AGIR e BRIGA organizárom pola sétima ocasiom a Escola de Formaçom, finalizada este Domingo ao longo da tarde no concelho eumês de Pontedeume. Como a primeira vez, em 2004, um nutrido grupo de jovens preparárom e desenvolvêrom um intenso fim-de-semana de convivência e actividade formativa e lúdica.
A Escola de Formaçom 2010 deu continuidade a um evento inusual dentro da esquerda independentista galega, organizado por e para moços e moças, e que vai de ano em ano constituindo-se como ferramenta útil e aperfeiçoada de coesom interna entre pessoas militantes de diversas comarcas do País, com distintos graus e formas de experiência e milhares de matizes que aportar para a obra colectiva dumha Galiza livre, vermelha e lilás.
SEXTA-FEIRA
Como noutras citas, a tarde e noite toda fôrom cenário da progressiva chegada de companheir@s que atopárom no Centro Social Ocupado A Casa da Estaçom um lugar cómodo, acessível, e autogestionado por jovens da comarca nortenha. Os e as companheiras do Eume dérom prova do seu sacrifício para levar adiante nas melhores condiçons possíveis este Centro, permitindo um fácil acomodo de tod@s malia as dificuldades que envolve ao tratar-se dum prédio abandonado.
A música ao vivo, incorporada com instrumentos tradicionais e cánticos vários, procedeu a umha ceia de petiscos e o discurso de boas-vindas que ofereceu o Aarom, companheiro da comarca. Referindo-se às históricas luitas irmandinhas havidas nas redondezas, e como nom à ilusiom pola oportunidade deste encontro nacional para conhecermos aquele lugar.
Sem permitirmos que demorasse muito a jornada de recebimento, procuramos deitar-nos cedo para estar prestes na hora de saír à manhá seguinte de roteiro, de acordo com o calendário de actividades previsto para este ano.
SÁBADO
Manhá
A manhá do sábado foi umha fortuna: ceus quase totalmente despejados e umha temperatura morna agradável, figérom possível um roteiro polas fragas do Eume inesquecível. Um bosque atlántico autóctone, conservado malia a sede insaciável de Union Fenosa, que gere no lugar umha central produtiva tremendamente impactante para a natureza do lugar. Um espaço com umha virginidade assombrosa na maioria da extensom das fragas.
O roteiro começou bem cedo à manhá, acompanhados dum guia que se ganhou a admiraçom, os aplausos e o carinho de tod@s graças a um esforço e um amor imenso pola natureza que nos transmitiu ao longo de três horas caminhando por estreitos sendeiros e terra lamacenta polas chuvas dos dias prévios. Vimos a Pedra dos Maquis, o leito do rio Eume, a flora imortal legada desde a época dos dinossauros, os tubos metálicos utilizados na 2ª Grande Guerra polos nazis, a infinita massa arvórea do terreno, os motivos e as conseqüências da exploraçom dos recursos hidráulicos por parte do grande capital, a desembocadura do Rio da Laje, os restos de cinças das "foias", etcétera...
Dentro do horário previsto, e em companhia dum guia que nos regalou umhas fermosas e emotivas palavras como sobre-mesa, jantamos recolhidos no ár puro que nos acompanhou toda a manhá, justo antes de que as nuvens volvessem cobrir os ceus e nos tivessem dado portanto umha trégua no melhor momento.
Tarde
Após encher o bandulho para calmar as ganas de comer que nos deixou o percurso polas fragas, arrumamos o lugar para receber na Casa da Estaçom as ponências dos convidados à sessom vespertina de palestras. Esta começou com a intervençom de dous militantes do sindicalismo nacional e de classe, dous trabalhadores com anos de preparaçom no campo da intervençom política de massas orientada especificamente à defesa desde a CIG comarcal de Trasancos dos interesses de classe do Povo Trabalhador Galego. Dumha óptica revolucionária, Rodolfo e Óscar transmitírom-nos o sentido que fai como comunistas patriotas o sindicalismo, a dialéctica entre as demandas economicistas e a política operária abrangente, e outros aspectos analisados ponto por ponto e com a introduçom histórica ao actual panorama sindical nacional, as origens históricas do sindicalismo de classe com destaque para o que se tem gestado nos últimos cem anos dentro das estruturas do Estado. O porquê de intervir como jovens e desde a junvetude dentro dos sindicatos conseqüentes, e o protagonismo da juventude nas luitas obreiras mais recentes e outras mais distantes, também fôrom motivo de análise e de pedra de toque para chamar-nos a continuar o bom exemplo da corrente da esquerda independentista dentro da CIG.
A seguir fôrom dous companheiros, membros da Mesa Nacional de BRIGA e da Direcçom Nacional de AGIR, Carlos e José respectivamente, quem elaborárom a grandes traços e ajudados por diapositivas e anos de experiência e formaçom, a significaçom da nossa corrente e das nossas estruturas orgánicas juvenis dentro do cenário da esquerda independentista. Saber quem somos, donde vimos, e decidir onde queremos ir. Saber quem nos acompanha nesta viagem cara a independência, o socialismo e o antipatriarcado e como podemos compenetrar-nos. E estudar o desenvolvimento desde começos do sêculo passado de toda a família nacional e de esquerdas. Som questons fulcrais para funcionar e agir como entidades coesas, com um projecto definido que sirva de acreditaçom para a honestidade na luita diária, com nós e com o resto.
Por último, Maurício Castro, professor da EOI de Ferrol, histórico militante comunista galego, amigo de BRIGA e AGIR e colaborador assíduo nas nossas actividades, volveu dar umha liçom, rápida mas pedagógica e compreensível, da situaçom da língua. A ubicaçom temporária e espacial do conflito espanhol-galego no mundo, através doutros exemplos de conflito lingüístico e de noços básicas de sociolingüística e de do binómio política - língua. Como funciona a língua respeito do poder e vice-versa, e como se influem mutuamente as relaçons na sociedade e o papel que joga nesta a língua. Mais umha vez, reintegracionismo sim, e porque sim, fôrom respondidas com eloqüência polo ferrolám.
A todos eles agradecemos o seu esforço por permitir que, mais umha ediçom, a Esola de Formaçom engada ao calendário de actividades formativas e de estudo que incentivamos polo País todo durante o ano todo, mais e mais exposiçom dos assuntos que mais nos interessam e concernem no activismo político.
Noite
Em marcha caminho de Ferrol após tomar umhas duches, em 20 minutos chegamos e instalamo-nos no Local da Fundaçom Artábria, preparado como sempre para receber a visita de dezenas de pessoas.
Um serviço fantástico, conformado pola gente da histórica Fundaçom, ofereceu umha ceia riquíssima que foi digerida com o pincha-discos Heitor, sempre disposto a amenizar-nos as noites quando lho pedimos. O transcurso das horas nom nos moveu de local, que abandonamos para acabar direitamente no Centro Social Ocupado.
DOMINGO
Manhá
Erguendo-nos algo mais tarde por mor da mudança imposta essa noite polo horário oficial de Primavera, fomos rematando as reservas de comida nesta última manhá na Casa da Estaçom.
Finalmente partiriamos para praticar os jogos populares, cousa que se viu interrompida polo segundo controlo consecutivo, em dous dias, colocado pola Guardia Civil sob ordens políticas de identificar todas as pessoas participantes no encontro. Nom só nom o conseguírom por incompetentes, senom que procedêrom a deter umha das pessoas, que se ocupou durante toda a Escola de Formaçom de tirar fotos da mesma e, também, de fazê-lo quando vários veículos eram parados em pleno centro de Pontedeume para testemunhar graficamente a perseguiçom das instituiçons do Estado da dissidência juvenil.
Esse motivo, tirar fotos, foi escusa para proceder à detençom por parte dum dos agentes, decorrida sem mais incidentes devido à calma com que se comportou o conjunto dos e das jovens, que nom quigérom dar o espectáculo que a Guardia Civil pretendia com este excesso imprudente por parte dum dos uniformados.
Cancelados os jogos polo imprevisto, estes fôrom substituídos por um passeio polas redondezas dos concelhos de Pontedeume e Cabanas baixo um céu que aguentou a chuva adentro. A seguir, todos e todas acabamos falando tranquilamente na Casa Ocupada até ao meio-dia ser ceivado o companheiro.
Foi pois um momento para a formaçom antirepressiva, decorrido com a leitura do patético atestado policial de denúncia, onde se relatam uns acontecimentos tam distantes da realidade, que junt@s pudemos observar com incredulidade, raiva e nom sem certo humor, polo facto de ter estado todo o grupo presente no lugar e o momento dos feitos. De todo se aprende e esta circunstáncia nom foi desaproveitada.
Tarde
Após um novo e derradeiro jantar, reuniu-se em pleno a assembleia de valorizaçom da Escola, com críticas, autocríticas, repasso de erros e acertos e compromissos de melhora para a próxima ediçom, que será oitava, em 2011. A assembleia mostrou ser mui útil para compartir ideias em quente, antes de marcharmos cara aos nossos destinos.
Já por último e antes de deixar a casa limpa como estava, fijo-se umha alocuçom de despedida a cargo desta volta do Iago, membro de AGIR, que encerrava assim o que BRIGA abrira com umha semelhante dous dias antes.
De maos dadas, BRIGA e AGIR avançamos. Estendemos a nossa intervençom, o nosso campo de acçom, e ratificamos os nossos objectivos concretando detalhes ano trás ano. Somos capazes de fazê-lo porque nom perdemos momento para ver-nos, para falarmos e para formar-nos. E assim o continuaremos a fazer ao longo do ano, até umha nova Escola para que os novos rostos e os nom tam novos de ambas organizaçons apertem mais os laços de geraçom em geraçom.