TURISMO SEXUAL-2

25 Jun 2009
por Diadatoalhagz   , 554 palavras, 5117 visualizaçons

Hoje é 25 de Junho. Já passou um mês desde o 25 de Maio, Dia do Orgulho Lusista e Reintegrata e Dia da Toalha. Mas afinal, contra o previsto, hoje tão-pouco vai poder ser. Não vamos poder publicar o anseiado documentário de GzVídeos hoje tão-pouco. Os amigos de GzVídeos andam com muitíssimo trabalho, paradoxalmente, porque a cousa do trabalho na Galiza anda ultimamente bastante mal.

Para amenizarmos a espera publicamos hoje um novo texto do genial Quico Cadaval. Após Paz por Territórios, Elogio da traiçom e TURISMO SEXUAL-1 hoje é a vez de Bo ka gostá di 1 (TURISMO SEXUAL-2), sequela do anterior publicada polo protagonista do DdoOLeR'09 na contracapa do número 68 do Novas da Galiza (disponível em pdf aqui).

Bo ka gostá di 1
(TURISMO SEXUAL-2)
QUICO CADAVAL

No restaurante Mr. Boss (cadeiras de plástico e toalhas de linho), as europeias que ainda nom suspeitam que vam velhas, convidam rapazes africanos a comer o beef barada. Os moços repetem o velho ritual guerreiro de serem premiados com carne depois da façanha.

A caça foi incruenta, umha turista de cabelos d?ouro apanhada na armadilha da dança high-soul dumha discoteca matinal. Ninguém sabe nem se interessa de quem foi o caçador (que palavra tam masculina!) e quem a peça (e esta tam feminina, nom si?). O come-come das parelhas turistas e das inter-raciais inter-etárias inter-continentais acrescenta o mito de que os europeios comem carne todos os dias, se quadra, em prémio por todo o que renhem caçado os seus devanceiros desde o neolítico. Do bar vizinho, o Wantanamerah, uns adolescentes rim do
espectáculo e bebem um vinho de tetrabrick espanhol misturado com refrigerante local. Escuitam clásicos cubanos dos anos cinquenta, cantados em língua wolof. O riso nom é humilhatório, nom indica reprovaçom da práctica dos seus sedutores compatriotas nem das caçadoras europeias , essas Patricias Nightingale, do turismo sexual. É o riso africano, riso da alegria ao pressentir um iminente acto sexual, e também o riso da esperança, de prever um futuro em que eles também se poderám prostituir.

Esta cena aconteceu há apenas quince dias em Bakau, Gámbia. Vim a foto. Cenas
semelhantes desenvolviam-se em lugares como Toku e Banjul.

O pensador boreal L. Minks afirma que as novelas románticas som a pornografia para mulheres. Tenho amigas que protestam iradamente, e negam-no. Alguém devia dezer que subproduto artístico excita as mulheres. Eu nom podo porque, infelizmente, nom o sei. Se quadra, o que quer dezer o boreal é que a prostituiçom para mulheres deve responder a um ciclo mais amplo e demorado que o do varom, tam semelhante a um espirro na sua estrutura. Que um serviço sexual de pago para mulheres deve ser mais parecido a um namoro. Por isso, o trópico é o lugar perfeito: muito desemprego, poucos conhecidos e mercadoria à mostra. Cuba está esgotado como destino por excesso de conhecidos, e polo moralismo rufianesco que aparece nos sorrisos ao ver um casal inter-racial. Afinal é um pais católico de cultura espanhola. África e o novo paraíso de redistribuçom de renda e dopamina. Minhas amigas, nom esqueçam os nossos paises de friendly-speak, os palop, a lusoafrofonia. Paises onde além de terem ruas do che guevara, mulatos, águas quentes e morabeza, o teu amante entende quando lhe cantes umha cantiga galega.

Lembras-te meu amigo
daquelas noites do vrao
tu contavas as estrelas
eu as areias do chao.

Escrito ?s 19:55:32 nas castegorias: Nom categorizado
Chuza!

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