Vim ver a maratona de Beethoven. A entrada é grátis, e como a música africana na Ópera estava esgotada, decidi aproveitar. Como qualquer português, cheguei e perguntei: ?C?est ici la marathone de Mozart?? ?Beethoven.? Encolhi os ombros. ?Oui, oui, c?est ici. A les sept heures.? ?Merci bien.? Como podem ver, posso não perceber nada de música, mas sou muito educado.
Consegui mais Super-Bock. É tão fácil que começa a perder a piada. Vou ver se consigo abrir uma durante o concerto. Lá vou eu para a sala, com o saco de compras na mão.
Passei a tarde dentro do Museu de Belas-Artes. Vi, literalmente, toda a história da arte. Perto das seis, quando os visitantes começavam a rarear e as vigilantes começavam a vestir os quispos, e pensava eu, estou quase a ver toda a arte do mundo numa tarde, num frenzy de amante da arte, disseram-me que ia fechar. Aliás, tive de perguntar, porque as vigilantes começavam a cercar-me com os seus quispos sobre os ombros, com ar de frete, e não diziam nada. Afinal não faltavam apenas uns quadros, faltava um piso inteiro. Tinha-me esquecido dos impressionistas.
Com estas sessões grátis, todos vêm ver música. E não apenas os que podem.
IR'05 é a transcrição do diário escrito durante uma viagem de comboio através da Europa entre Novembro e Dezembro de 2005. todas as entradas aqui
BLOGADO ?S 23:31:05
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