Umha das mais centrais ruas da nossa cidade está dedicada, por expresso desejo de umha corporaçom dita democrática, à figura paradigmática da negaçom da democracia mesma: um monarca. Além do reconhecimento da significaçom de umha pessoa situada por direitos de sangue por cima do resto de mortais, nesta avenida fica também homenageada umha dinastia sinistra que se relaciona com algum dos capítulos mais negros da história da Galiza.
Os borbons chegam a Espanha e iniciam um imisericordioso desenho centralizador de inspiraçom francesa que abafa a singularidade de naçons como a galega; perseguem durante grande parte do século XIX as reivindicaçons liberais e democráticas e associam-se ao obscurantismo eclesiástico na perseguiçom das liberdades; amparam um sistema político corrupto e desumano -a I Restauraçom- que fossiliza o caciquismo e fai da nossa naçom um viveiro de emigrantes e soldados para as guerras do imperialismo raquítico da espanha decadente; em 1936, o avô do actual Juan Carlos aplaude o golpe militar contra a II República e pede a Franco participar na guerra contra as liberdades.
De facto, é o próprio ditador que eleva este sinistro personagem graças à lei de sucessom de 1947, ascendendo a rei e herdeiro da chefia de Estado em 1969 após o juramento dos princípios fundamentais do movimento. Apoia num acto público de exaltaçom fascista os fusilamentos de cinco revolucionários (dous deles galegos) em Setembro de 1975.
Na II Restauraçom que ainda padecemos é a figura política que encarna a inquebrantável unidade espanhola, quer dizer, a negaçom do democrático direito de autodeterminaçom. Tem-se pronunciado abertamente em favor da opressom do galego, basco e catalám por parte do espanhol. Em finais dos 70 regidores municipais nacionalistas de Compostela propugeram como nome para esta avenida o de José Ramom Reboiras Noia, independentista assassinado pola polícia em Agosto de 75.
Escrito em 27-10-2007,
na categoria: Comissons, memória histórica
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