Departamento de Estado dos EUA e por organizações não governamentais (ONGs) financiadas pela UE que trabalham em conjunto com a CIA e o Departamento de Estado. A finalidade dos protestos é anular a decisão do governo independente da Ucrânia de não aderir à UE.
Os EUA e a UE inicialmente estavam a cooperar no esforço para destruir a independência da Ucrânia e torná-la uma entidade subserviente ao governo da UE em Bruxelas. Para o governo da UE, o objectivo é expandir a UE.
Para Washington as finalidades são tornar a Ucrânia disponível para o saqueio por bancos e corporações dos EUA e trazer a Ucrânia para dentro da NATO de modo a que Washington possa ganhar mais bases militares na fronteira da Rússia.
Há três países no mundo que estorvam o caminho da hegemonia de Washington sobre o mundo ? a Rússia, a China e o Irão. Cada um destes países é atacado por Washington para derrube ou para que a sua soberania seja degradada pela propaganda e bases militares dos EUA que deixam os países vulneráveis a ataque, portanto coagindo-os a aceitar a vontade de Washington.
O problema que se levanta entre os EUA e a UE em relação à Ucrânia é que os europeus perceberam que a tomada da Ucrânia é uma ameaça directa à Rússia, a qual pode cortar o petróleo e gás natural à Europa, e se houver guerra destruir a Europa completamente. Consequentemente, a UE tornou-se mais favorável a parar de provocar protestos na Ucrânia.
A resposta da neoconservadora Victoria Nuland, nomeada secretária de Estado Assistente pelo Obama de duas caras, foi "F**-se a UE", quando tratava de descrever os membros do governo ucraniano que Washington pretendia impor sobre um povo tão inconsciente a ponto de acreditar que estão a alcançar a independência ao precipitar-se nos braços de Washington. Outrora eu pensava que nenhuma população do mundo podia ser tão inconsciente quanto a população dos EUA. Mas eu estava errado. Os ucranianos ocidentais são ainda mais inconscientes do que os americanos.
A orquestração da "crise" na Ucrânia é fácil. A neoconservadora secretária de Estado Assistente Victoria Nuland contou no National Press Club, em Washington, dia 13/Dezembro/2013, que os EUA "investiram" US$5 mil milhões em agitação na Ucrânia.
A crise assenta essencialmente na Ucrânia ocidental, onde ideias românticas acerca da opressão russa são fortes e a população é menos russa do que na Ucrânia oriental.
O ódio da Rússia na Ucrânia ocidental é tão disfuncional que os ludibriados protestantes não percebem que aderir à UE significa o fim da independência da Ucrânia e o domínio por parte dos burocratas da UE em Bruxelas, do Banco Central Europeu e de corporações dos EUA. Talvez a Ucrânia seja dois países. A metade ocidental poderia ser dada à UE e a corporações dos EUA e a metade oriental poderia ser reincorporada como parte da Rússia, onde assentava toda a Ucrânia desde que os EUA existem.
A insatisfação para com a Rússia que existe na Ucrânia ocidental torna fácil para os EUA e a UE provocar perturbações. Aqueles em Washington e na Europa que pretendem destruir a independência da Ucrânia retratam-na como uma refém da Rússia, enquanto a Ucrânia na UE estaria alegadamente sob a protecção dos EUA e da Europa. As grandes somas de dinheiro que Washington despeja em ONGs na Ucrânia propagam esta ideia e trabalham a população para uma inconsciência frenética. Nunca na minha vida testemunhei um povo tão inconsciente como os protestantes ucranianos que estão a destruir a independência do seu país.
As ONGs financiadas pelos EUA e UE são quinta colunas destinadas a destruir a independência dos países nos quais operam. Algumas pretendem ser "organizações de direitos humanos". Outras doutrinam pessoas sob a capa de "programas de educação" e de "construção da democracia". Outras ainda, especialmente aquelas dirigidas pela CIA, especializam-se em provocações, tais como as "Pussy Riot". Poucas, se é que alguma, destas ONGs são legítimas. Mas elas são arrogantes. O chefe de uma da ONGs anunciou antges das eleições iranianas na qual Mousavi era o candidato de Washington e da CIA que a eleição resultaria numa Revolução Verde. Ele sabia antecipadamente, porque havia ajudado a financiá-la com dólares do contribuinte estado-unidense. Escrevi acerca disso na altura. Isso pode ser encontrado no meu sítio web, www.paulcraigroberts.org , e no meu livro que acaba de ser publicado, How America Was Lost.
Os "protestantes" ucranianos têm sido violentos, mas a polícia tem sido contida. Washington tem um interesse oculto em manter os protestos em andamento na esperança de transformá-los numa revolta de modo a que possa apossar-se da Ucrânia. Esta semana a Câmara de Deputados dos EUA aprovou uma resolução a ameaçar sanções se os protestos violentos fossem sufocados pela polícia.
Por outras palavras, se a polícia ucraniana comportar-se com protestantes violentos do mesmo modo como a polícia dos EUA comporta-se com protestantes pacíficos, isso é uma razão para Washington interferir nos assuntos internos da Ucrânia. Washington está a utilizar os protestos para destruir a independência da Ucrânia e já tem pronta uma lista de fantoches que pretende instalar como o próximo governo do país.
[*] Ex secretário Assistente do Tesouro para Política Económica e editor associado do Wall Street Journal. Colaborou na Business Week, Scripps Howard News Service e Creators Syndicate. Seu livro mais recente é The Failure of Laissez Faire Capitalism and Economic Dissolution of the West .
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .