ANTIGAMENTE (fado modesto)
Frederico de Brito / Júlio Proença
Antigamente era coito a Mouraria
Daquela gente condenada a revelia
E o fado ameno, canção das mais portuguesas
Era o veneno pra lhes matar as tristezas
E a Mouraria
Mãe do fado doutras eras
Que foi ninho de Severas
Que foi bairro turbulento
Perdeu agora
Todo o aspeto de galdéria
Está mais limpa, está mais séria
Mais fadista cem por cento
Adeus tipoias com pilecas e guizeiras
Adeus ramboias e cafés de camareiras
Nada mais resta da moirama que deu brado
Do que a funesta lembrança do seu passado
E a Mouraria
Que perdeu em tempos idos
A nobreza dos sentidos
E o calor de uma virtude
Conserva ainda
Toda a graça que mantinha
Agarrada à capelinha
Da Senhora da Saúde
FERNANDO FARINHA (letras.com)
Escrito em 07-07-2024,
na categoria: Fadistas
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