PGL - No passado Sábado a A. C. Lucerna de Cerzeda e a A. C. Foucelhas de Ordes organizaram junto com a AGAL um novidoso ?Curso Expresso de Reintegracionismo?, apenas três horas de curso para dar as primeiras braçadas no mar da lusofonia.
O dia foi intenso para o activismo da comarca de Ordes. Pola manhã celebrou-se na Abelhã a homenagem anual ao guerrilheiro Manuel Ponte Pedreira. Pouco depois de rematar chegou de autocarro Valentim R. Fagim a Ordes. Jantamos, e fomos para a biblioteca municipal de Cerzeda. Ali, um grupinho de dez pessoas, achegou-se ao curso sobretudo para saber ?o que era isso do reintegracionismo?.
A primeira parte do curso foi uma introdução teórica, que fugia deliberadamente de complexidades filológicas e académicas, para demonstrar com exemplos quotidianos como a importância da grafia é simplesmente que uma ou outra nos abrem portas diferentes: o ?ñ? apenas nos deixa mexer-nos dentro do mundo espanhol, o ?nh? racha fronteiras e torna-nos uma língua (inter)nacional.
Continuamos as explicações de Valentim com exercícios de passagem do ?Ñ para o NH?, de jeito que os próprios alunos e alunas foram descobrindo o simples que é abrir as portas da lusofonia e da nossa ortografia histórica.
Na pausa para o café e as bolechas, falou-se da, às vezes menosprezada, pedagogia das pintadas (muita gente intuia quais eram as normas ortográficas graças a elas!) e perguntamo-nos pola escrita correcta do topónimo ?Cerzeda?. Com zeta ou com cê? Talvez algum/a leitor/a poda ajudar. Ultimamente vem-se bastantes correções nos indicadores que grafam ?Cerzeda?, como indica o TOPOGAL. Higino Martins, por exemplo, prefere escrever Cerceda com cê. O Valentim indicou que a razão de escrevê-lo com zeta ou com cê seguramente dependa de como se fijo durante a Idade Média, mas nessa altura o centro da zona eram as Encrovas. Falou-se também da situação sócio-linguística de Cerzeda, um pequeno município na comarca de Ordes de 5.570 habitantes galegofalantes na grandíssima maioria (a percentagem de galegofalantes é 99,47%, segundo dados de 2001 publicados em 2004 que tiramos da Wikipédia). Emi, uma das alunas, comentou a surpresa que lhe produz com em Cerzeda, falando todo o mundo galego, a gente insiste pola rua em falar-lhe castelhano à sua meninha. O presente é galego, mas o futuro incerto...
Depois do café e o palique continuamos com um concurso para autodemonstrarmo-nos o natural que é para os galegos e galegas entender-nos com gente da lusofonia. Ouvimos uma canção de Adriana Calcanhoto, e divididos em duas equipas, tínhamos de preencher os ocos da letra da canção. Como não podia ser de outro jeito, não houvo vencendores nem vencidos, e sim presentes para todo. A AGAL tivo a gentileza de apresentear as pessoas presentes com um livro para da cada umha.
A gente ficou com ganhas de mais e já nos comprometemos a uma segunda parte do curso, após assentar os conhecimentos adquiridos e i-los exercitando. A fórmula foi ótima, nada de debates arredor da ?pureza? da língua, nem longas explicações filológicas. Foi-se a o prático simplesmente: esta é a estratégia reintegracionista para defender a nossa língua, para vivermos em galego plenamente, pensamos que é a melhor e vamos demonstrá-lo.
Após tomar algo na taberna levamos a Valentim à nova estação do comboio de Meirama, com a Serra de Monte Maior e o Monte Xalo às costas, erguendo um muro que separa a comarca ordense de Bergantinhos. Lá ficávamos umha dúzia de pessoas com ânimo de querer seguir dando guerra pola língua.
-Crónica e fotografias no PGL: http://pglingua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=2290:cronica-do-curso-expresso-de-reintegracionismo-em-cerzeda&catid=8:cronicas&Itemid=69
Escrito ?s 09:43:38 nas castegorias: ACTIVIDADES
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