Mais sobre o trema

Mais sobre o trema

03-04-2011

CONSULTA:

Não entendo o porquê de se manter o trema no título, acima, do Consultório: Linguístico, não Lingüístico, em conformidade com o Acordo ortográfico que une os países de Língua Oficial Portuguesa. Por que não tirar ele daí??

Julio

RESPOSTA DA COMISSOM:

A esmagadora maioria dos falantes de galego-português que vivem na atual Galiza, culturalmente subordinados ao castelhano, proferem mal, à castelhana, todas aquelas seqüências galego-portuguesas integradas por gê mais u e por quê mais u que se revelam divergentes a respeito do castelhano, como, por exemplo, anguiforme (por eles pronunciada /gi/), delinquir (por eles pronunciada /ki/), equidade (por eles pronunciada /ki/), equino ?relativo ao cavalo? (por eles pronunciada /ki/), tranquilo (por eles pronunciada /ki/); essas pessoas, além disso, ignoram a pronúncia de tal seqüência quando ocorre em eruditismos galego-portugueses que nom existem em castelhano, como liquefazer.

Para fazer face a este problema, com intuito pedagógico, a Comissom Lingüística da AGAL decidiu manter na sua norma ortográfica, após a sua incorporaçom ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, a utilizaçom do trema (como que a ?prorrogar? na Galiza o que foi feito no Brasil até 2010: cf., p. ex., dicionário Houaiss). Deste modo, os galegos ficam mais facilmente a saber, quando lem um texto escrito com esta ortografia galego-portuguesa, que o u deve soar, por exemplo, em angüiforme, delinqüir, eqüidade, eqüino e tranqüilo, mas nom em liquefazer.

De resto, como já explicámos numha resposta anterior (q.v.), tal alvitre gráfico, peculiar da Galiza, nom levanta qualquer obstáculo significativo à unidade ortográfica galego-portuguesa.

Categoria(s): Ortografia
Chuza!

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