Gentes beatasCoberta de farrapos e case descalça, a meninha entrou na igreja a se abrigar do frio.Celebrava-se umha novena que um devoto custeava à Virgem por atender à súplica que lhe dirigiu para que gelasse fortemente, pois de outro modo nom p… more »
Língua proletária do meu povo
eu falo-a porque sí, porque gosto,
porque me peta e quero e dá-me a ganha
porque me sai de dentro, ali do fundo
dumha tristura aceda que me abrange
ao ver tantos patufos desleigados,
pequenos mequetrefes sem… more »
In Memoriam de Victoria Díaz Cabanela
Quem foi a fada inimiga,
a xana escura que embrulhou os teus olhos
com a mordida da serpe?
Tu, que vives-te como pássaro de ás abertas
para os corações iluminados e as vezes perdidos,
com manhuços de… more »
Quero recomeçar a partida,
e repartir eu os naipes da baralha,
para nom levar tu a vantagem, nom deixarei
que o teu lívido rosto grave as marcas.
O teu sangue branco, ausente, cálculo do tempo preciso,
nem um segundo mais outorga.… more »
Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
agarima-te aos quentes sonhos do vinho,
deixa-te levar por ele,
arrastará longe de ti todas as mágoas;
fumos abandonados
no mesmo instante do nosso nascimento,
geárom o nosso coraçom
com… more »
Nom chores, nada vale umha soa bágua
do teu coraçom,
agarima-te nos quentes sonhos do vinho,
deixa-te levar por ele,
arrastará longe de ti todas as mágoas;
fumos abandonados
no mesmo instante do nosso nascimento,
geárom o nosso coraçom… more »
Nom chores, nada val umha só bágua
do teu coraçom,
acolhe-te na cálida preguiça
do vinho
deixa-te arrastar por ele,
apartará a angústia da tua alma.
Fomos abandonados
no mesmo intre do nosso nascimento,
geárom o nosso coraçom
com… more »
Nada val o que val um bom polvo,
mete-o na cabeça, irmao,
nada.
Nem presidente, nem banqueiro, nem doutor,
val o que val um bom polvo,
nom demandes ao céu, nada vira de ai,
enrestia-te com um ardente corpo de mulher
acharás o bing bang do… more »
Arroupade-me com o recendo da terra molhada
com o riso alegre da menina que joga,
hoje estou bêbedo de todas as saudades.
Ouço em mim, a agonia de um mar escuro
espida como gume de navalha,
e no chiar dos pardais
sinto a minha voz obscurecida… more »