Assina por umha rua em Ordes para Manuel Ponte Pedreira, chefe da IV Agrupaçom do Exército Guerrilheiro da Galiza, no centenário do seu nascimento

Assina por umha rua em Ordes para Manuel Ponte Pedreira, chefe da IV Agrupaçom do Exército Guerrilheiro da Galiza, no centenário do seu nascimento

13-04-2010

Da ?Associaçom Cultural Foucelhas? de Ordes queremos pedir à câmara municipal que para o vindouro ano 2011, no que se fam cem anos do nascimento de Manuel Ponte Pedreira ?chefe da IV Agrupaçom do Exército Guerrilheiro da Galiza, morto em combate contra o fascismo e o guerrilheiro mais respeitado e querido polo povo?, se lhe dedique a rua na que morou com a sua dona Maria Ribas Vaamonde (justo enfrente à igreja paroquial, na conhecida como ?Casa Barreiro?), actualmente chamada ?Avenida Alfonso Senra?.

MANUEL PONTE PEDREIRA nasceu na paróquia de Abelhá (Frades), iniciando-se mui cedo no ofício familiar: xastre. No talher de Manuel Sousa Hermida (posteriormente colaborador do Che e Fidel Castro na Revoluçom Cubana) começa a politizar-se, e em 1936, quando era o presidente do partido Uniom Republicana de Ordes, participa no Comité de Defesa da Frente Popular de Ordes, resultando ferido. É detido e encadeado. Quando sai da cadeia em liberdade condicional em 1941, mas a acossa policial obriga-o a unir-se no monte à Resistência para continuar o trabalho de oposiçom ao regime. É um líder natural, bom conhecedor da zona, e em pouco tempo assume a chefia da IV Agrupaçom do Exército Guerrilheiro da Galiza, atingindo o nível de combatividade mais elevado de toda a Resistência. Em outobro de 1946 enviaria-lhe umha famosa carta ao embaixador británico Victor Mellet, na que lhe recorda que

?Nós os guerrilheiros, entendemos mui pouco de subtilezas diplomáticas. Mas entendemos muito de lealdades. Dez anos de vicissitudes e luita, forjárom em nós, gentes de escassa cultura, singelos e honestos e com um coraçom aberto a todas as dores e sofrimentos do nosso povo, umha clara visom de decência política e do honor. Aprendemos dos nossos labregos a saber distinguir a palha do trigo e a julgas às gentes, polos factos e nom polas palavras?.

No 21 de Abril de 1947 cai sob balas da Guardia Civil na sua aldeia natal, convertindo-se já num herói popular, e marcando o ponto de inflexom da decadência da resistência armada ao franquismo na Galiza.

A dia de hoje a principal rua de Ordes chama-se ?Avenida Alfonso Senra?, incumprindo a Lei 52/2007 do 6 de Dezembro, conhecida como ?Lei da Memória Histórica?, que no seu artigo 15: ?Símbolos e monumentos públicos?, indica que ?As Administraçons públicas, no exercício das suas competências, tomarám as medidas oportunas para a retirada de escudos, insígnias, placas e outros objectos ou mençons comemorativas de exalçamento, pessoal ou colectivo, da sublevaçom militar, da Guerra Civil e da repressom da Ditadura. Entre estas medidas poderá incluir-se a retirada de subvençons ou ajudas públicas?.

ALFONSO SENRA
nom só foi durante a Iª Restauraçom o deputado polo distrito de Ordes ?com a ajuda do cacique comarcal Saturnino Aller?, senom que jogou um papel central na repressom franquista. Já em 1932, com motivo do golpe de estado do general Sanjurjo, o ex deputado por Ordes dedicará-lhe ao golpista qualificativos de ?caudillo? ou ?ejemplar único de la raza?. Já no golpe de Franco, assumirá um importante posto no Tribunal de Responsabilidades Políticas, encarregado de retaliar as mais altas autoridades da República: assim, em 1941 condena ao ex presidente Niceto Alcalá Zamora. Meses antes sentenciara ao catedrático Sánchez Albornoz, que seria presidente da República no exílio. O historial de Alfonso Senra nom é, pois, o de um franquista qualquer, senom o de umha das grandes autoridades fascistas. Em 1940 reune-se com o sanguento Paul Winzer, nazi e chefe da Gestapo em Madrid. A colaboraçom do nazi com o regime franquista seria fundamental, especialmente na construçom do campo de concentraçom de Miranda de Ebro, polo que passariam uns 65.000 presos políticos até 1947. O nome de Alfonso Senra está bem unido à barbárie: assim se chamava também o vapor militar fondeado em Rianjo ?após os golpistas assassinarem a tripulaçom de esquerdar? no 14 de novembro de 1937, com mais de mil presos políticos da fronte de astúrias, e que se convertiria num campo de concentraçom pola que passárom uns três mil homens. [Mais informaçom sobre Alfonso Senra: http://agal-gz.org/blogues/index.php/foucelhas/2010/04/13/quem-leva-o-nome-das-nossas-ruas-alfonso-senra]

Por todos estes motivos, cremos justa a retirada da nomenclatura das ruas de Ordes qualquer atisbo de homenagem a Alfonso Senra, repressor franquista do máximo nível, o qual, aliás, é ilegal segundo a Lei da Memória Histórica. Propomos que a ?Avenida Alfonso Senra? passe entom a denominar-se ?Avenida Manuel Ponte Pedreira?, como merecida homenagem a um dos mais importantes luitadores pola liberdade da Galiza, e do que nos orgulhamos que tenha nascido na nossa comarca.

Podes assinar a nossa petiçom aqui: http://www.peticao.com.pt/manuel-ponte-pedreira
Agradecemos-vos a máxima difussom entre os vossos contactos deste manifesto.

Escrito ?s 12:46:30 nas castegorias: MEMÓRIA, ACTIVIDADES
por ordes   , 744 palavras, 2831 visualizaçons     Chuza!

Endereço de trackback para este post

Trackback URL (clique direito e copie atalho/localizaçom do link)

1 comentário

    Março 2024
    Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom
     << <   > >>
            1 2 3
    4 5 6 7 8 9 10
    11 12 13 14 15 16 17
    18 19 20 21 22 23 24
    25 26 27 28 29 30 31
    A Associaçom Cultural Foucelhas pretender coordenar a constituiçom de um centro social para a comarca de Ordes, que sirva de "base de operaçons" para todo tipo de actividades de defesa do nosso. Organiza-se de forma assembleária e está aberta a todo o mundo. Podes contactar através do correio foucelhas.ordes@gmail.com

    Busca

powered by open-source CMS software