De Alba Rico e um pouco de Ossiam
Nenhum Auschwitz albergou nunca 1.200.000 prisioneiros; Gaza si.
Nenhum Auschwitz foi celebrado ou aceitado publicamente; Gaza si.
O que os nazistas ocultaram, sacralizando assim a suas vítimas, os israelenses o exibem sem vergonha, sacralizando desta maneira sua agressão. A publicidade do crime alimenta a fonte religiosa, extrajurídica, da legitimidade sionista. E o mundo suporta sem inmutarse o genocídio do povo palestino em mãos dos nazistas-sionistas.
Israel nasce com um crime e cada minuto de normalidad de seus cidadãos é contemporâneo de um novo crime.
Ariel Sharon, numa entrevista de 1984, dizia-se disposto a matar um milhão ou dois de árabes para conseguir que Israel fora, após isso, um "país normal. Os palestinos, vinha a dizer, são nossos "índios", nossos "moriscos", nossos "judeus".
Resistir.info
Todos os anos um grupo de banqueiro suecos, e os seus rapazes das relações públicas, dão um prémio a mais um neoliberal adepto da Escola de Chicago. O de 2006 foi para Edmund S. Phelps, pela sua lógica de que elevar níveis salariais cria inflação. Estas novas doutrinas anti-trabalho pretendem substituir o princípio tradicional da economia de altos salários, a qual associa o crescimento dos mesmos ao crescimento da produtividade. Se os teoremas da geometria contrariassem os interesses da classe dominante certamente surgiria um economista para demonstrar que eles estavam errados. E ganharia um Prémio Nobel por isso
Lluis Llach: ?É impossível conceber a Aznar sem imaginar denantes a Felipe González"
InSurGente.- Lluis Llach, sem cabelos na língua, diz coisas como, "a mim a política nom me tem defraudado nunca, o que me defrauda é minha opçom política, a esquerda. Porque chega ao poder e nom tem a coragem nem a altura de mirada para renovar o Estado. Se tivessem reconhecido os direitos nacionais dos povos de Espanha hoje teríamos um projecto de futuro, mas nem sequer se atreveu a desmontar a polícia. Foram covardes e hoje estamos a pagar as consequências. O senhor González ainda nom se deu conta de que é um dos políticos mais nefastos que passou por aqui, porque deixou à esquerda espanhola envergonhada e sem nenhum instrumento de defesa para muitos anos. Porque uma esquerda que tem de demitir e perde as eleições por nepotismo, terrorismo de Estado ou malversaçom de fundos, é um espanto. Este senhor foi o grande falhanço da transiçom espanhola, nem mais nem menos. É impossível conceber a Aznar sem imaginar denantes a González".
Resistir.info
Todos os anos um grupo de banqueiro suecos, e os seus rapazes das relações públicas, dão um prémio a mais um neoliberal adepto da Escola de Chicago. O de 2006 foi para Edmund S. Phelps, pela sua lógica de que elevar níveis salariais cria inflação. Estas novas doutrinas anti-trabalho pretendem substituir o princípio tradicional da economia de altos salários, a qual associa o crescimento dos mesmos ao crescimento da produtividade. Se os teoremas da geometria contrariassem os interesses da classe dominante certamente surgiria um economista para demonstrar que eles estavam errados. E ganharia um Prémio Nobel por isso
Más de 650.000 mortos em Iraque desde o começo da invasom.
A prestigiosa revista de investigaçom médica The Lancet publica um estudo no que revela que desde a intervençom norte-americana em Iraque, março de 2003, morrêrom 655.000 pessoas. A maioria som homes e por armas de guerra. O estudo foi feito por epidemiólogos americanos e iraquianos
Desde março de 2003 hasta julho de 2006, morrêrom 601.00 pessoas como consequência directa da violência. As outras 54.000 morrêrom por factores vencelhados com a situaçom que vive o país, como epidemias. Por tanto, som 655.000 o número de ?excedente de mortalidade?. É dizer, as pessoas que estariam vivas se nom se tivesse produzido a invasom.
Nota do editor de Global Research
Chamamos a atenção dos nossos leitores para este documento cuidadosamente revisto da concentração naval em andamento e do posicionamento das forças de coligação no Médio Oriente.
O estudo de Mahdi Darius Nazemroaya proporciona-nos uma visão geral. Seu artigo examina a geopolítica por trás deste posicionamento militar e o seu relacionamento com a "Batalha pelo petróleo".
A estrutura das alianças militares, as quais são cruciais para o entendimento destes preparativos para a guerra, são também analisadas.
O posicionamento naval está a ter lugar em dois diferentes teatros de guerra: o Golfo Pérsico e o Mediterrâneo Oriental.
Tanto Israel como a NATO estão destinados a desempenhar um papel importante na guerra conduzida pelos Estados Unidos.
A militarização do Mediterrâneo Oriental está em linhas gerais sob a jurisdição da NATO em ligação com Israel. Voltada contra a Síria, é conduzida sob a fachada de uma missão de manutenção de paz das Nações Unidas de acordo com a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU. Neste contexto, a guerra ao Líbano deve ser encarada como uma etapa do roteiro militar mais amplo patrocinado pelos EUA.
A força naval no Golfo Pérsico está de um modo geral sob o comando dos EUA, com a participação do Canadá.
A concentração naval está coordenada com o planeamento de ataques aéreos. O planeamento dos bombardeamentos aéreos do Irão começou em meados de 2004, de acordo com a formulação do CONPLAN 8022, no princípio de 2004. Em Maio de 2004, foi emitida a Directiva Presidencial de Segurança Nacional NSPD 35, intitulada Nuclear Weapons Deployment Authorization. Apesar de o seu conteúdo permanecer classificado, a presunção é de que a NSPD 35 refere-se ao posicionamento de armas nucleares tácticas no teatro de guerra do Médio Oriente no cumprimento do CONPLAN 8022.
Estes planos de guerra devem ser encarados muito seriamente.
O mundo está na encruzilhada da mais séria crise da história moderna. Os EUA embarcaram numa aventura militar, numa "longa guerra", a qual ameaça o futuro da humanidade.
Nas próximas semanas, é essencial que movimentos de cidadãos de todo o mundo actuem firmemente a fim de confrontar os seus respectivos governos e reverter e desmantelar esta agenda guerreira.
O que é necessário é romper a conspiração do silêncio, expôr as mentiras e distorções dos media, confrontar a natureza criminosa da administração dos Estados Unidos e daqueles governos que a apoiam, da sua agenda de guerra bem como da chamada "agenda de Segurança Interna" a qual já definiu os contornos de uma polícia de Estado.
É essencial trazer o projecto de guerra estadunidense para o primeiro plano do debate político, particularmente na América do Norte e na Europa Ocidental. Os líderes políticos e militares que se opõem à guerra devem tomar uma atitude firme, a partir de dentro das suas respectivas instituições. Os cidadãos, individual e colectivamente, devem tomar uma posição contra a guerra.
Michel Chossudovsky, Global Research, 01/Outubro/2006
Juan Francisco Martín Seco
Lá por 1986, quando o Instituto Nacional de Hidrocarburos (Organismo estatal espanhol do petróleo) sopesava se converter no que hoje é Repsol, era eu conselheiro daquela entidade. Como se pretendesse justificar no Conselho tal transformação pela conveniência de sair a Carteira, se me ocorreu inocentemente inquirir a respeito da razão de tal necessidade. O então presidente, com a petulância dos novos conversos ao neoliberalismo económico, contestou-me, muito seguro de si mesmo, que existiam duas razões: a primeira, obter financiamento; a segunda, que os mercados fossem juízes de nossa boa ou má gestão.
Já naqueles momentos me pareceu disparatada a resposta. Em quanto ao primeiro argumento, qualquer estudante de primeiro curso de Economia sabe que a eleição entre se financiar com recursos próprios ou alheios depende da relação que exista entre benefícios esperados e taxa de juro. O INH era por aquelas datas uma máquina de fazer dinheiro, com uma rentabilidade infinitamente superior à taxa de juro de mercado. A análise mais singelo, sempre que estivesse-se livre de prejuízos ideológicos, indicava que para obter recursos era bem mais rentável ir ao endividamento e não à ampliação de capital e posterior colocação em Carteira das acções.
O segundo motivo resultava ainda mais jocoso. A carteira está submetida a toda uma série de variáveis e factores aleatórios, que não costumam obedecer precisamente à máxima racionalidade. A maioria das vezes, o valor em Carteira das empresas tem pouco que ver com seu valor real, e suas modificações dependem com freqüência de operações especulativas ou de actuações pontuas: OPAS, fusões, absorções, etcétera. Mas é que, ademais, em certos sectores de serviços nos que está ausente a concorrência, os benefícios das empresas são com harta frequência totalmente independentes da boa ou má gestão. Constituir à Carteira em juiz da adequada administração é uma ingenuidade difícil de entender.
Sob estes supostos e o da farsa do capitalismo popular, iniciou-se a segunda fase das privatizações em Espanha. Até então, com melhor ou pior critério, as privatizações tinham obedecido a motivos estratégicos: empresas em perdas que para ser viáveis precisavam de reconversom e entrar na órbita de outras de superiores dimensões, na maior parte dos casos, estrangeiras. Na segunda fase, o processo foi muito diferente. Agora se transferiam ao sector privado sociedades sumamente rentáveis com mercados cativos e sem nenhum risco. Não pode causar estranheza, por tanto, que fossem ambicionadas pelo capital privado.
Em 1988 sacou-se a Carteira o 25% de Endesa, uma sociedade que ao igual que Repsol, Campsa, Enagás ou Telefónica, forneciam ao fisco importantes benefícios. Ao longo dos anos seguintes, o resto de capital da primeira eléctrica do país passou a mãos privadas. Os últimos acontecimentos, com Opas e mais Opas, estão sem dúvida deixando em claro para o que queira os ver diferentes aspectos da realidade económica. Em primeiro lugar, o espolio que representaram para o conjunto da sociedade espanhola privatizações como a de Endesa. Só há que observar o interesse que uns e outros têm por se fazer com seu controle e comparar o preço que estão dispostos a oferecer nos momentos actuais com o que recebeu o Estado em sua privatizaçom.
Em segundo lugar, fazem-se patentes as contradições de certos discursos. Como casar o empenho actual em contar com campeões nacionais com a filosofia das privatizações defendidas no passado. A única maneira de assegurar que estas empresas fossem nacionais e, o que é mais importante, que antepuseram o interesse geral ao puro lucro privado ?porque se não, que nos importa que sejam nacionais?, teria sido não as ter privatizado. É contraditório defender que o capital não tem nacionalidade e que deve se mover livremente com a pretensão mais tarde do controlar e falar de empresas nacionais e estrangeiras.
Discurso contraditório é o de alguns campeões do neoliberalismo ?ou neo liberais conversos, que para o caso é o mesmo? que gritam e se esforçam para que a Governação defenda no estrangeiro a multinacionais como Repsol, pretendendo nos convencer de que os interesses destas sociedades coincidem com o interesse da economia espanhola. Deveríamos começar a aclararmos.
As últimas movidas da Bolsa no sector eléctrico deixaram também ao descoberto a ingenuidade fundamentalista de alguns. O presidente da patronal, ao ser perguntado sobre o affaire, exultante pelo que estava a ocorrer, prorrompeu em louvores a respeito da liberdade financeira e denominou bendito ao mercado como se de uma jaculatória se tratasse. Tal explosão de alegria só tem fundamento se um se encontra entre os agraciados com suficientes recursos para investir em Carteira quantidades significativas. No mercado os únicos que gozam de liberdade são os entrecanais, florentinos, botines, fernandos martín e alguns poucos mais. Todo o jogo depende deles. Os demais são simples comparsas, espectadores passivos, que ganham ou perdem segundo celebrem o partido os actores principais ou bem disponham de informação privilegiada de por onde vão a se decantar estes.
O chamado capitalismo popular é um dos maiores embustes do neoliberalismo económico. Criado com o único objectivo de procurar a cumplicidade de um número maior de cidadãos, insuflando-lhes o espelhismo de que porque possuam umas poucas acções das empresas seus interesses são os delas e os de seus grandes accionistas ou gestores. De nada lhes vale ganhar uns quantos euros em Carteira se a contrapartida vai consistir em maiores gastos ao consumir os serviços que essas sociedades proporcionam. Que ninguém se chame a engano, alguém vai pagar as revalorizações que as OPAS estão a gerar no sector eléctrico, e esse alguém não pode ser mais que os consumidores através das tarifas e uma maior concentração no mercado.
Israel matou em 6 anos a 4 mil 248 palestinos, deles 786 meninos
Por: DPA, REUTERS E AFP
Cidade de Gaza, 28 de setembro. Seis anos após o estalido da segunda intifada (o levantamento contra a ocupação israelense), o Escritório Central de Estatística registou a morte de 4 mil 248 palestinos -incluídos 786 meninos- e a destruição de 24 mil 768 casas.
O relatório da entidade dependente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) mostra que a maioria dos decessos ocorreu na faixa de Gaza, com um total de 2 mil 372, e que a destruição de moradias se centrou na localidade de Rafah, na fronteira com Egipto, onde foram destruídas 15 mil 472, isto é, seis de cada 10.
A cifra de feridos suma 23 mil 200 e deles 14 mil 200 resultaram lesionados em Cisjordânia, onde habitam 2 milhões 300 mil pessoas, quase o dobro da população da faixa, de um milhão 300 mil.
O relatório do escritório da ANP cobre desde o 28 de setembro de 2000 até o 30 de junho passado, pelo que não regista umas 250 mortes ocorridas durante a ofensiva israelense Chuva de Verão, iniciada o 28 de junho em represália pela captura de um soldado israelense, que supostamente se acha em Gaza e que os guerrilheiros oferecem a mudança da libertação de presos palestinos em cárceres israelenses.
Segundo requento de AFP, actualizado à quarta-feira 27 na noite, a cifra de falecimentos desde o início da intifada é maior que o requento da ANP e chegou a 5 mil 401 a noite da quarta-feira passada, quando um obus disparado pelo exército israelense destruiu uma casa em Rafah e causou a morte de uma mulher.
Na cidade de Gaza, centos de polícias palestinos voltaram às ruas -após cinco meses de manter acalma-a- para reclamar o pagamento de salários, não adquiridos desde abril, quando assumiu a chefatura de governação Ismail Haniyeh, de Hamas. A escassez de fundos da ANP deve-se à suspensão das transferências de impostos cobrados por Israel aos palestinos, como forma de pressão à governação de Hamas, que ganhou as eleições parlamentares em janeiro passado. As doações da União Européia e Estados Unidos também foram detidas.
Israel e a ANP tensarom suas relações desde a chegada de Hamas e da formação da governação neo-feixista israelense, em abril passado. O premiê Ehud Olmert informou hoje que espera se reunir com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, para relançar o diálogo bilateral.
por Frei Betto*
Houvesse uma fábrica de produtos lúdicos destinados ao mercado político, talvez "Onde está Wally?" ganhasse a versão "Onde está a esquerda?"Uma parcela da esquerda sente-se vexada porque não é tão ética quanto propala; outra, porque o socialismo faliu, exceto em Cuba. Na Coréia do Norte predomina um regime totalitário e, na China, o capitalismo de Estado.
As carpideiras da falência do socialismo não se perguntam por suas causas nem denunciam o fracasso do capitalismo para os 2/3 da humanidade que, segundo a ONU, vivem abaixo da linha da pobreza. Assim, abraçam o neoliberalismo sem culpa. E o adornam com o eufemismo de "democracia", embora ele acentue a desigualdade mundial e negue valores e direitos humanos cultuando a idolatria do dinheiro e das armas.
O que é ser de esquerda? Todos os conceitos acadêmicos -ideológicos, partidários e doutrinários- são palavras ocas frente à definição de que ser de esquerda é defender o direito dos pobres, ainda que aparentemente eles não tenham razão. Por isso causa arrepio ver quem se diz de esquerda aliar-se à direita. Fidel é um homem de esquerda. Não fez, entre 1956 e 1959, uma revolução para implantar o socialismo. Motivou-o livrar Cuba da ditadura de Batista, resgatar a independência do país e libertar o povo da miséria. Em visita aos EUA logo após a tomada do poder, foi ovacionado nas avenidas de Nova York.
A elite cubana resistiu a ceder os anéis para que toda a população tivesse dedos. Apoiada pela Casa Branca, instaurou o terror, empenhada em deter as reformas agrária e urbana e a campanha nacional de alfabetização. Kennedy, festejado como baluarte da democracia, enviou 10 mil mercenários para invadir Cuba pela Baía dos Porcos, em 1961. Foram derrotados. E a Revolução, para se defender, não teve alternativa senão aliar-se à União Soviética. Cuba é o único país da América Latina que logrou universalizar a justiça social. Toda a população de 11 milhões de habitantes goza dos direitos de acesso gratuito à saúde e à educação, o que mereceu elogios do papa João Paulo II em sua viagem à Ilha, em 1998.
Seria o paraíso? Para quem vive na miséria em nossos países -e são tantos- a cidadania dos cubanos é invejável. Para quem é classe média, Cuba é o purgatório; para quem é rico, o inferno. Só suporta viver na Ilha quem tem consciência solidária e sabe pensar em si pela ótica dos direitos coletivos. Ou alguém conhece um cubano que deu as costas à Revolução para, em outra parte do mundo, defender os pobres?
No trajeto do aeroporto de Havana ao centro da cidade há um outdoor com o retrato de uma criança sorrindo e a frase: "Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo. Nenhuma delas é cubana." Algum outro país do Continente merece semelhante cartaz à porta de entrada? A simples menção da palavra Cuba provoca arrepios nos espíritos reacionários. Cobram da Ilha democracia, como se isso que predomina em nossos países -corrupção, nepotismo, malversação- fosse modelo de alguma coisa. Ora, por que não exigem que, primeiro, o governo dos EUA deixe de profanar o Direito internacional e suspenda o bloqueio e feche seu campo de concentração em Guantánamo?
Protesta-se contra os fuzilamentos da Revolução, e faço coro, pois sou contrário à pena de morte. Mas cadê os protestos contra a pena de morte nos EUA e o fuzilamento sumário praticado no Brasil por policiais militares? Cuba é, hoje, o país com maior número de médicos e bailarinos de balé clássico por habitante. E desenvolve um programa para atender, nos próximos 10 anos, 6 milhões de latino-americanos com deficiência visual - gratuitamente. Fidel está recolhido ao hospital. O que acontecerá quando morrer, ele que sobrevive a uma dezena de presidentes dos EUA e a 47 anos de esforços terroristas da CIA para eliminá-lo? O bom humor dos cubanos tem a resposta na ponta da língua: "Como pessoas civilizadas, primeiro trataremos de enterrar o Comandante". Mas será que o socialismo descerá à tumba com o seu caixão?
Tudo indica que Cuba prepara-se para o período pós-Fidel. O que não significa que, como esperam os cubanos de Miami, isso ocorrerá em breve. Em novembro, na Universidade de Havana, o líder revolucionário advertiu que a Revolução pode ser vítima de seus próprios erros e deixou no ar uma indagação: "Quando os veteranos desaparecerem, o que fazer e como fazer?"
Às vésperas de seu aniversário, a 13 de agosto, Fidel já começa a expressar seu testamento politico. A maioria dos membros do Birô Político do Partido Comunista tem de 40 a 50 anos, e cada vez mais jovens são chamados a ocupar funções estratégicas. Como 70% da população nasceu no período revolucionário, não há indícios de anseio popular pela volta ao capitalismo. Cuba não quer como futuro o presente de tantas nações latino-americanas, onde a opulência convive com o narcotráfico, a miséria, o desemprego e o sucateamento da saúde e da educação.
Feliz idade e pronta recuperação, Comandante.
Frei Betto
Teólogo y escritor brasileño
Israel matou em 6 anos a 4 mil 248 palestinos, deles 786 meninos
Por: DPA, REUTERS E AFP
Cidade de Gaza, 28 de setembro. Seis anos após o estalido da segunda intifada (o levantamento contra a ocupação israelense), o Escritório Central de Estatística registou a morte de 4 mil 248 palestinos -incluídos 786 meninos- e a destruição de 24 mil 768 casas.
O relatório da entidade dependente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) mostra que a maioria dos decessos ocorreu na faixa de Gaza, com um total de 2 mil 372, e que a destruição de moradias se centrou na localidade de Rafah, na fronteira com Egipto, onde foram destruídas 15 mil 472, isto é, seis de cada 10.
A cifra de feridos suma 23 mil 200 e deles 14 mil 200 resultaram lesionados em Cisjordânia, onde habitam 2 milhões 300 mil pessoas, quase o dobro da população da faixa, de um milhão 300 mil.
O relatório do escritório da ANP cobre desde o 28 de setembro de 2000 até o 30 de junho passado, pelo que não regista umas 250 mortes ocorridas durante a ofensiva israelense Chuva de Verão, iniciada o 28 de junho em represália pela captura de um soldado israelense, que supostamente se acha em Gaza e que os guerrilheiros oferecem a mudança da libertação de presos palestinos em cárceres israelenses.
Segundo requento de AFP, actualizado à quarta-feira 27 na noite, a cifra de falecimentos desde o início da intifada é maior que o requento da ANP e chegou a 5 mil 401 a noite da quarta-feira passada, quando um obus disparado pelo exército israelense destruiu uma casa em Rafah e causou a morte de uma mulher.
Na cidade de Gaza, centos de polícias palestinos voltaram às ruas -após cinco meses de manter acalma-a- para reclamar o pagamento de salários, não adquiridos desde abril, quando assumiu a chefatura de governação Ismail Haniyeh, de Hamas. A escassez de fundos da ANP deve-se à suspensão das transferências de impostos cobrados por Israel aos palestinos, como forma de pressão à governação de Hamas, que ganhou as eleições parlamentares em janeiro passado. As doações da União Européia e Estados Unidos também foram detidas.
Israel e a ANP tensarom suas relações desde a chegada de Hamas e da formação da governação neo-feixista israelense, em abril passado. O premiê Ehud Olmert informou hoje que espera se reunir com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, para relançar o diálogo bilateral.