Partilhamos aqui um artigo de Solidarid Obrera que nos passárom os companheiros da Revoltaina Cultural da Beira de Bergantinhos, onde se fala da actuaçom do Sindicato de Peons da CNT em Cerzeda durante a IIª República (nom temos a referência exacta). Além de em Cerzeda, também a encontramos na parte mais oriental da comarca (sem ir mais longe o próprio Benigno Andrade "Foucelhas", de Cabrui, militante do Sindicato de Ofício Vários da CNT) e parece que também havia militância anarquista no Mesom do Bento segundo nos indicam da Revoltaina. Da CNT era militante também o cerzedense Francisco Ranha Boquete, do sindicato de panadeiros da Corunha (morava na Travessa de Santo André), e sócio de Germinal. Foi assassinado polos fascistas no 13 de Agosto de 1936, aos 38 anos.
O selvagismo impulsado polo caciquismo que manda na Galiza
O Sindicato de Peons em Cerzeda
Ao Sindicato de Peons da Corunha preocupa-lhe a sorte de todos os trabalhadores que formam parte desta profissom. Entre os que se dedicam ao trabalho referido figuram os que se ocupam na construcçom de estradas em toda a província e especialmente o mais cercano à Corunha. Esta preocupaçom tem a sua origem no reconhecimento profundo de que aqui é onde mais se abusa, onde se pagam os verdadeiro jornais de fome e onde o caciquismo monta o seu tinglado dando trabalho a quem o serve, e cerrando as suas portas a quem tem a valentia de desafiar a todos os bandidos que figuram nestas partidas ao Diego Corrientes que se chamam cacicatos galegos.
Em Cerzeda, termo judicial de Ordes, está-se a construir umha de tantas estradas. Os trabalhadores que ali se ocupam trabalham como quer o contratista, que para isso conta com capatazes que nada tenhem que envejar aos homens de confiança que tinham os Pernales. O Sindicato de Peons, a instâncias de algum dos que som vítimas destes foragidos que caminham sem boçal, foi a este lugar e intentou fazer organizaçom. Prévio conhecimento da situaçom apresentou, ou intentou apresentar, umhas bases nas que se reclamava para os obreiros peons maiores de 18 anos um salário mínimo de 5´25 ptas. diárias; 4´00 para os menores de 18 anos; 2´50 para os menores de 15 anos e 4 ptas. para as mulheres sem excepçom.
Dizíamos que se intentou apresentar as bases, porque no momento de fazê-lo, um capataz da estrada, com todos os cans fomentos às suas ordens, emprendeu-na a tiros com os comissionados portadores destas bases. Aqueles mesmos escravos, covardemente; aqueles mesmos para quem re clamava um pouco de mais bem-estar, fôrom os encarregados de contestar à voz do ?amo? para intentar assassinar os seus próprios irmaos.
Esta informaçom verídica é um quadro ao natural do que é o interior da Galiza onde o lobo do caciquismo manda como antes. Esta é a melhor prova de que a República nom entrou ainda em Espanha e unicamente entrará um pouco de civismo e civilizaçom quando o povo produtor vaia polas aldeias com a antorcha da verdade e com o látego para emprendê-la com todos os bandidos do caciquismo que tam miseravelmente tratam os trabalhadores que, obrigados pola miséria, tenhem de alugar os seus braços para satisfacçom dos seus próprios carrascos.
En todos os povos há umha luz: o mestre; e um sopro que a apaga: o cura. ?Víctor Hugo
Solidaridad Obrera
Escrito ?s 16:07:33 nas castegorias: MEMÓRIA, Documentos
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O anarquismo, especialmente na província da Crunha, tivo umha salientavíssima impronta. Fica por um fazer um levantamento completo do anarquismo na Galiza através dos trabalhos locais já realizados e os que faltam por realizar. Contodo, em Laiovento hai um livro em que se foca a história do anarquismo com solvência.
Mui bom o vosso trabalho. Umha aperta.
Outra organizaçom anarco-agrarista na comarca foi a Uniom Camponesa, desde começos do século XX, sobretudo no norte (Cerzeda, Mesom do Bento…).
Terra brava!
O sindicalismo agrário anarquista na província da Crunha era muito forte e que mostra que o anarquismo da Galiza era galego, nom na dimensom especial, mas si no levantamento que faziam da análise da estrutura económica e social da Galiza. Mágoa que ainda nom haja muitos trabalhos ao respeito. Em Laiovento hai umha história da CNT na Galiza que recomendo como introduçom ao tema.