É estranho como qualquer grande viagem começa com uma série de pequenas viagens, burocráticas e necessárias, e há muito adiadas. Depois de acabar o último projecto, de deixar tudo pronto e a funcionar em Mogadouro e Foz Côa, fui visitar o Mika a Coimbra e ver a malfadada (não confundir com Mafalda dada) exposição do seu patrão. De carro, saltando de faixa em faixa por um IP5 quase auto-estrada. Em Coimbra, carros e mais carros, e o meu estacionado frente a uma garagem. É por isso que não o uso, por me obrigar a fazer estas coisas. Exposição despachada, beijinho na Susana e estrada, rumo ao berço da minha idade adulta, Guimarães. Parei o carro frente à Pousada, para tirar o cartão de alberguista (quando cheguei a casa descobri que já tinha um, ainda válido), e volta a ditadura do automóvel: o cabeleireiro era a dois minutos a pé, mas tinha de ir de carro. Tinha? Não tinha. Mas fui.
Depois de cortar o cabelo fui ter com a Alice, a única arquitecta (ainda estagiária, mas já arquitecta, digo eu) que conheço que trabalha em casa. Mostrou-me o que andava a fazer, e aparentava estar bem disposta com a situação. O Nuno tinha ido às compras com a Matilde, filha de ambos, nascida num 5 de Março, um dia antes do meu aniversário. A minha cabeleireira, a Sandra, estava grávida dum Afonso, a nascer no Março que vem. Eu compreendo-os. A Primavera a acabar, começa o calorzinho, e nove meses depois... Maternidade. Como os invejo.
BLOGADO ?S 00:24:47
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falando em invejas… também eu invejo a viagem, a grande e as pequenas