O texto que redigimos a seguir é umha crónica da nona Escola de Formaçom, a de 2012, convocada conjuntamente pola entidade estudantil AGIR e a juvenil BRIGA no concelho compostelano de Teu os dias 30, 31 de março e 1 de abril.
Ao longo destas três jornadas, numerosas lembranças fôrom gravadas a prova de fraternidade rebelde na memória dos e das participantes, únic@s responsáveis do seu êxito e da continuidade e melhora futura da sua convocatória.
A Escola de Formaçom é um espaço de convívio e formaçom inédito dentro da esquerda independentista galega que representa um dos fachos mais genuinos da autoorganizaçom juvenil que o nosso movimento político promove desde há anos na procura dumha geraçom nova e libertária que a Galiza, a classe obreira e as mulheres necessitamos.
SEXTA-FEIRA 30 MARÇO
Fomos chegando progressivamente à paróquia teense de Calo. Jovens vind@s de diversas localidades do país asentamo-nos e começamos o primeiro dos três dias de encontro, inaugurando novas relaçons pessoais e estabelecendo contato sobre o diálogo e a conversa.
O companheiro Carlos Garcia fai umha saudaçom informal quando o grosso d@s participantes chegamos. Incide na importáncia que a camaradagem tem neste encontro, cousa que acreditaríamos dous dias depois quando, à hora de despedir-nos, temos bem presentes as imediatas e escasas 48 horas em que temos afiançado laços de carinho e confiança mútua. O entretenimento e o debate esperam-nos.
SÁBADO 31 MARÇO
Erguemo-nos mais um dia de sol incesante. Nuvens altas permitirám que o sol de manhá seja menos incisivo durante o percurso do roteiro realizado dentro da cidade de Compostela. Um jovem militante do popular centro social compostelano da Gentalha do Pichel, Marcos Pena, é a nossa guia desde as enchoupadas branhas anexas às instalaçons desportivas do Sar até as secas e urbanizadas margens do bairro de Pontepedrinha.
Como sempre corresponde nestas ocasions, e nom só por mero cumprimento, queremos agradecer a gratuita aceitaçom do coletivo para oferecer-nos um passeio que da sua comissom de Meio Natural tenhem bem conhecido. Umha exemplificante demonstraçom dos danos ocasionados polo urbanismo irracional do capitalismo e a predadora cosmovisom edificadora que enriquece o capital das construtoras, condena a gestom dos partidos políticos administradores dos interesses capitalistas, e aniquila a biodiversidade ameaçando a harmonia vital do ser humano com o contorno natural, ocasionando graves transtornos para a populaçom menos defendida com anegamentos, cortes de subministro ou contaminaçom.
Após um jantar de recuperaçom, reativamo-nos para atender e discutir com os ponentes das duas intensas palestras preparadas para este ano. A primeira, do jovem militante estudantil José Miguel Ramos. A segunda, do veterano militante comunista Carlos Morais.
Introduzindo-nos em matéria desde o sêculo XIX, J. Miguel sintetizou no tempo que tinha a história cubana contemporánea, colocando com objetividade histórica um debate mais necessário do que nunca: futuro da principal revoluçom socialista do continente, as suas eivas e a sua identidade. Umha questom que nom deixa indiferente a nossa filiaçom e simpatizantes, internacionalistas conseqüentes que soerguemos a mirada polo planeta inteiro para contemplar a realidade doutros povos em luita.
E posteriormente, umha outra focagem atravesando os sêculos mais recentes para propormo-nos umha interessante e inacabável reflexiom sobre as origens, a contextualizaçom e as alternativas do multicor socialismo americano. Carlos Morais compartiu durante várias horas com nós interrogantes, incógnitas e curiosidades, anedotas e acontecimentos passados ou em curso. Houvo que mirar a hora para dar-nos conta de que a tardinha de troca de ideias tinha que chegar ao seu fim. A involucraçom do pessoal na discussom e a troca de ideias fôrom magníficas.
Mas o sábado nom rematava aí. Entre a ceia num local próximo e a volta a cama, houvo várias horas de divertidíssimos momentos para falar, e falar, e falar...
DOMINGO 1 DE ABRIL
Para o derradeiro dia escolhemos projetarmos um documentário de plena atualidade que entroncava à perfeiçom na orientaçom formativa de olharmos ao continente americano para analisar o seu presente. ?A doutrina do shock?, em versom original legendada em português, foi visionada pola primeira vez para a maioria. Isto deu pé à reiteraçom num longo e participativo debate que entre tod@s mantivemos espontaneamente encadeando as nossas ideias, as faladas o dia anterior e as sugeridas polo documentário para volver sobre o tema central desta escola: a América insurgente.
Comemos. Falamos. Limpamos.
Trabalhamos e levamos adiante umha clausura em condiçons desta ediçom da Escola de Formaçom. Entre todas e todos, a finalizaçom estava à vista. Nom sem antes juntarmo-nos de novo para realizar a tradicional assembleia valorizativa que se encerraria com umha breve despedida a cargo de AGIR.
Despedimo-nos. Marchamos. Pensamos. Lembramos o vivido nestas horas em que a lembrança ainda permanece acesa, dando luz aos 12 meses que temos enfrente para percorrer mais fortes e unid@s o caminho de luita que nos espera até 2013.
Até entom, que o semeado entre nós floresça!